Boas vindas

Que todos possam, como estou fazendo, espalharem pingos e respingos de suas memórias.
Passando para as novas gerações o belo que a gente viveu.
(José Milbs, editor)

25.10.08

Os canalhas tambem envelhecem e, o pior, em cargos públicos eleitos com votos comprados...

HOMENS ENGRAVATADOS E POSUDOS ENVERGONHAM O BRASIL E ENTRISTECEM AS CRIANÇAS DOS COLÉGIOS PÚBLICOS



O velinho de 70 anos não conseguia mais ver TVs. Vulgaridade, venda de bebidas que são oferecidas, sexo frio, exposição de corpos sem que respeita as crianças e velhos, negros explorados pelo império e homenageando os torturadores nos troncos em exposição explícitca de um carnaval e futebol longe de seus valores. O autor é tomado pelos jornais. O USA querendo impor, guela a dentro ao povo latino, sua eleição farjuta que só tem capitalista rico que não estão nem ai para o POVO...

Tudo isso e ainda a noticia de que o Govêrno de Lula está se auto-destruindo no que resta de moral. Pessoas que deveriam dar exemplo de dignidade nos cargos, esbanjam o dinheiro em Cartões de Créditos. Negros e Negras embranquecidas pela subida ao poder central. Que vergonha para quem, como o autor, fundou este PT nos anos de 1978. "Tijolo com Tijolo era a camisa branca que usava. Risos irônicos da borguesia que dizia, com seus sorrisos vindos de reluzentes e caras dentaduras: "Olha lá o Milbs. Saiu da loucura (para eles) do Movimento Hippie e agora está fundando este partidinho que veio de São Paulo. Sabe quando eles farão algum vereador? nunca."




Seus pensamentos vagueiam. Seria sua idade, 70 anos, que o estava transformando num purista? Será que caduca e se transforma num sensor? Pensava e observava o vôo de 4 Bentevis que procuram pouso nos Coqueiros de sua morada. Coqueiros Imperiais que resistem há 60 anos à destruição do Bairro do Novo Cavaleiro em Macaé, cidadezinha que se acocorou ao progresso e está com suas nascentes e rios destruídos pela sanha avassaladora do ganho de grana fácil dos especuladores imobiliários.

Enquanto observa o pousar feliz das 4 aves, se volta para atender sua neta Mariana, Volta a pensar,num milésimo de segundo antes de se virar na velha cadeira:
-Lá vem esta menina com mais um de seus trabalhos de colégio buscando dissertação e idéias".
A menina se aproxima e tira de vez a sua observação nos passarinhos.
- Diga lá, minha grande neta.
Mariana estava mais séria do que das vezes anteriores. Vai direto ao assunto:
- Vô, Político é tudo ladrão mesmo? Eles têm filhos e netos? Antes das novelas, continua a menina sob o olhar pasmo de seu velho avô, eu escuto no Rádio e na TV que os senadores, os deputados, os vereadores e uma porção de juizes e desembargadores estão roubando todo o dinheiro do POVO brasileiro. Tem até a voz deles falando no telefone. Eu fiquei triste por que eles deveriam respeitar os seus filhos e netos. Já pensou, vô, se o senhor fosse político e eu visse o senhor algemado na TV?
Enquanto acompanha o Avô que volta a olhar para os passarinhos, que, agora canta e pular na alegria de uma fina chuva de começo de verão, Mariana retruca:
- A professora do meu colégio estadual que um trabalho sobre o que a gente, crianças, achamos dos Políticos Brasileiros. Será que o semhor pode me ajudar?
As mãos do autor/avô, chegam até a cabeça. Seus cabelos estão totalmente embranquecidos. Metade, pensa, pelo sereno da vida e a outra é mesmo pela genética. Seus pais e avós ficaram grisalhos aos 18 anos.
O velho não deixa que sua neta, 11 anos, veja uma lagrima de ódio que brota em seus olhos. Olha sua neta que, na sua inocência acha que pode obter justiça neste sistema que vivemos. Justiça num país de injustiças.
Volta-se e, como se já tivesse na mente tudo que seria dito e escrito pela menina em seu trabalho escolar e sentencia:
- Quem sabe, um dia, quando este sistema que si está agonizando e que fez muita crueldade, acabar a gente não pega toda esta gente que roubou, matou trabalhadores, explorou as pessoas, discriminou velhos e crianças, escreveu novelas para desviar a beleza e a pureza de milhares de jovens, políticos que se enriqueceram com dinheiro do POVO, juizes e desembargadores que venderam sentenças, enfim toda esta gentalha imunda e crual e os confinemos numa CIDADE PRESIDIO?
- Como assim, vô? Cidade Presídio?
-Sim. Uma cidade presídio. Mariana vamos imaginar uma cidade quando você tiver 20 anos. Uma grande cidade, com estrutura bem reforçada em muros altos e eletrificada (iguais às casas dos políticos e dos juizes e desembargadores que estão sendo descobertos, presos e soltos), Cidade com um forte esquema de segurança externa. É uma idéia que tive quando vc falava quando aqui chegou.
- Sim, agora já estou entendendo, reforça Mariana.
-Otimo. Bom que você entenda por que na sala de aula você terá que, quem sabe, ler o texto para seus colegas e para isso terá que saber esta minha idéia que, a partir de agora, será sua também.
-Só uma coisa, interrempe a menina que se aconchega ao lado do avô: Seria uma cidade presídio imaginária? Não dá para a gente colocar também as pessoas que roubam nas Prefeituras e ficam snobando e maltratando as crianças pobres que os pais trabalham de verdade?
O avô/autor sempre se orgulhou de seus filhos e netos. Todos estudando, como ele, em Colégios Públicos. Mais esta sua neta estava ali, a sua frente, sem nunca ter lidos os livros que ele absorve e lhe dá substância odeológica. Estava ali, dando subsídios para a transformação desta socidade... Antes mesmo que seus pensamentos possam desviar–se para um galo vermelho que canta no jardim, fala:
- Sim minha doce menina, esta Cidade Presidio, além de abrigar os milhares de políticos, assessores, delegados, policiais, enfim, enfim, todos estes senhores que estão comprometidos com desvios de dinheiro publico, envolvidos em comissões de empreiteiras, vai abrigar os que, por omissão, sabiam e permitiram que estes fatos acontecessem. E foi falando, como se estivesse num confessionário:
- Pode também colocar nesta cidade, juizes, advogados, empreiteiros, milhares de vereadores que levam propinas de empresas de ônibus, de firmas multinacionais e centenas de secretários de Estado, Ministros e ex Ministros. Marina interrompe:
- Vô, crianças e velhos vão para esta cidade presídio?
- Criança não. Velhos safados, que deram mal exemplo para os netos e para os filhos vão sim.
- Crianças vão sempre olhar esta cidade, pensei aqui, seria colocado um grande painel de televisão, onde irá passar a vida destes homens corruptos, ladrões de gravatas. Será um filme, tipo: "Olhe o que eles fizeram e por que eles estão lá"...Como se estivesse dizendo as crianças."Viu como eles foram cruéis? "Estes exemplos não podem ser seguidos"...
- Você está entendendo, Mariana?
-Estou sim...
-Quer dizer vô, que os velhos que deram maus exemplos, vão ficar na cidade presidio?
- Sim, minha lindinha, os canalhas também envelhecem...
- Vamos voltar a falar na nossa cidade presídio, catuca o autor/avô.

- Seria uma cidade presídio. Aproveitando para por nesta cidade-presídio, centenas de Sindicalistas safados, presidentes de ONGs. corruptas e alguns ex Governadores. Minha preocupação, minha doce neta, é não deixar esta camarilha de Homens Públicos, que envergonham seus filhos e amigos, ficarem misturados com presos comuns. A presença destes corruptos poderia contaminar os presos comuns.



-Tava penando nisso, alerta a menina: tem muita gente que rouba pão, manteiga, comida e eu fiquei pensando em pedir ao senhor isso que o senhor falou. Não deixar estas pessoas juntar com esta gente ruim.

- Não se preocupe, minha neta. Para essas pessoas que você fala, existe leis que protegem quem comete estes pequenos atos. Só que alguns magistrados e delegados de polícia, preferem prende-los e deixam soltos quem lhes dão propinas. Você não está vendo nas Tvs o que eles fazem?

-Vendem sentenças para a jogatina, ganham carros do ano, vultosas quantias em dinheiros e ainda "prendem e arrebentam" quem pega, num super-mercado uma margarina. Lembra daquela jovem que ficou presa em SP por um delegado por ter expropiado uma manteiga para seu filho?

-Sim, continue que eu estou entendendo tudo que o senhor fala. Acho que vou fazer um lindo trabalho, diz Mariana, orgulhosa do avô que fala com euforia. Parecendo até que já estamos numa nova democracia...

O Autor/avô aumenta o potencial de sua fala, quando alguma carreta ou buzinar de carros tentam cortar seu raciocínio. E, contunua:
- Como esta gentalha está totalmente viciada na corrupção, só consegue o desejo sexual com uma nota de cem nas mãos e não sabe viver sem levar uma comissãozinha de 20 ou 30 por cento, esta cidade teria em circulação notas de dólares falsos e de reais. Para eles não ficarem em depressão por falta do "ópio deles" que é roubar dinheiro do contribuinte.
- Os bens destes canalhas, homens ate velhos de cabelos brancos, que nem respeitaram seus filhos e netos, seriam todos confiscados para manter a cidade. Eles mesmos podem eleger seus dirigentes nesta cidade. Como este presídio vai ter muitos portadores de títulos de faculdades não haveria necessidade de celas especiais. Semanalmente as crianças seriam convidadas para aulas onde esses canalhas seriam mostrados em fotos como "exemplo a não serem seguidos"...
- Legal, vô, maneiro mesmo. Já entendi tudo. As crianças iriam lá na cidade presídio igual no Zoológico. Olhar a vida destes homens e mulheres que, durante anos, décadas fizeram maldades com os pobres e roubaram o dinheiro dos impostos, né isso, vô:
- è isso mesmo. Como eles não conseguem mudar "o vicio" de roubar, etc. etc. arremata Generino:
-Nesta cidade/presídio, haveria eleições entre eles de Vereadores a Presidente.Que você acha, minha neta, desta cidade do futuro?
Mariana, como que adivinhando o pensar do avô Generino, complementa:
- Que o senhor acha de por nesta cidade as pessoas que fazem os programas de televisão? Os donos das fabricas de bebidas, cigarros e os escritores que se vendem para fazer as novelas horríveis dos horários nobres?
Generino, que teve seus pensamentos captados, pensa, ao sorrir a sua neta que corre para o colégio levando as suas mãos o texto sobre os POLITICOS BRASILEIROS...
II
A cidade ainda dorme com suas ruas com poucos transeuntes. Colégio Público começa cedinho e as ruas estão enfeitadas com centenas de crianças que tomam ônibus, se aconchegam uns aos outros e rumam para os educandários. São coleguinhas de Mariana, meninas e meninos. Pelo vidro do ônibus ela nota que passam luxuosos carros importados com outras crianças indo para muitos dos colégios particulares que existem na cidade. Pensa em seu vò Generino que, um dia, falou com ela: - "Mariana, criança que estuda em colégio daqueles que as crianças são levadas, são iguais estas galinhas criadas em granjas. Não pegam Sol, não brincam na chuva igual você e seus amigos. Eles são criados como se fossem feitos em cativeiros. E, lembra do arrematamento do avô, ao tempo que retorna o olhar pelo vidro do Ônibus e vê alguns meninos soltando pipas no redor de uma praia. - "A culpa não é das crianças não. São de seus pais e deste sistema cruel que vem a muito matando as coisas belas do mundo.
O colégio se aproxima do parar do veiculo. A porta do estabelecimento já está com centenas de seus colegas. Pensa: será que a professora irá entender seu trabalho e sua idéia de uma Penitencia/cidade? Sei, lá, matuta: apesar do colégio ser público e ser frequentado por crianças simples os valores são parecidos com tudo que passa na TV e nas ruas. Prefeitos. Vereadores, gente da sociedade, alguns deles até acusados de maldades com o POVO pobre, que se enriqueceram desviando coisas da comunidade são vistos nos dias de festas. Será que a professora não vai brigar com ele ou lhe dar nota baixa?
Dona Matilde tem sempre um olhar diferente das demais mestres do Colégio Estadual Luiz Reid. Não gosta de dar notas a quem tem erros de gramática ou de pontuação. Pior de tudo é que seu trabalho deve estar todo cheio de erros. Seu Vô não se formou em nada, ele mesmo diz que se orgulha e ser "apenas formado em dactilografia" e que, a muito custo só foi até o segundo semestre numa Faculdade de Direito. Seu trabalho não deverá atingir nota mais que 5.
Chamadas por nome e eis que ela chega ao mesa. Mariana, seu trabalho está muito bom. Você tirou 10, diz em voz alta Dona Matilde que, com 40 copias de seu trabalho começa a distribui los com os demais alunos pedindo que eles falem o que acham da cidade/presídio e que eles, as crianças, levassem a idéia para seus pais e que eles também participassem do trabalho...

Avô/autor volta a meditar em sua rede na varanda: É final de tarde de uma quinta depois do carnaval de brancos omde negros deviam ser donos. Em brasilia, cartões de crédito de autoridades são esbanjados pelos poderes da Nação. Nas c idades pequenas, vereadores, vice prefeitos e prefeitos riem de um lado a outros das bocas tratadas com dinheiros público. Riem por que sabem que, até que a "coisa" estoure nas cidadezinhas eles já foram reeleitos, gastaram com festas, churrascos e putarias em prostibulos. Não serão pegos e debocham dos "scribas" que teimam em catuca-los em suas crônicas.

O sol volta a reinar no Bairro do Novo Cavaleiros e outras noticias irão abafar a antiga corrupção de ontem e esta de hoje será abafada pela que virá amanha. Até que seja, de fato, criado uma CIDADE PENITENCIÁRIA e esta gentalha seja colocada dentro dela... José Milbs de Lacerda Gama, avô autor, editor e jornalista)

20.10.08

LUIZ CÉZAR -CEZINHA-MENDONÇA MORRE PREMATURAMENTE EM MACAÉ

FICA A SAUDADE DE UM DOS MAIS BELOS EXEMPLOS DE FÉ NA TRANSFORMAÇÃO, PELA PAZ E PELO AMOR DE NOSSA SOCIEDADE (Milbs 2008)
Foi uma segunda-feira de grande comoção e tristeza para quantos, como eu, tive a alegre e feliz convivência do este amigo. Cèzinha faz parte das grandes vivencias de Macaé, cidade que o viu nascer, crescer, brincar em suas ruas e vielas e ser um dos mais eminentes e corretos defensores do Meio ambiente.
Esta foto, tirada por Wanderley Gil, no ano de 1978, num baile de carnaval no Tenys Club, retrata seu belo sorriso de menino que o acompanhava sempre em seus tímidos e afetivos abraços. Ao lado do velho amigo Phydias Barbosa, num arquivo que nos deixou o saudoso Euzébio Luiz da Costa Mello, a gente pode guardar, nas nossas paredes memoriais, a presença vida deste velho amigo e companheiro nas saudosas lutas pela "transformação da sociedade nos anos de chumbo".
Luiz Cézar Mendonça foi criado ali mesmo na Rua AlfredoBakcer onde seus pais, na simplicade de uma Macaé Pura o fez caminhar nas suas empoeiradas ruas periféricas. Ele e Paulinho eram como dois anjos saidos dos altares de uma familia extremamente alicerçado no amor e no servir ao próximo. Herdou deles a certeza de que estava nas coisas simples e na natureza o grande valor desta vida passageira e curta.
Com Phidias, Euzébio, Wanderley, Ricardo, Claudio Santos, Nato, Manel, Armando Barreto e Rozário, Izaac, Sandra, Dodora, Mary, Marco Aurelio, Juarito, Fernando , Fred, Marquinho Brochado, Marilu, Eliane Gil,Tania Castro, Lucia Helena Souto, Alessandro Barreto, o querido Barretinho, Alvacyr Angela Lopes, Samuel, Frota, Fernando Marcelo, Nilton Carlos, o bom Niltinho, Ruy Jorge, o nosso Jojó, e outros que fogem a memória que já começa a "gaguejar no velho autor que vus fala", como a gagueira oral que herdei de meu pai, , refundamos o velho O SECULO dos anos de 1860.
Era de Luiz Cézar Mendonça que saiam os fluídos, como numa materialização, para nortear a todos nós na busca de um Mundo Maravilhosamente Puro e Ecológico. Com Euzébio ele criou um local de flores e ares novos na Praça Veríssimo de Mello. Flores, Cáctos, Bromélias, salvas das enchentes capitalistas na destruição do Lagomar ele catava, junto as lâminas cruéis dos tratores e lhes davam vidas nas exposição que fazia no Velho Casarão dos Mellos da Praça Verissimo de Mello.
Talvés tenha sido de Cèzinha a 1a. idéia de lutar pela conservação do Lagomar. As noites de Lua que a gente costumava ver nascer neste local, ainda intocado pela destruição, despertava nele o sentimento de fazer renascer as espécies que. moribundas, ficavam estiradas nas picadas. Eram bromélias que os olhos puros e lacrimejantes de Luiz Cézar olhavam e logo em seguida recebiam o calor de uma nova vida e que ele levava para a cidade.
Como professor prestou seus serviços em Educandários e foi um dos mais dedicados membros da Secretaria do Meio Ambiente,
Com Phydias, na ultima sexta-feira, depois de uma longa conversa telefonica, se mostrava esperançoso de um transpante de figado e que estava muito feliz por que iria ser avô em janeiro.
Em nome de minha geração e das gerações que conheceram o sorriso timido e afetivo de Luiz Cezar Mendonça, quero enviar aos seus familiares, especialmente Cici que junto com o Mendonça foram os responsáveis pela criação linda de seus filhos, os sentimentos de toda a equipe de O REBATE que, nos anos 70 teve o privilégio de ter o Luiz Cézar como colaborador. Jose Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com 77 anos de Histórias...

11.10.08

meus 70 anos aos 13 de agosto de 2009 - Foto de João Pedro meu neto de 7 anos...


(Leminski

quando eu tiver setenta anos
então vai acabar esta adolescência

vou largar da vida louca
e terminar minha livre docência

vou fazer o que o meu pai quer
começar a vida com passo perfeito

vou fazer o que minha mãe deseja
aproveitar as oportunidades
de virar um pilar da sociedade
e terminar meu curso de direito

então ver tudo em sã consciência
quando acabar esta adolescência

-----------------------------------------
nunca cometo o mesmo erro
duas vezes
já cometo duas três
quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez

A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!

(Mario Quintana)"Eles passarão. Eu passarinho" ...

7.10.08

Geni Célem de Lacerda Borges uma vida de encantamento e beleza...


Quando era criança, nos anos de 1940, numa cidadezinha ao norte do Estado do Rio de Janeiro de nome Macaé, aprendi a ser observador das vózes harmoniosas que saiam dos lábios de meus amtepassados. Coisas que eram vistas nas longas conversas nas "Cadeiras nas Calçadas" estendidas e felizes nas ruas empoeiradas da futura capital do petróleo. Era na Rua Doutor Bueno, velha Rua do Meio onde as ondas bravias do Mar de Imbetiba http://www.jornalorebate.com/luar_de_imbetiba/ vinham até as nossas beiradas das soleiras. Era o encontro alegre de conchas, estrelas do mar e restos de espinhas de peixes que a criançada aproveitava para confeccionar barquinhos de papel.
Foi num destes encontros das Verdadeiras Histórias de minha cidade nativa que ouvi falar de Geni. Casada com meu primo Heros Lacerda Borges sua presença no labial das pessoas tomava de encantamento todo o ambiente das "Cadeiras Estendidas nas Calçadas". Quem seria, pensava eu, menino de 8 anos e já conhecido nas rodas infantis de Macaé como o "Pinguin da Rua do Meio", esta figura que, quando citada criava uma auréola de encanto e transformava os olhares de todos em febril momento de prazer?
Geni não morava na Cidadezinha de Macaé. Embora nascida da união de Afif com seu Abid Célém, morava em Niteroi com suas belas irmães Lucy, Dezi, Tidinha e meu amigo Renato.
Pensava então: " Por que minha Mãe Ecila, minha inesquecivel avó Alice (Nhasinha) de Lacerda, minhas tias Leonor (Doca)de Lacerda Santos, Ondina de Lacerda Borges e outras pessoas presentes nas "Cadeiras nas Calçadas" se serviam do encanto para falar em Geni"?
Outras pessoas se faziam presentes a estes momentos encantados na Rua do Meio. Therezinha Maria de Lacerda Santos, Maria Clyce de Lacerda Santos, Djecila Maria de Lacerda Gama, Ivan Sérgio de Lacerda Gama, Maria Eduarda Santos da Costa e Oliveira, Maria Clara de Lacerda Santos da Costa, Nelson e Eliete de Lacerda Santos eram alguns dos muitos que, como eu, conheceram as histórias e tomaram ciência da existência de Geni Célem de Lacerda Borges.
Quando cresci e pude conhecer Geni na Rua Castilhos França em Niteroi quando, vitima de um grave acidente estive internado no "Hospital Antonio Pedro" pude testemunhar, ao vivo, os motivos de todos os meus familiares e antepassados, reverenciarem sua figura humanamente pura.
Minha mãe Ecila, guestionada por mim sobre a beleza interior que Geni punha à mostra na fala e no olhar, ria e sentenciava: "meu filho, você precisava conhecer dona Afif. Ela que espalhou esta beleza que estão na genética de todas os seus filhos. Encontrada em Tidinha, Lucy ou Dezi.
Geni faleceu em niteroi. Cercada pelo afeto e amor de seu filho Ronaldo Celem Borges,de sua nora e netos. Aos 88 anos, as cidades de Macaé, São Gonçalo e Niteroi perdem a presença jovem de uma menina de 92 anos que pisou suas ruas empoeiradas e honrou a vida.
De minha parte fica a saudade. A uns 15 dias estive com Paulo Barbosa Barreto e perguntei por Geni. Não pude revê-la em vida mais fica minha saudade e meus sentimentos a todos os seus familiares e amigos.Liguei para minha querida amiga Alice Barreto Maia e pedi a que comunicasse a todos a tristeza de toda equipe de O REBATE que, durante seus 77 anos de existência sempre foi lido por todos os familiares de Geni.
José Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com

2.10.08

Cândida Maria da Silva Vieira. Educadora que fez história do tradicional Mathias Netto...


Quando um livro, uma salá, uma mesa e todos os utensílios que são usados na educação de jovens e crianças, são colocados, na tábua fria dos "deveres de casa" ou das subidas e descidas nas escadarias dos educandários seculares da região de petróleo, a gente fica pensando na perda de uma educadora. Cândida era a representação vivencial do nome que carregou para o que os "deistas chamam de eternidade". Fez jús a esta Candura. Que o digam seus milhares de alunos que tiveram o privilégio de te-la como mestre, educadora, amiga e, acima de tudo, companheira e conselheira.
Sua vida, levada aos 70 anos, foi todo dedicado a Educação Pública do Estado do Rio de Janeiro e, em particular, ao Colégio Estadual Mathias Netto. Nascida no municipio de Conceição de Macabú, ainda jovem e esperançosa de um ensino público sério e decente, fez do Magistério uma profissão de fé. Querida por toda a comunidade Docente e Discente seu nome perpetuará o carinho que sua vida sempre soube espalhar por todos que a cercavam em busca de aconselhamento e afeto.
Em Macaé criou seus filhos e acariciava os netos transmitindo a eles toda a verdadeira obra de uma educadora correta e voltada para o bem.
Prima de minha eterna sogra Ivone Manhães Coelho e aparentada com meu contemporâneo Geraldinho, tive a felicidade, mos anos 70 de conhecer toda a sua familia em Conceição de Macabú e guardo, nas paredes enfumaçadas de minha memória, as pessoas que deram início a genética existencial de Cândida que ela soube pasar para seus filhos, netos e amigos.
Candida Maria da Silva, que depois se tornou Vieira ao se casar com Manoel, trouxe da cidade que nasceu o verdadeiro sentido de Mãe, esposa, amiga e companheira, herdado de seus belos pais que lá ficaram e que receberam de volta seu corpo para sepultamento.
Cândida volta a sua cidade que tanto amou e honrou. Sepultada no jazigo da Familia descansa com a certeza do dever cumprido.
Durante muitos anos anos fui seu visinho na Rua Francisco Portela. Era salutar sua jovem presença no dia a dia de uma passagem rumo ao Colégio. Bom Dia, Boa Tarde, Boa Noite que sumirsm das ruas asfaltadas de nosso região, eram saudações que saiam de seus lábios nas idas e vindas. Ultimamente quem recebi estes cumprimentos eram o velho Dudú Trindade e a própria Dona Ivone sua prima e amiga. muitas pessoas desta Rua, se aqui ainda estivessem, poderiam testemunhar como Cândida soube honrar seu nome de batismo.
A região do Colégio Mathias Netto sente a saudade que a própria Natureza expôe nestes dias tristes de uma Primavera chorona...
Que seus familiares fiquem confortados por que Cândida morreu como sempre viveu na simplicidade das Grandes Educadoras de nossa Região de Petróleo.
Em nome do "O REBATE" que faz histórias em nossa região a 76 anos, quero transmitir a toda comunidade educacional e aos familiares,os sentimentos da imprensa livre e democrática que representamos. José Milbs de Lacerda Gama editor, cronista e escritor...

26.9.08

Melancia, Próstata, sua diminuição.Vale a pena fazer isso...


Recebi email de meu amigo Iney Borges Bastos, irmão de Paulinho e Ivair. Ele é pai da jornalista Ivana, ex colaboradora do O REBATE e também pai do competente Ivan
È umemail que fala da cura de algo que assusta as pessoas de minha idade. Assustaemata muitos de nossos contemporâreo.
Transcrevo o email de Iney Borges Bastos que além de competente funciónário BB foi casado com minha doce amiga Leda de saudades mil além de cunhado de Lia de meu velho primo Lélio Almeida...
"

REMÉDIO PARA PRÓSTATA

> Não sou dado a recomendar remédios, mas desta vez não posso

> resistir à divulgação dos resultados milagrosos que venho constatando

> pessoalmente. Por sugestão de um cunhado meu, comecei a

> cerca de um

> mês a tomar diariamente um copo de suco de melancia com os

> caroços,

> visando a diminuir o tamanho da próstata. Já há algum

> tempo venho com

> dificuldade de urinar e fazendo controle periódico do

> estado da

> próstata. Depois do tratamento já melhorei

> substancialmente. No caso

> do cunhado que me recomendou o tratamento, ele já estava

> em preparação

> para uma cirurgia quando recebeu a receita de um médico

> naturalista.

> Em quatro meses de tratamento, o tamanho se sua próstata

> reduziu-se

> bastante, dispensando a cirurgia, para espanto de seu

> médico. Ao que

> se suspeita, os resultados milagrosos devem-se ao alto teor

> de

> Licopeno da melancia. Portanto, não custa nada

> experimentar. No pior

> dos casos vocês estarão tomando um gostoso suco. Na

> expressão latina:

> quod abundat non noscet (o que abunda não prejudica).

> UM abraço.

> Helcio"

23.9.08

ADÃO SAPATEIRO, MODELISTA, POLITICO E GRANDE HISTORIADOR DAS VIVENCIAS CAMPISTAS E MACAENSES


O SAPATEIRO, O ALFAIATE E A NOVA DEMOCRACIA

O sapateiro e o alfaiate da Nova Democracia



Batendo o martelo nas coxas, já calejados pelos anos, o velho Djecyr Nunes da Gama, sorri de lado.

— Sapateiro é porque bate sapato? – pergunto querendo puxar conversa só para ouvir a sua voz gaga, mais que sonorizante de amor fraterno.

— É sim, responde fechando o sorriso –, ciente que eu já sabia a resposta.

Aí eu insisto:

— Pai, aquele pião que o senhor me deu, com a fieira de barbante branco, quando eu rodo ele na calçada as crianças dizem que é um “pião sapateiro”, que fica pulando, igual ao Pica-Pau dos desenhos animados. Acho que agora estou entendendo o que o senhor quer dizer. Esse toc, toc, toc, toc do martelo, no ferro igual a um pé, virado para cima, que o senhor bate na sua coxa, na roupa toda remendada pela vovó, é o motivo do nome sapateiro, não é?

A tarde sempre era assim: na volta do colégio e a sentar-me junto à sua bancada. Batidas de solas, mãos firmes no manejo de um negócio igual uma navalha que, uniforme e lindamente tocada pelos dedos do mestre, ia torneando o couro, dando formas de sapatos. Latas de colas, olhar fixo na arte e a certeza de que o suor que escorria de seu lindo rosto, torneado de um morenar meio aloirado, lhe garantiria o sustendo da família.

Meu pai se orgulhava da sua profissão, como o Paulo Rodrigues Barreto, da de alfaiate. Dois mestres, duas certezas assegurando o belo do artesanato.

Nasceram ambos nos sertões dos Campos dos Goitacáses. Paulo, com seus dedos endurecidos pelos anos da profissão herdada de seu pai, era a excelência no trato. Orgulhava-se ao me contar que havia feito os mais lindos ternos de linho, à mão, em quantidade superior a uma centena de pessoas no norte do Rio de Janeiro.

Djecyr falava de seus trabalhos em cromo alemão que duravam anos para que voltassem às mãos dele ou de outros sapateiros. Era calçado para nunca se acabar — orgulhava-se, também para mim, o velho pai guerreiro e herói.

Estes dois, entre tantos e grandes personagens de minha vida tinham, além de uma linda e harmoniosa arte no manejo das mãos, uma coisa em comum: eram extremamente políticos, por isso humanos em nossa época. Da Gama, meu pai, e Paulo, meu amigo, entendiam o mundo, em sua formatação, com uma clarividência supreendente e que enriquecia minhas concepções do mundo.

Claro, forçoso dizer, talvez, eles tivessem muitos amigos no poder. Porque sapato de “couro alemão” e “linho 120” não eram obras para as massas, para o povo trabalhador. Mas eles também faziam saltinhos, meia-solas, pregavam chapinhas em sapatos que acabavam de um lado, remendavam calças, diminuíam bainhas e faziam toda sorte de “biscates” que os punham frente à frente com a massa sofredora do povo de região onde habitavam. Jamais deixavam de socorrer o povo pobre e nunca negligenciaram na sua arte por isso.

Djecyr Nunes da Gama e Paulo Rodrigues Barreto sabiam que a degeneração capitalista haveria de destruir suas profissões. Anteviam que máquinas possantes prosseguiriam, sempre mais velozmente, fazendo ternos e sapatos em série, mas deformados e que encolheriam na primeira lavagem ou chuva, que se acabariam na primeira tropeçada na calçada e se encheriam de lama até os calcanhares...

E a produção foi se transformando em coisa de baixa qualidade, a princípio baratas, depois caras e quase descartáveis. Sapatos e ternos saídos das grandes fábricas onde a força de trabalho não paga ofertada pelos trabalhadores desempregados animam, ainda mais, a fome destes genocidas. Tudo isso me faz, agora, entender melhor suas falas de uma beleza feita de coragem e convicção, até mesmo frente à certeza do fim de suas profissões.

Da Gama e Paulo Barreto acreditavam na via parlamentar para a chegada do povo ao Poder. Gama, com sua experiência no Sindicato de Curtumes e Derivados de Couros, em Buenos Ayres, onde morou e dirigiu o sindicato no governo Perón, e Paulo como velho petebista/brizolista. Claro que ambos desejavam ardentemente um governo do povo.

Estas duas mãos não mais irão cozer solas e panos. Seus corpos estão enterrados, estrumando com suas essências as terras que os cobrem. Eu lhes empenharia minha palavra, se pudessem ouvir, no entanto, que o menino/filho cresceu e o amigo/filho amadureceu. Não foi em vão a fé de ambos no socialismo, aquela que, incansáveis, transmitiam para quem merecesse ouví-los. Absorvi, desenvolvi e preciso honrar suas memórias, convicções e seus ídolos, que mesmo padecendo de precisão algumas vezes, eram passos honrados para a compreensão da Nova Democracia que vingará as lutas de tantos quanto aqueles dois, que tombaram terra mas nos legaram o ensinamento dos primeiros passos...
A MORTE DE ADÃO

Esra crôncia retrata a presença de Adão na vida cultural de Macaé/Campos. Sapateiro, como meu pai da Gama, Campista como ele e grande observador das transformações da sociedade. Adão sempre esteve ligado a tudo que se dizia respeito a comunidade de Macaé. Politico sem nunca aceitar ser candidato ele navegava nas idas e vindas das belezas macaenses/campistas. Sempre cercado da intelectualidade dos anos 70 e 80 era de Adão que vinha, com sua vóz gaga mais que tinha a sonoridade da autenticida. Às vezes eu catucava ele e dizia: Adão, meu pai Djecyr era também Gago, Campista, Sapateiro e Politico. Não seria isso uma marca da profissão?" Adão ria e desfilava uma enormidades de fatos que colocava a mostra sua capacidade de liderança.
Brizilista, amigo de muitos dos mais autênticos intelectuais de Macaé de Campos ele deixa saudades a todos que se acostumaram com sua trajetória alegre da Rua do Corpo de Bombeiros até o calçadão da Rua Direita. De vez em quando em companhia de seus netos e outras na solitária presença nas ruas de Macaé que ficam mais vazias com sua morte.
Sendo um dos meus mais velhos amigos e conselheiro quero estender, em nome de "O REBATE" aos seu familiares os sentimentos de toda nossa geração. Da última ocasião que soube de sua presença em vida foi de seu belo filho que conheci aqui na "Estância Vista Alegre" onde moro e edito o jornal.
Que seus filhos, netos e familiares saubam que o nosso "Adão Sapateiro e Modelista" influenciou muito na transformação de nossa região.(Jose Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com )

21.9.08

Diomar Salgado morre com o brotar da Primavera que sempre viu florir...


Viúva do Ricardo Salgado que fez histórias no soerguimento da Cooperativa Agropecuária, onde foi por vários anos presidente, Dona Diomar deixa uma história de longos 86 anos. Maioria deles vividos em nossa comunidade. Com seu viver tranquilo, sempre voltado para a criação e o orgulho de seus filhos Ricardo, Rogério e Roberto, ela não gostava de ficar ausente do lar.
Mesmo nos "bons tempo" de uma região de petróleo sem violência, era, no aconchego de sua casa, que procurava sempre ficar.
Dona Diomar dividiu os seus últimos anos de vida se revesando com os seus filhos em longas hospedagens.
Conheci esta senhora quando dirigia o jornal "O REBATE" nos anos de 1970. Levado a sua residência a convite de Ricardo Salgado e Carlos de Freitas Quintela para uma reportagem. Preocupada com as travessuras de crianças, ainda teve tempo para as cortesias naturais a uma presença estranha.
Revi, 40 anos mais tarde, precisamente no ano de 2007, quando de uma visita a Artista Plástica Sônia Rocha. Sentada num confortável sofá, com a mesma tranquilidade que pude ver nos anos de 1967, Dona Diomar não deixou que o tempo lhe turvasse o olhar e, quando da apresentação: - " Dona Diomar, este aqui foi amigo de Seu Ricardo Salgado. È Jose Milbs", me senti jogado no túnel do tempo e pude ter a certeza de que sua memória viajou feliz e sorridente ao encontro de um tempo que ela sabia ser dela; dos seus filhos; do seu saudoso esposo e dos amigos dele...
O que reside de belo na lucidez dos portadores de Alzheiner é o silêncio do entendimento que não temos como penetrar. È como se o mundo, interiorizado por seres privilegidos,fechasse as portas do real escuro e abrisse a claridade. Dona Diomar não perdeu jamais o olhar fixado no horizonte que harmoniza os seres com a criação. Por isso é que partiu com o mesmo carinho familiar que sempre soube ministrar a filhos, netos, sobrinhos e amigos...
O REBATE, nos seus 75 anos de Histórias na Região de Petróleo,perpetua no www.jornalorebate.com o passamento de tão bela senhora e estende a seus filhos os sentimentos. ( José Milbs de Lacerda Gama editor )

13.9.08

ZILDA BENJAMIM AGUIAR, AOS 94 ANOS, LEVA HISTÓRIA DAS NOSSAS ESSÊNCIAS...


No final dos anos 40, quando o Partido Comunistas ainda estava na legalidade, um jovem foi convidado para concorrer a Prefeito de Macaé. Sidney Aguiar aceitou a indicação e pôs seu nome para a escolha popular. Uma vida ecológicamente correta fez com que este homem fosse morar longe dos borburinhos da cidade. Casado com Zilda que, fiel aos desejos do Sidney, manteve o local intocado e cheio de lindas recordações. As Palmeiras, as belas árvores tudo fazia parte do encantamento desta linda senhora, que aos 94 anos, ainda lúcida contava fatos e havidos de sua exisência.
Zilda era uma grande amiga do "O REBATE". Desde os anos de 1932 mantinha uma assinatura que fazia questão de renovar por telefone e sempre conversava comigo sobre as pessoas que lhe eram afetivas. Recordava de Délio, Antonio, Azuil e Carolino seus irmaõs e sorria feliz quando recordava de meu pai Djecyr Nunes da Gama que tiuha sido colega de farda, no Forte Marechal Hermes, de Délio Benjamin a quem meu pai chamava carinhosamente de "Délio Garrafão". Azuil e Antonio fizeram histórias nesta cidade.Antônio foi Prefeito e Azuil modernizou e socializou a relação dos servidores com o Executivo.
Zilda era uma personagem destas presenças macaenses em nosso cotidiano. Sua bisneta Carla,amiga de Lucia é o seguimento de uma relaçao afetiva que rompe gerações e forja a certeza que viver é sempre bom e salutar.Por coincidência foi Lucia quem me fez ciencia da morte de Zilda. Ela sabia do meu afeto por esta linda senhora.
Aprendi a gostar de Zilda. Na minha infância estudei com "Sidiroca" e o revi algum tempo. Caminhos diferentes em nossas vidas. Ele no ramo de Construção e eu teimando em "Bater teclas e fazer histórias". Se não consegui riquezas materiais, devo ter aprendido com Zilda Aguiar a manter o que recebemos. Ela o sítio de seu velho companheiro e eu de minha velha mãe. Estamos distanciados dentro da geografia macaense. Ela, no que se denominou charmar-se de "Bairro da Glária" e eu no que também se chama "Novo Cavaleiro".
Minha Palmeira plantada a 30 anos deverá avistar-se, daqui uns 40 a Palmeira que ela plantou com Sidney nos anos de 1940...
Passamos e fica a história para ser contada. A de Zilda Aguiar Benjamin ousei e peço permissão para contar um pouco. Uma das mais ilustres senhoras de nossa essencia. Mulher guerreira que, do alto de seus quase 100 anos, soube manter altiva a busca dos ensinamentos sociais. Sabia que tudo que a gente faz serviria de exemplo para os que nos cercam. Quando, nas poucas que pude conversar com ela, senti o quanto ela reverenciava a ausência de Sidney e procurava viver o que ele acredita ser o melhor para o mundo.
Arrisco dizer, ao finalizar esta crônica sobre sua morte, que Zilda transmitia, no "silêncio que falava em seu olhar",a verdadeira essência do Socialismo puro e a certeza de uma NOVA DEMOCRACIA.
As seus filhos, netos e bisnetos, os sentimentos da imprensa livre da região de Petróleo na afirmação de que o "O REBATE" cumpre, mais uma vez, sua missaão histórica.
Morre a mais antiga leitora deste jornal de 77 anos de histórias. Minha amiga Zilda Benjamin Aguiar que me ajudou muito, com seu olhar de pura meiguiçe, voltar a escrever.Obrigado Zilda. Descanse. Sua missão foi cumprida.José Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com

11.9.08

MAX MANCEBO, FILHO DO PATRIARCA DOS MANCEBOS, PAI DO MEU AMIGO MAXTONI E TIO DA BELA LUANA MORRE EM MACAÉ


Max fazia parte das ruas empoeiradas de nossa região. Gostava de política, herdada dos Mancebos dos Sertões bravios de minha carapebus. Brisolista dos mais ferrenhos foi suplente de vereador e misturava suas belas alegrias em contador das história de Macaé e sua gente como pequeno comerciante que, na verdade usava a profissão quase como troca. Não visava lucros e sim fazer grande amigos. Ao redor de suas falas todos se encantavam com peripécias que vinham desde as vielas de Carapebús, passando pelas caçadas na propiredade de Zé Paco Mancebo até as terras virgens do velho tio e amigo Diogo Mancebo Reis. Fiel a tradição de sua familia, berço dos valentes jovens como Celso Mancebo, covardemente abatido por trás, a mando de policiais coruptos e medrosos até a meiga presença de Mirian Mancebo que fe e faz histórias na publica de Macaé.
Max Mancebo foi um autêntico Carapebuense/Macaense. tinha orgulho de seu filho e meu amigo Maxtone e se encantava com a simplicidade de Luana Patrocinio, menina inteligente que presta seus serviços no Cetep, aos 16 anos, ao Projeto nova Vida. A tristeza de Luana era a tristeza que brotava em todos, como o autor, que soube de sua morte.
Filho do seu "Chico Paco", velho comerciário que criou a "Formula do Licor Pesseguete" que até é vendido em vários Estados do Brasil. "Seu Chico" nunca ensinou a verdadeira e original fórmula do Licor. Dizem que foi cortejado por grandes quantias e negou a fórmula...
Os anos 60 e 70 foram de grandes amizades nas ruas macaenses, com idas e vindas ao Cine Taboada e Santa izabel. Era ali, nas andanças da Ruy Barbosa que ficava fechada com cavaletes para que "as meninas e os meninos" pudessem se entreolhar de soslaio e começarem seus namoricos, que o vulto belo de olhos esverdeado e olhar timido de Max seu suas primeiras cartadas.
Com seus primos Moacyr Prata Mancebo, Marlécio, Celso Mancebo e uma gama de moradores das periferias de Macaé, Max forjou sua presença e malhou com ferro e fogo, na bigorna da existencia, sua marca registrada de menino simples e bom...
Aos seus familiares os sinceros sentimentos de toda equipe do "O Rebate" que ele sempre gostava de ler as notícias e dava informes das velhos histórias de Macaé e carapebus. ( Jose Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com

2.9.08

Camara Municipal recebe corpor do ex-vereador Antonio Carlos de Assisl


MORRE EM MACAÉ O MINEIRO DE LEOPOLDINA ANTONIO CARLOS DE ASSIS

O mês de março ainda esta começando e me deu vontade de ir à cidade. Rever velhas ruas enfeitadas pela sofisticação e poder abraçar antigos amigos que ainda circulam ou perambulam pelo centro frio de Macaé. As conversas não mudam. Rever estes papos faz parte da existência de qualquer cidade de interior. O mesmo vento ameno que vem do encontro do Rio Macaé com as águas esverdeadas do Oceano trás até meu olfato a sutileza da harmonia natural que o homem ainda não conseguiu destruir nesta cidade de esquecimentos eternos...
Soube da presença de Antonio Carlos de Assis e rumo para uma visita. Anuncio minha chegada e a sua companheira é avisada de minha chegada ao prédio. Imagino um rápido olhar dela e o consentimento de minha ida ao seu aposento. Falavam para mim de sua doença, de sua cadeira empurrada por outros e até do "perigo de salvar-se" dos males que seu corpo tinha sito vitima nos últimos meses.
Em poucos minutos me vejo sentado em sua sala à espera de sua presença. “O “velho” Capitão” vem ao meu encontro. Nada de cadeiras de rodas, nada de pijamas e longe de um abatimento corporal. Um simpático enfermeiro o segue com os braços abertos para evitar o tombamento de seu corpo. Nada acontece. Capitão chega para meu cumprimento com o mesmo olhar que conheço hà mais de 40 anos. Com o mesmo sorriso que faz com que sua beleza não se esvai. "Nada de parecer cambaleante na presença do velho amigo". Deve ser seu pensamento ao sentar-se a minha frente. Estava ali o seu companheiro de grandes jornadas sociais e políticas e este não seria nunca o momento de uma flacidez corpórea. Capitão estava firme, pensamento provocado por minha voz amigo lhe fez falar com a firmeza que sempre torneou sua existência.
Elegantemente estende suas compridas pernas que tanto estonteou mulheres e provocou nos homens por onde passou ciúmes e olhares de desconfianças e, mansamente me fala de sua doença. Está a minha frente o mesmo Antonio Carlos dos anos 60 e 70. Mesmo olhar que tanta alegria e sorrisos amenos foram provocados em Cláudio Moacyr, Cláudio Upiano, Euzébio Mello e Filinho Monteiro. O mesmo semblante que conquistou o coração de minha amiga Marilena e o carinho de Carlos Augusto Tinoco Garcia, Paulo Rodrigues Barreto, Álvaro Paixão Junior e do Desembargador Ronald de Souza.

Este Antonio Carlos de Assis estava ali, vivo tentando balbuciar carinho com a minha presença e falando de seus filhos com o mesmo brilho que sempre fluía nos anos de suas infâncias. Orgulhoso das duas filhas que são famosas no mundo artístico e das inteligências dos dois meninos. Ainda dava cartas e jogava de mão o velho comandante das noites...
Mineiro de Leopoldina Antonio Carlos de Assis ousou desafiar a velha sociedade macaense dos anos 60. Uma sociedade bolorenta e cheia de preconceitos. Uma sociedade onde pobre e negro não podia freqüentar seu clube social e que mulher separada era barrada em suas festas. Uma sociedade porcamente falsa, traiçoeira e fedorenta mais que podia comprar perfumes caros. Capitão veio, e nesta falsa sociedade fez o rebuliço que o Colunista de Acontecèncias nos anos 60. Euzébio Luiz da Costa Mello, chamaria de "avesso do avesso". Como nos personagens de "TEOREMA" ele foi espacejando o preconceito e se firmando como vencedor.
Cercado de todo tipo de gente sempre era manchete no O REBATE nos anos 60 e Responsável por longas e inteligentes crônicas do BOM FUTEBOL que sempre determinava o destino das belas jogadas do futebol arte macaense nestes anos.
Raciocínio rápido e olhar que fala foi temido por políticos que se enriqueceram com o desvio de dinheiro público e que se afastavam dele com receio das descobertas de suas falcatruas. Fui sem amigo e jamais o vi participar de qualquer tipo de deslize com o erário público. Vereador, líder empresarial, sua existência marcou uma época de grandes transformações na cidade. Cercado de ricos e pobres ele, elegantemente sem perder a pose, me disse que iria para o Rio de Janeiro.

No inicio do mês de setembro de 2008, recebo um telefonema que me diz de sua morte na madrugada fria deste meio inverno macaense. Morre aos 74 anos o meu velho companheiro de andanças nas noites do Rio de Janeiro, das indormidas madrugadas do O REBATE nos anos 70 onde ele foi meu diretor de publicidade. Antonio Carlos de Assis fez histórias em Macaé e nela está, queiram ou não queiram os ciumentos que freqüentam a escuridão da cidade mais clara do Brasil. Capitão sai deste palco e vai ficar em cena no teatro sério da dimensão maior. Vai juntar-se a outros valores de nossa cidade que, não sendo entendido por aqui o será por certo onde repousa as mentes avançadas.

Criador do Clube dos Diretores Lojistas teve belas idéias sociais durante sua vida na comunidade. Vereador, líder social, previa o crescimento da Região de Petróleo e queria por que queria que a cidade fizesse mais de 15 mil casas populares. Falava sempre que seu grande objetivo era criar cursos profissionalizantes para as pessoas carentes de nossa cidade.

Fizemos grandes projetos quando ousei ser prefeito de Macaé em 1970. Eu, ele, Cláudio Upiano, Euzébio Mello, Armando Barreto, Ivair Nogueira Itagiba, Fernando Frota, Izaac de Souza e muitos Gráficos de nossa História, imaginamos a Macaé dos nossos sonhos. Neles o meu velho Capitão Antonia Carlos caminhava alegre com novas idéias. Falava e gesticulava na certeza de nossa vitória. Sua perspicácia era a marca registrada de sua personalidade. Penava sempre à frente de uma geração que se acocorou ao poder e a acomodação.

Sua morte deixa uma lacuna de difícil preenchimento na vida da Região de Petróleo. As seus familiares os sentimentos de O REBATE ao velho comandante Antonio Carlos de Assis, (José Milbs de Lacerda Gama editor de O REBATE ·).

Com seu filho Guto Garcia e Antonio Sérgio Assis orgulhos do meu amigo Capitão, aos quais passou a a alegria se ser Fluminense e a sua atual companheira Girslane que o tratou com afeto em seus últimos dias de vida, fica a saudade...
As 16 horas de 02.09.2008 Uma grande multidão de amigos, politicos, pessoas da comunidade pobre de Macaé, vereadores e grande comoção marcou o sepultamento do Antonio Carlos de Assis no Cemintério de Santana. O prefeito Riverton Mussi Ramos e todo o seu secretariado estiverm na Câmara Municipal.

17.8.08


QUANDO AQUI CHEGUEI ERA MATO PURO. HOJE ASFALTO E CAMINHÕES BARULHENTOS ESPANTAM MEUS GANSOS

Durante longo período fiquei afastado do Sítio que minha mãe trocou pelo terreno que minha avó deixou para como herança. O terreno era na Rua do meio onde nasci. As pessoas achavam uma “loucura de Ecila trocar um terreno perto da linda e aconchegante Praia de Imbetiba, com 10 metros de frente com 33ms de fundos por um pedaço de mato com 1 alqueire cheio de árvores velhas, cobras, sem estrada e com um brejo nos fundos”. Naquela época, anos 70, as cabeças eram parecidíssimas com as de hoje. Grana, tudo pela grana, pelo “vamos viver hoje que amanha a gente não sabe”...

O Sitio era na Granja dos Cavaleiros uma antiga fazenda da Família Reid que virou loteamento. A época estava no Movimento Hippie e só falava em deixar a cidade e ir para o campo. “Ter uma casinha branca de varanda. Um quintal e uma janela para ver o sol nascer.” era tudo que eu queria e minha mãe fez minha vontade.

Deixar a cidade e ir morar longe dos burburinhos fazia minha cabeça e aceitei de pronto. Embora continuasse morando na Rua Visconde de Quissamã, numa vila, vinha todos os dias no sitio e vivenciava p encantamento do local com sua mansidão solitária.

Apenas uma picada feita por andar humano e bicicletas formava o caminho de uma estrada feita para vender os lotes que tinham de cinco mil a 10 mil metros quadrados.

Passarinhos expulsos de Macaé, que já começava a se tornar uma metrópole com suas Ruas e Vielas tomadas pelo cheiro de óleo queimado e buzinas, tinham por aqui seu local tranqüilo e firme para a procriação. Bacurau pelo caminho, borboletas de todas as cores, preás, rãs, eram alguns dos componentes que se podíamos admirar nos dois quilômetros que separavam o sitio da estrada.

Rolinhas, papas-capins, tizius, sabiás, andorinhas, pombos selvagens, pombas-rola, anuis, gaviões e, patos que se fizeram selvagens, vindos do Sitio de Lafaiete Cyríaco, que mais tarde também foi expulso de seu belo recanto poético, davam a certeza que ainda existia paraíso para se viver dentro de uma cidade que começava a ter sua historia deteriorada, em sua essência, pela chegada da Petrobrás que criava ganâncias materiais aos menos avisados.

De vês em quando, cavalos e cavaleiros passavam e, nos cumprimentos, se podia notar das purezas, ainda latentes, em seus cavalga mentos sem destino.

Era ainda a virgindade de um local que se conhecia no dia a dia de matinais alegres e tardes preguiçosas e calmas. As manhãs eram sempre maiores e já se podiam notar os verdadeiros moradores do lugar. Seu Flanque (como é conhecido) tinha a beleza nascente da bondade e da presteza. Peroba, Cimar, Natalina, Beto, João seus irmãos e seu pai Pacuçu, Seu Walter se misturavam a novos Baianos como Manoel Vieira que morava do meu lado com dona Lindaura que trouxe e espalhou uma raça de bons meninos. Dona Lindaura nos deixou em plena forma e vigor.

Jorge Barbudo, Moraes, José e Milward Barreto enfim o local começava a se formar com gente que conhecem cada palmo e cada planta. Dona Rola, com sua meiga presença, era uma espécie de abelha Rainha deste paraíso intocado numa Macaé ainda não desbravada. Roberto, seu filho, irmão de Chicão sabe, como eu, o quanto as coisas mudam e se transformam. Nosso Bairro ainda era conhecido como Molambo, nome herdado das longas e intermináveis idas e vindas na Fazenda dos descendentes do Luiz Lawrie Reid.

Morou ainda por aqui Manoel do PU e seus filhos, ele, autor de “Cascudinho Azarento”, música de sua autoria que fala num peixe de seu sertão nordestino. Falava e fazia um apelo para não falar no nome deste peixe que dá azar e não se pesca nada. Cantou no Festival que fizemos no “O REBATE” nos anos 60 e que mereceu aplauso e preferência de José Carlos Oliveira, Jaguar e Olga Savani, embora Piry tenha vencido com o apoio de Egberto Gismonti e Alberto Reis. Manoel era enfermeiro do PU e morou na casa grande do sitio quando ficou uma época sem local.

Era desta gente pura como o ferroviário Marinho e seus filhos, notadamente Stalin, que foi registrado com Estalin, num dos famosos erros cartoriais macaenses, que se iniciou o Bairro Novo Cavaleiro que tinha o alegre e puro nome de Bairro do Molambo.

A presença de Moraes, no sítio, vinha de sua morada com Barreto, irmão de Milward, bem lá onde fica o final do ônibus 80 que faz trajeto Cavaleiro /Aroeira. Nesta época não tinha estrada, e uma picada nos levava ao sítio deste amigo Barreto, que era vizinho de Dodô do Bicho e Roberto Bueno. Dodô saiu da área e Roberto continua morando lá.

Durante muito tempo editei o jornal O REBATE neste Bairro, num galpão construído com a mão de obra local, e suas paredes, por incrível que pareça, feitas de pau a pique.

Ricardo, como Natalina e outros, trabalhavam comigo no jornal que era uma espécie de orgulho do Bairro. Chicão e Peroba, um dos mais antigos moradores daqui, sempre falam com Luís Cláudio, meu filho, que o Molambo já teve um jornal Semanal e um Diário, já que Luís Cláudio, Magrinho, Elton, Ricardo, Natalina, Fraga, editaram o DIARIO MACAENSE que infelizmente não vingou por falta de uma coisa muito comum no jornalismo que é o acocoramento ao poder, que não fizemos e, por isso perdemos o bonde da história, embora este bonde não seja lá um bonde muito digno de se viajar.

Em novembro era tempo de colher Jabuticabas, Acerolas, Pitangas, Amoras. As Mangueiras começam a ter seus frutos caídos com os ventos vindo do Sul e as Jaqueiras nos dando a certeza que teremos doces no mês de dezembro. Aproximar. Muitos Cajus Brancos e Vermelhos e Abricós.

O sitio era um local virgem na Macaé que se prostituiu com o progresso descompassado e feio. O galo ainda canta nas madrugadas e os anus brancos e negros teimam em fazer seus ninhos nas árvores que mantenho ainda em teimosa posição de reação as multinacionais que me cercam por todos os lados. Expulsaram o Lafaiete Ciryaco, o Alfredinho Tanus, filho de Camil, o meu primo Nélio Almeida, o Paulo da Farmácia e encolheram o terreno de dona Rola mãe de Chicão, Roberto e Peroba.

As empresas chegam e compram tudo nesta área, que puseram o nome de expansão urbana. Resisto e continuo preferindo o cantar dos galos, o pio dos passarinhos ao barulho fedorento de guindastes empacotando correntes de ferro e container. A nascente que brota no final do terreno é a maior de todas as riquezas do Sítio. Estou cercado de firmas de apoio.

Aterraram Brejos, Nascentes e Córregos. mantenho minha nascente de Aba de Morro com sua água cristalina que abastece tudo. È a minha herança para meus filhos que tem sua origem na Fazenda Airys que meu avó Mathias Coutinho de Lacerda deixou para minha avó Alice Quintino de Lacerda nos anos l926 e que, trocados daqui e dali veio a dar nesta Estância Vista Alegre onde moro.

Hoje, ano de 2008, edito "O REBATE" on-line que está me dando alegrias e encantamento, Chegamos a um milhão de acessos ao site de www.jornalorebate.com e com isso sinto que nem tudo foi em vão na minha vida. Cercado de árvores filhos e netos caminho para os 80 anos na busca incessante de "Buscar o Dever Cumprido”. (José Milbs de Lacerda Gama editor)

10.8.08

EDELTON BARRETO ANTUNES....


MEU CONTEMPORÃNEO EDELTON BARRETO ANTUNES DE ALEGRES RISADAS NOS BONS TEMPOS DOS ANOS 60/70...

Ser Católico como eu, Espírita como Nier ou mesmo Batista como Armando não fazia diferença nas nossas conversas e brincadeiras de uma Macaé que some no esquecimento de seus valores naturais.

Namoricos, cinemas, jogos de peladas, sinucas, idas e vindas na Rua Direita, onde as meninas iam e os meninos ficavam olhando, nos flertes de belos casamentos futuros.

Edelton fazia parte de nossas alegrias. Ele, Edgar e uma grande quantidade de meninos e meninas eram frutos da união do Pastor Edmundo com Dona Zozó, irmã do Sr. José da Cunha Barreto, um dos grandes contadores de lindas histórias de nossa natividade.

Era no Colégio Estadual Luiz Reid que todos se reuniam para as longas conversas e troca de informações. A filharada do Seu Barreto, do Pastor Edmundo e do Professor Pierre Tavares da Silva Ribeiro, num Ecumenismo Natural e Saudável uniam todos nós. Às vezes nas conversas ao Pé das Mangueiras, no velho casarão da Preça da Luz onde enforcaram o Mota Coqueiro e, outras tantas, nas Peladinhas com bolas de Meia mesmo nas ruas esburacadas e aconchegante de nossa velha Macaé...

Quando não estávamos neste sublime momento das infâncias, estávamos nos Bancos Escolares recebendo os sagrados ensinamentos das Professoras Mirsys, Jacyra, Ilda, Letícia Pessanha, Letícia Carvalho, Pierre, Ronald de Souza, Renato Fernandes, Anita Parada, Thereza Pereira da Silva, Abílio Miranda e Roberto Mourão e outros que a memória deixa escapar aos 68 anos...

Herdeiro, como Edgar seu irmão, dos dotes pastorais de seu pai Edmundo Antunes se destacou como Pregador Evangélico e seu nome soava com carinho e respeito em toda comunidade Batista onde dedicou sua vida e sua palavra. As poucas vezes que revi Edelton foram marcadas por sorrisos e recordações das nossas existências nas ruas empoeiradas de Macaé. Foi também com esta alegria que revi o Edgar e a Edalva.

Admirado pelo olhar orgulhoso de Edilson, mais novo e mais curioso, Edelton cimentou, carinhosamente um afeto que se cristalizou nas "Últimas homenagens que foram prestadas por toda a comunidade da Região de Petróleo e Petrópolis"...

Nos anos 60 O REBATE tinha uma página Evangélica onde o Pastor Edmundo Antunes, Pierre Tavares, Padre Nabais e Euzébio Mello expunham suas idéias. Era o início do objetivo democrático que até hoje é o tom do nosso www.jornalorebate.com e que estamos mantendo até hoje. Coincidencia ou não a morte de meu amigo se deu na presença de Padres e Pastores...

Em Petrópolis Edelton vai fazer falta na comunidade com o mesmo sentimento de ausência que seu pai deixou na Região de Petróleo. Para Macaé ficou a certeza de que “O Bom filho a casa torna”. Veio faleceu na cidade que o viu crescer, fazer travessuras e partir. (José Milbs de Lacerda Gama, editor de O REBATE).

as grandes ausências...

POR QUE NÃO ME 'ENSINASTE' COMO SE VIVE SEM TI...

Como as explicações sem explicação?
Como saber da ausencia quando não se aprendeu a sabe-la ausente?
Erros da criaçao ou guardamento inconsciente de quem ama, de quem ensina sem saber o limite da ausência.
È assim todas as ausências, todas as faltas no mundo de buracos cravados na nossa existência...
Amigos, entes queridos. pais e mães. Filhos e filhas nesta ausência que vem a cada um que nasce e tem que viver...
Por que non me ensinaste? ...
(
José Milbs editor e, vez em quando bate, poéta)... Domingo, 10 de Agosto de 2008)

8.8.08

Bons tempos de meus ancestrais da Tribo dos urutús...

Às horas de encontamento que a gente tinha, nas longas conversas com as Cadeiras nas Calçadas. eram marcadas por etenção e respeito pelas crianças. Os meus bisavós, Emilio Quintino da Silva( Almeida e Tavares) e Adelayde Bastos da Silva (Ribeiro) eram descendentes das Tribos bravias dos Urutús que habitavam os Sertões de Carapebús, Cidadezinha situada ao Norte do Rio de Janeiro. Histórias como a que abaixo transcrevo dá uma dimensão de como eram as coisas nos anos de 1800 quando morava em Macabuzinho o "Ultimo homem condenado a Morte. Mota Coqueiro". Emilio tinha um sitio na Localidade de Capelinha do Amparo e conheceu de perto do enforcado Coqueiro...
Veja como era a Lei 'nos antigamente' aqui no Brasil

SENTENÇA JUDICIAL EM 1833

'Ipsis litteris, ipsis verbis' -

TRATA-SE DE LINGUA PORTUGUESA ARCAICA

PROVÍNCIA DE SERGIPE

O adjunto de promotor público, representando contra o cabra Manoel
Duda, porque no dia 11 do mês de Nossa Senhora Sant'Ana quando a
mulher do Xico Bento ia para a fonte, já perto dela, o supracitado
cabra que estava de em uma moita de mato, sahiu della de supetão e fez
proposta a dita mulher, por quem queria para coisa que não se pode
trazer a lume, e como ella se recuzasse, o dito cabra abrafolou-se
dela, deitou-a no chão, deixando as encomendas della de fora e ao Deus
dará. Elle não conseguiu matrimonio porque ella gritou e veio em
amparo della Nocreto Correia e
Norberto Barbosa, que prenderam o cujo
em flagrante. Dizem as leises que duas testemunhas que assistam a
qualquer naufrágio do sucesso faz prova.

CONSIDERO:

QUE o cabra Manoel Duda agrediu a mulher de Xico Bento para conxambrar
com ela e fazer chumbregâncias, coisas que só marido della competia
conxambrar, porque casados pelo regime da Santa Igreja Cathólica
Romana;

QUE o cabra Manoel Duda é um suplicante deboxado que nunca soube
respeitar as famílias de suas vizinhas, tanto que quiz também fazer
conxambranas com a Quitéria e Clarinha, moças donzellas;

QUE Manoel Duda é um sujeito perigoso e que não tiver uma cousa que
atenue a perigança dele, amanhan está metendo medo até nos homens.

CONDENO:

O cabra Manoel Duda, pelo malifício que fez à mulher do Xico Bento, a
ser CAPADO, capadura que deverá ser feita a MACETE. A execução desta
peça deverá ser feita na cadeia desta Villa.

Nomeio carrasco o carcereiro.

Cumpra-se e apregue-se editais nos lugares públicos.

Manoel Fernandes dos Santos
Juiz de Direito da Vila de Porto da Folha Sergipe, 15 de Outubro de1833.

Fonte: Instituto Histórico de Alagoas. Transcrito por www.jornalorebate.com

2.8.08

ANDRÉ FILIPE PEREIRA REID DOS SANTOS É UM MACAENSE QUE SE DESTACA NA CULTURA NACIONAL

macaense defende tese de doutorado

É com imensa alegria que o jornal "O REBATE", através do blog de seu editor se parabeniza com o jovem André Filipe por esta linda presença na Antropologia e Sociologia brasileira. Nascido na Região de Petróleo e, saido das poeiras de nossas ruas ele, na simplicidade que soube herdar de seus pais se projeta neste mundo maravilhoso que se abre.
Macaé, sua cidade natal e O REBATE que tem 76 anos de Histórias na Região se faz presente, em parceria com o Google internacional neste evento que enche de alegria toda a comunidade.


CONVITE


O Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia do IFCS/UFRJ convida para assistir a defesa de tese de doutorado de André Filipe Pereira Reid dos Santos, intitulada "Direito e profissões jurídicas no Brasil após 1988: expansão, competição, identidades e desigualdades", sob a orientação da Profº Maria Ligia de Oliveira Barbosa, a ser realizada no dia 07 de agosto de 2008, às 10:30h, na sala Evaristo de Moraes Filho, nº 109, andar térreo, neste instituto.



Banca examinadora convidada:


. Prof. Maria Ligia de Oliveira Barbosa, Presidente, IFCS/UFRJ

. Prof. Eliane Botelho Junqueira, PUC/RJ

. Prof. Joaquim Falcão, FGV/RJ

. Prof. Maria Helena M. Castro, IFCS/UFRJ

. Prof. Michel Misse, IFCS/UFRJ


Suplentes:
. Prof. André Botelho, IFCS/UFRJ;

. Prof. Ricardo Nery Falbo, Faculdade de Direito/UERJ.


Contamos com a sua presença.


Coordenação do PPGSA.

Que este feito seja a marca inicial de sua belissima trajetória. (José Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com )

30.7.08

Quando a Região de Petroleo do Rio de Janeiro ainda engatinhava no progresso

UM DOCE PEDAÇO DE MACAÉ QUE SE ESVAI...

(CRONICA ESCRITA REALÇA A SAUDADE DE NOSSAS RUAS EMPOEIRADAS E O GOSTO BOM DOS BOMBOCADOS E CHUVISCO) Leia em José Milbs no texto O DESBRAVADOR DE MACAE NO SÉCULO XX.

O DESBRAVADOR DE MACAÉ NO SÉCULO XX

Macaé ainda não tinha cultura própria no ramo imobiliário nem seus habitantes tinham projeção do que podia acontecer 10 ou 20 anos à frente. Viviam do dia a dia. As vezes na pesca, onde brotava sua maior riqueza, vez outra do comércio, que crescia devagar, devagarinho e estava de bom tamanho para seus membros. A tradicional loja em baixo e a casa do comerciante em cima. Daí que muitas "casas sobrados" ainda existem e são daí que se formou este simbolo de progresso individual tão comum em cidadezinhas do interior do Brasil.

Nos quintais ficavam o terreno para, caso houvesse casamento, as construções se sucederiam. As pessoas estavam e viviam tranquilas nas sonolentas e compassadas horas de Macaé nos anos puros de décadas passadas. A tranquilidade de uma aposentadoria do inps e a certeza de que estavam criando bem a filharada.

Esta Macaé não tinha lá muita preocupação progressista . deixava a coisa acontecer nas idas e vindas de seus filhos na rua principal onde o "point" era cinema nas duas sessões da quinta- feira ou domingo nas matinês.

A Rua Direita, a principal da cidade e que virou Avenida Ruy Barbosa, ao entardecer, quando os milhares de pardais revoavam nas árvores frondosas que reinavam nas ruas periféricas, recebia dois suaves cavaletes. Um na altura do "Bar e Restaurante Belas Artes. Outro em em frente da Casa de Acioli Pena irmão de Dodão e Gó.

As tardes, lá pelas l5 horas, era comum o Bar de Dona Dadá estar cheio de gente tomando média com pão e manteiga. A manteiga era feita na casa de dona Dadá e o pão era da "Padaria e Confeitaria Lima" de "Joãozinho" e Ênio Lima. Padaria que conseguia fazer as melhores bisnagas de toda a regiao litorânea.

Tião, Zé Carlos, Isaura. Conceição, Joãozinho Ramos e, .as vezes a própria dona Dadá, presenteavam, com o servimento do café torrado na hora.

As xícaras brancas e ainda quente, tiradas do lado de uma cafeteira, com um gancho em forma de pegador de macarronada, vinham sempre acompanhadas de torradas, pão e leite. Tipo da média que não será nunca requentada e inspirou Noel Rosa das vielas de Vila Isabel.

Mais tarde tomei estas mesmas médias com pão e manteiga na rua Beneditino, Acre e Leandro Martins nas madrugadas do meu Rio antigo. Este café Tinha o mesmo sabor da média (nâo requentada) de dona Dadá. Igual ao sabor da boa media de Noel, que imagino ter tomado nas encruxas da 28 de Setembro ou Theodoro da Silva nos fins dos anos 20, onde residi um tempo com minha mae Ecila e meus irmâos Djecila e Ivan.

.Media de café pingado com pão e manteiga às l5,30 horas era igual em todo o Brasil afirmo e não aceito contestação. Tomei na Avenida Paulista, esquina com a Brigadeiro em São Paulo e na Avenida Anhanguera em Goiânia.

Vez por outra era ali mesmo que se iniciava as conversas que iam ter seguimento na boca da noite nos "Belas Artes" e fechavam-se no Restaurante Imperatriz, ponto de encontro dos noctívagos e boêmios vindos das Bocadas, do "Quadrado", "Curral das Èguas, Continental ou das Serestas.

O Bar "Imperatriz" não tinha portas. Funcionava dia e noite e, os ônibus que vinham e iam para o Rio ou Norte do Estado, tinham paradas certas e obrigatórias. Do outro lado da rua, onde hoje habita o travestido mundo de humanos assumidos, existia o bar de seu Aristóteles Cândido de Carvalho.

José Rangel, que mais tarde virou "Zé Mengão",dava seus primeiros passos longe de Carapebus, iniciando sua existencia no comércio.

Zé era ainda um jovem inexperiente na vida . Trabalhava à noite no bar de seu Aristóteles, que era uma espécie de primo pobre do "Imperatriz".Sua clientela, uma mistura de pescadores, médios transeuntes e algumas sobras de passageiros que, quando conheciam o café feito por "Zé" e seu Aristóteles, dificilmente deixavam de se transformar em constante freguentador.

José tinha o dom de atender bem a freguesia e paciência era seu forte. Nesta época Trabalhávamos eu, Acy, Jair, Antonino, Manoel Moraes e Dilson José Souto dos Santos, o "Batatinha de Campos, num orgão Público Federal de nome IAPETEC.

'Os doces de dona Zeny, de seu Wanda, os "Pernambucanos", "Bombocados", "Queijadinhas" e "Bolinho de Aipim" só eram igualados com os que faziam a esposa de seu Otávio e as inesquecíveis "Mãe Benta" que Petrônio Ramos vendia na estação de trem que corria mundos em sucessivas idas e vindas dos Expressos, Noturnos e Rápidos nos idos de l950.

O "Olho de Sogra" eram iguais em todos eles. Dizem que vieram de receita única que chegou a cidade pelas mãos de uma Doceira de Campos no inicio do Século. O "Chuvisco" ninguém aprendeu e só as Campistas faziam com maestria.

Os "bombocados" só foram igualados destas mestras por Mariza mãe de Paulinho e Mirna que também são filhos de Jojó.

Mariza mantém a tradição dos mais gostosos doces macaenses. A sua residência, na rua Francisco Portela, está sempre sendo requisitada por quem gosta do sabor de seu Bom-bocado..

Bem pertinho da casa de Petrônio tinha o seu "Zezinho" com um barzinho onde havia de tudo para as crianças. Seu "Zezinho" rompeu gerações com seu modo puro e simples de tratar. Seus filhos Jailton, Juca, Jorge e Maria espalharam por toda a cidade o sangue bom que dele fluiu.

Ainda se avizinhava de Petrônio, onde as crianças gostavam de pegar frutas nos quintais. As saudades de dona Tieta, Lalá e Lilinha, Nicinha, Joãozinho Ramos, Epaminondas, Luiz Macedo, Diamantino e Daniel Alfaiate, fazem parte deste pedaço de uma cidade que se perde no esquecimento rápido que chegaram com as técnicas da comunicação visual...

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Livio Dedeco Campos um gaucho que deixou saudades na região de Petroleo

História dos fatos que levaram a perda do mandato do Prefeito de Macaé nos anos 60 começa com as bicicletas

FILHO DE PEIXE..................JOSE MILBS

O final dos anos 50 e inicio dos 60 foram de convulsão social-política na cidade. De um lado os Estudantes, liderados "pelo locutor que vos fala", como dizia os locutores das famosas rádios rabo quente da época, e no outro lado, um teimoso Prefeito chamado Eduardo Serrano.

Os estudantes querendo de volta mais de 200 bicicletas que não tinham placas (método criado pelo Município) e que foram recolhidas ao depósito da Guarda Municipal. O recolhimento foi feito durante uma sessão de cinema numa 5ª feira onde toda a cidade, como em todo interior do Brasil, fazia, tinha freqüência cheia.

A Federação dos Estudantes de Macaé, bem liderada, modéstia à parte, partiu para o confronto e invadimos o Prédio da Guarda, alguns tentaram resistir, foram dominados, e as 200 bicicletas voltaram a serem pedaladas nas ruas e vielas empoeiradas da velha Macaé dos anos 60.

Serrano chama a polícia, recorre ao judiciário (ele era um abastado funcionário Aposentado do Tribunal de Justiça do RJ), oficializa ao Exército, chama a Câmara dos Vereadores para uma reunião extra e parte para o confronto com a estudantada. " ""Ai a gente, acuado pelos "órgãos de repressão e pelo judiciário que devia" vir de bicho", resolvemos ir para as ruas e fizemos o enterro simbólico do Prefeito", Era a gota d"água que as elites e o Governo do Estado queriam para iniciar o impedimento de governar do Serrano que havia desafiado todos os Poderosos políticos da época, se elegendo Prefeito da cidade, morando e vivendo numa das mais pobres favelas do município. Serrano tinha derrotado o Governador do Estado PTB, o Amaralismo PSD, a UDN e seus conservadores. Tinha sido eleito por um desconhecido PR e a soma dos demais candidatos(6 ao todo) não o alcançou.

Teimoso ele não negociava com a FEM mesmo sabendo de que por trás da reivindicação de não "pegar bicicleta de estudantes e de ferroviários, poderia se desencadear uma briga política mais ampla e de difícil previsão.

Ponderamos, nós estudantes com alguns políticos ligados ao Serrano do perigo da teimosia e que não iríamos abrir mão das passeatas e dos confrontos. Estes senhores vinham a FEM com o intuito de demover a estudantada da luta. Pediam as paralizações do movimento mais o prefeito. A gente ponderava se a Câmara Muncipal ou o Executivo abrissem não da taxa de placas poderia haver um acordo. Luiz Pinheiro, Carlos Eduardo Durval Mota, Mauro Rodrigues, Carlos Augusto Tinoco Garcia, Álvaro Paixão Junior, Abílio de Souza, Joaquim Alberto Brito Pinto, Jorcelino Monteiro e Natálio Salvador Antunes participaram com a gente da reunião tentando remover a teimosia do prefeito. Debalde. Ele queria processar a FEM por danos ao patrimônio, subversão e iria pedir a prisão de alguns dos nossos.

A negativa fez com que a FEM partisse para as ruas, pedradas, tiros, foguetes, quebra-quebra, desligamento de luzes da cidade (a cidade tinha um fraco e pequeno local de abastecimento), enfim, foi neste cenário de reivindicação estudantil e teimosia política que aqui chegou o Repórter fotográfico Livio Campos.

Livio veio a serviço do jornal HJ que tinha ordem do Samuel Vagner para dar cobertura a FEM ai vocês imaginam o trabalho deste bravo repórter. No meio da massa estudantil ele fotografava a pancadaria de seguranças municiais, PM, guardas e estudantes nas ruas escuras de Macaé.

A eminência de a Prefeitura ser ocupada pelos estudantes fez com que o Juiz substituto Benedito Peixoto, requisitasse forças federais. O Exército é acionado. Policia Militar dando tiro pra alto, no escuro, ordenei que alguns estudantes fossem a casa do seu Farias onde se vendia foguetes e tomassem todos que lá tinham. De um lado a PM e nos do outro soltando foguete em cima deles.

Lívio estava lá no meio do fogo e, do alto dos seus quase 2 metros ia fazendo o flagrante e ria dos policiais que corriam no meio do foguetório.

O resto da história, quem tem 60 anos que conte. Apenas revi este episódio para dizer da herança funcional que este lindo amigo deixou. Seus filhos e netos ai estão a fotografar a vida desta cidade que o Gaúcho Livio Campos, escolheu para terminar os seus dias. Sofreu na carne a valentia de sua coragem de repórter e disso toda a cidade se lembra e reverencia.

(José Milbs)
(...texto do livro O Pinguin da Rua do Meio)

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