Boas vindas

Que todos possam, como estou fazendo, espalharem pingos e respingos de suas memórias.
Passando para as novas gerações o belo que a gente viveu.
(José Milbs, editor)

18.11.11

As Jaboticabas do quintal de Dona Bentinha, as lindas presenças de Dona Cotinha no dia a dia de uma cidade que tem é histórias para serem contadas...





Estes dias tenho me dedicado apenas e tão somente na catação de lindas Jaboticabas que "estão dando" aqui no Sitio Estância Vista Alegre onde moro, edito o Jornal O Rebate e tenho o Rancho O Rebate onde faturo alguns trocadinhos para o aumento da Aposentadoria do Ministério da Sáude...
Estas jaboticabas plantei a uns 30 anos. Tinha ido a Santa Maria Magdalena, em Companhia de Alfredinho Tanus, filho de meu velho amigo, Poeta e SSeresteiro, Camil Tanus. Alfredinho tinha um sitio aqui em frente e, assim como meus outros ex visinhos Paulo da Farmácia e Nelinho Prata Almeida, venderam seus lindos imóveis. Todos com nascentes e visão previlegiada para o Mar e a lagôa. Os três locais, hoje, são três firmas que vivem no mundo comercial do Petróleo.
Quando trouxe os 3 pequeninos pés de Jaboticabas, um velho amigo de nome Firmino foi logo avisando que "quem planta esta fruta, dificilmente pode se deliciar por que demora muito prá dar"...
Nestas recordações, que remete o autor a infâncias havidas, o toque harmonial do tempo, que bate no silencio do pensamente, fez com que pudesse lembrar de meus 6 aninhos na Rua do Meio ( Doutor Bueno)180.
Nos meses de Novembro e final de Outubro era uma correria só. Crianças sorrateiramente e de olhar espreitado iam no grande terreno onde morava uma simpática senhora de nome Bentinha. Seu esposo era um Ferroviário de lutas sindicais. Seu Alencar estava sempre, com sua bicicleta em punho e a gente o via sempre na casa do Senhor Ramialho que fazia belos e rodantes Piões de "Madeira Roxinho". Seus filhos e filhas eram nossos companheiros de Bolebas. Alencarzinho e Ellcinho...
Num galho da "minha jaboticabeira", enquanto escolhia as mais maduras e maiores iam passando pela minha ampla mente que já caminha para os 80 aninhos, o belo do recordar humano. Muito mais rápido que o mais possante de todos os PCus do mundo eletrônico, me vi dando parabens a minha memória. Como era rápida sua ida e vinda no tempo e dando subsidios para este texto...
Lembrei-me de minha visinha Dona Cotinha que, no seu andar calmo, seu corpo frágil e espiritualiade grandiosa e sempre feliz. Dona Cotinha era uma constante em nossas vidas infantis. Seus filhos Hélio, Olivier, Hélia, Therezinha, Antonia, a queridissima e inteligente Mariazinha, Nice e Darcy a quem todos conheciam apenas como Nenên...
A gente brincava nas Calçadas Esburacadas e na Rua Empoeirada e habitávamos um mundo bem feliz. Não havia Televisão para poluir nossas mentes e que hoje poluem nossos filhos e netos. Era tudo na base da criatividade. Dia de chuva era os Barquinhos de Papel. Manhães de Sol e Vento Ameno era Peladas com Bola de Meia, As tardes sempre a gente estava cercado com meninas e meninos. Algumas "Futricas" que era uma espécie de "Pescador" com prêmios escundidos nas Areias de um Caixoto de Madeira. A Arêia era apanhada em frente a nossa casa por que o Mar de imbetiba trazia sempre suas ondos até nossas casas em dias de Ressacas... o Caixoto era mesmo da Vendinha de Seu Lulú Miranda um dos pilares de nossa história...
Antes do Cair da Tarde, Ciranda, Cirandinhas, Passa Passa o Anel, Carniça, Amarelinho,Boleba de Gude, Bente que Bente o Frade, Pique Esconde, Cobra Cega, Folhinha verde e tantas outras criações que saem sempre das mentes Infantis...
Antes mesmo dos Vagalumes e os Pirilanpos chegarem para os seus acendimento e pisca-piscas, os mais velhos já se aconchegavam nas Cadeiras das Calçadas onde todos as Senhoras ficavam até que chegava a hora de ir para suas casas para ouvirem a Mamãe Dolores...








Todas as casas tinham cercas de Arame ou nem tinham. Sempre com suas pequenas criações de galinhas de Roça que encantavam pela quantidades de cores de seus pintinhos. Tento manter este encantamento mágico do Cantar dos Galos às 4 da madrugada e do magestoso andar das Galinhas com seus belos filhos...
Memória que se perderia no Tempo no Espaço entre as pessoas que viveram momentos que continuam gravados nas cabeças e que, com o simples toque, revivem no real como que um sonho lindo que nunca se desfaz.
Ontem recebi um telefonema do meu velho amigo Izac de Souza que é servidor do Forum da cidade. Falou que tinha uma pessoa muito amiga que queria falar comigo. Uma vóz suave e que trazia os fluidos do carinho e do afeto.Ela se identificou. Era Therezinha, filha de Dona Cotinha e do velho Benedito Gama. Minha querida visinha e linda Therezinha. Hoje uma das figuras mais ilustres do Judiciário do Estado do Rio de Janeiro.
São coisas que Batem e Rebate nas Paredes de nossas Mentes e fazem o autor voltar ao PCu. Bem vinda de volta à terra minha amiga Therezinha. Este texto tem muito a ver com suas vivencias...
Therezinha ajudou a criar, com sua presença sempre cordial o meu querido irmão Ivan Sérgio. Ivan sempre fala com muitas saudades de Dona Cotinha e, em especial Mariasinha.
Quando já estava terminando esta bela recordação de infâncias e presenças vivas, olho para o quintal do Sitio, são quase 18 hs desta sexta-feira de Novembro. Meu filho José Paulo Coelho de Lacerda Gama, já chegado de seu trabalho na PETROBRAS, esta em companhia de meu neto João Pedro de Lacerda Gama Soares, 11 anos. Caminham para os Pés de Jaboticsbas, colhem centenas delas. Todas maduras. Comentam sobre a sutileza dos frutos. Chego até eles. Brinco com João sobre o Flamengo dele que está na pior e vejo o sorriso feliz de Zé Paulo já imaginando o nosso Vasco na final... É a continuação das histórias que se repetem a cada momento nesta vida linda que a gente vive...

( José Milbs de Lacerda Gama, editor de www.jornalorebate.com )

Nenhum comentário: