Boas vindas

Que todos possam, como estou fazendo, espalharem pingos e respingos de suas memórias.
Passando para as novas gerações o belo que a gente viveu.
(José Milbs, editor)

27.12.11

Lembrando do Mestre Antonio Alvarez Parada - TONITO --





No que você está pensando?

Jose Milbs Gama
LEMBRANBDO DO MESTRE ANTONIO ALVAREZ PARADA O QUERIDO TONITO

Um dos grandes valores de nossa Velha Macaé. Tonito foi meu professor no SENAI, sua irmã, a linda e querida Anita minha mestre em Portugues, imrão do Colunista de O REBATE nos anos 60 Cezário Alvarez Parada, Irmão da simpatica e alegre Herminia, sofreu com Dona Artemia a morte prematura de Pilar a lindissima menina que a todos encantavam. Que a minha querida Detinha, sua fiel Companheira tenha um Ano de Luz e que Macaé não esqueça seus valores culturais que O REBATE, volando às Bancas em Janeiro, será o defensor... Grande Tonito. Grande Poeta e Historiador. Nosso Mestre.. Jose Milbs de Lacerda Gama editor de www.jormalorebate.com
http://www.jormalorebate.com/
www.jormalorebate.com


CEZARIO ALVAREZ PARADA JR E OUTROS, VIA FACEBOOK FALAM SOBRE TEXTO
Luiza Caetano Feliz Ano Novo Querido José Milbs, igualmente para o Rebate a continuação dos sucessos e das notícias

Cesareo Jr Alvarez Parada Obrigado Jose Milbs,pela lembrança. que tenha de igual valor tudo que a nossa familia foi desejado. abraços Cesareo Junior

4.12.11

Ex vereador da Região de Petróleo, Otoniel Gomes tavares, "TAECO" morre após Cirurgia. Corpo chega hoje em Macaé...





Neste domingo a noticia chegou e pegou todos de ssupresa. Aos 74 anos, o empresário e ex vereador Otoniel Gomes Tavares não resistiu a uma Cirurgia Cardíaca e faleceu no Rio de Janeiro.
Nascido em Carapebus, quando ainda era distrito de Macaé, capital nacional do Petróleo, desde cedo mudou-se para a cidade. Foi ferroviário nos no final dos anos 50 e,em no ano de 1966 foi eleito Vereador. Participou comigo na Camara dos Vereadores e juntos criamos um bloco parlamentar que era composto por mim, Jodyr Souto Correa, Lealdino Magalhaes, Roberto Garrido de Souza. Eramos do antigo MDB e fui lançado a Prefeito em uma das 3 legendas do partido.
Deixando a politica,dedicou-se ao Comércio de Tintas e fundou a TAECO TINTAS se firmando no ramo quando a cidade ainda engatinhava no progresso. Mesmo afastado sempre se preocupava com os problemas da comunidade e, das poucas vezes que tive contado com ele, sempre perguntava pelos andamentos jornalisticos de O REBATE e falava de sua preocupação com a saude...
Particioante ativo do LIONS CLUB DE MACAÉ onde sempre se destacava pelos seus dotes de assistencia os mais necessitados, era visto sempre colaborando com várias entidades sociais de Macaé e da cidad de Carapebus. O REBATE imortaliza sua presença na vida e sente sua morte que abre uma lacuna de grandes saudades a todos os moradores, principalmente os da Rua do Meio (Dr. Bueno ) onde ele tinha seu comércia a mais de 30 anos. Participante ativo na Maçonaria e membro de sua fundação conforme texto abaixo onde participou com destaque na Obra da sede em lembrança feita pelo obreiro e amigo Nemezio Nelman Albuquqerque:


"O homem Maçom deve ser o novo Prometeu que rouba o fogo
dos deuses e o entrega a seus semelhantes.
Neste fogo arderá a chama, essa sim, eterna, de liberdade.
Ernesto Guerrini

Já estavam ansiosos os craques, os olheiros e torcedores. O encontro das quintas-feiras na AMA, com o futebol, volta com plena força e vigor, com uma platéia exigente não perdoando seus ídolos quando estes pensam em uma grande jogada e o corpo não obedece. Afinal, são jovens promissores na véspera da melhor idade que se encontram para o salutar bate-papo regado a umas boas, com moderação, e o tradicional churrasco.
A abertura do campo aconteceu dia no 28 de setembro, dia em que o presidente da Associação, o Irmão Olivan Carlos Glória Moreira, zagueiro de estilo clássico, comemorava os seus 72 anos bem vividos.
Criada com grandes objetivos, no dia 6 de fevereiro de 1997, após uma série de reuniões entre as Lojas Obreiros de Macaé n◦ 2075, Gonçalves Ledo n◦ 49 e Perseverança Segunda n◦ 8, foi criada a Associação Maçônica Acácia – AMA. Seus diretores, ao longo deste período, vêm trabalhando em busca da construção de uma área de lazer agregada a um espaço para o Maçom idoso. A área destinada para construção deste espaço é de 5 mil m2, leva o nome de Centro de Excelência do Maçom Idoso Dr. Manoel do Carmo Losada, cuja Pedra fundamental foi lançada em outubro/2003, com a presença do Eminente Grão-Mestre do Grande Oriente do Estado do Rio de Janeiro, o Irmão Sérgio Tavares Romay, que vem dando todo o apoio ao projeto, junto com os Irmãos deputados da Poderosa Assembléia Estadual Legislativa Maçônica/GOERJ que aprovaram na Lei Orçamentária/2005, art. 16, anexo II, a destinação de uma verba mensal para a construção do Centro de Excelência do maçom Idoso.
A história desta Associação resume-se nos sentimentos nobres do Irmão Olivan Carlos Glória Moreira, unido aos propósitos de fundação de uma Loja Maçônica - Obreiros de Macaé n◦ 2075 (26) - cujos trabalhos fossem sempre direcionados ao congraçamento de um grupo. O pensamento de seus fundadores era que qualquer trabalho realizado em conjunto, com objetivos comuns, gera um maior potencial de forças, alcançando com mais objetividade as metas programadas. Esta página da vida, para o Irmão Olivan Carlos Glória Moreira, que vem sendo escrita pelos Irmãos de Macaé, tem um significado especial: que unificar pode ser utopia, mas a união e o comprometimento com a Ordem é de responsabilidade de todos os Maçons.
Conhecendo o pensamento comum desses valorosos Irmãos fundadores, o Irmão Olivan despojando de uma parte dos bens materiais de sua família, fez a doação de um terreno de 10 mil m2 à Maçonaria macaense, independente de potência, para construção de um Centro Geriátrico. Mais tarde ficou aprovado que 5 mil seríamos destinados para uma área de lazer.
“A AMA não tem fronteiras. A AMA pertence aos Maçons, portanto ela não é ligada a nenhuma Potência Maçônica”. Este pensamento é comum entre os Irmãos das Lojas fundadoras, que vêm buscando parcerias e recursos para o projeto. Hoje já se tem construído um campo de futebol, sauna, banheiros e uma área com cozinha, churrasqueira e bar.
A busca destes recursos já inseriu no calendário de eventos maçônicos da cidade, contando sempre com o apoio da Prefeitura Municipal do município, o Torneio Tiradentes, realizado anualmente com a presença de representantes de vários orientes e o Arraiá do Bode, também anualmente, reunindo outras instituições sociais representativas da cidade.
A partir de sua fundação já assumiram a presidência da associação os Irmãos Severino Alves Barbosa – Loja Gonçalves Ledo n◦ 49 -, Marcos Antônio Ferreira Franco – Obreiros de Macaé n◦ 2075 -, Olivan Carlos Glória Moreira – Obreiros de Macaé n◦ 2075 e Otoniel Gomes Tavares – Gonçalves Ledo n◦ 49".



Os seus familiares os sentimentos de toda a equipe de www.jornalorebate.com que, dentro de nosso convênio mundial com o Busca do GOOGLE, seu nome sempre estará acessado.
José Milbs de Lacerda Gama, editor de O REBATE e de www.jornalorebate.com

MACAENSE AUSENTE, NEILAH SOUZA AGUIAR ENVIA CONDOLENCIAS AO FAMILIA DO TAECO VIA FACE BOOK
"Macae perde um grande cidadão. Minhas condolencias à familia".






‎"Nenhuma circunstância exterior substitui a experiência interna. E é só à luz dos acontecimentos internos que entendo a mim mesmo. São eles que constituem a singularidade de minha vida". JUNG




Neilah Aguiar


www.facebook.com/Neila.Aguiar

MACAENSE JADYR ZANARDI, FALA DAS SAUDADES E DA PRESENÇA DE TAECO NA VIDA ESPORTIVA DE NOSSA REGIÃO.
Jadir Zanardi jzanardi@oi.com.br

19:46 (10 horas atrás)

para mim, Sônia
Boa tarde
Hoje, logo cedo antes de receber os cumprimentos pelo aniversário natalício, o respeitável irmão Jayme Pinto e a Sônia Golosov, pelo Grupo Espírita Pedro, tive a notícia do passamento do querido irmão Taeco (Otoniel Tavares).
O jornalista e querido amigo José Milbs descreveu um pouco da trajetória do Taeco....... me fez retornar uma Macaé que infelizmente não existe... Mas faltou dizer que foi também, levado pelas mãos de Satiro Esteves, jogador do Fluminense.... foi na verdade um centrofor (como se dizia na época)... não de grandes qualidades, mas lutador, como foi na vida. Amigo, fraterno e solidário.
Abraços a família enlutada. A vida é assim,,,,,,, Obrigado ao José Milbes pelo trabalho que há anos persevera e a querida Sônia Golosov...
Abraçaos aos irmãos das Lojas Maçônicas de Macaé e as de todo o Universo. Pois, saibam todos, o irmão Otoniel Tavaes, será recebido como bem merece no Vale mais iluminado da Grande Igreja Celestial.
Estejam com Deus, sempre

Cláudia Roberta Ozório Pereira:
BRASILEIRA QUE MORA NO CHILE E VELEJOU PELO MUNDO,ESCREVE AO O REBATE E FALA DO LIVRO ECILA E DAS BELEZAS DO TEXTO...



Querido Milbs,

Muito obrigada por toda sua gentileza, ve-se que voce eh um homem como sua mae, que ama pessoas. Todo seu trabalho do jornal eh muito lindo e de importante informacao para todos. O livro sobre sua mae eh excelente, sua mae e uma pessoa especial e espero que Macae toda ja esteja sabendo sobre o livro, eh uma joia. Gostei muito do jeito que escreve citando o nome das pessoas, parece tudo tao vivo.


Um abraco grande,
Claudia Roberta Ozorio Pereira

1.12.11

Pesquisa em familia de Benedito Lacerda confirma o que sempre achei ser verdade.. O PAI DE BENEDITO LACERDA, o Flautista, é MEU AVÕ MATHIAS LACERDA

Esta foto de Benedito Lacerda é o retrato que poderia ser de meu irmão Gallito, Zootecnista que mora em SP... Podem colocar o nome do Pai dele na sua certidão de nascimento e vir pegar comigo, seu sobrinho, o DNA...

sidney beckerc



Bom dia José,

Após ler a " Saga de Nhasinha " podemos encontrar a resposta sobre quem é o pai de Benedicto Lacerda, o grande Músico,Regente e Compositor de grandes sucessos: A resposta está, de forma bem delineada, contida nos trechos abaixo reproduzido e muito bem escrita por você, que com certeza é Sobrinho de Benedito Lacerda, pois o Pai do Flautista é Mathias Coutinho de Lacerda e a Mãe Maria Lousada,( mulher branca ) uma dessas duas senhoras de Conceição de Macabú (antigo distrito de Macaé).


( acrescentei o negrito para realçar a substancia )

" Além desse casal , Mathias Coutinho de Lacerda disse que tinha tido mais filhos durante o período de viuvez de seu relacionamento com duas senhoras de Conceição de Macabú. Estes meninos se chamavam Benedito. Ambos levavam seu sobrenome Lacerda.

Claro que a existência desses filhos naturais sempre acompanhou a vida de minha avó, que se referia a eles com afeto. Benedito Lacerda cresceu e entrou para a Leopoldina e foi um dos responsáveis para eu ingressar no SENAI, já que eu era seu sobrinho e ele me olhava sempre com carinho.

Era uma pessoa meiga como meiga era "Morgadinha" sua esposa. Durante a minha juventude eu tive Benedito sempre por perto, me dando bons conselhos e carinhos quer na Leopoldina, quer no Fluminense, onde ia com amigos. O outro Benedito seria o músico que foi morar no Rio de Janeiro. Tocava flauta.

Quanto ao "Benedito Flautista", não tenho confirmação de seu parentesco com meu avô. Embora ele tenha se casado com uma senhora de nome Ondina, tendo vindo em minha casa para conhecer minha avó, acho que a filiação com meu avô ficou longe devido ao pouco contato que tiveram com ele.

Mathias Coutinho de Lacerda nunca mentiu para Alice Quintino de Lacerda, daí o forte laço de carinho que norteou suas vidas durante o tempo em que se fizeram casados e que se estendeu na própria viuvez de Alice Quintino de Lacerda por longos 33 anos. "





O filho de Benedito Flautista que vc conversou via Facebook, com certeza era Oduvaldo Lacerda, ex-Coronel da Aeronáutica, que lamentalvelmente faleceu.

Eu sou casado com uma das netas do Benedito Flautista (Wyrthes) e consequentemente ela é bisneta de Mathias e dessa forma, se não estiver errado, é sua prima em 2º grau.

Assim sendo o ramo genealógico de Mathias/Benedito deu 3 netas e 1 neto e destes, 4 bisnetas e 4 bisnestos.

A " Saga de Nhasinha " ficou mais rica em informações.



Abraços,

Sidney
Nota: Aos 72 anos de idade eu sempre soube que o Benedito Lacerda era filho de meu avô Mathias. Vários históriadores já percorreram a cidade m busca de informes. Hoje eu tenho a certeza e a alegria de ter mais primos e primas espalhadas pelo Brasil.
Para quem tiver alguma dúvida basta ir até São Paulo, cidade de Tietê, procurar meu irmão, Antero Gallo Fernandes Junior, filho de minha mãe Ecila, de seu segundo casamento. Nunca vi rosto tão igual. E olhe que Bendito nasceu em mais ou menos 1905 e o meu irmão Gallito em 1958... Coisas da genética.
Jose Milbs de Lacerda Gama Editor...


De José Perlingeiro grande amigo da familia do Aerton de Dona jandyra e de seu Antero Perlingeiro: Escreva um comentário...

Jose Perlingeiro
Zé Milbs...muito obrigado. Você me fez recordar de uma época que eu era feliz e não sabia. Este é o meu hino com o maior cantor da musica popular brasileira. O Paulo Massadas e Sullivan autores desta musica linda, fizeram mais umas 15 inclusive sucessos na voz da Alcione, Obrigado mesmo parceiro. Esta musica faz parte de um tempo de muita felicidade. Beijão. Precisamos estar juntos é tomar um bom whisky 12 anos.Você não sabe o bem que me fez.

23.11.11

NEM SEMPRE O PRIMEIRO AMOR É O PRIMEIRO NAMORADO....





Agradecendo a 'MEMÓRIAS MACAENSES' pela guarda e uso de tantas belezas que nascem em nunca morrem em todas as lembranças humanas. A PRAIA DE IMBETIBA sempre foi palco de grandes namoricos e grandes casamentos na Região de Petróleo. Bares que ornavam a Beira Mar, como "Maracangalha" que sempre era citado no O REBATE pelo nossso querido Colunista Social VOLÚSIA CLARA, pseudônimo do Cezário Alvarez Parada. "O 860" que tinha a simpatia e a liderança de Lurufe Alves Soutinho como anfritião e tantos outros lugares que marcaram saudades.
Quem pode esquecer a querida e cordial presença de Santinho no Hotel do Sesc, hoje sob o comando da Petrobras? Santinho tinha a formação natural do belo e da cortezia. Sabia amar os seus semelhantes e sempre era, com seu sorriso, que recebia todos no antigo Hotel Balneário de Imbetiba. Este Velho Hotel que teve como seu primeiro proprietátio o pai de minha saudosa e eterna Sogra Ivone Manhães Coelho que sempre falava sobre os anos 30 que marcaram sua presença em nossa região e o seu casamento com Eduardo Trindade Coelho que deixou uma história viva de grandes descendentes...
Praia de Imbetiba de suas areias grossas e suas ondas bravias... Fiz um lindo livro on-line sobre alguns momentos mágicos desta Praia. Em O LUAR DE IMBETIBA procurei retratar alguns destes harmoniosos momentos de união da Mente com o Belo adormecido de minha cabeça...
O meu amigo Nelson Gonçalves esteve na minha casa quando eu morava na Rua Visconde de Quissama, 714, casa 1. Ele foi lá quando do nascimento de minha filha Aninha. Cantarolava suas músicas, colocava algumas nas velha máquinas musicais que haviam nos bares da estrada e me falava de suas visões de Disco Voadores...
A Flor do Meu Bairro
Nelson Gonçalves

Introdução:
A minha historia é vulgar
mas algo fica provado
nem sempre o primeiro amor
é o primeiro namorado


A flor do meu bairro
Tinha o lirismo da lua
Morava na minha rua
Num chalé fronteiro ao meu
Eu conheci
O seu primeiro amor
A sua primeira dor
E o primeiro erro seu
Lembro-me ainda
O bairro inteiro sentiu
A flor ingênua sumiu
Com seu amor, o seu rei
E eu que era
Seu primeiro namorado
De tão triste e apaixonado
Nunca mais me enamorei
Hoje depois de alguns anos
Eu encontrei-me com ela
Na rua dos desenganos
Menos ingênua e mais bela
Ela fingindo desejo
A boca me ofereceu
E eu paguei por um beijo
Que no passado foi meu
A minha história é vulgar
Mas algo fica provado
Nem sempre o primeiro amor
É o primeiro namorado





Soube da Revitalização da PRAIA DE IMBETIBA e da presença dos grande representantes de nossa história. Frederico Guedes e Ian waytt nascidos dos caros amigos Sandra/Cláudio e Marco Aurélio/Maria Amélia. Só estas presenças bastariam para a tranquilidade de que coisas boas estão a caminho. Pena que, mesmo com todo o conhecimento da Tecnologia e da Arquitetura Moderna, não será possivel rever as ondas bravias e as ressacas que invadiam nossas casas e quintais, mansamente, em todos os meses de abril...
José Milbs de Lacerda Gama, editor de www.jornalorebate.com

20.11.11

MEU ENCONTRO COM UM GRANDE AMIGO. JOSIAS MIDÃO CONHECER DE NOSSAS HISTORIAS DE UMA CIDADE FELIZ...





A Rua Télio Barreto não teria sua história cravada e fecundada na existência de Macaé se não tivesse a presença da FAMILIA MIDÃO. Gente simples que construiu um dos mais belos patrimônio morais que se espalharam por toda a cidade e fóra da Região de Petróleo.
Seu José Midão deixou uma prole que, em sua maioria, foram meus contemporâneos. Josias, Alzira, Estelita, Célia e Maria José são os frutos brotados de uma frutífera Arvore Geneológica que enfeitam lares e espalham a semente do Bom Ensinamento que nasceram de seus pais e se porpetuam nas dezenas de filhos e netos que se encontram e toda a nossa sociedade...





Sempre que me encontro com minha linda filha Lais ela fala que está frequentando uma Casa de Oração que se encontra na Rua Télio Barreto e que, um dos seus missionários e pregadores fala muito sobre nossa amizade que remonta aos anos 60, precisamente nas Lutas Estudantis. Seus olhos sempre brilham de carinho ao falar do Josias e, nas últimas vezes ela me dizia que ele tinha sido afetado, em sua matéria, por uma grave doença na fala.
Tinha muita vontade de rever este velho amigo. Hoje fui fazer umas comprar na cidsde, aproveitando o "descanso dos carros que infestam nossas ruas", parei perto das confrontações das Ruas Velho Campos com Télio Barreto me vejo de frente com este grande amigo. O mesmo olhar de menino, a mesma certeza na existência do belo fraterno. Abraçamo-nos e ele balbuciou meu nome que logo fugiu de sua fala para nos deixar bem mais a vontade no entendimento humano que brota no olhar e no "querer falar".
Para que falar, meu bom e meigo Josias, se os seus olhos e seu sorriso falam tão alto que embelezam o murmúrio silencioso da manhã ensolarada deste Domingo e faz soar bem alto a certeza de que o belo e a amor entre os humanos ainda existem. Volte a estudar, meu bom Josias. Crie novos horizontes de encantamentos mais tenha a certeza que voce faz feliz quem o rever nas Andanças das ruas periféricas de sua sagrada Morada...
Dissee-me, com um sorriso bem dele que passou mal um dia em Macaé. Que levaram ele para uma cidade depois de Campos (itaperuna) e que, de lá, foi para o Rio de Janeiro num hospital depois de Copacabana, muito bonito e caro.Deve ser o Barra D'or penso eu.
Josias fala com a mesma simplicidade de quando tinha seus 15 anos nos bons tempo do Colégio Estadual Luiz Reid...
Os ensinamentos que você recebeu de seus pais, nascidos e criados na Igreja Batista de Macaé, contemporâneos do Pastor Edmundo Antunes e seus descendentes, estao magestosamente estampados em seu sorriso de menino e no afeto que distribui em quantos possam como eu e minha filha Lais, terem sua presença em fraternal abraço...
A alegria de Josias em agradecer o carinho de sua amiga e companheira Honorina ficou refletidamente guardada em minha memória de cronista juntada pelo orgulho dele em falar de suas belas filhas...
(Jose Milbs de Lacerda Gama, editor de www.jornalorebate.com )

18.11.11

As Jaboticabas do quintal de Dona Bentinha, as lindas presenças de Dona Cotinha no dia a dia de uma cidade que tem é histórias para serem contadas...





Estes dias tenho me dedicado apenas e tão somente na catação de lindas Jaboticabas que "estão dando" aqui no Sitio Estância Vista Alegre onde moro, edito o Jornal O Rebate e tenho o Rancho O Rebate onde faturo alguns trocadinhos para o aumento da Aposentadoria do Ministério da Sáude...
Estas jaboticabas plantei a uns 30 anos. Tinha ido a Santa Maria Magdalena, em Companhia de Alfredinho Tanus, filho de meu velho amigo, Poeta e SSeresteiro, Camil Tanus. Alfredinho tinha um sitio aqui em frente e, assim como meus outros ex visinhos Paulo da Farmácia e Nelinho Prata Almeida, venderam seus lindos imóveis. Todos com nascentes e visão previlegiada para o Mar e a lagôa. Os três locais, hoje, são três firmas que vivem no mundo comercial do Petróleo.
Quando trouxe os 3 pequeninos pés de Jaboticabas, um velho amigo de nome Firmino foi logo avisando que "quem planta esta fruta, dificilmente pode se deliciar por que demora muito prá dar"...
Nestas recordações, que remete o autor a infâncias havidas, o toque harmonial do tempo, que bate no silencio do pensamente, fez com que pudesse lembrar de meus 6 aninhos na Rua do Meio ( Doutor Bueno)180.
Nos meses de Novembro e final de Outubro era uma correria só. Crianças sorrateiramente e de olhar espreitado iam no grande terreno onde morava uma simpática senhora de nome Bentinha. Seu esposo era um Ferroviário de lutas sindicais. Seu Alencar estava sempre, com sua bicicleta em punho e a gente o via sempre na casa do Senhor Ramialho que fazia belos e rodantes Piões de "Madeira Roxinho". Seus filhos e filhas eram nossos companheiros de Bolebas. Alencarzinho e Ellcinho...
Num galho da "minha jaboticabeira", enquanto escolhia as mais maduras e maiores iam passando pela minha ampla mente que já caminha para os 80 aninhos, o belo do recordar humano. Muito mais rápido que o mais possante de todos os PCus do mundo eletrônico, me vi dando parabens a minha memória. Como era rápida sua ida e vinda no tempo e dando subsidios para este texto...
Lembrei-me de minha visinha Dona Cotinha que, no seu andar calmo, seu corpo frágil e espiritualiade grandiosa e sempre feliz. Dona Cotinha era uma constante em nossas vidas infantis. Seus filhos Hélio, Olivier, Hélia, Therezinha, Antonia, a queridissima e inteligente Mariazinha, Nice e Darcy a quem todos conheciam apenas como Nenên...
A gente brincava nas Calçadas Esburacadas e na Rua Empoeirada e habitávamos um mundo bem feliz. Não havia Televisão para poluir nossas mentes e que hoje poluem nossos filhos e netos. Era tudo na base da criatividade. Dia de chuva era os Barquinhos de Papel. Manhães de Sol e Vento Ameno era Peladas com Bola de Meia, As tardes sempre a gente estava cercado com meninas e meninos. Algumas "Futricas" que era uma espécie de "Pescador" com prêmios escundidos nas Areias de um Caixoto de Madeira. A Arêia era apanhada em frente a nossa casa por que o Mar de imbetiba trazia sempre suas ondos até nossas casas em dias de Ressacas... o Caixoto era mesmo da Vendinha de Seu Lulú Miranda um dos pilares de nossa história...
Antes do Cair da Tarde, Ciranda, Cirandinhas, Passa Passa o Anel, Carniça, Amarelinho,Boleba de Gude, Bente que Bente o Frade, Pique Esconde, Cobra Cega, Folhinha verde e tantas outras criações que saem sempre das mentes Infantis...
Antes mesmo dos Vagalumes e os Pirilanpos chegarem para os seus acendimento e pisca-piscas, os mais velhos já se aconchegavam nas Cadeiras das Calçadas onde todos as Senhoras ficavam até que chegava a hora de ir para suas casas para ouvirem a Mamãe Dolores...








Todas as casas tinham cercas de Arame ou nem tinham. Sempre com suas pequenas criações de galinhas de Roça que encantavam pela quantidades de cores de seus pintinhos. Tento manter este encantamento mágico do Cantar dos Galos às 4 da madrugada e do magestoso andar das Galinhas com seus belos filhos...
Memória que se perderia no Tempo no Espaço entre as pessoas que viveram momentos que continuam gravados nas cabeças e que, com o simples toque, revivem no real como que um sonho lindo que nunca se desfaz.
Ontem recebi um telefonema do meu velho amigo Izac de Souza que é servidor do Forum da cidade. Falou que tinha uma pessoa muito amiga que queria falar comigo. Uma vóz suave e que trazia os fluidos do carinho e do afeto.Ela se identificou. Era Therezinha, filha de Dona Cotinha e do velho Benedito Gama. Minha querida visinha e linda Therezinha. Hoje uma das figuras mais ilustres do Judiciário do Estado do Rio de Janeiro.
São coisas que Batem e Rebate nas Paredes de nossas Mentes e fazem o autor voltar ao PCu. Bem vinda de volta à terra minha amiga Therezinha. Este texto tem muito a ver com suas vivencias...
Therezinha ajudou a criar, com sua presença sempre cordial o meu querido irmão Ivan Sérgio. Ivan sempre fala com muitas saudades de Dona Cotinha e, em especial Mariasinha.
Quando já estava terminando esta bela recordação de infâncias e presenças vivas, olho para o quintal do Sitio, são quase 18 hs desta sexta-feira de Novembro. Meu filho José Paulo Coelho de Lacerda Gama, já chegado de seu trabalho na PETROBRAS, esta em companhia de meu neto João Pedro de Lacerda Gama Soares, 11 anos. Caminham para os Pés de Jaboticsbas, colhem centenas delas. Todas maduras. Comentam sobre a sutileza dos frutos. Chego até eles. Brinco com João sobre o Flamengo dele que está na pior e vejo o sorriso feliz de Zé Paulo já imaginando o nosso Vasco na final... É a continuação das histórias que se repetem a cada momento nesta vida linda que a gente vive...

( José Milbs de Lacerda Gama, editor de www.jornalorebate.com )

15.11.11

"MARIOLA" QUER SER PREFEITO DA CIDADE MAIS RICA DO BRASIL. Porque "Tiririca" em Brasilia e eu não em Macaé?



Numa manhã chuvosa, num feriado de Proclamaçao de Republica, em plena Avenida Ruy Barbosa, na esquina da Pça. Verissimo de Mello, onde existia uma linda e aconchegante casa que foi morada de meu Professor de Quimica/Fisica nos anos de 1953, na Escola Ferroviária 8-1 SENAI,Antonio Alvarez parada, me vejo a imaginar as casas de antes do Pregresso e da Ordem Financeira que é senhora de todos os desejos...
No vagar de minha mente posso rever o Correr de Casas, todas iguais e belas onde morou grande vultos de nossa história. Minha querida irmã de meu avô Mathias, a bela Maria Lacerda (Tia Pequena)onde morou Zizi, Gilda, Cici e Maria que deram seguimento a nossa geração de primos e primas que se juntaram aos Lemos, Corrêas, Mathias Netto, Santos e tantos outros...
A mente vai correndo as velhas mansões do tempo: A Casa de Hugo Carvalho,Renato, Ruy e de seu pai Ary Charret, a do Doutor Abilio de Souza, pai de Ronald, Abilio Cláudio, Berenice e Ivonildes, o pousar alegres dos Filhos do Doutor faustino Marciano de Castroe toda uma gama de pessoas que pisaram o Solo Sagrado desta Rua Direita e deixaram suas marcas no Túnel Vigoroso do Tempo e das Recordações...
Antes mesmo de voltar a realidade dos anos 2011. ainda via o vulto feliz de Dona Delzinha, esposa do Senhor José Siqueira da Silva e mãe de jair e Jorge. Vinha caminhando, comprimentando a todos em companhia da querida mãe de Bonga, Léa e Paulinho Silva...
Este tempo ia e se vai num piscar milimétrico de pulsações mentais e me vejo de frente com a simpatica presença de um homem do POVO...
"Mariola" , como centenas de outros vultos simples de milhões de cidade do Planeta, tem a magica e o encantamento de fazer feliz as crianças. Vendendo suas mariolas, com um cesto em sua cabeça, ainda de cabelos negros, com sua voz de nordestino puro e de tez morena, ia e vinha nos encantos que brotavam de seu oferecimento: " OLHA A MARIOLA, 0,10 centavos, quem vai?... quem ia e quem não ia não tinha dele maior interesse. O que o belo nordestino queria era mesmo o olhar de todas as crianças e o apontar dos dedinhos para sua cabeça no equilhibrar das apetitodas mariolas...
Mariola atende meu chamamento. Peço que permita uma foto para o JORNAL O REBATE e ele prontamente se aconchega na conversa e diz com seu lindo sotaque nordestino:
- Sou candidato a Prefeito de Macaé em 2011. Minha missão não terminou ainda. Sou e vou ser eleito para mudar a História desta cidade que me acolheu com muito amor e carinho. Quero que as crianças sejam meus cabos eleitorais e não abandono a minha candidatura...
Perguntei, Mariola, porque vc não vem primeiro para Vereador? Na lata ele responde: - Sou candidato a Prefeito.
Lembrei de Tiririca em São Paulo, de Florzinha nos anos 70 em Macaé e tantos outros filhos do POVO que almejaram este posto. Quem não se lembra de Xisto Antonio Reis nos anos de 1940/50 que tinha sempre seu nome nas cédulas para Prefeito. Eu tinha uns 6 anos ou mesmo uns 10 anos e gostava dele. Alegrava as crianças, falava com a gente o que os outras candidatos "grandes" só falava com quem votava...
Imaginem estas crianças dos a nos 90 que hoje é maioria nas eleições de 2011...
Ligo meu velho fusca 72 e volto para o Sitio onde edito o Jornal O REBATE. Deixo o "Mariola" alegre e prometo a ele um texto no jornal. Fica ai a minha promessa e mais uma Cronica para a história de minhas andanças.
José Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com








3.11.11

Dona Elza Vieira dos Santos Machado, A Dama Negra que a todos encantava pela alegria, morreu no Novo Cavaleiro...



Uma mulher negra, franzina, sempre alegre e distribuindo sorrisos timidos e de grande penetração nas almas das pessoas, teve sua vida terrena interrompida no último fim de semana.
Uma das mais antigas moradoras do Bairro Novo Cavaleiro, onde "O REBATE" está desde 1970 com suas edições, ela sempre esteve presente em nossas Ruas e Pequenas e Mal Iluminadas Picadas. "Dona Elza" era muito feliz na criação de seus filhos, netos e sobrinhos. Seu maior encanto vinha de suas roupas, sempre lembrando, em cores, sua origem na querida Africa de tantos Reis e sofrimentos do POVO.
Mãe de Geraldo, o querido "Geraldinho", de Reginaldo, o simpático "Caial" e de Roselli, Genildo e Rosemere que sempre estavam em sua companhia nas presenças e andanças do dia a dia...
Meus filhos são amigos dos filhos desta descendente direta, acho eu, de algum Reinado Africano nos terríveis anos da Escravidão. Eu era seu amigo e admirador de sua luta na criação e aconchego que tinha com seus 16 netos e os 3 sobrinhos. Lembrava um pouco minha avó Nhasinha que me criou e criou os meus dois irmãos Djecila e Ivan Sergio. Ficava, muitas das vezes sem se alimentar para que nada faltasse aos seus filhos e dependentes...
Uma mulher guerreira que fará muita falta ao Bairro Novo cavaleiro que, nos velhos e bons tempos era conhecido como Bairro do Mulanbo...
Conheci dona Elza desde que vim morar por este Encantado e Mágico Bairro. Ela residia perto da casa de meu Amigo Otavianno Canella, grande Indio Goitcás que morreu com 100 anos e também teve o privilégio do conhecer esta Grande Dama...
Nesta época Dona Elza morava junto com Dona Madalena e meu amigo Honorato, um velho Negro que faleceu aos 98 anos e que me dava aulas de como era dura a vida de seus avós e da saudade que eles sentiam da Velha e Aguerrida Africa...
Ela sempre vinha ao Sitio Estância Vista Alegre, onde edito o jornal "O REBATE". vinha para levar alguns baldes com água e a gente conversava sobre a nascente do local. Talvés a única ainda limpa do Bairro. Falava de suas preocupações com Geraldinho, acho eu, seu filho predileto e do mundo violento que estamos vivendo com tantas diferenças social entre as pessoas. Dona Elza era uma pessoas super afetiva e de grande vivência.
Sua mãe, descendente direta de Negros de Africa, sempre viveu em Macaé. Dona Eugênia era queridissima no Morro do Carvão, amiga do ex-Prefeito Eduardo Serrano e que deixou um legado genético na vida dos moradores do Morro do Carvão...
Ultimamente Dona Elza morava na Rua Acadêmico Paulo Sergio de Carvalho Vasconcellos, uns 400 metros de "O REBATE" o que fez com que sua presença e seus filhos fossem algo quase que diário em minha casa.
A última vez que vi esta Dama de Olhar Tímido e vóz Suave foi dois dias antes dela falecer. Passou em frente ao jornal, com uma roupa linda que lembrava muito a Bandeira do Kênia e me saudou alegre.
Geraldinho foi quem me trouxe a noticia de sua morte. Deixa de bater um dos mais simples e sofridos coração de numa Grande Negra...
Nascida em 25 de Dezembro de 1954 ela não verá o Natal do ano de 2011 mais tenho certeza que seus filhos, netos e sobrinhos saberão honra seus ensinamentos de Mulher Guerreira e alegre...
José Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com

29.10.11

Confissão.................................................


Que esta minha paz e este meu amado silêncio

Não iludam a ninguém

Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta

Nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios

Acho-me relativamente feliz

Porque nada de exterior me acontece...

Mas,Em mim, na minha alma,

Pressinto que vou ter um terremoto!

Mario Quintana

27.10.11

Sou Vasco desde os 5 anos e não me arrependo de ter passado para filhos e netos...


Morava na cidadezinha de Macaé, Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, mais precisamente na Rua Doutor Bueno, 180, a uns 956 passos largos das areias grossas e lindas de uma Praia de nome IMBETIBA...
Nas horas e dias em que o mar ficava revolto, com suas ondas que mais pareciam espumas e cores de Caldo de Cana Caiana, as crianças gostavam de brincar de catar Conchas, Estrelas do Mar, restos de cascos de Mariscos, pequenos e pobres Cirís Brancos que morriam, nos encontros das ondas com algumas pedras maiores...
Nesta época, a cidadezinha era apenas habitadas por gente que se conhecia, muitos Ferroviários, centenas de Pescadores, um tênue Comercio de Vendas a Varejo com anotações das compras dos Fiados...
Ao cair das tardes, quando o Sol já se punha dando lugar ao anoitecer, a gente brincava com os Pirilampos e Vagalumes que eram aos milhares com seus pisca-piscas a dar sentido claro as mentes criativas que os caçavam para esfregar seu corpo morto e indefeso em nossas camisas para que as mesmas ficassem reluzentes ao primeiro contacto com a escuridão da linda noite que se avisinhava...
As manhaes eram de acordar bem cedo, nas épocas das Férias dos Colégios Isolados, e
se ir para as coisas comuns a todos meninos de 5 anos ou 6. No meu caso, batia a saudade do meu Bisavô EMILIO TAVARES DA SILVA que, até pouco tempo me levava num carrinho feito de madeira de Mercadinhos e com rodas artezanais, para o Banho de Mar em Imbetiba. Meu bisavô tinha sido Cigano e chegou na Região nos anos de 1850 com seus pais. Foram habitar o Sertão de Carapebus/Quissamã onde moraram por anos e anos e até foi Sitiante em Capelinha do Amparo onde doaram terras para que fosse feito o Cemintério e a Capela da Comunidade. Vô Emilio teve vários irmãos de sobrenome Silva que habitaram Quissamã e Carapebus. Já minha Bisavó Adelayde era da familia dos Almeidas, Ribeiros e Bastos que habitavam Conceição de Macabú...
Nesta Rua Dr. Bueno que tinha o apelido de Rua do Meio por ficar centralizada nas únicas que davam acesso a Praia e a Leopoldina, tinha um lindo Pé de Mija-Mija, com seus robustos troncos e uma florzinha que dava uns cachos que a gente tirava um pequeno pedaço em seu início meio parafusado e espirrava nas outras crianças. Dai o sujestivo nome de Mija´Mija. Nunca mais soube desta àrvore que, como as Tamarindas devem estar extintas...
Pois é, num destes troncos que varavam até a Rua, meu querido guardião e amigo Bi, levou um tombo. Nunca mais me levou as csminhadas em em busca do Nascer do Sol na Praia de Imbetiba. Antes de completar seus 90 aninhos este homem rude, pele enrrugada, mãos calejadas, olhar de menino e coragem de um Indio Guerreiro, deixou esta vida...
O olhar azulado de minha Bisavó sempre estava lacrimejante e nem sabia o porquê. Caminhava para os 100 aninhos, mascava seu Fumo de Rola, Pitava seus Cinco Pontas e lavava seus paninhos que ficavam embaixo de seu travesseiro. Contava suas histórias de Moura Torta, da Baratinha, Do Boi Bumbá, dos Indio que Comia Brancos em sertões...
Não entendia muito de Saudade e só fui sentir isso quando vi a ausência de meus seres queridos em minha infância e adolescencia...
Nos intervalos das Manhães para as Tardes Amenas, como toda criança de 5 anos, começavamos os jogos de Botão pelas Varandas. Sempre Menor de que os outros meninos que viviam neste Encantado Mundo de minha Infância, não tive outras alternativa em escolher o Vasco da Gama como meu time do coração. Era o prenúncio de um amor grandioso pelo time Preto e Branco...
Meus amigos de Jogos de Botão, todos mais velhos eram todos, ou Fluminense como Cláudio Moacyr e Levi Corrêa, ou Flamengo como Telmo e acho o Anterinho...
Neste tempo de mágicas recordações a gente fazia os Botões de Casca de Coco ou pegava os chamados "feitiços" nos paletós grossos e importados de nossos avós e tios...
Meu Goleiro, de Caixa de Fósforos bem colada com cores do Vasco, era o Barbosa, meus beques eram Augusto e Wilson e a linha-média Ely - Danilo e Jorge. Na linha, todos com as carinhas coladas nos Botões, estavam Sabará, Maneca, Ademir, Ipojucan e Chico. Ainda alguns reservas como Heleno de Freitas, Tesourinha e outros que fogem a meméria que já caminha para os 100 anos em 13 de Agosto de 2039...
Dai em diante começou minha alegre descoberta do Grande Vasco da Gama. Minha avó Nhasinha Lacerda foi a 1a pessoa que fiz a cabeça. Outras Vascainas apareceram por ver minha felicidade em ouvir o Jorge Curi e, com o rosto colado no Rádio Rabo Quente. criar os Goools de Ademir e vibrar com as defesas do Grande Barbosa...
Foi fácil fazer a cabeça de minha mãe ecila. Minha irmã Djecila não consegui. Ela quis ser Flamengo...
Veio mais uma cabeça Vacaina na pessoa de meu querido irmão Ivan Sérgio de Lacerda Gama.
Tempo passando e a alegria, aos 9 anos de conhecer o EXPRESSO DA VITÓRIA que tomou conta de todo o Brasil com as vitórias de Querido Vasco da Gama...
Hoje, aos 72 aninhos, depois de muitos altos e baixo, consegui fazer outras Cabeças Vascainas. Meus filhos Luis Cláudio, Ana Cristina e José Paulo. De todos os netos, apenas a Mariana é Vascaina. Os outros seguem a idéia do neto João Pedro que é Flamengo e está sofrendo com a chegada no novo EXPRESSO DA VITÓRIA DOS ANOS 2000...
José Milbs, editor de O REBATE www.jornalorebate.com
Foto:
Galã:

Maneca fazia o gênero galã e gozava de muito prestígio entre as mulheres, tendo vivido, ao que contam, um grande romance com a cantora Olivinha de Carvalho, vascaína ferrenha que fazia imenso sucesso na época cantando músicas portuguesas e integrando o “cast”, como se dizia, da Rádio Nacional (a Globo daquele tempo), do qual participavam os maiores nomes do rádio.

FICHA:

Nome: Manuel Marinho Alves
Data de nascimento: 28 de janeiro de 1926
Local de nascimento: Salvador - BA, Brasil
Falecido em: 28 de junho de 1961
Posição: Meia / Atacante

26.10.11

Ioni de Raphael e Adonias do antigo Correio, morrem na Região de Petróleo. Primavera mais triste...





No final dos anos 6o, Adonias chegou em Macaé. Ainda jovem, com um corpo atlético,queimado pelas praias da Paraiba e um conhecimento grande na arte do Judô. Veio trabalhar nos Correios onde, com a cidade ainda engatinhando no progresso, dividia suas folgas com a Caça Submarina onde conseguia grandes peixes...
Com o passar dos tempos, já se integrando a vida comunitária, para aumentar seus compromisos financeiros, trabalhou no Ed. Dom Pepe e era sempre visto nos "points" de Macaé com sua fala sempre puxada para o belo do Norte/Nosdeste brasileiro. Faz parte dos Grandes Pescadores que ainda nominarei em breve.
Seus filhos foram colegas dos meus e fazem parte destas histórias que estão sendo vividas por esta geração dos anos 70.
Xereleco, um dos seus filhos, é o que mais afeto guardo e onde tenho grandes histórias para serem contadas. Adonias deixa um legado de idéiCs sobre a vida marinha e tem seu nome perpetuado num Restaurante na Orla dos cavaleiro onde seu outro filho Gerson é sempre visto em alegres papos... É a vida que continua deixando o legado da saudade...

Ioni Goghi Ribeiro, professora, grande amiga, morre em plena Primavera. A história de Macaé vai, cada dia, ficando sem seus pilares construtivos. Ioni foi esposa de Raphael, meu velho amigo das boas noites enluaradas e puras de uma cidade bucólica e nossa. Raphael fazia de sua profissão de macânico um verdadeiro esconderijo para chegar mais um pouco tarde em casa. Sempre "fardado" com o macacão de sua labuta, era a maneira que ele encontrava para "chegar mais tarde em casa" e justicar um "inexistente serão", onde, nos mal iluminados bares de nossa cidade, bebiamos algumas.
São coisas de uma região que ainda tem muitas histórias para serem contadas e vividas...
Ioni vem de uma das mais ilutres familias de Macaé onde a Avenida Ruy Barbosa, em um dos mais belos Casarões, teve o privilégio de curtir sua infância e adolescencia.
Leitores de O REBATE impresso nos anos 70 e até hoje fiéis aos nosso textos, sempre que abro meus emails encontrava alguma palavra de incentivo, vindo de Ioni e de seus filhos...
Fica bem menor a nossa sociedada e o coração de muitos amigos...
José Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com

17.10.11

Uma viagem no interior da mente escura....

Uma viagem ao redor da mente.
Saber de sua abertura e existência...
Olhar o velho mundo se distanciar.
Saber do belo ...
Ouvir a voz do vento...
O murmúrio do passarinho...
Viver.
Saber da vida...
(José Milbs)




Praias, lagoas, rios de águas claras, montanhas com verdes alegres e muitos pássaros voando por toda a parte. Apenas este misterioso mundo sombrio permanecia com seus desusos e preguiça. Nas esquinas pessoas humanas falam. Gritam. Impõem ordens. Falam e gesticulam. Hora com vozes com palavras feias, ininteligíveis, outras parecendo carinho mais sempre impondo normas e deveres. Ao longo da misteriosa escuridão, homens falam em leis, condenam, prendem, roubam e andam de um lado para o outro sem ir nem vir para lugar nenhum. Pregadores berram. Crianças e flores se olham com espanto como se não entendessem nada daqueles seres grandes e faladores. Alguns até com gravatas e talões de cheques.

‘A planta e o passarinho que voava entre seus galhos param para olhar o espanto da criança e da flor. A cor esverdeada dos olhos da criança faz harmonia com a flor avermelhada que, com o cair dos raios de sol, se torna da cor do vinho. O passarinho e a árvore esquecem por instantes o espanto que via para olharem estarrecidas as falas brutas dos engravatados e seus amigos.

Mulheres também gritam uma com as outras fazendo com que outros passarinhos e outras flores fiquem boquiabertos e espantados. A escura visão da mente continua sendo bombardeada por luzes e mais luzes. Algumas verdes, outras cinzas e a maioria delas de cor azul. Esta combinação faz com que o desuso dos olhos comece a ver turbilhões.

A misteriosa vida nas escuras muralhas sombrias e tortuosas da mente escondida, por anos e anos de solidão, tende a resistir a qualquer tentativa de furar este bloqueio que faz bem a ela.

Como os peixes que vivem na escuridão das cavernas marinhas, como os Cambotás que turvam as águas límpidas ao tentarem brincar na superfície, estas sombras evitam a claridade. As misteriosas e barulhentas censuras ainda forçam a continuidade na vida triste de um mundo opressor. Ainda este bem claro para esta mente sombria e misteriosa, os ensinamentos religiosos, a certeza de uma eternidade corpórea. Esqueceram de dizer a ela que a vida continua mais a sua morre. Ela ainda escuta os milhares de olhares maldosos da vida que lhe obrigou a retrair-se. As noites e os dias se confundem numa névoa existente. Pensamentos ainda podem ser conectados a desejos mais estes estão limitados a sua volta e não abrem horizontes. Apenas pensa existir e a certeza do sim esbarra nos milhares de naos que a sociedade, a civilização lhe outorgou conhecer. "Mistérios que se pode desvendar", dizia as sombras repetidas no espelho da vida. Além de algumas que já começam a desaparecer muitas sombras estão em desafio e não querem abrir as portas. O Inconsciente o Espírito e a Alma se confundem na incerteza da abertura das sombras existentes.

O lado obscuro da sua cabeça começa a lhe fazer ver alguns reflexos. Alguns brilhos vagueiam na escuridão e um ponto luminoso se pode ver, ao fechar os olhos, no lado sempre fechado do misterioso mundo da escuridão. A luz se faz presente de forma longe, como se estivesse olhando para o céu aberto em noites de Lua e Estrelas. Se parece com algum ponto estrelar, ou quem sabe, alguma coisa que pode ter ficado em aberto ao fechar os olhos. A cor começa a se mover e formar alguns tênues seres. Muda de cor. Agora é uma cor de vinho. Uma linda cor vinho que faz o ponto central de sua cabeça.

Como se fosse um "Olho longe", muito longe mais lindo de saber possuir. Seria o terceiro olho dos antigos Livros Orientais? Será que o OLHO central que dizem existir nas histórias Orientais existem ao se abrir o Lado Obscuro da Mente?

Este ponto azul, ao abrir os olhos forma-se como um pontinho negro que acompanha sua visão aberta. Vai e volta em torno de seu contorno facial e some. Nas praias , quando a misteriosa mente se deita e se distrai, esta pequena partícula negra se torna cinza e vagueia também em torno de seu rosto moreno, queimado pelos anos de verões que sua existência tem.

As noites , quando o sono vem, à escura mente brinca com a mente que vê pintas negras. Sonhos lindamente claros, lugares que, a mente deixa-se vê, pontos nunca habitados são jogadas como bola de ping-pong. Se de um lado a mente escura joga seus conhecimentos, a mente que vê pontinhos, lhe informa de suas visões. Lugares proibidos de ir ou medo de não voltar?

Estas partículas de bolinhas de cores maravilhosas e misturadas formam colares de mil cores, entrelaçados uns aos outros. Como as tiras que as bailarinas usam em suas apresentações. Só que estes colares são de vários formatos e cores deslumbrantes. Cores que nunca existiram na mente que existia antes.

As noites de sonhos são como belezas novas. Cores, idas e vindas em lugares bem distantes da terra, vôos lindamente feitos e se sentindo pássaros. Em alguns momentos não consegue ver onde esta. Não vê onde está mais confia que estará de volta sempre que assim seja permitido. Seria a ida a mundos novos?

Camadas de sonhos, profundezas da mente escura ou algo que ainda não é permitido ver, turvam as manhãs que fazem a mente escura recordar alguns meandros das noites.

Pensa: como seria o sonho de um ser humano cego de nascimento? Ele sonharia as cores ao deitar-se na profundeza de sonhos? Ou seria a mente escura que lhe forneceria as belezas deste lado desconhecido na vida que leva na escuridão da cegueira? Perguntas sem respostas e as duas mentes começam a emitir informações entre si.

A misteriosa mente pede que volte ao espelho e olhe onde estão as sombras que ficavam em círculos ou em paralelos . Olha o espelho. Muitas sombras sumiram.

Algumas que estavam em círculos estão desfiladas, paralelas ao fim do seu corpo. Ainda existem muitas sombras a serem extirpadas. A misteriosa mente escura começa a ver pontos abertos de luzes. Azuis, verde, brancas, avermelhadas. Quase um arco-íris de formato reto. Como se as luzes fizessem seguimento com a dimensão geográfica dos paralelos das sombras. Algumas piscam como piscam as Árvores de Natal e as que as pessoas colocam nas árvores para enfeitar os fins de ano. São centenas de luzes que, quase no paralelo, formam uma longa fila.

A mente escura sente que existem olhos e este pode ser usado. A turvulência que via começa a se clarear. Braços e dedos são levados à região do rosto e, uma pequena esfrega na região dos olhos lhe faz ver em redor. Já sente que existem olhos e estes podem ver. Estaria cego e voltava a ver ou esteve sempre numa escuridão e nunca tinha visto a luz?
As duas mentes agora estão mais livres.

A que nasceu aberta, agradece a que voltava a ver. Era como lhe dizendo que toda a repressão, todos os “naos” da sua vida, toda mentira que foi obrigado a dizer ser verdade, todo o amor negado, pedido, dado, rejeitado, tudo era absorvido pela misteriosa mente que ia se fechando, se fechando e ficado sem nada ver. “Uma forte luz cai sobre as duas mentes e, uma voz longe, suave lhe diz:
-” Vocês duas nasceram livres. Uma dentro da outra. Viveriam sempre juntas vendo tudo que uma vê e outra via. Só a misteriosa mente teve que optar por receber da outra mente toda carga que viesse de forma agressiva e má. Daí que ela foi ficando assim, como um grande fardo pesado puxado sem poder lhe dar os conhecimentos que agora vocês duas vão ter”.

A luz se torna mais forte. Como um clarão, fixa-se nos olhos das duas mentes. Seria este clarão que os epiléticos recebem e não conseguem absorver e caem em retorcidas e loucas atitudes? Seria este clarão que as pessoas falam nas manifestações nas Mediunidades Kardescistas?

Seria este clarão que fez o Mestre Jesus, refugiar-se no mato. e chorar vendo coisas lindas? Seriam este clarão as visões de João Batista? Ou seria este clarão que fazia mexer com a mente de Francisco Candido Xavier na privilegiada e sofrida cabeça deste homem simples de Uberaba?
José Milbs de Lacerda Gama, editor de O REBATE www.jornalorebate.com

9.10.11

Ubirajara Barbosa Barreto, o Bira, aos 85 anos, morre na cidade onde nasceu...

Nascido em Macaé, filho mais velho de José da Cunha Barreto e Ilda Antunes Barreto, faleceu hoje, pela madrugada, em sua residência no Bairro dos Cavaleiros, Ubirajara Barreto. Militar, fiel as ordens superiores, era considerado. nos anos 60 e 70 um dos mais eficientes atiradores do Exército Brasileiro. Conhecedor das profundesas das selvas, caçador dos mais dedicados, aprendeu com seus antepassados a sobrevivência nas matas e era sempre visto contando grandes histórias das ruas de Macaé onde nasceu e morreu. Casado com Talita Pinto da Silva Barreto, deixa filhos, netos e bisnetos. Suas histórias, muitaa delas, havidas na Rua do Boa Vista, no Bairro onde residiu em sua infância eram semples entremeadas de alusões a grandes figuras de nosso folclore, No tempo em que havia poucas bicicletas e nunca carros em nossa ruas empoeiradas, Bira defencia a caça aos animais e falava com alegrias de suas caçadas nas Ruas e becos de nossa cidade. Sempre, ao cair das tardes, falava e deixava a mostra o brilho feliz de seus olhos, chegava em casa em companhia de meu pai, trazendo uma "fileira" de pássaros de todos os tipos que seriam comidos por meus outros irmãos e visinhos, preparado pelas mãos suaves e competente de minha mãe Ilda.Na pesca, já nos anos 80 e 90, seguia os passos de seu querido irmãos Paulinho Barreto, Phydias Barreto e Zezinho Barreto na caça de Robalos e Sardinhas no Rio Macaé. Quando, provocado por mim. sobre está lei de "defesa dos animais" ele era taxativo e se monstrava extramenete radical. Dizia não entender isso que está acontecendo e as pessoas na]o poderem mais caçar as capivaras, Os tatús, os Veados, as Onças, tão comum nas matas de Resende e outros bichos de paladar gostoso. Parecia, e ai todos ficavam em silencio ao ouvi-lo, que Jajara não havia chegado ainda aos anos 2000. Sua mente se fixava nas lindas noites em que varava madrugadas e mais madrugadas para trazer para casa grandes elementos da fauna silvestre...Irmão mais velho de Orlando, Nicinha, Ilda, Silas e Armando Barbosa Barreto era sempre visto nas janelas da antiga casa dos Barretos na Avenida Ruy Barbosa onde, desfiles, carnavais, festas, pessoas e gente do dia a dia, passavam em longos e afetivos cumprimentos e alegres papos. Durante os desfiles de carnaval, todos realizados na antiga Rua Direita, era linda a saudade que bate com as janelas cheias de pessoas que, mesmo nao participando das "Loucuras dos saudáveis carnavais dos anos 50 e 60", se sentiam bem e eram comemorados em ativos apertos de mãos. Calçadas Macaenses cheias de Cadeiras, senhoras e senhores abraçados pelos "respeitáveis bêbados dos carnavais de antanho", o sentimento era torneado pelo afetivo de um mundo cumum em todas as Cidadezinhas de Interior quando todos se conheciam e se amavam...Foi assim que conheci Ubirajara Barbosa Barreto, elegantemente fardado e ao lado de minha querida prima Talita. Foi assim que a MEMORIA MACAENSE foi se fixando nos meus textos de maneira que possa, sempre que possivel, retratar esta paisagem linda que todos devem possuir, a seu modo e vivência, em suas mentes.Ubirajara Barbosa Barreto, O Bira para os Militares, Jajara para os intimos, deixa uma grande história para ser contada e que, em algumas páginas, participei.
Lembro que, numa tarde, quando o Sol ainda estava por sair das cercanais da Rua da Praia, caminhei com meu velho amigo Armando, seu irmão, ao encontro dele e de seus irmãos que pescavam na Ponte do Rio Macaé. Centenas de caniços, dezenas de bons pescadores na busca dos Robalos... Diziam todos aos cantos e ventos: "está dando muito Robalo no Rio Macaé... Ao me aproximar, vendo um velho caniço que o Paulinho tinha deixado de reserva, estendido ao chão, o peguei; Tinha ainda um resto de Camarão num anzol envelhecido pelo tempo. Joguei ao Rio. Parecia que tinha um Peixe de boca aberta esperando.Foi só jogar e fisgar... Alvoroço, todos ajudando a puxar o lindo Robalo de uns 2 quilos...Jajara, sempre que o via se lembrava do fato e de minha perspicácia ao responder a indagação de todos como foi que tinha pego um peixe tão grande e em tão pouco tempo... Disse: "É que eu rezei a oração do pescador. Senhor fazei que eu pesque um peixe tão grande que quando for contar não tenha que aumentar... Pois é. Tudo passa e a vida continua...A familia do meu amigo Jajara, os sentimento de O REBATE..Jose Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com

23.9.11

Carlinhos Curvelo, Seu Carlinhos ou até mesmo e sempre Carlos Curvelo. Um homem que deu inicio a vida comercial da Região de Petróleo...



Uma loja de móveis e alguns eletrodomésticos, história que veio do interior de Macaé, onde havia apenas estradas feitas com as patas de cavalos e carroças, foi assim que chegou a nossa comunidade o alegre sorriso de Carlos Curvelo. As localidades de Bicuda Grande, Bicuda Pequena, Cachoeira de Macaé, Serro Frio, Córrego do Ouro, Trapiche, Frade e até mesmo da Cabeceira do Sana, tinham um carinho especial pelos Curvelos que tiveram suas origens nestes pontos bucólicos e puros das comunidades abertas do interior do Rio de Janeiro.
Chegaram até a cidade de Macaé, nos tempos em que não havia Ferrovia nem se pensava nunca em petróleo. As décadas de 20 e 30 margearam estas chegadas. Muitos trouxeram familias e uma enorme vontade de criar aberturas comerciais e políticas.
A maoiria dos Curvelos foram para o comércio e, de todos eles, o que mais trazia a marca da alegria e do bom humor foi o meu amigo Carlinhos Curvelo. Pai de Serginho e Eliane, irmão devotado de nosso querido "Tio Nico" que, na verdade não era nosso tio e sim de Sady, Augusto Carlos, Léo e tantos outros meninos que a gente foi se acostumando a chamar de tio também...
Carlinho foi o maior destaque comercial e a mais bela simplicidade de nossas ruas. Sabia ser um cavaleiro e um servidor atento ao servimento de seu trabalho. Aconchegava todos de uma forma muito especial e se destacava de outros comerciantes macaenses dos naos 20, 30, 4o e 50.Rompeu gerações e morreu sem ver a Primavera do ano de 2011.
Quem me falou de sua morte foi o meu amigo Honório José da Silva e Sylvio Roberto dos Reis Peixoto. Ambos deixando passar o sentimento de tristeza pela perda de tão importante amigo e conselheiro...
Com quase 100 anos, sem se curvar a segurança e ao medo, sempre era visto em suas andanças por nossas ruas. Olhar sempre atento ao bom dia, a boa terde e,no "como estão todos em casa"", sua presença Centenária irá faltar a muitos, como o autor, aprendeu a admirar sua vida e sua tristeza em vários momentos de sua existência...
Superou a perda de seu querido Serginho e se dedicou ao orgulho na formação de seus netos e bisnetos.
"O REBATE", embora um pouco atrasadoao comunicar a sua morte, deixa patenteado no busca mundial do GOOGLE, alguma coisa sobre este belo homem que soube enriquecer sem perder a simplicidade, sofrer perdas sem deixar de sorrir. Carlinhos Curvelo foi um dos mais queridos amigos de "O REBATE" nos anos 70. Sempre presente com sua assinatura aos nossos textos e uma alegre presença na Redação da Rua Marechal Deodoro, 150. Fundador da Associação Comercial, Rotary e outros serviços, jamais se deixou levar pela vaidade. Nem mesmo quando seu primo e amigo Antonio Curvelo Benjamin, foi Prefeito e Deputado por vários mandatos, Carlinhos perdeu a naturalidade.
Em longas conversas nos Bancos da Praça,era visto com Ruy Figueiredo Borges, José Baptista de Mattos, Jorge e Jair Picanço Siqueira,OdenirFigueiredo, Caio Gomide Leandro Saores, Amphilophio Trindade, Armando borges, Carlos Augusto Tinoco Garcia e tantos outros que deixaram esta vida e marcaram presenças no desenvolvimento da cidade e região.

José Milbs de Lacerda Gama, editor de O REBATE www.jornalorebate.com

22.9.11

Os primeiros moradores do Bairro do Mulambo que , aburguesado e triste, virou Novo Cavaleiro...


DAS PAREDES EMPOEIRADAS DE MINHA MENTE ALGUMAS LEMBRANÇAS PARA A HISTÓRIA DE MACAÉ...
Uma viagem alegre nos escaninhos da minha memória que, Bate e Rebate...
Orlando Tardelly, Osmar Rocha, Eraldo Gomes , Olivier, faziam das noites enluaradas de Macaé o ponto alto das infinitas reminiscências que só o seresteiro encarna e vive...

Ademais, Dona Lindaura do Manel Bahiano, Chica, Peroba, Roberto, Seu Flanque, Moraes, Gilson Correa, Pacuçú, Dona Rola, Seu Joaquim e dona Elvira, Seu Walter, Adilson, Beto de Pacuçú,

"A noite estava assim, enluarada quando a voz,
Já bem cansada, eu ouvi de um Trovador...
Lua vinha perto à madrugada, quando.
Em ânsias minha amada nos meus braços desmaiou...
...Hoje eu vivo tão sozinho... sem carinho... Na esperança mais atroz...
De que cantando em noites lindas,
"Está ingrata volte ainda, escutando a minha voz".

Saudades de nossos seresteiros, das Violas Enluaradas...

Meus vizinhos de sítio nos anos 60, minhas poucas galinhas e galos abriam as madrugadas em cânticos e cocoricadas, os galos chamavam as suas parceiras sexuais oferecendo alimento que eram trocados malandramente por aconchegos puros e rápidos, alguns ainda frangotes.

Haviam repiques de cantar com os de dona Lindaura e "Manoel Baiano" com suas galinhas mestiças e galos batedores, outros eram respondidos pelos galos da terra, que coloriam as terras e o terreiro cercado de bambus de dona Rola mãe de "Peroba", "Chicão" e Roberto, ainda não haviam chegados os ladrões de galinhas e quando elas sumiam, vinham 21 dias depois cheias de pintinhos colorindo ainda mais a harmônica cor do sitio.

Não existia ainda cercas de separação de propriedade. Os meus ---(olhem que possessividade capitalista)--- galos iam até os vizinhos e voltavam sempre com a cabeça pelada e sangrando.

Numa destas noites, onde o entardecer ficava para mais tarde das dezoito horas, sentei na varanda branca do sitio e comecei a observar os desafios entre os galos da região, não havia nenhum barulho de máquinas, o que é comum hoje, e os repiques sonoros iam desde o sitio de Gilson Correa, trançavam pelas casas ribeirinhas onde moravam Pacuçu, e se perdiam nos ecos que findavam no final da casa de Nélio Almeida e dona Rola.

O galinheiro onde Roberto prendia as suas vinham com estampidos maiores já que alguns galos cantavam juntos e estremeciam de beleza os sons que formavam o círculo de cânticos naturais.

Seu Franklin, ainda conserva a pureza humana que Leonídio, seu Joaquim trouxeram dos interiores de suas terras. Seu Joaquim espalhou a família por todo o bairro, ele veio de São Joaquim distrito de São João da Barra e trouxe um lindo, "Galo Macaé", que também espalhou sua raça... Leonidio era da Serra de Santa Maria Madalena, depois veio seu filho, Bibi casado com Lena e se espalhou também pelo bairro...

Os cumprimentos ainda saiam das raízes do pensamento e se misturavam nas essências criativas herdadas das noites de lua e de estrelas.

Este cumprimento ainda conservava o brilho dos intelectos puros de gente que dificilmente baixam de novo neste mundo cruel.

Os poucos ladrões eram os de galinha e porcos que habitavam as noites na região. A filha de "Bibi" e "Lena", "Papata", se casou com o filho de Paulo Fernandes e iniciaram uma vida bonita no bairro onde seu pai sucedeu o avô. "Um dia qualquer nos anos 70 a comunidade tomou ciência que havia sido roubado o galo carijó de seu Franklin, corria a boca pequena que tinha sido o "Peroba"." "Peroba" tinha fama de gostar de expropriar galináceas que eram comidas em final de noite no bar de "Moraes" e "Beto" que ficava uns 200 metros da casa de seu Franklin e uns 100 do sitio de minha mãe Ecila.

Corre-corre pra lá e pra cá em acusações generalizadas, eu, de minha parte, defendi o "Peroba", acusando o "Moraes", já que havia sito expropriado um porco no meu quintal e o Adilson havia deixado transparecer que tinha visto ser comido, no "Bar do Moraes", uma carne de porco de roça, acusação e descoberta que até hoje não houve provas do fato havido, prometeram me pagar o porco mais até hoje, neca...

Peroba nunca confessou o que não fez e Moraes continuou sem pagar o porco que prometeu arrecadar com quem o comeu.

Adilson era um negro de estatura avantajada, mãos grandes e dentes excessivamente alvos e brilhantes. Era morador do Sitio e mais tarde, após ter sido acusado de crimes contra vidas acabou morto em tocaia policial no "Bairro de Cantagalo". Sempre alegre e cordial nunca tive motivos para julgá-lo. Era um bom amigo Mara, sua mulher sempre quis que eu batizasse sua filha Alessandra.

Ainda bem que as multinacionais trouxeram para a minha região centenas de Nortistas, Sulistas e gringos latinos que ainda conservam o dom natural de alegres sorrisos e cumprimentos nativos.

De São Paulo o seu Walter chegou e doou terreno onde se fez uma igreja e depois ele mesmo teve o desprazer de se ver fora da entidade assumida pela família de um pastor que lhe tomou as terras. Como bom cristão deixou que a coisa acontecesse e ele mesmo mudou para outra entidade.

Homem puro e bom seu Walter que conquistou a simpatia do bairro pelo seu jeito meigo de ser. Ultimamente vinha sempre aqui no sítio e levava Luís Cláudio para sua congregação. A construção de uma loja e um possível apartamento num pedaço do sítio que minha mãe deixou falado que seria de seu neto Luís Cláudio, fez com que ele conhecesse uma nova profissão.

De ajudante de pedreiro, meia colher e até quase pedreiro ele foi fazendo de um pedaço de terra umas construção bela e imponente, com um rapaz de nome "Edmar Jacaré" que veio de Conceição de Macabú ele aprendeu a fazer radies, montar vigas, foi aprendendo algo que lhe será útil na vida e, o que é muito melhor, esqueceu de jornalismo e oficina de jornal uma coisa que não era legal. Era um mundo onde ele não se adaptaria nunca a subserviência ao poder não é coisa que se pode evitar passar para os filhos.

Luís Cláudio trouxe nova vida ao seu pedaço de terra e muita gente boa foi chegando e, tijolo com tijolo, ele iniciou este milênio com jeito de terminar a obra.

No final do mês de julho de 2001 eu subi na laje da obra de Luís Cláudio. Veio a minha mente, e por isso, entro neste capitulo e falo de uma coisa que o tempo não apaga. Era o ano de l970 e aqui não tinha nada.

O sitio era apenas um local sem luz, sem água de rua, sem nada de progresso. Tinha lindos pássaros, uma nascente que ainda é conservada e nada de rua ou casas, era apenas esta que habito e nada mais. A "Estância Vista Alegre" que tinha escrito na casa, tinha sido uma homenagem do antigo dono de nome Moacyr que era mecânico em Macaé e que foi pracinha da FEB na última guerra. A "Vista Alegre" tinha sua descoberta no deslumbrante e belo cenário que era visto com a Lagoa de Imboassica e o Mar dos Cavaleiros que eram o fundo visual deste lindo lugar. Com a vinda do progresso foram construídas firmas que tiraram a Vista Alegre deste sitio. Não é que Luís Cláudio devolveu a beleza de olhar da Lagoa e do Mar em sua laje? o mesmo azul marinho que existia nos anos 70 estava na distante Lagoa, e o "Velho Azul Esverdeado" da Praia se fez presente.

As mesmas árvores que encontrei quando encontrei e que foram plantadas por Moacyr Amaral, Everaldo Esteves ainda se encontram... Podia falar e vou descrever suas existências embora cercado de firmas de Petróleo e de apoio da Petrobrás que tomaram conta de todo o bairro....

Os "Maracujás do Mato' de formato oval, amarelo e com sabor silvestre ornam a vegetação do "Brejo" que chamo de "Lago" onde se encontra a nascente que faz jorrar água aqui em cima onde resido". Ele, o Maracujá nasce e se espalha onde dezenas de passarinhos teimam em viver em sintonia plena com a beleza do lugar...

As Pitangas ainda resistem,seus galhos rasteiros e com formato de que nunca foram podados servem de alimentos também para Sanhaços, "Sabiás do Brejo" e "Biquinhos" que sempre estão no sitio quando a primavera chega e a chuva fina e criadeira vem acariciar o solo...

Enquanto isso, em plena vigorosidade da estação as Acerolas que comprei do Manoel Jatobá dão seus frutos junto as mangueiras que me, trouxe filhotes, o Diomedes Paes e que sombreiam grande parte do lugar... As jaqueiras, com seu formato secular trazem o sabor. Algumas de "Jacas Duras" outras chamadas de "Jaca Mole". Alimentam galinhas quando caem e os peões de firmas vizinhas que entram no sítio e as deliciam apos seus alimentos de trabalhadores. Fazem suas entradas, pensando que são furtivas mais são observados por mim e Luis Cláudio que autorizamos a "expropriação" num gesto de entendimento e carinho.

Os Cajus, as Goiabeiras, as Jabuticabas, os Araçás, que tanto encantava meu amigo Euzébio estão ainda intocados no seu habitamento primitivo. O pé de Abricó serve de pousada para o casal de Gavião espreitar os pintos e filhotes de rolinhas em ninhos que ficam expostos ao sol e ao vento em tarde de beleza e meditação... Os coqueiros, em sua maioria com 35 ou 40 anos teimam em fornecer cocos com o mesmo sabor dos anos 70 e 80. Privilegiam, em sua copa verde e de balancear divinos os casais de Sanhaços que fazem seu ninho onde a mão faminta do Gavião não alcança... As amoras vermelhas continuam a fornecer alimentos para passarinhos e gente que por seu pé passa e a vê carregadas e lindamente posta perto do pé de Ameixa amarela que orna a parte superior do sitio...O Pé de Limão resiste a seca de um tempo sem chuva e ainda nos fornece frutos. A ausência das Laranjeiras deu lugar ao nascimento de dezenas de pés de Ipês Amarelos que nasceram quando da vinda das mudas a uns l5 anos..O envelhecimento das laranjeiras e sua transformação em "Pé de Limão Galego" abriu espaço para o florescer do Ipês que , paralelo a sua morte, vive em seus mais lindos dias de encantamento dando um colorido diferente ao Sitio...As carambolas, nascidas de uma descoberta de Luis Cláudio quando de suas andanças por entre a nascente e um final de águas ainda pode dar seus frutos em forma nativa e rudemente existencial..Tem o mesmo sabor das Carambolas comuns e se igualam ao dos Cajás que ainda não vieram a nascer na primavera que escrevo estes acontecimentos....

"Cai"... cai balão...
Cai... Cai balão.
Aqui na minha mão...

"Eu sou pobre, pobre, pobre".
De marre, marre, marre...
Eu sou rico, rico, rico.
De Marre, Marre, Marre...

Vem cá Bebido... Vem Cá... Bebido...
Vem Cá Bebido vem cá.
Não vou não... não vou não, não vou não, tenho medo de apanhar"....
O DESCOBRIMENTO
Descobrimos que tinha muita galinha chocando no terreno de dona Lindaura, uma mulher maravilhosa, que morava no sítio de "Paulo Careca," dono de uma farmácia no centro da cidade e que era de uma simplicidade que bem demonstrava suas origens nas serras do Estado do Rio, Paulo pouco falava e sua educação era tanta que não falava, balbuciava.

Hoje tenho com vizinho uma multinacional de petróleo que expulsou também daqui o Lafaiete Ciryaco, Alfredinho Tanus, filho de Camil e Nélinho Almeida. Eu resisto, continuo no meio das multinacionais com seus tratores esporrentos, máquinas diferentes, e gente falando língua trocada, não sei até quando, ou um outro sucumbe... Por mim eu fico até quando viver..Tenho uma nascente no fim do Sítio, cercada de container e galpões..Ela resiste porque está na aba do morro e eu vou ficando também na luta.

Ainda sobre dona Lindaura era uma Baiana que tinha vindo para Macaé com seus filhos e casada Manoel Vieira. Já me referi a esta figura mais sempre que repito me sinto confortável. Ela me disse, "-seu Zé, não se preocupe não, que o seu galo prata vem sempre aqui e tem duas galinhas do senhor pondo aqui no meu quintal, que faço? O senhor quer os ovos ou deixa para chocar". Era assim a relação neste sitio que eu habitava no meio da década de 70, com que me lembrasse da minha infância na Rua do Meio e de meus vizinhos daquela época.

Via que a beleza do relacionamento afetivo está sempre ligada à simplicidade, quando esta se torna burguesa, a forma de afetivo perde a significação da essência, e se fixa no capital, que é, sem sombra de dúvida, o grande mal da raça humana.

Dona Lindaura morreu ali mesmo onde morava, e muito jovem. Há pouco tempo, quando viajava para o Rio de Janeiro parei num posto um rapaz muito simpático me chamou pelo nome e perguntou sobre Macaé sem ter coragem de perguntar quem era para não magoar sua alegria, esperei que a conversa se desenrolasse para situar-me, ele, desconfiado antecipou, me distraindo falou, Sabe quem sou? Sou filho de dona Lindaura, o senhor me deu uma vez uma porção de gaiola, lembra? Era um dos seus filhos que tinham vindo com ela da Bahia e com sua morte se espalharam por ai. Revi uma outra filha dela que casou com Paulinho sobrinho de Milward.

Na "viagem" fui revendo este tempo maravilhoso de um bairro que começava a virar cidade...

Quando Vicente Klonoswisk morou, com Gilberto, no sítio, numa casinha que tinha nos fundos conversamos sobre a fundação de um movimento ecológico, Vicente achava que se a gente mudasse os métodos poderia atingir todo o universo que girava em torno e com isso mudar.

""" ""Fundamos o movimento Ecológico MUTIRÃO que tinha a participação de "Marcelão" Marquinho" "Baixinho do PT"," Marcus Carola", "Marcinho", "Soninha", "Carlitinho" e algumas meninas que não me lembro. Sônia era a única mulher do grupo e contrabalançava com sua meiga figura, dava sempre suas opiniões que eram aceitas e discutidas.

O imaginário fértil, que embala as noites das maricotas e mariquinhas do disse me disse alheio, via na presença desta menina com a gente algo mais que político. Era fácil tentar minar a ideologia e misturar desejos de sexualidade. Maneira fácil e burguesa de separar as pessoas. acho que correu esta opção na vocação das pessoas da época e, até hoje, paira uma incompreensível presença de coisas que nada tinha a haver e que no ar foi lançado.

Havia um forte respeito até por que elas se faziam respeitar...

Sei que uma das poucas investidas foi pichar o "Farol Velho", indo com "spray", dentro da sunga, a nado, rodando as pedras e o "Rodrigo", e mensageando as pedras no interior da Petrobrás que até hoje deve se perguntar como que entraram lá com toda a parafernália de segurança...

Ser ecologista nesta época era coisa de subversivo e muitas pessoas ficavam de pé atrás. As lutas pela conservação da Lagoa, do Mar do Norte, do Rio Macaé e muitas outras eram comuns a este grupo que se espalhou...

O fato é que o "Mutirão" foi o pioneiro na defesa ecológico/política em Macaé nos meados dos anos 70. As nossas reuniões eram sempre nas praças, rua da Praia e lugares abertos..Na fundação do PT este grupo entrou e fundou o núcleo ecológico.
SOL NASCENTE
Quando o dia começava a receber os primeiros raios de sol e que entravam pelas portas nunca fechadas do "Imperatriz," e seu Aristeu já caminhava para abrir seu bar na rua principal, era comum ver a moto de Iberê Madureira caminhando em zigue zague em direção ao primeiro que tivesse um cafezinho fresco. Às vezes era mesmo no Bar de seu Aristóteles que, meio sonolento, rendia o plantão de Zé Mengão que ia caminhando a pé até o outro bar, conversava com Itagiba, Flaubert e Frota e ia para mais um dia de descanso de mais uma madrugada das noites macaenses.

Dimas e Flaubert recolhiam seus carrinhos de milho e os restos de carvão para uma nova investida no dia que começava. Dimas foi outro que Campos nos mandou de presente como foram também Ubiratan, "Manduca do SAPS" e Carlos Emir..

A tranqüilidade era reino eterno e os transeuntes, ora Ary Carvalho Charret, ora "Gugu" não nuviava nem balançava com os pensamentos existentes. Faziam parte do quotidiano real e mental e nem sombra era notada quando dos passamentos lentos e cabisbaixos.

Era como que o nascimento de algo já nascido e que não criava a gota d' água num trasbordamento.

A própria presença de "Felix do Mercado", Elbo Sodré, "Motinha" ou Álvaro e suas loucuras ébrias não destoava. Não afetava um centésimo de segundos sequer nas energias que haviam em torno das conversas. Fazia parte deste equilíbrio que Macaé tinha com sua gente e suas histórias... Era quase final do século...quase início de um mundo novo que iria abafar as nascentes, destruir praias, matar passarinhos, bitolar habitantes, prostituir pobres indefesas moradoras de bairros periféricos e elevar a cidade ao pedestal de sua auto destruição histórica.. Eram os últimos suspiros ecologicamente puros da cidade que viraria a Capital Brasileira do Petróleo.

Álvaro Paixão ainda caminhava com sua calma franciscana para o "hotel Brasília" que o fogo quis que se perdesse no tempo. As poucas ruas iluminadas não escondiam o medo. Faziam parte do silencio que a claridade podia interromper.

Era como que a meia-luz estivesse ali para anuviar os pensamentos e, com alguns vaga-lumes bailando, pudesse fixar na hora harmônica deste silêncio a beleza estonteante de centenas de mariposas que ao longe podiam se ver nos postes contados a dedo, nas noites que iam e vinham quase iguais mais que se diferenciava no toque alegre dos dias que nasciam.

Antes mesmo das revoadas dos pardais nas árvores que se avizinhavam nas ruas do centro, o "Félix Guarda" já vinha se aproximando do Café e sua velha e bem cuidada bicicleta Monark. Saudado por todos que habitavam a cidade no fim de mais uma tarde. Feliz nos deixou seus filhos Felinho, Amilton e uma menina de nome Therezinha que trabalhava na loja de Nilda ao lado do belas Artes. Ela hoje é proprietária de uma loja no centro da cidade e, se recorda das nossas andanças pelo velho Belas Artes e do próprio Cláudio, de quem conta passagens pitorescas e belas...

Doutor Silveira ainda andava por nossas mesas contando as suas descobertas nas terras de Glicério e as buscas por pedras preciosas que ele descobria a cada dia no distrito...Sempre acompanhado do vereador Manoel Jatobá que a tudo observava. Jociene ainda, elegantemente fardado, era o guarda da Rede Ferroviária e presenteou o nascimento de um bezerro num trem cheio bois que ia para Campos. Para não ser esmagado e morresse o bezerrinho, o velho e bondoso José Cordeiro Peixoto, o "Peixotinho da Estação", pegou e levou para casa. Deu o nome de "Felicidade" ao bezerrinho que foi criado na mamadeira até ficar grande. Sylvio Roberto dos Reis Peixoto confirma o fato e ainda afirma que, ele mesmo, deu muita mamadeira a este lindo animal salvo pela intuição afetiva e ecologicamente reikiana de seu pai.

Amilcar Quinan Macedo afirmava, quando de suas últimas aparições na Barbeadria do Fanor Monteiro que "Quando Peixotinho ia para estação o bezerrinho o acompanhava...

A cidade era toda cercada de ruas empoeiradas e nitidamente belas. Memórias de José Milbs de Lacerda Gama para o livro "O Pinguin da Rua do Meio. Editoria: www.jornalorebate.com