Boas vindas

Que todos possam, como estou fazendo, espalharem pingos e respingos de suas memórias.
Passando para as novas gerações o belo que a gente viveu.
(José Milbs, editor)

4.9.07

MANOEL DO CARMO LOSADA: o médico dos pobres...

MANOEL DO CARMO LOSADA, o último dos grandes médicos humanistas da região de petróleo...... José Milbs

A região de petróleo ainda engatinhava como toda região banhada pelo Sol e pelo frescor de suas tardes e ruas empoeiradas quando chegou em Macaé um jovem aloirado, sorriso alegre e timidez aflorada. Formado em medicina ele aportou em Macaé. Cidade onde a história da medicina sempre esteve voltada pelo social e,que tem no Júlio Maximiliano Olivier, seu maior vulto. Parecia que o Dr. Manél era a própria encarnação do grande Doutor Júlio. Alegre, sempre em contacto com os mais pobres e, atendendo com carinho os menos favorecidos da sorte, foi criando uma áurea de encantamento e respeito em toda a nossa comunidade.

Vendo crescer as dificuldades do POVO da região, com dezenas de políticos explorando o voto e negociando vantagens para seus familiares e amigos, com nomeações em alto cargos do Estado e do Município, pensou em ser candidato. Em 1962 candidatou-se a deputado e em 1970 a prefeito. Em ambas as tentativas foi um dos mais votados mais não se elegeu...

Manoel do Carmo Losada era um dos mais belos exemplares da medicina. Diferente dos 90% dos “Médicos Eletrônicos” dos anos 2000, aparentava aos olhos populares que ele tinha nascido para a medicina. Menino pobre do Rio de Janeiro, veio até a nossa cidade a convite do então médico Dr. Heleno que sumiu das nossas ruas não se sabe até hoje o porquê. Heleno, se não conseguiu criar seus lastros médicos, porém tem o mérito de haver nos presenteado com a vinda do nosso “Dr. Manél” que fez sua história marcada pelo amor ao próximo e o carisma dos grandes amigos.

Particularmente fui seu amigo. Na profissão ele cuidou de minha avó Nhasinha (Alice Lacerda) e, sabendo das nossas dificuldades financeiras, jamais se preocupou com a parte comercial da profissão. Pelo contrário, sua vinda diária a Rua Doutor Bueno, 18O (Rua do Meio), era sempre com uma sacola de remédios e algumas saborosas frutas que ele mesmo espalhava pela mesa simples de nossa casa...

Acompanhou até os últimos momentos a nossa avó e, como um filho, levou-a até o Rio de janeiro para os exames finais que lhe diagnosticavam “pleuris”...

Trabalhamos juntos no velho INAMPS e, seu plantão era um dos mais concorridos. Sua sala de atendimento vivia sempre irradiando uma constante alegria que era entrelaçado pelas alegres gargalhada de clientes e segurados. Parecia que havia uma névoa de espiritualidade neste homem simples, fantasiado de médico. Como se baixasse em seus atendimentos a mola impulsionadora da cura das tristezas humanas. Eu presenciava a chegada dos doentes e os via sair com as faces alegres como se tivessem deixado suas angustias e dramas no consultório do PU...

Era assim este homem/médico que a cidade perdeu. Seus últimos dias de vida foram na luta pelo “Parkinson” que o curvava a cada passada. Jamais, no entanto, perdeu a beleza de seu olhar o sorriso quando encontrava algum amigo ou cliente. Eu mesmo me consultei, quando o vi pela última vez caminhando com Maria Aparecida da Costa Losada, minha colega de primeiro ano ginasial B. Ao me ver, suas mãos ainda trêmulas pela doença, falamos das amenidades que a saudade toca nestes momentos especiais aos seres humanos. Brincamos, falamos das políticas, das pessoas etc. Antes, porém perguntei - como que o fazendo rever seu passado no mundo da medicina: - Manoél, que você acha destas minhas manchinhas avermelhadas que brotam nos meus braços? Elas vêem, somem e voltam... Seu sorriso voltou aos anos de 1960 quando o conheci. E pude reencontrar o “Médico dos Pobres de volta às consultas”:

O que você tem é uma alergia comum a idade. Ou procure um (a) dermatologista ou mande fazer com sua filha/farmacêutica Aninha, o Hidraktine a 10. Fiz o Hixixine, o usei e as manchas sumiram...

Manoel do Carmo Losada foi um dos mais competentes estudiosos no campo da Pneumologia. Nele brotava a essência dos ensinamentos de Hipócrates...

Criou o Dispensário de Tuberculose em Macaé e, ele mesmo, serviu de cobaia para os vírus. Arriscou sua vida na busca das curas de centenas de doentes do Pulmão.

Ao homenageá-lo “pos-morte” o faço para que seu nome fique imortalizado na internet como símbolo de amor a medicina que foi sempre sua existência. (José Milbs de Lacerda Gama, editor de www.jornalorebate.com).


História da Medicina
As origens da medicina, conhecimentos de anatomia no Egito Antigo e na Grécia Antiga, os avanços da medicina na época moderna, medicina na atualidade, o Juramento de Hipócrates

Hipócrates - pai da medicina
Hipócrates: pai da medicina

Por meio de descobertas arqueológicas, descobrimos que os povos da antiguidade, como os egípcios, já realizavam operações complexas, fato que comprova grande desenvolvimento e inteligência desse povo. Este povo fez grandes avanços na medicina graças ao seu sofisticado processo de mumificação de corpos. Os mumificadores, ao abrirem os corpos dos faraós para retirar as entranhas, conseguiam muitas informações sobre a anatomia humana.

Sabe-se que os gregos foram os pioneiros no estudo dos sintomas das doenças. Eles tiveram como mestre Hipócrates (considerado até hoje o pai da medicina). Um outro povo que teve também um grande conhecedor da medicina (o grego Galeno, que morava em Roma) foi o povo romano. Após Hipócrates e Galeno, a medicina teve poucos avanços.

Na Idade Média, era comum que o médico procurasse curar praticamente todas as doenças utilizando o recurso da sangria. Este era feito, principalmente, com a utilização de sangue-sugas. Porém, neste período os conhecimentos avançaram pouco, pois havia uma forte influência da Igreja Católica que condenava as pesquisas científicas.

No período do Renascimento Cultural (séculos XV e XVI ) houve um grande avanço da medicina. Movidos por uma grande vontade de descobrir o funcionamento do corpo humano, médicos buscaram explicar as doenças através de estudos científicos e testes de laboratório.

Contudo, no século XVII, William Harvey fez uma nova descoberta: o sistema circulatório do sangue. A partir daí, os homens passaram a compreender melhor a anatomia e a fisiologia.

No século XIX todo o conhecimento ficou mais apurado após a invenção do microscópio acromático. Com esta invenção, Louis Pasteur conseguiu um enorme avanço para medicina, ao descobrir que as bactérias são as responsáveis pela causa de grande parte das doenças.

Felizmente, a medicina atual dispõe de inúmeras drogas capazes de curar, controlar e até mesmo de evitar inúmeras doenças. Aparelhos eletrônicos sofisticados são capazes de fazer um diagnóstico apurado, passando informações importantes sobre o paciente. Os avanços nesta área são rápidos e possibilitam um vida cada vez melhor para as pessoas.

O Juramento de Hipócrates

" Eu juro, por Apolo, médico, por Esculápio, Higeia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.
Conservarei imaculada minha vida e minha arte.
Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.
Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução sobretudo longe dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.
Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça."

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