Boas vindas

Que todos possam, como estou fazendo, espalharem pingos e respingos de suas memórias.
Passando para as novas gerações o belo que a gente viveu.
(José Milbs, editor)

26.8.10

Capitulo 8 do livro SAGA DE NHASINHA - Fazenda Santa Francisca em Quissamã e Ayris em Macaé....


Alice Quintino de Lacerda, Dona Inhasinha, nasceu em 20 de Agosto de 1989, em Capelinha do Amparo - Sitio em Carapebús, RJ. Faleceu, no Rio de Janeiro em 29 de Agosto de 1962.
Caosu-se em Quissamã, como rico Fazendeiro Mathias Coutinho de Lacerda, na Fazenda Santa Francisca em Quissamã, RJ. Seu pai, Emilio Quintino Tavares da Silva, era amigo pessoal de Francisco de Almeida Pereira, amizade que foi conservada até hoje por seus descendentes...
Uma história dedicada a Familia e ao amor a Região de Petróleo, com 30 anoa de dedicação a Igreja Matriz de São João Batista, "Dona Nhasinha" foi Presidente do Apostolado da Oração durante 21 anos e seu corpo, por este e outros motivos, foi velado dentro da Igreja da Praça de Macaé um faoto inédito no Catolicismo.
Amada e reverenciada, foi uma das mulheres mais ilstres de nossa cidade. Herdeira da famosa FAZENDA DO AYRIS, jamais perdeu a simplicidade que teve até o final de sua existência.
ABAIXO TEXTO DO LIVRO "SAGA DE NHASINHA" QUE SERVIRÁ DE BASE PARA O LIVRO SOBRE OS ULTIMOS 4O ANOS DE HISTÓRIAS DE NOSSA REGIÃO...

"NHASINHA" CASA NA FAZENDA SANTA FRANCISCA EM QUISSAMÂ

O Casamento de deu no distrito de Quissamã, na fazenda de nome Santa Francisca onde meu bisavô era administrador. Até pouco tempo eu tinha muita curiosidade deste fato e ele foi esclarecido por minha mãe Ecila em l999 quando lhe perguntei sobre o casamento de "Nhasinha" e Mathias.

Daí foi que fiquei mais preciso da fecunda amizade que minha avó tinha por Ruben Almeida e Francisco Almeida Pereira. "Chico" Almeida era um dos proprietários da Fazenda onde tem uma capela local da celebração do casamento.

Um fato que muito marcou minha infância era quando ia a casa de dona "Santinha", esposa de Joaquim Santos na rua Pereira de Souza.

Era uma senhora de fino trato que me deixava feliz em vê-la conversar com minha avó "Nhasinha". Almoço, café da tarde era onde eu gostava de ir.

Mais tarde quando dirigia ""O REBATE soube que ela era avó de Cláudio Upiano Nogueira Itagiba meu amigo e redator e mãe de meu padrinho o médico Moacyr Santos.

Acho que os afetos macaenses se atraiam muito no tempo em que a cidade engatinhava no progresso.

Mathias levou consigo duas filhas, Doca e Ondina de seu primeiro matrimonio com a irmã de "Chico Lobo", como já me referi.

Durante o período de viuvez confidenciou que tinha dois filhos naturais de um seu relacionamento com uma mulher negra. Estes meninos chamavam-se Mário e Zélia, que mais tarde vieram a ser educados por "Nhasinha" a pedido da mãe dos menores.

Além desse casal , Mathias Coutinho de Lacerda disse que tinha tido mais filhos durante o período de viuvez de seu relacionamento com duas senhoras de Conceição de Macabú. Estes meninos se chamavam Benedito. Ambos levavam seu sobrenome Lacerda.

Claro que a existência desses filhos naturais sempre acompanhou a vida de minha avó, que se referia a eles com afeto. Benedito Lacerda cresceu e entrou para a Leopoldina e foi um dos responsáveis para eu ingressar no SENAI, já que eu era seu sobrinho e ele me olhava sempre com carinho.

Era uma pessoa meiga como meiga era "Morgadinha" sua esposa. Durante a minha juventude eu tive Benedito sempre por perto, me dando bons conselhos e carinhos quer na Leopoldina, quer no Fluminense, onde ia com amigos. O outro Benedito seria o músico que foi morar no Rio de Janeiro. Tocava flauta.

Quanto ao "Benedito Flautista",não tenho confirmação de seu parentesco com meu avô. Embora ele tenha se casado com uma senhora de nome Ondina, tendo vindo em minha casa para conhecer minha avó, acho que a filiação com meu avô ficou longe devido ao pouco contato que tiveram com ele.

Mathias Coutinho de Lacerda nunca mentiu para Alice Quintino de Lacerda, daí o forte laço de carinho que norteou suas vidas durante o tempo em que se fizeram casados e que se estendeu na própria viuvez de Alice Quintino de Lacerda por longos 33 anos.

Nos primeiros anos de vida comum, Nhasinha morou na "Fazenda Airys" de propriedade do casal.

Meus bisavós continuaram em Capelinha do Amparo. Alice e Mathias viviam sua nova vida em Airys, uma das mais lindas fazendas de Macaé no início do Século.

Para se ter uma idéia da dimensão do poder que exercia Mathias Lacerda na região, historiadores de Conceição de Macabú citam até hoje a Fazenda do Airys como marco de divisão em suas histórias.

Era dessa fazenda, que mais tarde Alice Lacerda vendeu, por não poder cuidar, que se extraiam as madeiras que eram levadas pelo Rio Macaé até a cidade com o mesmo nome

Um fato que me marcou foi quando eu perguntei, já menino , porque ela vendeu a Fazenda do Airys já que era um coisa deixada por meu avô e que podia ainda estar com a família. Ela disse que dentre outras coisas foi porque não tinha um filho varão para tocar a fazenda.

Sendo uma cidade pequena onde todos se conheciam, não era muito difícil as comunicações sociais entre os moradores. Seu Mathias, conhecido como Capitão Mathias, além de respeitado homem de negócios, era influente na vida da comunidade. Com ele, Júlio Olivier, Custodio da Silva Jr., Bento Costa Jr., José Miranda Sobrinho., Henrique Daumas, Antenor Tavares, Chico Lobo, Cezar Mello, Laffaiette Vieira e tantos outros participavam das grandes decisões políticas e sociais dessa época .

Mathias Coutinho de Lacerda assim como Custódio, Júlio Olivier e José Miranda Sobrinho, eram vereadores na década de 20 e seus nomes constam dos anais dessa casa legislativa . Todos são nomes de ruas .

O SOL DE UMA CIDADE PURA NOS ANOS 20

Ainda não haviam sido feitas as reformas da Rua da Praia e o Amanhecer Macaense era beirando o encontro do Rio Macaé com o Oceano Atlântico, numa bela imagem fornecida pelos encantos dos raios do sol com o estrondoso e aconchegante encontro do Rio com o Mar.

A Pororoca tinha o sabor mais que perfeito e vinha com cheiro de maresia e odor de peixes frescos.

Ao sentir a proximidade do encontro dessas duas divindades, os Robalos saltavam em mergulhos frenéticos e as Sardinhas saiam em lindas correrias em busca do amor livre e feliz com seus pares. Robaletes, Muriongos, Cirys, Peixe-Espada, pequeninas Piabas e algumas Ostras nativas se assanhavam em passeios que faziam brilhar suas escamas em harmonia com o Sol que, saliente e alegre dava seu toque de coloração ao ambiente.

Havia quem afirmasse que via os peixes saltitar em belas investidas, de um lado do rio para o outro do lado do mar.

Essa integração Natureza, Mar e Terra teve seus dias terminados com o progresso e a reforma da rua da Praia que criou barreiras de cimento entre o belo e o feio.

Barcos grandes e com gente de formatos estranhos e vozes misturadas com sotaques diferenciava os nativos que, sentados nas beiradas das calçadas, via o tempo que passar.

Muitas espécies de peixinhos morreram desacostumados com os paredões erguidos. Pulavam, batiam com o corpo na cimentação vendo a morte chegar em seguidos sofrimentos.

Seria o auto-sacrifício da espécie ante tão desumano e triste ação humana? Já se podia antever, nessa época, o que seria a história de uma cidade tão vilipendiada num futuro não muito distante, em suas belezas naturais.

Bom seria que Mota Coqueiro, ao invés dos 100 anos eternizasse a lendária praga. Assim muitas de nossas belezas ainda estariam sendo vistas.

Quer destino pior que teve a praia de Imbetiba invadida e destruída pela descoberta do Petróleo no final da década de 70?

Quem andava nas ruas empoeiradas e lindas nesse início de século XVIX sabia da natural beleza que emanava de suas ruas esburacadas longe do fedor das descargas de automóveis e carretas

Tinha o cheiro saudável dos suados bois e cavalos que eram comuns desfilarem em ruas e vielas.

O Bom Dia dos cavaleiros era ornamentado pelos sorrisos alegres das senhoras que enfeitavam a passarela com suas cadeiras no decorrer das ruas mal dimensionadas e belas.

Ainda não haviam os apitos dos trens dos ingleses e Macaé dormia sua história em noites de embalos infantis. Sonhos doirados na verdadeira e original realidade.

Milhares de pirilampos davam beleza as noites com seu piscar belo e natural...

( texto extraido do livro Saga de Nhasinha on-line no site www.jornalorebate.com
José Milbs, editor )

18.8.10

Aos 101 anos, cercado de carinho, morre Dona ZILAH DOS REIS PEIXOTO



Uma história de alegrias, lutas e cordialidades marcaram os 101 anos de Dona Zilah dos Reis Peixoto. Sua residência sempre foi numa linda morada, perto da Rua Principal, com poucos metros do Centro da cidade e cercado de visinhos e velhos amigos que sempre estiveram em longas conversas no tempo em que a Região de Petróleo ainda tinha as SUAS CADEIRAS NAS CALÇADAS...
Nascida no visinho municipio de Silva Jardim, chegou em Macaé no ano de 1932, ano da chegada também do jornal O REBATE. Tinha um amor muito grande por Macaé e partiu sem receber uma Cidadania Macaense. Bom seria que isto tivesse acontecido...
Esposa paciente, amiga e fiel do inesquecível JOSE CORDEIRO PEIXTOTO, competente funcionário da Leopoldina e que marcou sua trajetória nesta vida cruel e terrena com atenciosas amizades e gestos nobres, jamais deixando de atender com carinho todos que o procuravam na Rede Ferroviária. Mãe de meus comtemporâneos Roberto, Marilia, Norma e do meu querido advogado e mestre SYLVIO ROBERTO DOS REIS PEIXOTO.
Uma vida de 101 anos que deixa um legado de netos e bisnetos e a certeza de que soube cumprir com alegria e simplicidade a missão que lhe foi outorgada pela criação.
O último Domingo ela saiu desta vida onde foi cuidada até o último momento, acariciada pelo agradecimento das vidas por seus filhos, netos e bisnetos, representados fisicamente pelo primogênito Sylvio Roberto.
Pouco mais de 30 dias estive conversando com o Mestre Sylvio e perguntei por Dona Zilah, pessoa que eu sempre gostava de ver quando da minhas idas a Chácara de minha Tia Santa, mulher de Chico Lobo. Sua casa era passagem obrigatória e sempre que podia perguntava por Roberto. Gostaria muito de ter conversado com ela para retratar histórias de uma cidade que se esvai no esquecimento neste túnel de tecnologia que cimenta, em muita gente, o calor humano que ainda brota na gente quando tocado pela vivência de pessoas tão felizes como como Zilah que, na simplicidade de uma longa existência, nos brindou com uma geração de filhos que honram nossa comunidade.
Queria um depoimento dela, suas experiêencias, falar das saudades, das dores nas perdas de Roberto e José Cordeiro, de suas alegrias em ter o restante da filharada, Deus sabe como, criados, sadios e, ao seu lado.
Não me foi possivel fazer esta entrevista mais, daqui da redação de O REBATE quero transmitir a todos os familiares dsta bela senhora de 101, que já deve estar sendo recebida com festas no Paraiso, os sentimentos de nossa equipe de colunistas e colaboradores em todo o Brasil.
Doravante, devido ao nosso convênio mundial com o "GOOGLE busca",todos poderão acessar e saber que, em Macaé, no ano de seus 200 anos de Emancipação, morou, viveu, amou e foi feliz,uma linda mulher de 101 que tinha como principal carisma a simplicidade...
Jose Milbs de Lacerda Gama, editor de www.jornalorebate.com

10.8.10

Aniversário de uma mulher guerreira. Uma mãe, uma professôra: CENI ANDRADE


NIVER DA CENI/PROFESSORA DE MATEMÁTICA /MÃE DE JUCA/LALU/RITA E BRAULINHO

Noticia chega ao jornal "O REBATE" de muitas formas maneiras. Algumas por emails, outras tantas por telefone e assim por diente. Mas, quando alguma chega pelo desfolhar do sentimento de amor, misturada com a vivência afetiva e que bate no que a gente sabe ser verdadeiro, a noticia se torna saudável e alegra o coração.
Foi assim quando Ana Lúcia (Lalu)de Andrade me fez ciência do aniversário de Ceni Andrade, uma leonina de 11 de Agosto.
Falar de Ceni, que conheço quando ainda era menina e que antes mesmo de deixar as bonecas de pano que brincava, presenteadas no afeto de seu saudoso pai José, já tinha o dever de amamentar e ajudar a viver o fruto maior de seu amor na representação divina do embalar filhos, é uma doce missão que o dever de cronista se torna muito leve e salutar.
Ceni nunca de deixou tocar pela vaidade e jamais fugiu às suas origens. Guerreira na busca do conhecimento da vida e uma fortaleza no trato com as tempestades que a vida lhe fez conhecer. Na dor de perdas ela sempre soube escantilhar um leve sorriso como que sabendo da fragilidade da existência e, ao invés de "ser confortada" confortava em momentos, na vida, que todos fraquejam e tombam,
Ceni soube juntar a Matemática da vida, não só nos ensinamentos como no exemplo de vida. Sua alegria de viver, sua maneira de palavrear frases e até palavrões, ficam ornados pela simplicidade de sua fala e caem bem aos ouvidos atentos e desatentos com a sonoridada de belo e do frescor suave a quem sempre viveu e vive em consonância com os ventos marinhos de uma cidade extremanente dela: Macae...
Macaé, a Educação do Rio de Janeiro, milhares de jovens e adultos que tiveram a alegria de receber o sorriso simples e a fala firme desta mulher, se fazem presente nesta homenagem que "O REBATE" presta a esta data que marca o Niver de Ceni.
Na condição de jornalista e cronista fico bem a vontade para deixar flui de minhas paredes memoriais este texto que embala o que de bom a gente sente ao falar de pessoas queridas.
Meu pai, Djecyr Nunes da Gama, Sapateiro em Macaé no final dos anos 30 e início dos anos 40, deixou, também leonino "o lucutor que vus fala". Em 13 de Agosto, um pingo de amor dele com minha mãe Ecila, me deu vida. Neste tempo, um outro Sapateiro, colega de meu pai, dava a vida a Ceni. O Velho Gama correu mundos e sempre que estive com ele, nos poucos momentos de encontros, perguntava pelo querido "Zé Bonito", apelido carinhoso que norteava o afeto que vem sendo passado de pai para filho nesta cidade de poucas memórias e que teimo em fazer histórias...
Braulinho e Rita se foram. Mãe Durvalina e tantos outros se foram, mas não levaram a coragem, o sentimento de amor e o sorriso de fé que teimam em ficar presentes na vida desta valente mulher/professora que festeja mais um ano nesta vida que ela sabe ser de muita luta e muitas provações...
Lalu e Juca são testemunhas vivenciais e, no egoismo comum a todos os filhos, sabem melhor, "do que todos nós outros", desta sutileza e fortaleza que não esmorecem jamais...
Parabéns Ceni. Você me mandou um scrap no orkut onde diz" que sou fiel a minhas amizades". Nunca uma pessoas esteve tão próximo de minha escondida virtude. Quem sabe, quando de minha partida, possa levar esta bela descoberta sua no meu epitáfio?
Receba, Vovó Vuvuska, além do carinho de seus familiares e do abraço fiel da muitas amigas e em especial o de Carminha Garrido, o meu texto, saído do reconhecimento de todos que te conhecem a admiram.
Fraternalmente, José Milbs de Lacerda Gama, editor de O REBATE

PS: Agradeço a Ana Lucia, a querida Lalu. por ter me feito lembrar de tanta beleza que é falar de sua mãe Ceni...

Texto do Email de Ana Lúcia:

Dia 11/08/2010 é aniversário de minha mãe.Parabenizando-a por ser uma mulher tão Guerreira, tão Forte, tão Bacana, uma Mãe e tanto , enfim CENI é para mi que sou filha uma das pessoas mais incríveis que já conheci, pela tua Fé, pelo teu Caráter, pela pessoa tão simples e ao mesmo tempo tão cheia de talento e cultura, mulher de muita inteligência, sábia.Sejas sempre um Porto Seguro de você mesma Mãe, eu te admiro, você é D+++++++++++++

Ana Lucia Ferreira de Andrade
Gerência Setorial de Auditoria de Contas e Pagamentos
Compartilhado/RSUD/SAMS/ACP
alfandrade@petrobras.com.br

CENI ESCREVE E EU PUBLÍCO SEU LINDO AGRADECIMENTO.

Vovuska Andrade:
Zé Milbs,junto ao meu agradecimento por essas palavras tão gostosas,ditas a meu respeito,repito e reafirmo ,voce não esquece das suas reais amizades...e que memória!!!!!!! Além de não esquecer dos amigos,voce nunca foge das suas raizes,e eu o admiro muito por isso. Nós somos "leoninos porretas" ,que não fugimos das lutas...
Mais uma veZ : OBRIGADA!!!!!!!!!!!!!

5.8.10

Será que toda POESIA já foi ESCRITA? texto pinçado do Livro SAGA DE NHASINHA on-line




Pierre aoa lado de seus filhos.
Não sei ser Poeta. Seria belo se fosse. Texto do Livro que tenho on-line no O REBATE,em Livros de José Milbs...

13

Será que toda poesia já foi escrita?

Será que todos poemas já foram lidos?

Seria redundância rever o azul do mar?

Ou seria uma nova cor quase igual a outra de vi ontem?

Preferiria, sei lá...

o Pique Picolé.

Você quer brincar de Pique?

É de pique picolé...

Os cadernos escolares de hoje são modernos. Coloridos de formatos e fotos mil. Mas o cheiro daquelas minúsculas partículas que ficam nas folhas quando apagadas pela borracha é o mesmo de 50 anos atrás.

É igualzinho ao cheiro do vento que vem com a chuva anunciando uma nova estação. Lento, alegre, com harmonia, brota das poças d'águas das ruas nos meses de setembro. O cheiro é o mesmo. A chuva outra. Nós, humanos, seríamos os mesmos?

Pode existir frases, momentos e até ocasiões na vida merecedora de recordações. Quer coisa mais linda que rever as futricas infantis? Suas pescarias e brindes? E ainda ir numa vendinha e comprar algumas Balas ou Rapaduras e receber algo "devendagem"?

Não consta em nenhum livro nem dicionário esta palavra - devendágem - que rebuscada das minhas memórias brota e trás as lembranças das vendinhas e botecos onde se iam em busca de pequenas compras e saudosos afagos dos seus proprietários.
Quase todos habitantes das casas que serviam de comércio.Como era os de Seu "Bilu" Miranda, Seu "Barretinho", seu "Robertinho", Seu "Celino da Padaria", Seu Gaspar e tantos quantos habitavam A Região de Petróleo em seus bairros e ruas.

ECILA TEM SEU FILHO

Ecila cumpriu a sua promessa dos oito anos. Nasceu seu primogênito que foi chamado de José Milbs e dado simbolicamente a Nhasinha que o pegou no colo e nunca mais o deixou.

Ecila cumpria sua promessa e Nhasinha ganhava, 35 anos depois, um neto com o nome do filho querido que havia morrido aos 3 anos.

Não é preciso ir muito longe em entendimento psicológico para imaginar e ter a certeza que essa criança era a projeção de todo o amor que essa linda senhora tinha perdido no filho José Milbs da Silva Lacerda e no espôso Mathias Mathias Coutinho de Lacerda. Um ser, que ao nascer no dia 13 de Agosto de 1939, reuniria todo o potencial de amor e carinho nas ausências que seu ser tinha na existência. José Milbs nasceu "meio doentinho como falavam a boca pequena". Era o que diziam todos que iam visitá-lo na Casa de Caridade de Macaé, no quarto 10 de um longo corredor...

Sua cabeça tinha uma bola cumprida, meia molenga parecendo que tinha duas cabeças.

A medicina achava impossível sobreviver. Corria o risco de ter sérios problemas mentais. Chamado as pressas batizaram a criança para não morrer pagão e o Frei Baltazar de Carapebus ministrou a extrema-unção. O médico da familia, Moacyr Santos atendou o convite de Ecila e Nasinha o o batizou...

Nada se podia mais fazer. Nhasinha perderia mais um de seus mais lindos sentimentos. Perderia a reencarnação de todos os amores mortos em Mathias e José Milbs I.

MILBS, MIRNES E MILNE

Perguntei um dia, e disto já relatei no iníco desta Saga. É sobre a origem deste nome Milbs. Minha avó disse que foi de uma "Santa Milburgenes" que ela tinha visto na folhinha do "Sagrado Coração de Jesus". Aproveitou o início e o fim e pôs no seu filho que nasceu e morreu, aos 2 anos de um tal de crupe que matava a rodo nos anos 20.

Pierre falou, durante uma visita que lhe fiz após ter sofrido uma violência em assalto nos anos 2003, que Santa quis fazer uma homenagem ao primeiro filho de Nhazinha de nome Milbs mais, o Tabelião da Bicuda Grande, que era semi-analfabeto registrou Mirnes ao invés de Milbs. Contou ainda, Pierre Tavares da Silva Ribeiro, que que o pai de Milne também quis fazer a mesma homenagem ao casal Mathias/Alice Lacerda. Aconteceu o mesmo erro. Registraram Milne.
Milne Evaristo Ribeiro foi o primeiro Prefeito da Cidade de Conceição de Macabú.
(José Milbs de Lacerda Gama, editor de O REBATE )