Boas vindas

Que todos possam, como estou fazendo, espalharem pingos e respingos de suas memórias.
Passando para as novas gerações o belo que a gente viveu.
(José Milbs, editor)

30.6.09

Quando o trabalho é sério. Petrobras e Prefeitura formam 1 500 alunos...





Prefeitura e Petrobras formam mais 1500 alunos amanhã

O Centro de Educação Tecnológica e Profissional (Cetep), da Secretaria de Educação, mais uma vez comprova a sua importância na inclusão de jovens no mercado de trabalho. Nesta quarta-feira ás 18h na Cidade Universitária a Prefeitura promove mais uma formatura. Em parceria com a Petrobras já terão sido entregues 3100 certificados dos cursos de qualificação do Projeto Petrobras de Qualificação Profissional de Jovens e Adultos do Programa de Desenvolvimento Social de Macaé e Região (Prodesmar), mais da metade do número previsto no convênio. Em dezembro foram entregues 550 certificados e no dia 27 de maio outros 1050.

A meta do convênio é formar no total 5740 alunos até dezembro. “Com esta formatura são mais de 3 mil profissionais prontos para ingressar no mercado de trabalho. Oferecemos o que há de melhor em termos de ensino profissional”, comentou a secretaria de educação e vice-prefeita, Marilena Garcia.

A Educação por meio do Centro de Educação executa um dos quatro convênios assinados entre a Prefeitura Municipal de Macaé e a Petrobras no dia 03 de julho de 2008: O Projeto de Qualificação Profissional de Jovens e Adultos do Prodesmar, que consiste ainda em outros convênios firmados entre os governos federal, estadual e municipal, como a Duplicação da rodovia RJ-106 trecho Rio das Ostras-Macaé, Projeto Monitoramento por Câmeras e Despacho de Viaturas (novo 190) e o Planejamento Estratégico da Região Norte Noroeste.

Qualificação abre as portas para o mercado de trabalho - Os resultados das formaturas dos alunos dos cursos de qualificação profissional oferecidos gratuitamente pela Prefeitura em parceria com a Petrobras já podem ser observados. O profissional de nutrição, Wildes Félix Santos encontrava-se desempregado quando surgiu a oportunidade de emprego. No entanto, em meio aos pré-requisitos havia a solicitação do curso de Controle de Infecção Hospitalar. “Eu não tinha condições de pagar e o Centro de Educação me acolheu. Se não tivesse tido essa oportunidade aqui, teria que procurar em Salvador ou no Rio de Janeiro, o que seria muito caro”, comentou.

Os casos de sucesso são muitos, como o de Hugo Cezar Mattos, que após terminar o segundo grau, se viu sem emprego e precisando de uma oportunidade. “Hoje faço parte do programa de trainee da Plame Saúde. Fiz os cursos de Assistente de contabilidade, auxiliar administrativo e Introdução à Gestão Ambiental. Ao terminar o de contabilidade, o professor me indicou à empresa e imediatamente comecei o estágio”, explicou. Ele comenta que sem o Centro de Educação, não estaria tendo esta oportunidade. “Quando saímos do segundo grau nosso currículo está em branco. Aqui o jovem tem uma oportunidade gratuita de obter uma qualificação de qualidade”, ressaltou.

Além de ajudar pessoas a ingressarem no mercado, os cursos oferecidos gratuitamente também tem ajudado muitas pessoas a melhorarem suas oportunidades. È o caso de Fabiana de Lima Gabry, formada em Auxiliar de Laboratório. “Sempre gostei da área de saúde e quando surgiu à oportunidade me inscrevi no curso. Trabalhava em Farmácia, mas queria mudar de emprego. Hoje trabalho num laboratório fazendo algo que gosto”, comentou ela, que também passou no concurso da prefeitura para atuar na Fundação Hospitalar de Macaé.

25.6.09

MARTINS VIANNA, ALFREDINHO. NEW ALFRED.










lUIZ ALFREDO MARTINS VIANNA, o nosso querido Alfredinho New Alfred. desencantado de uma vivência alegre e feliz, deixa este mundo. Sempre ficará presente nas nossas memórias a figura marcante,autêntica, carismática,contestaiva e acima de tudo amiga do Cabelereiro Alfrdinho.
Nasceu e se criou na Rua do Meio, depois Rua Doutor Buêno. Neto do "Seu Brúlio e Dona Maria e filho do inesquecível Wanderley. Orfã muito novinho, Alfredinho foi a luta para sovreviver numa cidade que ainda engstinhava no progresso. Escreveu no O REBATE, nos anos 70 onde assinava uma coluna denominada NEW ALFRED. Usava o seu poder de liderança nata para transformar sua coluna numa das mais lidas do jornal. Exigente, perfecionista ele sempre dizia aos Redatores Clúudio Ulpiano, Euzébio Mello e Armando Barreto: Não deixe sair erros em minha coluna, senão paro de escrever. falava sorrindo como quem sabia ser acariciado com afeto por todos nós que faziamos O REBATE nas madrugadas frios dos Anos de Chumbo.
Alfredinho sempre foi um gentleman. Educado, polido, com um grande senso de humor aflorado,sabia ser gentil com seus amigos e cruel com quem o provocava nos seus momentos de ira. Era um bravo na luta pela sobrevivência e um esbravador numa provocação.
Sobre seu gênio estourando, melhor falava o velho Euzébio Mello" Não gosto de contrariar o Alfredo. "Ele roda a baiana dele e não olha nem que está por perto". Era mesmo assim este genioso e carinhoso amigo. Esbravejava depois vinha no acalento como bom amigo e irmão...
Viveu os anos 70 e 80 e passou por todas as transformações da cidade e da região de petróleo. Sempre presente as nossas praias e noites passeava nas areias macaenses, desde Imbetiba até o Pecado e a todos fazia sua gentil palavra soar com harmoniosa sonoridade de dificil imtação.
Gostava de falar das coisas antigas, família, amigos, antepassados, companheiros mortos e lugares de prédios que sumiram como o progresso.
A Praça Verissimo de Mello perde o último dos Mellos. Alfredinho morreu hoje, 25 de junho de 2009 e, nos primeiros pipocar dos festejos Juninos, irá se juntar a tantos outros alegres macaenses que com ele aqui conviveram.
As fotos do pai e mãe do Alfredinho, do Samuel e do amigo Alfredo, foram tiradas do arquivo da familia Martins Vianna.
José Milbs de Lacerda Gama editor de O REBATE...
Após o sepultamento, hj, do Alfredinho, recebi, comovido o texto de uma amiga comum. ॐ♥Sarinhaॐ:
Jose Milbs,

acabei de ler o texto sobre o amigo querido e inesquecível que partiu para outra missão dada pelo Altíssimo, no Jornal O Rebate. Emocionadíssima, agradeço. Amizade, muitos falam, poucos sabem o valor deste sentimento. Somos de uma geração que amizades eram agregadas a nossa família. Que enraizadas, frutificam por gerações. Hoje, muito se vê este belo sentimento vestido com a capa do interesse, do imediatismo de oportunidades sempre com trocas materiais, tornando-se descartável. Por isso, num atrevimento, levada pela emoção, EU TE AGRADEÇO e levanto a bandeira da admiração para o ser humano, que você tem demostrado ser.
Eternizo no google esta maravilha da Sarinha...Milbs

Rita de Cássia Almeida Pereira disse sobre Alfredinho:
É um pesar! Frequentei muito o salão dele nas décadas de 70 e 80 tinha muito Talento e grande Estilo Que Deus o tenha num lugar Especial"...

Tania Jardim, nossa eterna Musa dos anos 80, assim falou sobre o nosso Alfredinho:
Oi Milbs,

Estou em S. P com Carlos Emir. Sinto muito a perda de Alfredinho. Fiz lindas festas com ele. Deus o receba. Grata pelo aviso. Abraços Tânia Jardim

22.6.09

Tem pente ai? Saudade de minha Lapa Boêmia de minhas andanças e juventude no meu Rio de Janeiro dos anos 60...


http://orebate-josemilbs.blogspot.com/2007/07/saudade-de-minha-lapa-bomia-de-minha.html

SAUDADE DA LAPA BOÊMIA DE MINHA JUVENTUDE. Hoje ao chegar aos 70 anos, bate e REBATE mesmo uma grande presença. Grandes Malandros, Miguelzinho, Satã, Camisa Preta, Carne Frita...

MINHA LAPA DOS ANOS DE GLÓRIAS

Quem é malandro?





Quando trabalhei na rua do Acre numa Importadora e revendedora de mercadorias de Secos & Molhados, recebia cartas de minha avó Alice Quintino de Lacerda pelas mãos de caminhoneiros que iam até este entreposto comprar alimentos que viriam abastecer a cidade de Macaé e as cidades visinhas. Eram os comerciantes Amphilophio Trindade, Erotildes Monteiro e Elpidio Costa .

Um destes caminhoneiros era o Raphael Monteiro , filho de Erotildes que morava numa casinha velha na esquina da Rua do Meio com Júlio Olivier.

A ida ao Rio era numa estrada de chão e mesmo assim chegava mais rápido que o Correio. A vida e o trabalho na Rua do Acre era uma experiência que marcou minha juventude. Trabalhava na Rua Leandro Martins, perto da Praça Mauá e pude tirar proveito deste tempo bom do Rio de Janeiro.

As ruas que faziam encontros com a do Acre, até a Central do Brasil tinham sotaque Lusitano durante o dia e a noite tudo se transformava. Já morava num conjugado em Copacabana e freqüentava a noite nas imediações do meu trabalho que era o ponto alto da boemia do Rio de Janeiro: Praça Mauá e periferia.

Em Copa era uma mini/burguesia ascendente e na Mauá uma pseudo/burguesia decadente. No final da noite não havia esta diferenciação. Gente do Bolero junto com as meninas da noite que furavam cartão no Dancing Avenida ou no Dancing Brasil tomavam café com leite pingado juntas com a malandragem da Riachuelo, Mauá e Cinelândia. Travestis desta época era chamado de viado mesmo e Sapatão de Fanchona.

Os palavreados nasciam na Lapa, subiam os morros e iam para Copacabana e Leblon. Vez ou outra chegava a Tijuca quando passavam com destino a Vila Izabel. A malandragem, os Proxenetas e Cafetões se esbarravam nas vielas dos becos do Centro e se podia notar o respeito quando, num balanço mágico de corpo, se sacava quem tinha ou não tinha navalha no bolso de trás.

As brincadeiras de "Tem Pente Ai"?, levando a mão na bunda do amigo, nasceu nestas buscas de navalhas escondidas. Nesta época, o Rio de Janeiro, lançou um pente que se abria em formato de navalha em homenagem a estas escondidas armas.

Havia um bandoleiro (carne-sêcacarne-seca) que usava esta arma para cortar pessoas quando o bonde deixava as madrugadas com destino a Muda ou Santa Teresa. Depois de longas maldades humanas foi preso e quase linchado nas imediações do Arco da Lapa. Era uma afronta para a malandragem ter o símbolo de Satã e gente enlameando a área.
Grandes malandras, Miguelzinho, Camisa Preta, Satã, Bôa Noite e o Velho Edgar. Faziam "ponto" no Ponto Azul, Bola Preta, Arcos, Maraguape, Mauá, Estácio e Glória.
Hoje, aos 70 anos revejo estes lindos momentos desta Lapa Boêmia que meu amigo Nelso Gonçalves tanto cantou, amou e frequentou...

Isto era um pouco do Rio nos anos 50...


Sempre tive uma alma excessivamente curiosa e ia em todas. As vezes no Dancing Avenida na Cinelândia, outras vezes estava no Dancing Brasil furando os cartões e sempre que podia, no final da noite, uma esticada no Bola Preta, lanchava no Ponto Azul e dormia mesmo na Rua Riachuelo ou Visconde de Maraguape quando não na Frei Caneca. Só ia para casa com o Sol do meio dia.

Quanto a Praça Mauá, suas noites eram alongadas e alegres. As Boites ficavam até o dia clarear, o Novo México, então virava o dia com gringos bêbados cheios de dólares que caiam pelas calçadas sendo levados por travestis e prostitutas espertas.

Antes que estas noites tivessem inicio gostava era de ficar tomando chope preto no Amarelinho onde se podia ver desde Madame Satã, indo em direção aos bondes de Santa Teresa, até Orlando Silva se deliciando com suas pingas e chopes de colarinho.

Foi ai que conheci o famoso chope Preto do Bar do Luiz na Senador Dantas onde mais tarde passeei com Lúcia em nossa lua de mel nos anos 60. Interessante que quando estive na Lapa, andando na rua do Passeio com minha mãe Ecila, e falei de minhas andanças e passeios com Lúcia, ela disse que era um coincidência, pois tinha sido ali que ela passeava com meu pai nos anos 40, quando se casaram.

Ou a Lapa era mesmo um ponto turístico ou houve uma bela e divina atração nossa por este local tão boêmio do Rio de Janeiro.

Havia uma esquina macaense numa loja de Dandão e Gó na esquina onde se comia os melhores Galetos do Rio. Sempre que a noite caia e antes que os Dancings começassem o seu piscar de luzes avermelhadas e, o Amarelinho aindainda a punha suas cadeiras estendidas no calçadão, era comum a gente vevê muitos macaenses transitando no local.Pedro Paulo Viana, Enio Lima e Joãozinho, Jair e Jorge Siqueira, os irmaosirmãos AlvarezAlvares, Flamarion, Gurgel e uma dezenas de outros que a memória não põe nas pontas dos dedos que teclam. Era na loja dos irmãos de Aciollio Pena e dona Lopelina que estes macaenses passavam as tardes noites do Rio boemioboêmio dos anos 50.


O Rio de Janeiro foi uma escola onde não faltou nada. Estava ainda com l9 anos e tudo estava no tom do afloramento. Em Copacabana freqüentava a turma do Edifício Camões que era onde se concentrava a turma da Figueiredo Magalhães, Serzedelo Correia, Siqueira Campos, Santa Clara e toda a extensão da Atlântica conhecida como posto 4.

O Camões era um Edifício considerado o point dos anos 60 em Copacabana. Tinha rua particular que saia na Praia e de seu lado esquerdo t um casarão onde morava o velho Assis Chateaubriand que a gente ficava olhando-o levar amigos até a frente da casa.

Sempre de terno preto, com uma faixa atravessada no peito parecia até camisa do Vasco. Era se não me engano algo relativo a Embaixadas. Baixinho, sempre rindo e cumprimentativo, nem sabia que a turma estava ali só para bisbilhotar o velho dono dos Diarios Assoiados. O muro da casa do velho Chateaubriand dava para a rua particular do Camões e era fácil ver seu vulto, elegantemente vestido, levando uma famosa cantora dos anos 50 até a frente da casa. Se não me engano era Ester de Abreu.

A turma do Camões tinha sempre encontros agressivos com a turma da Monte Negro e da Prado Júnior. Uma espécie de Rua do Meio, Aroeira e Praça da Luz em Macaé. Quando havia alguma festa no Bairro das Laranjeiras havia um encontro era fatal algumas brigas. Lembro de Camilo, Reco e outros que gostavam das brigas. Sobre isso falaria melhor Joelson Franco Trindade que, sendo mais velho no Bairro, foi quem me apresentou a turma e morou mais tempo no camões...

As noites no Rio de Janeiro eram como uma faculdade de vivências O Novo México com suas bailarinas importadas de Caxias ou de Buenos Aires tinha o ar refeito de luzes que piscavam em coloridos pobres e danças desconcertadas por marujos desengonçados. Num canto da boate, uns proxenetas contavam sempre dólares amassados tirados de bolsas e bolsos sujos por entre e sa e entra de dedos.

Alguns destes dólares eram surrupiados por novas prostitutas Alguns ingleses e noruegueses passavam em passos bêbados e balbuciando a linguagem universal do etílico. Neste inteligível universal caminham, transando a rua para os barco ancorados na Mauá. Um balcão ainda sujo com restos de cervejas brilha quando o Sol começava a penetrar seus raios nas mesas vindo da direção de Niterói.

Enquanto um velho, de braços ossudos e óculos picinez, reconta moedas que resvalam no Raio do Sol e vinha até minha mesa, no canto esquerdo do salão, que fede a cigarro, cuba-libre e caipirinha com vodka. Era assim as madrugadas no Novo México numa das esquinas perto do centro da malandragem no Rio de Janeiro dos meus l9 anos.

O gordo do edifício da Radio Nacional estava sempre pré disposto a um longo papo nas madrugas.

Era ele que se fazia de delegado ou xerife de um Rio de Janeiro que, longe de ser violento, era respeitado em todos os Cais do Mundo pelo alto índice de afetividades entre seus famosos marginais de navalhas e pernadas...

As vezes indo até o BOLERO ou o CIROCO na Atlântica se podia diferenciar o ambiente. Algumas mulheres eram as mesmas e, se não fossem os métodos, poderiam se considerar na igualdade do socialismo mundano tão rico em peripécias e tão bonito de vivenciar. No Bolero alguns gringos. A maioria dos freqüentadores era mesmo da zona Sul e alguns forasteiros turistas paulistas ou mineiros.

A ainda não havia sido divulgado o Beco das Garrafas e os inferninhos ainda eram coisa de meninos e cocotinhas.O “Ciroco” era uma mini-boate. Havia o esbarramento com artista famosos que moravam em copacabana e iam nas noites.

Um piano tocado por Agostinho dos Santos em inicio de carreira e alguns boêmiosboêmios vindo do Antonius, ou do Jangadeiro, do barril l800, ou do Zepelin de Ipanema.

O Rio de Janeiro para mim, um menino saído das ruas empoeiradas de Macaé, tinha um caráter de curiosidade e encantamento. Claro que moleque criado nos bast fonds de Macaé, conhecendo desde Ermita até o Quadrado, passando por outras tantas das nossas noites, o Rio era como um Segundo Grau ou um Vestibular. Como não me dava bem nas aulas escolares, nestas aulas ia me saindo com notas acima de 7. Não entrava em bolas divididas nas noites e sabia onde estava e andava os meus limites e com isso fui sendo bem chegado ao ponto de em todos os mundos cariocas ter me dado otimamente bem como se estivesse sentado num barzinho das ruas puras de minha cidade.

O Barril l800 era onde se via os que podemos chamar de pequenos burgueses em alta e a classe média sul./norte em roupas de grife. A maioria era formada por freqüentadores do Alcazar, outro point da beira do mar de Copacabana, e que era onde se podia tomar de fato o melhor chope. Só era comparado ao chope do amarelinho ou do bar do Luís da Senador Dantas.

Quando ia no Jangadeiro era hora de se ver e olhar os velhos e famosos escritores e cronistas. José Carlos de Oliveira, Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, e alguns dos novos escritores que viriam criar o Pasquim. O Zepelim era onde a concentração ficava por conta dos que viriam ser a jovem guarda dos anos 70. Nas mesas, desde Elis Leis Regina a Pedro Calmon e Peregrino Júnior. Ali também era presente um macaense da Velha Guarda. Beto Reis que com seu comércio de móveis TORA acalantava os desejos de artistas com seu designer moderno e bonito.

Uma mistura de música clássica com rock ou Bossa Nova.. Eu ainda não conhecia o Chico Chaves o que veio a se concretizar nos finais dos anos 70 numa revista do MAM que escrevi texto. Era a época dos finais da contra- cultura e neste revista falavam todos os artistas que vivenciavam a história. Chico Chaves entrevistava Caetano, Gil, Chico Buarque e outros. Veio até onde eu estava e me perguntou que eu fazia no momento em termos de artes. Falei que esculturava minhas formas em sorvete. Chico não perdeu tempo e tacou no jornal do MAM que eu estava esculpindo em sorvete.

Assim era este Rio de Janeiro onde as noites emendavam nas manhãs e o Sol se punha com toda a sua beleza dourando toda a extensão de Copacabana.

Foi um bom Segundo Grau na escola da vida. Mais tarde alguns macaenses foram tomando conta das noites. Lucas Vieira, de seu Manduquinha, foi tocar com Ivon Curi. Lucas, um dos mais requisitados pianistas das noites, recebia sempre os macaenses onde quer que tocasse.

Havia uma Macaé sempre presente no Rio de Janeiro e as noites haviam encontros que se prolongavam por horas e horas. O Rio ainda tinha o Ccheiro da e Ppaz que ainda não conhecia o arranhamento do desnível social. Morro era mesmo morro do Chão de Estrelas e a Lapa tinha ainda o cheiro das pólvoras da torre da Igreja que faltava e que Adelino Moreira colocou no Samba que Nelson Gonçalves cantava. Bater samba em mesa do Amarelinho em caixa de fósforo e harmonia nos pés era toda noite nas madrugadas do Rio nos anos 50.

As sinucas eram freqüentadas e o Carne Frita tomava seu café com leite calmamente antes de fechar o jogo da bola Vermelha ate a Preta , matando a 5, pegando a seis duas vezes e a sete no fundo. Era mesmo uma Lapa gostosa dos bondes de Santa Teresa e saídas para Tijuca e Meier.

Tudo girava em torno de um Rio de Janeiro bem interior e bem Carioca.O Bar Ponto Azul era sempre freqüentado por Carne Frita e sua turma das sinucas da Riachuelo e Centro. Madame Satã subia as ladeiras do Arco da Lapa num gingado típico das grandes marcas da malandragem.

A ausência de Noel era comentada por gente que o conheceu nas esquinas da vida do Rio de Janeiro. Benedito Lacerda compunha Normalista e Telefonista esperando uma ligação da cabina da telefônica de Macaé na esquina de Teixeira de Gouveia com coronel Amado. Célio Ferraz, que morou na casa dele no Rio, me conta, numa madrugada alegre no Bar São Cristovão, onde o Sylvio nos servia as delícias de um Feijão Pingado com Curvina Frita, que Benedito Lacerda criou as duas mísicas vendo as menininhas saírem do Ginásio Macaense vestidas de Azul e Branco.

A musica original era mais ou menos assim. “Vestida de Azul e Branco, trazendo um GM num bolsinho encantador..Depois ele adaptou. Trazendo um sorriso franco.

GM era a sigla de Ginásio Macaense que todas as meninas usavam na altura dos seios.

Como a ligação estava demorando para o benedito falar com sus Ondina, ele criou a “Telefonista, segundo o nosso CPF (Célio Pimentel Ferraz)...

José Milbs de Lacerda gama (editor de www.jornalorebate.com )

20.6.09

ELIAS GOLOSOV, BORIS BLUMEN E STERN CHGARAM Á REGIÃO DE PETRÓLEO, FIZERAM AMIGOS E DEIXARAM SAUDADES E ENSINAMENTOS. MACAÉ TEVE O PRIVILÉGIO DE SUAS P

Poucas cidades do Brasil tiveram o privilégio de ter, como habitantes, homens que fizeram à história de seu Comércio, dedicaram sua vida ao carinho com o próximo.
Em 29 de Dezembro de 1927, assim conta os arquivos familiares de Elias Golosov. “Desembarcou em Santos e foi morar com seus tios onde trabalhou numa indústria de produtos de borracha, botas, capas de chuva, guarda-chuvas, entre outros”. Vinha com o coração partido pela dor de ter perdido o pai, uma irmã e um tio na Guerra Européia. Lutou para trazer para o Brasil sua mãe e uma tia mais nunca conseguiu.
Associado ao amigo Boris Blumen chegou à Macaé e dei início a uma trajetória comercial e social que marcaria para sempre a transformação da cidade ainda totalmente desprovida de homens desbravadores e alegres.
Aonde é hoje (2009) As lojas Pernambucanas e a Loja Preferida, na Antiga Rua Direita Boris e Elias criaram um “point” inédito na Região acostumada a um comércio nativo e fragilizado de idéias. Era o início de nosso “pool” comercial.
O Rebate nasceria no ano de 1932 sob a direção de Èrico Sardenberg e Antonio Duarte Gomes e acompanhou durante estes anos a história dos valores humanos de sua história.
Boris Blumen e Stern não tiveram descendentes. Segundo consta do Domínio Público Macaense ambos deixaram para dois jovens, à época, pobres que trabalhavam em suas lojas todo o seu patrimônio. Segundo relatos de meus familiares estes dois herdeiros foram José Vieira (Mobiliária Carioca) e Armando Borges (Mobiliária Macaense).
Elias, no entanto,deixou o maior de todo o patrimônio que um ser pode almejar neste mundo de rápida e esquecida passagem humana: Legou à Macaé uma prole que se espalhou por toda a Região e chega, hoje, a lugares distantes na mistura de uma genética feliz e de grandes feitos comunitários.
"O Rebate" queria perpetuar, em acessos em todo o mundo aonde chega à internet, este destacado homem de nossa história. Nosso intuito era e é transmitir a toda a comunidade o destaque deste simples Elias Golosov, habitante de Macaé e morador do simpático Bairro dos Cajueiros. Ali ele criou e educou seus filhos em companhia de Dona Alventina Maria da Silva Golosov que, além de companheira e amiga, dividiu com Elias o grande afeto que este casal soube refletir em todos que o conheceram nos anos 50 e 60 do Século XX.
Pessoalmente eu conheci “Seu Elias”. Tive contato com ele e admirava seu modo simples de tratar as pessoas. Sempre rodeado de homens do Bairro simples Seu Elias participava da transformação política de Macaé. Amigo do Ex-Prefeito Eduardo Serrano e do Ex-Governador Celso Peçanha ele lutou, ombro a ombro com os estudantes dos anos 60 para a conquista da transformação do Colégio Luiz Reid (pago) para Colégio Estadual Luiz Reid. Na qualidade de Líder Estudantil do Estado do Rio de Janeiro tive a honra de ter ido até “Seu Elias” para que assinasse Abaixo Assinado para que Celso Peçanha transformação o ensino pago em público.
Era com ele que o Ex-Prefeito Eduardo Serrano, em sua curta e meteórica passagem pela Prefeitura, se aconselhava com objetivo de manter a liderança junto aos menos favorecidos da periferia...
Amigo do humanista Médico Manoel do Carmo Losada, de Antonino Cure, Aristides de Souza, Carlinhos Curvelo e José Vieira de Almeida era sempre visto nestas companhias humanas quando de sua esticada ao Centro da Cidade e numa chegadinha rápida ao Bar e Restaurante “Belas Artes”. Todas as vezes que o Governador Roberto Silveira vinha até a região não deixava de procurar o “Seu Elias” nos Cajueiros onde deixou saudades e centenas de amigos...
Quando O Rebate quis homenagear este velho amigo da cidade, procurou uma de suas filhas. Verinha Golosov aceitou falar sobre a existência de seu pai e nos forneceu os dados precisos de que precisávamos na busca de um informe real.
Elias Golosov nasceu na Rússia no ano de 1914. Seus pais Alexandre Golosov e Anna Golosov viram a as lutas dos Bolcheviques na busca do poder em 1903 e 1905. A cidade de Zaparogype foi onde ele nasceu num dia 7 de Novembro.
Vera não esconde a emoção quando fala de seu saudoso pai e se dirigiu com afeto quando de minha busca dos dados sobre este velho militante Russo/Macaense: “
... Querido amigo José Milbs. Vai um pouco do que pude conseguir junto aos meus irmãos. Você nem imagina como falar de Papai, lembrar de papai, torna-me imensuravelmente feliz e eternamente enternecida e grata pela sua tão doce e sutil lembrança. Beijos neste lindo coração. Com minha gratidão sempre. Todo meu afeto e reconhecimento pelo seu profissionalismo e comprometimento. “Vera”.
Pois é ai vai o que falei no inicio do texto. Da riqueza e do bem maior deixado pelo Elias Golosov para a perpetuação da espécie humana que ele espalhou.
Seus filhos, Magali Golosov, Sonia Lúcia Golosov Alvarez Melon, Vera Lucia Golosov, Tânia Golosov, Kátia Golosov Cure e Elias Golosov Junior, espalharam ainda mais a genética deste grande Russo/Macaense. Mantendo a simplicidade do velho Elias e. a alegria de viver herdada, de seus ensinamentos. Criaram filhos e netos que se agruparam em vários setores da vida do Estado do Rio e de vários lugares do Brasil.
Os netos estão ai para seguimento desta geração de valares humanos. Rodrigo e Camile filhos de Soninha e de meu velho amigo José Maria Alvarez Melon que marcou presença na vida social, esportiva e jornalística de Macaé. Fiel a sua velha Espanha, chegou a cidade que amou e viveu trazendo as lembranças afetivas e sempre falada de seus irmãos: Camilo, Angelita,Júlia, Celestino,Maria Josefa, Geraldo, Manolo, Valentin e Agustina.
O Saudoso Thiago e Diego, filhos de Verinha e Cláudio Pedro, Alex, Eric e Victor filhos de Kátia e de meu amigo Marcus Darlan Maciel Cure, dos bons tempos de “Jânio Bigode na Cara” e das Lides Estudantis dos anos 60,Yuri, Raysa e Yago, filhos de Elias e Ana Christina e Ygor filho de Magaly e Humberto.
Pergunto a Verinha e ela me diz que ainda estão ai para espalhamento da genética de seu amado pai, os bisnetos: João Pedro Golosov Alvarez Melon Curvelo, filho de Camile e Sergio Curvelo Junior.
Destas raízes, verdadeiramente macaenses, forjadas na essência de uma cidade, onde a mistura de raças é a sua predominância, O REBATE foi buscar todas estas informações para conceituar o que significa uma chegada de um homem e o que desta chegada se tornou atual e benéfico para a historicidade.
Macaé é uma mistura de raças. Desde a Ferrovia, onde falo em http://www.jornalorebate.com/livro/int.htm nesta saudável mistura de gente até a chegada da Petrobras. Assim como seu Elias que, enriquece o cenário de nossa cidade/biografia com seus netos, filhos e bisnetos, futuramente outros historiadores irão se debruçar em outros vultos na importantíssima busca de fornecer aos leitores a realidade de lembranças que precisam e devem fazer parte de nossa história.
A partir de hoje, fica a disposição de todos, em qualquer cidade ou pais, a história de nosso “Seu Elias Golosov”. Um dos pilares de uma bela família e de bons amigos. Graças ao convênio de O Rebate com o Google internacional todos terão acesso a esta belíssima biografia humana. (José Milbs de Lacerda Gama, editor de www.jornalorebate.com).

11.6.09

Bairro Novo Cavaleiro perde, aos 84 anos, um dos mais antigos moradores


"Seu Franque", como era conhecido e amado por centenas de moradores do Bairro Novo Cavaleiros morreu aos 84 anos. Gostava de longas conversas, amada os animais e a natureza. Conhecia e vivenciou todas as transformações do Bairro que já teve dois nomes. Era "Fazenda do Escritor Luiz Lauwrie e "Molambo"...
"Molambo", como ele mesmo gostava de contar as histórias, vinha do tempo dos Escravos que habitavam este local. Distante uns 3 quilômetro de onde nasceu o ex Presidente Washintogon Luiz Pereira de Souza, este local tem muitas histórias para serem contadas e o seu Franklin sabia de cor...
"Fazenda do Escritor Luiz Reid" tinha este lembramento de denominação para conceituar a presença da "Família Reid" na Região de Petróleo. As terras iam desde o Bairro de nome "Cancela Preta" até a divisa da "Fazenda" onde residia os pais do Washington Luiz Pereira de Souza...
Seu Flanklin morava nas beiradas da Praia da Lagoa de Imboacica onde pescava e vendia seus peixes. Artezanal como a vida era nos anos de 1930 na Cidadezinha de Macahé, Norte do Estado do Rio de Janeiro. Conhecia, palmo a palma todas as quebradas da cidade e seus antigos moradores. Amigo de velho Negro Honorato, ele veio morar no Novo Cavaleiro, bem lá onde se concentrava o verdadeiro nome do Bairro. Era lá no "Mulambo" ou "Molambo" como teimam alguns passadólogos da linguagem acadêmica, que este lindo homem triturava Aipim e fazia as melhores farinha da Região. Muitos comerciantes de Macaé, Rio das Ostras, Cabo Frio, Carapebús, Quissamã e Rio Dourado vinham para comprar esta farinha que só era batida em gosto pelas feitas no interior da Bahia...
Conheci esta beleza de homem nos anos 70 quando vim morar no Bairro. Mudamos quase juntos para aqui. Eu fugindo do borburinho da cidade e ele por ter aduirido um terreno onde construiu uma casa e criou seus filhos.
Seu Franklin se tornou Evangélico. Sempre fiel aos ensinamentos vivia e praticava a Bondade, a Caridade e o Amor ao Príximo. Podia se dizer que ele era, de fato, a representação viva do verdadeiro Cristão...
Fomos amigos, Eu dele e meus filhos do dele. Nossos filhos cresceram juntos. Pessoaa como seu Franklin, penso, é muito raro de nascer e viver 84 anos neste mundo de crueldade e diferenciação social. Viveu e morreu cercado do carinho de seus filhos, esposa e netos a quem "O REBATE" expressa os sentimentos de saudades em nome de todos que viveram com este vulto alegre, risinho e feliz que habitou este Bairro...
A Rua Via do Sol não será a mesma. Perde uma luminosidade, uma história e um de seus mais ilustres habitantes.
( José Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com )