Pedro foi ferrovário, pescador e político sem nunca ter se candidatado a nenhum cargo em nossa região de Petróleo. Um grande atleta, nadador, fazia de seu pequeno barco de pesca, nos anos 60/70 travessias nas idas e vindas das Ilhas Nativas do Farol e do Francês.
Era um dos mais antigos moradores das imediações do Marcado até a Rua do Meio. Fervoroso adpto da Lyra dos Conspiradores. Pedrinho enveleceu mais não perdeu o diminuitico de seu nome. Não conheço ninguem que o tenha chamado de "seu Pedro". Era no nosso Pedrinho Mulinha, alcunha que obedecia o chamamento e era querido por todos que tiveram o alegre prazer de conviver com ele.
Assim como pedrinho, Zé Bonito, Manél Cotôco, Bino, Generino, Zé Honório, Pagé, AryCareca,Azuíl, Capitão Waldyr, Fubá e outros de sua geração fizeram história na região.
Amigos de farda ou de trabalho de meu pai, Djecyr Nunes da Gama, deram-me o conhecimento exterior de sua personalidade. Filho sempre procura espelho e neste sempre está à presença paterna. Não é de se estranhar esta projeção. Faz parte da própria genética. Era muito comum se ouvir: “O pau não fica longe do cavaco”, ou “se parece muito com o pai, mesmo não sendo criado junto”. A mistura dos sangues e a presença dos caracteres dos antepassados estão ai a desafiar a ciência e a cada instante surpreende mais e mais os mais sábios. Por isso quero estender aos Pedros de sua geração os sentimentos de toda a familia ferroviária.
Gostava muito de ouvir os comentários sobre meu pai das pessoas que conviveram com ele, já que não tive este privilégio e que hoje dou aos meus filhos. Companheiro de sua profissão de Sapateiro como o “seu” Zé Bonito, um homem extremamente sincero que sempre quando se referia ao meu pai era com um brilho de carinho nos olhos profundamente puros e com uma voz extremamente saudosa, fazia-me bem conversar. Às vezes ficava horas e horas, menino de calças curtas, cabelos arrepiados e canelas finas, sentados nas bancadas das antigas sapatarias a ouvir os “recuerdos” destes “hombres” de fina memória e alegres sorrisos.
Pedrinho sabia das muitas e muitas passagens que se davam nas esquinas das ruas de Macaé até Cabo Frio.
MACAÉ TEM SUA HISTORIA e esta tem o forjamento em pessoas simples, sangue vermelho de fato e que construiu seus alicerces em andanças puras por estas ruas, hoje asfaltadas, mais que não apagam as passadas nas poeiras puras sem a contaminação social que a elite que se tranca em mansões pode oferecer.
Uma cidade tem que ter recordações de seus vultos populares e notadamente conhecidos puros. Eles são a verdadeira noçao de sua história.
Foi neste pequeno Fiapo de Memória que passo algumas lembranças que dormiam. Lembranças que, talvez batendo em outras pessoas, possam criar novas lembranças de um tempo que habita a mente de cada um de nós.(jose Milbs editor de O REBATE
Nenhum comentário:
Postar um comentário