Boas vindas

Que todos possam, como estou fazendo, espalharem pingos e respingos de suas memórias.
Passando para as novas gerações o belo que a gente viveu.
(José Milbs, editor)

6.4.09

Bicicleta Hermes, Raio de Cromo Alemão com Guidon de Cromo. Uma saudade...




Nos anos 50, ganhei de minha mãe Ecila uma reliquia que ela comprou de um casal de alemão que morava no Grajaú e teve que voltar para sua terra. Naquela época a Região de Petróleo era servida de transporte em caminhões feitos pela Transportadora Macaense onde trabalha um jovem de nome Queiróz.
A chegada desta bela bicicleta fez com que me sentisse feliz. Reluzente ao Sol de Imbetiba, onde as aguas eram esverdeadas e limpas, eu ia, pela manhã as aulas na Escola Ferroviaria 8-1 Senai, me tornaria Ajustador Torneiro.
As ruas que me levavam até as Oficinas de Imbetiba pedalava e recebia os ventos frescos das belas manhãs macaenses. Muitos outros meninos também iam em suas bicicletas mais nenhum deles tinha a Hermes Alemã, com farol ligado na roda trazeira e freio nas duas rodas.
Menino de 13 anos, saído e vivido nas ruas empoeiradas de uma cidade bucolicamente bela, este trofeu era algo que fazia brotar dentro de meu interior uma confirmação da existencia do "Meu". Minha bicicleta preechia o vazio de outros bens materiais que muitos de meus amigos e colegas tinham.
Não me importava de outros tinham pai com carros, fazendas, casas bonitas. Eu "tinha" a bicicleta e ela, tinha certeza, era a que mais brilhava nas ruas da cidade de Macaé que viria a ser, nos anos 2000 a Capital Brasileira do Petróleo...
As 11 horas, quando o "Buzu" das Oficinas de imbetiba, avisava que estava na hora de todos irem almoçar, eu me misturava com as centenas de ferroviários que iam para suas casas em centenas de outas biclicletas. Pedalando, pedslando, pedalando sentia os olhares atentos de muitos para os raios cromados e a cor negra brilante da "minha Hermes Alemã"...
Chegava em casa, na Rua do Meio e minha vó Nhasinha já estava espernaod com o simples almoço que vinha das marmitas da "Pensão de João Mendonça" da Praça Verissimo de Mello. Comia rapidinho e caminhava para o jardins de minha casa de número 180. Ia direto, com um pano já sujo de graxa, para esfregar nas rodas, guidon, quadro e selin.
De volta as aulas do Senai, com o apito do "Buzo" de 15 para as 12 oo, parava no Bar Mocsmbo local de pequeno descanso de muitos ferroviários. Bate papo daqui e dali, jamais aceitei trocas ou voltas.
Os anos foram passando. Aos 22 anos tive que morar em Cabo frio. Minhã avó tinha falecido e a casa ficou abandonada onde, apenas com minhas chegadas de finais de semsna, era habitada. Numa dessas ausências humanas, expropiaram a minha Bicicleta. De nada adiantou as buscas em toda a região de petróleo.
Fiquei muito triste por que nunca mais teria acesso a visão de seu belo. Era uma coisa que transcencia o "desejo de posse". Era a ausencia de algo muito meu do meu meu interior...
Hoje, 06 de abril de 2009, 21 dias antes do aniversário de minha mãe Ecila, sonhei com a minha Hermes importade de Raio Cromado. Foi um lindo sonho que algumas pessoas me davam esta jóia de minha infancia, como presente. Os mesmo formado angular de seus paralamas e o mesmo brilho dos anos 50. Até o Sol de Imbetiba esteve presente neste sonho...
josemilbs@jornalorebate.com
Jose milbs, editor de www.jornalorebate.com

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