Boas vindas

Que todos possam, como estou fazendo, espalharem pingos e respingos de suas memórias.
Passando para as novas gerações o belo que a gente viveu.
(José Milbs, editor)

24.10.10

Dona Laurita, A Cigarra que encantou gerações e foi a criadora dos Bairros Miramar e Visconde...



(Foto de arquivo de minha amiga Tania Schueler).
A POETISA LAURITA, UMA CIGARRA QUE DEIXOU SAUDADES NO INCIO DE UM OUTONO FRIO.
Raphael:
REVOADA

Laurita de Souza Santos Moreira





Esta algazarra alada

em fantástico balé

andorinhas em revoadas

voltando de outras plagas,

de luz e azul embriagadas,

alegres, despreocupadas,

valsando em desalinho

como que a nos dizer

num incisivo desafio:



- Abandona o cobertor,

que já lá se vai o frio!

Anda, anda! Não demores,

o inverno já passou,

primavera está chegando,

primavera está cantando,

a primavera chegou!

Os Bairros Miramar e Visconde são frutos da criatividade do Senhor Joaquin (Seu Quincas) Santos Moreira e sua companheira Laurita Santos Moreira. Macaé ainda engatinhava no progresso quando este belo casal se definiu por fazer a venda de lotes neste local ainda virgem. As águas de um Córrego, que margeia toda a extensão do local, eram limpidas e se podia pescar Piabas, Camarões e Ciris. Foi neste encanto de lugar que foram vendidas os primeiros terrenos.
Nesta época, aos 50 e 60, a Ferrovia era o motor financeiro que movia a cidade. A maioria dos compradores foram ferrovários que deram início a estes bairros.
A linda e elegante Laurita e seu belo e simpático compaheiro Santos Moreira foram nuscar na beleza ezuberante de uma menina eleita Miss Macaé, da familia Pereló, Maria Helena Pereló, o carro de frente destas vendas. O "Seu Quincas" sempre foi um homem de visão além de seu tempo e isto o beneficiaria neste empreendimento...
Macaé se desenvolveu e seus maiores Bairros estão ai, com suas principais ruas bem dimensionadas e modernas.
Dona Laurita, na sua simplicidade de Artista e de Mulher Guerreira, se destacou em vários momentos da vida social da Região de petróleo. Cercado do carinho de seus filhos e amigas ela mantinha a alegria e a beleza da natureza na sua casa, onde as Flores, cuidadas com carinho e afeto, também sentirão sua ausência física. Esta casa está situada, uns 300 metros, onde morou a Familia do jornalista Euzébio Luiz da Costa Mello, contemporâneo de seus filhos...
Sempre preocupada com a Arte e a Poesia, foi fundadora e militante do grupo AS CIGARRAS onde fluia e desenvolvia as melhores expressões de nossa cultura. Laurita conhecia as mais belas de nossas histórias e é o legado desta vivência que ela transmitia a todos que com ela tiveram o prazer de conviver...
Luis Antonio e Maria Luiza, seus filhos estudaram no Colégio Luiz Reid e "O REBATE" sempre esteve presenta na leitura desta familia onde, em nossos arquivos, repousam excelentes passagens da história de Macaé que tem suas vertentes e raizes, fincadss na presença dos Santos Moreira...
Ao perpetuar para sempre a presença desta mulher, no convênio mundial GOOGLE/O REBATE, quero que as futuras gerações, na busca de "nossas saudades", possam se espelhar em pessoas como Laurita, uma grande companheira, mãe e fiel amiga. Que as CIGARRAS que cantam, alegremente em nossas Praças anunciando o Sol do Verão que se mistura neste Outono ameno,sejam os sons que nos permitam saber que tudo continua e que sua presença estará sempre ornando as nossas Poetisas e nossos Poetas.
José Milbs de Lacerda Gama, editor de O REBATE no site www.jornalorebate.com

20.10.10

quando bate e rebate o coração...


QUANDO O CORAÇÃO FALA...

Meu coração sabe sentir
mas não me ensina
a descrever os sentimentos.
Penso, procuro palavras
e grito....
Ele se assusta
vibra, fibrila e diz que
palavras são falhas,
são poucas, são dúbias.
Ele bate;
Eu choro.
Então entendo que o
melhor da vida é
o que não descrevo.

18.10.10

ZELIA DE SOUZA AGUIAR UMA HISTÓRIA DEDICADA A EDUCAÇÃO E A REGIÃO DE PETRÓLEO





Rebuscando minhas pastas antigas dos anos 70, quando exercia o mandato de vereador e Cláudio Moacyr estava Prefeito, encontrei alguns recortes de bilhetes que a gente fazia sobre determinadas ocasiões. Cláudio queria homenagear Dona Zélia mais tinha receio, por estarmos em csmpanha eleitoral. Ele era candidato a Deputado e eu a Prefeito pelo MDB.
Era uma ocasião importante. Cláudio queria dar o nome de "Colégio de Professôra ZELIA AGUIAR" e a gente tinha uma especial afeição por ela devido a sua amizade com minha Mãe Ecila, Minha avõ Nhasinha e a mãe de Cláudio Dona Zelita. Naqueles tempos as pessoas eram gratas ao sentimento de amizade e isto era uma marca constante no aprendizado do Amor.
Dona Zélia Aguiar era a fonte de onde todos os líderes políticos da região iam solver dos ensinamentos e dos principais desejos reinvindicatórios em todos os tempos.
Uma espécie de fiel de uma balança imaginária que, sabedor de seu prestígio junto as Massas, todos tinham que passar pela AREIA BRANCA e tomar um café em sua casa que ficava ao lado de uma Escola recheada de calor humano...
Concorria comigo para a Prefeitura de Macaé, outros 5 candidatos. Era o tempo das Sub-legendas. No MDB éramos 3. Eu, Alcides e Mirandinha. Na ARENA: o Antonio Benjamin, Dr. Manoel do Carmo e o Dr. Edwin Waytt. Todos já tinha ido visitar Dona Zélia e a gente adiou a homenagem para depois do pleito para não parecer coisa de eleição.
Era uma tarde amena. O Sol ainda, preguiçosamente, se estendia nos morros da "Areia Branca" e alguns de seus fiapos coloridos davam cores ao lindo Riacho que, alegre e radiante, proporcionava aos peixinhos alguns mergulhos nas belas pedras das Cachoeiras que fazem desde lugar um paraiso.
Dona Zélia estava lindamente alegre com seu sorriso de menina de interior. A sua face era de um rosado de infinita alegria e os olhos tinham o brilho da dignidade e do afeto. Olhamos em redor e pudemos ver, brotando das relvas de uma grama esverdeada e feliz a combinação natural de Dona Zélia com a natureza...
Um longo abraço envolveu esta bela senhora ao meu amigo e Prefeito Cláudio. Não tive ciumes deste afago por que recebi o mesmo e, como que marcado pelo relégio do afeto, tive os mesmos minutos do abraço e do carinho. Sua vóz tinha o frescor dos ventos e pudemos ouvir, saído da sonoridade de seu interior, a frase que a gente levou para o sagrado local de nossas recordações:
- "Claúdio e José Milbs, não posso deixar de votar em vocês. Ao abraça-los pude ver claramente a presença de Zelita e Ecila. Já falei com o Zé Augusto que está no Frade e a minha filha de 11 anos Neliah, irá acompanha-los até a Bicuda Grande para o comício das 20 horas. A Lúcia e as outras meninas já estão avisadas. Façam pela Educação e pela Sáude. Olhem pelo POVO sofrido que eles precisam muito da juventude de vocês".
Os olhos desta linda professorinha de interior mexeu com o coração de meu amigo Prefeito. Cláudio não pode esconder o sentimento e foi traido por uma lágrima que não soube enxugar...
- Pois é Dona Zélia, não ia falar isso com a Senhora hoje. Mais não posso esconder. A Prefeitura irá dar o nome de ESCOLA ZELIA AGUIAR a escola que a senhora ministra aulas e isso é o mínimo que podemos fazer para perpetuar sua prsença neste rincão macaense...
Passado o pleito, anos e anos depois, eleito Antonio Benjamin, esteve com ele num evento em Petrópolis. Antonio me chama num canto do Hotel Quitandinha e me diz:
- Voce e Claudio conseguiram "me furar os votos em Cachoeira de Macaé, Bicuda e Areia Branca. Zélia, Iza e Tarcísio Figueiredo abriram os espaços e voces foram vitoriosos em várias urnas...
Era a confirmação real do fruto eleitoral nascido no amor que sempre norteava as eleições nos anos 70...
Passados anos e anos, no encontro de meus pertences memoriais, registro a presença vida desta senhora professora que até hoje é lembrada e amada por tantos como eu e Cláudio tivemos a honra de conhecer e respeitar.
A AREIA BRANCA ainda reflete o mesmo Sol que pinga seus raios coloridos nas pedras banhadas pelas Cachoeiras e pelo vento ameno. Na mistura de Saudade e reconhecimento centenas de moradores ainda lembram e veneram a querida Mestre Zelia Aguiar.
O REBATE, cuja edição prima pelo respeito a hiatória, homenageia esta missionária das letras e aproveita para desejar aos seus familiares que não se esqueçam que a luta e a maestria de Zélia continuem a trilhar os caminhos de outras mestres.
(José Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com

10.10.10

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Ship, ship, meu gatinho. Não rouba meu bolinho...



Era a história de uma velhinha que morava numa casa que não tinha luz. A sua comida era feita num fogão de lenha, gravetos catados no quintal. Não tinha muitas panelas. Uma frigideira e duas de ferro onde cozinhava Feijão e outra Arroz.
Quando havia alguma carne ela ia levando até o quintal e, numa bica que escorria de uma nascente, lavava a e voltava para o cozimento.
As crianças da visinhança gostavam de Dona Lolinha. Sempre com seus cabelos enrolados para trás em forma de "coque". Eram uma mistura de cabelos brancos com alguns negros que davam a dona Lolinha o sentido de já ter mais de 70 anos.
Nas tardes noites , sob a luz de um velho Lampião ela fazia os seus Bolinhos de Trigo que ela chamava de "bolinhos de Chuva.
Coincidência ou não as crianças iam sempre lá para serem servidos. Era uns bolinhos lindos. Formato de uma gota de água igual a uma Lágrima que a gente vê sempre nos desenhos.
Dona Lolinha ficava de frente para o Fogão e sua têz morena se realçava no iluminado natural de sua cosinha. Falava muito e, com uma grande colher, igual as atuais que se usa para escorrer óleo, ela ia tirando da banha os bolinhos e colocava num papel que era muito comum a quem ia em vendinhas. Era um papel grosso, quase igual ao atual papelão. Cor acizentado que sempre era enrolado nas Carnes Secas ou na Carne de sertão...
Tudo fervendo mais mesmo assim a criançada ia, de ponta de dedos, aproveitando o escurinho do local que ela punha os bolinhos. Furtávamos alguns. Dedos queimados, risos de infâncias lindas e era comum a gente ouvir Dona Lolinha dizendo:
- SHIP, SHIP MEU GATINHO, NÃO ROUBA MEU BOLINHO'...
Como ela tinha uns gatos que ficavam sempre na ronda da da cosinha, as crianças e eu também "era isso neste tempo", pensávamos cá com a nossa inteligência:
- DONA LOLINHA NÃO ESTÁ VENDO A GENTE PEGAR OS BOLINHOS E ESTÁ PENSANDO QUE É O GATO'...
E assim a criançada ia ficando até tardas da noite alegrando a Dona Lolinha com nossas presenças e, pensando que enganávamos a Dona Lolinha...
José Milbs, editor)... www.jornalorebate.com

7.10.10

Conversas nas esquinas de uma cidadezinha, nos anos 40 50 e 60, chamada de Macaé, as coisas aconteciam devagar como o balançar das ond


OS FERROVIÁRIOS

OS FERROVIÁRIOS (texto do Livro "O Pinguin da Rua do Meio")

... Das longas conversas nas esquinas de uma cidadezinha, nos anos 40 50 e 60, chamada de Macaé, as coisas aconteciam devagar como o balançar das ondas alegres da velha Praia de Imbetiba...

Tinha todo o tipo de alegrias. Do sorriso largo e puro de seu Miranda pai de "Bill", "Pau -Puro" e Webe? alguém pode esquecer? Ele nos chamava de "meninos". Era assim que os velhos ferroviários como eles e Walter Quaresma tratavam os alunos do SENAI. Era uma espécie de "preparação no ritual para nos preparar, no afeto, para sermos futuros ferroviários. Passavam para nós o carinhoso olhar de paternidade que seria repassado por gerações. Até hoje o José Pacheco, um mais velho que nós, me chama de "menino" aos 68 anos.

Trilhos Maria Fumaça

Dentro do mundo de trabalho na ferrovia havia uma grande distância entre as pessoas em termo de idade e tempo de casa. Embora igualitariamente em todos os setores, como pagamento em chamada nominal no trem pagador, e outras tantas funções que exercitávamos, havia, na idade algo paternal no trato.

Era desta Macaé/Rua do Meio que eu sempre quis falar. Longe dos batuques de estacas e perto dos batuques das nossas Escolas de Samba dos Cajueiros, que não tem Caju. Aroeira que nunca vi um pé desta árvore e o Independente que teima em ressoar nos próprios batuques de nossos corações.

Esta cidade não cresceu. Ela inchou com algumas chagas que, poluindo a sua essência, ainda polui a própria essência nativa, transformando em novidades as vertentes naturais de um Rio que deveria correr para o Mar.

As tardes que banhavam o sentar descansativo de centenas de ferroviários, que se acomodavam na sombra da amendoeira do "Bar Mocambo", ainda são as mesmas. Tem o mesmo frescor dos anos 40. Apenas não recebem mais os vultos alegres, as fofocas e os fugidios momentos de encantamento onde as bicicletas eram as testemunhas e esperavam para serem tocadas até Imbetiba quando, o ultimo Buzo tocava anunciando a volta ou a ida dos Trabalhadores da Estrada de Ferro Leopoldina.

Era, destas figuras, que se misturaram a uma Macaé forte com produtos de filhos e netos que tiveram início nos anos 40, que me propus a escrever.

Pouca gente sabe e acho que nunca foi retratado em livros os inícios da vida dos ferroviários de Macaé no tempo dos Ingleses.Homens semi -analfabetos, pioneiros na formação de um trabalho se aperfeiçoavam na tarefa de mexer com as máquinas e ferramentas que chegavam ao ponto de dar aulas de conhecimentos a engenheiros estrangeiros que aqui vinham.

Eram das "Maria Fumaça", com seus vapores tocados a lenha, que se faziam a verdadeira história deste país nos anos que antecederam ao Petróleo.

Desde Macaé, passando por Campos dos Goitacazes, indo a Cachoeira do Itapemirim, Vitória e Bicas, em Minas Gerais, homens e mulheres aqui aportaram e fizeram suas vidas nascerem. Filhos serem criados.Igual aos homens do Petróleo nos anos 80. Macaé é a única cidade do mundo que tem uma mistura tão acentuada e forte em sua genética. Desde a Ferrovia ao Petróleo esta mistura é a real motivação de aqui ter um povo extremamente cordial e universalmente feliz.

MOCAMBO

Nos anos 30 e 40, uma vala longa servia de banheiro coletivo onde, acocorados em tábuas e tijolos, os primeiros ferroviários viram nascer esta cidade no progresso da via férrea. Nos anos 80 os luxuosos banheiros, na descoberta do petróleo não diferenciam o objetivo comum da nova formula de progresso. Mudou-se o método mais o objetivo é o mesmo: cumprimento das necessidades fisiológicas.
Muitos que hoje, em luxuosos e cheirosos banheiros, são filhos daqueles desbravadores que tiveram, acocorados a uma vala fedida, a coragem de dar os primeiros passos para esta caminhada que se aproxima do fim.

'No Balcão do "Mocambo" não se vê mais seu Nicomedes com suas alegres risadas. Temos apenas que nos confortar com a ida de Gilberto para o balcão da "Taberna da Praia" onde ainda se pode recordar entre outros os velhos papos dos anos 50. Gilberto, "Dodô", Nilcemar "Mamá", "Nensinho Cauby" e Assis "Gozado", ainda são remanescente do autodidata que se esvaem nas escaídas de uma cidade que, some a cada tacada encaçapada, na história da existência e no ultimo gole de um chope gelado.

MANACÁS

A rua da Praia, cercada de Manacás, escondia os mal pagadores que, para não passarem na "Rua Direita" e serem cobrados, davam a volta por "detrás dos pés de Manacás" com destino ao cinema e a Boa Vista. Quando "neguinho" via algum se dirigindo para lá já gritava, em risos altos e terrivelmente mal aceitos: "Já vai, heim?

Ainda sinto o cheiro da maresia que vinha nas ondas de Imbetiba com peixes pulando sobre ondas e indo até a praia, pegos com as mãos. Não acreditam? Pois eu mesmo já apanhei muito peixe com as mãos nas pedras rodeadas de mar em Imbetiba e na pedra dos Cavaleiros onde hoje, as crianças do Projeto Botinho do corpo de Bombeiros, se reúnem.

Quando algum Ferroviário, mais elegante vinha pedalando uma Monark com aros cromados falavam aos cantos: De bicicleta "Novinha em Folha heim":? Até hoje não sei o porque desta frase "Novinha em Folha".

Quem gostava muito de desfilar com uma Monark colorida e,que acendia luzes ao toque mágico do freio na mão esquerda, era Lamanda e Maury "Loucura de Maio".

A ferrovia marca o início de uma transformação profunda na cidade nos anos 30, 40 50. Não só pela cultura que se misturava como pelo casamento com gente nativa. Miramar, Cajueiros, Aroeira, Imbetiba e Praia Campista foram as semeaduras destas misturas de sangues, vindo dos trilos das velhas locomotivas nas transferências de gente de toda a parte. O que acontece hoje com a Petrobrás, na mistura de gente e raças foi, iniciada com a ferrovia.

Num canto de mesa, do Bar Mocambo que tinha a Amendoeira, plantada pelo pai de Ruy Pinto, quando alí havia a séde da Alfândega, com sua vertente sombria natural e fresca, uma Velha Rumba sonoriza rastejante e assume o ambiente das recordações:

"Um dia.
Uma vez lá em Cuba,
dançando uma rumba,
disseram que eu era.

E o breque repetia em todos os ouvidos que viviam a época:

"Escandalosa
Escandalosa"

E todos iam ia assobiando e cantarolando com destina as Oficinas de Imbetiba a espera do Buzo do Meio Dia. No auditivo de todos os velhos ferroviários, o som da Radiola do BarMocambo de seu Nicomedes Aguiar.

MISTURA DE RAÇAS

Macaé ganhou com tudo isso a forte raça que desponta nos anos 2008 com belas e opulentas cabeças nascidas destas transformações. As misturas iniciadas no final do Século com a chegadas dos Petroleiros, fortalecem ainda mais a vertente sanguínea de nossa formação nos próximos 20 anos. São homens de todas as cidades do Brasil outros do exterior que chegam a cidade e se amalgam as nossas culturas nativas.Trazem suas Histórias, suas Canticas, sotaques e Lendas. Seus filhos e filhas que com os nossos formam a cultura que não se encontra em lugar nenhum do Brasil.

Nos colégios, Públicos ou Particulares os meninos e meninas buscam fortalecer o vínculo de uma nova cidade que, saída do ciclo da Ferrovia, entra no ciclo do Petróleo com o fortalecimento de um novo afetivo entre seus descendentes.

Assim como nos anos 30 e 40, a nativa e pura Macaé recebeu os velhos ferroviários, ela hoje, nos anos 2000, recebe e, se mistura, com velhos Petroleiros que fazem revigorar o sentimento do amor universal que faz a cidade crescer. Novos Bairros são formados com habitantes que chegam em busca de trabalho onde iniciam a troca de informes culturais e aprimoramento da nossa cultura nativa.

DAS NOSSAS FRIVOLIDADES

A gente fazia nossos "Barquinhos" de folhas de jornal ou de cadernos deixados, a correr, por entres pingos de chuvas em beiras de calçadas. Era assim as Ruas que davam acesso a Praia de Imbetiba. Rua do Meio (Dr. Bueno), Rua da Poça (Luiz Belegard) e Rua da Igualdade (Cemitério). Ficavamos observando para ver onde iam nossos sonhos tão belamente vestido neste paraíso que só crianças e velhos podem ver e sentir. Barquinhos de Papel que viajam em muitas mentes infantis por este mundo afora. Barquinhos que o cimentar e o asfaltar das ruas deixou no esquecimento na poeira da vida... (José Milbs de Lacerda Gama, memorialista, cronista e jornalista. Editor de www.jornalorebate.com )