Boas vindas

Que todos possam, como estou fazendo, espalharem pingos e respingos de suas memórias.
Passando para as novas gerações o belo que a gente viveu.
(José Milbs, editor)

27.9.10

FALAR DE MACAÉ NOS ANOS 20/30 e 40 É FALAR NOS PERLINGEIROS...



Recebi, hoje, via Face=Book, no meu Mural este texto do velho amigo Zé Perlingeiro:
Caro Milbs
Não sei se você vai lembrar.
Esta era a casa na Rua Cej, Amado 7 onde nasci em 1939/
Residencias dos Perlingeiro.
Depois foi a Clinica do Dr. Everest e hoje funciona alguma
coisa da UNIMED.
A uns 6 anos atras, passei por lá e ainda existia um pé de
carambola que ficava junto a garagem da de casa, no terreno
onde minha mãe tinha a horta dela.
As pessoas ficaram olhando para mim, pois eu desabei de
chorar.
Tenho certeza que você vai lemvrar desta casa. No muro
estão minhas irmãs, Aonia e Armia.
Um grande abraço e obrigado pela emoção que você esta me
proporcionando.
Zé Perlingeiro
ABRO MEU ESCANINHO DE MEMÓRIAS E, CATUCADO PELA SUA AFETIVIDADE DE VELHO AMIGO, FIZ ESTE TEXTO.
As Ruas Coronel Amado, Antero Perlingeiro, Velho Campos, Franscisco Portela e outras que marcam as histórias de nossas casas antigas, com calor humano, suas Cadeiras nas Calçadas e um forte cheio de Café Torrado e moido ao cair da tarde, fazem parte de recordações que tingem de arrepios os mais sisudos dos setentões que ainda habitam este belo mundo real...
Macaé tem muita história que poderia estar sendo passanda para nossas gerações de filhos e netos. Não sei ainda se isto será possivel devido ao mundo virtual que toma canta dos momentos de folga das mentes puras de nossos jovens em formação. Eu aqui vou fazendo a minha parte como posso, gratuitamente no virtual, passando de graça o que recebi de graça que é a inpiração de rever belos momentos de nossa cidade.
Meu avõ Mathias Lacerda foi contemporâneo de seu Antero Perlingeiro, Julio Olivier, Miranda Sobrinho e Custódio da Silva. Por sua vez, minha mãe Ecila foi amiga do Aérton, de Aonia e Armia, minha avó Alice Lacerda foi amiga de Dona Jandyra e eu, com muita alegria fui do Zé Perlingeiro, nos bons tempo em que as ruas eram belamente de chão batido e a gente ia, por este mundo livre, jogar nossas Peladas, Papão e Caçar Passarinhos com as setas penduradas no pescoço com as tradicionais marcas que contavam as aves abatidas. Maldade das crianças ou apenas afirmação infantil? Fato real é que este nosso mundo está deixando para trás as oportunidades de passar para as novas gerações estes momentos de encanto que se perdem nas nossas esquecidas memórias...
As casas antigas e belas deram lugar a nova arquitetura, cimentou as vielas, derrubaram as flores dos jardins, tombaram e queimaram centenas de árvores mais não conseguiram destruir a Saudade... A Saudade que veio com as lagrimas do meu amigo Zé Perlingeiro que pode rever, por entre as grades do local onde morou, indo como um fiapo de Sol que entra pelas gretas das portas das masmorras, até chegar ao seu lembramento, E ele voltou de fato a sua origem. Voltou ao local sagrado de toda criação humana que o é aconchego do lar... O Pé da Carambola, de Tamarindo, os Pés de Oitís, as Jaboticbas, os Abius, os Araças e por que não as Pitangas do velho Campo de Aviação. Todas estas belezas destruidas voltam ao tempo e o cheiro, confesso, volta também até nossas narinas com a saudade que nem a morte conseguirá destruir...
Aérton foi, como todos os Perlingeiros, um apaixonado por Macaé. Por suas mãos amigas tive a honra a a felicidade de ser o PRIMEIRO MACAENSE A SAIR NA TV NOS ANOS 60. Faço isso de público porque estava devendo este provilégio ao Aérton. A Rua Hilário de Gouveia era onde eu ia sempre papear com ele. Havia um programa na TV TUPI de nome Almoço com as Estrelas. Era dirigido por Aérton. Era um sucesso de audiência. Neste tempo eu, ainda menino de 17 anos, morava na Hilário, frequentava o EDIFICIO CAMÕES, ia nas noitadas do Bolero, Alcazar, Zepellin, Antonuis's, Bola Preta, Ponto Azul (Lapa) e alguns inferninhos da Pça. Mauá.
Durante o dia, sem muito para fazer a não ser um espreguicar após o almoço, ia para o Escritório do Aerton que ficava depois da Barata Ribeiro. Alegre, sempre acompanhado de lindas mulheres ele chagava a gente ia conversando sobre as coisas de Macaé e Nossa Gente. De Vês em quando quem vinha aumentar as saudades da terrinha era o Paisagista Ruy Pinto da Silva e os amigos Dodão, Pedro Paulo Vianna e Lucas Vieira...
Num desdes dias, o Aérton me sai com este convite: -
Zé, quer almoçar hj comigo?. Aceitei.
- Saimos do Prédio da Hilário, passamos pela antigo Segundo Distrito Policial e entramos no carro. Antes ele deu as tradicionais baforadas no seu nariz que era para o deixar mais falante. Meu amigo sofria de uma asma - que nem o Dr. Julio Olivier, amigo de seu pai Antero conseguiu curar - dizia ele rindo...
Entramos na Urca, escionamento da Tv Tupi e lá estou eu tremendo com se estivesse num geladeira, cercado de mulheres bonitas, artistas de todo o tipo. Sorte minha é que sentou ao meu lado O Evaristo, famoso jogador do Flamengo que, também encabulado pelos holofotes dividiu comigo a descontração. Evaristo havia chegado do exterior naquele momento...
Aérton me fez perder a fome neste dia. Parecia que ele tinha "armado" tudo para falar de Macaé o tempo todo. Quem disse que se como neste tipo de programa, desminto . Sai dalí e só matei a saudade do chopp de colarinho quando me vi sentado no Alcazar na Avenida Atlântida, esperando alguns amigos do "Camões", dentre eles O Camilo e o Réco, para o planejamento da noite...
Zé Perlingeiro estudou em Macaé e hoje reencontro com ele, via FACE-BOOK onde habito virtualmente um mural para divulgar nosso velho e aguerrido O REBATE de 78 anos. Alí eu pude encontrar o Zé e abrir este escaninho fechado que estava adormecido na cama macia de minha memória...
Imagino como foi dificil para ele conter as lágrimas ao rever esta bela casa onde morou e viveu seus familiares. Para as gerações que chegam, deveria ser obrigação de todos os Prefeitos e governantes, exgir que, as fotos das velhas casas, ficassem gravadas nas plantas das futuras edificações. Seria uma maneira gentil de dar seguimento as SAUDADES dos que passaram por nossa cidade e poder delinear fatos e coisas com seus filhos e netos...





Caro Milbs
Não sei se você vai lembrar.
Esta era a casa na Rua Cej, Amado 7 onde nasci em 1939/
Residencias dos Perlingeiro.
Depois foi a Clinica do Dr. Everest e hoje funciona alguma
coisa da UNIMED.
A uns 6 anos atras, passei por lá e ainda existia um pé de
carambola que ficava junto a garagem da de casa, no terreno
onde minha mãe tinha a horta dela.
As pessoas ficaram olhando para mim, pois eu desabei de
chorar.
Tenho certeza que você vai lemvrar desta casa. No muto
estão minhas irmãs, Aonia e Armia.
Um grande abraço e obrigado pela emoção que você esta me
proporcionando.
Zé Perlingeiro

Coronel Amado 7 . esquina da Francisco Portela. Em frente ao Hotel de dona Ursulina lembra? Era uma espanhola famosa na cidade.
Cara , preciso ir a Macaé para conversar com você.
Reunir uma turma boa e bater um bom papo.
Um grande abraço
José Perlingeiro

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