Boas vindas

Que todos possam, como estou fazendo, espalharem pingos e respingos de suas memórias.
Passando para as novas gerações o belo que a gente viveu.
(José Milbs, editor)

30.6.08

MENINO CRIADO NAS RUAS EMPOEIRADAS DE MACAÉ É MORTO POR PM NO RIO DE JANEIRO

MENINO CRIADO NAS RUAS DE MACAÉ E QUERIDO POR TODOS É MORTO COVARDEMENTE POR PM NO RIO DE JANEIRO

Daniela Duque morou em Macaé e, como minha filha Ana Cristina, tem 38 anos. Alegre, seu filho Daniel Duque, ainda pode sentir a brisa do Mar de Imbetiba e correr feliz nas ondas da Praia dos Cavaleiros. Assim como meu outro filho José Paulo, 18 anos, ele tinha sonhos e belas coisas para contar em suas voltas a casa. Menino mesmo, criado para servir ao próximo e jamais ousou ser violento. Seu avô, Duque, meu contemporâneo quando a Região de Petróleo ainda engatinhava no progresso. Daniela herdou do velho Duque a beleza do olhar de menino e transferiu para o pequeno Daniel a beleza no seu semblante de menino.

Todos os moradores de Macaé sabem o quanto era pacifico e calmo este menino, saído de nossas ruas empoeiradas. Que revolta sentimos ao saber que o PM que o matou diz, via seu advogado, que ele agiu em legitima defesa. Que defesa? Onde um anjo pode, na plenitude de seus 18 anos, oferecerem perigo a um canalha armado que deve ter sido educado para ser cão de guarda?

“Segurança do filho de um membro do Ministério Público”. Que exemplo de segurança estão dando a estes privilegiados? Em nome de toda a comunidade da Região de Petróleo O REBATE se solidariza com a família do menino morto.

Meu filho Luis Cláudio, 40 anos, amigo de "Totza", irmão de Daniela chora triste a perda que esta morte causou em toda a nossa região. Eram amigos, Luis Claudio, Guto Garcia, Cássius, Andre e tantos outros de uma geração que está triste com tanta brutalidade vinda de um PM que deveria ser educado para o bem...

A dor da perda de um filho

Mãe de Daniel, assassinado na porta de uma boate em Ipanema, diz que “vive como se tivesse uma faca atravessada em seu coração”. Ministério Público vai abrir inquérito para investigar o caso

- “A sensação é de que uma faca está atravessada no coração”. Desde a manhã de sábado, a designer de bijuterias Daniela Duque, 38 anos, parece anestesiada pela dor. Agarrada ao escapulário de prata que o filho usava, o estudante Daniel Duque, 18, assassinado na porta da Boate Baronetti, em Ipanema, ela se perde no tempo verbal. Fala do jovem com se ele ainda fosse entrar pela porta do apartamento e chamar pelo seu nome. No sofrimento, está o lamento de que a tragédia aconteceu justamente no bairro que escolheu para morar por acreditar que a família estava mais segura. “A única coisa que me motiva e que eu vou fazer justiça por ele”.(Christina Nascimento)

Desespero e revolta no enterro de Daniel.

“Quando ele saiu para ir à boate, ainda disse: ‘não tranca a porta, mamãe, porque vou dormir em casa’. Se eu soubesse que seria a última vez...De madrugada, acordei, e fiquei pensando nele, parecia que estava pressentido alguma coisa”, desabafou. Daniel foi morto com um tiro de pistola 38, disparado pelo soldado da PM Marcos Parreira do Carmo, que fazia segurança do filho de uma promotora. Esportista, remador, jogador de pólo e squash, o jovem, freqüentador do Posto 9, de Ipanema, acabou sendo vítima do que mais temia: a violência.

O PM, que confessou o crime, está preso e vai responder por homicídio. O Ministério Público vai instaurar um procedimento administrativo para apurar as circunstâncias em que ocorreu o caso. O procurador-geral de Justiça do Estado, Marfan Martins Vieira, explicou que a apuração independe do processo criminal e que se for comprovado desvio de conduta e falta de cuidado, o policial será devolvido à coorporação. Acrescentou ainda que o uso de segurança é absolutamente necessário, como no caso da promotora cujo filho se envolveu na confusão. Ela é vítima há sete anos de ameaças do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Há dez dias, uma escuta ambiental no presídio onde ele está, em Campo Grande, revelou outro plano contra a promotora.

Os amigos da vítima contam que o soldado mirou a arma na direção do estudante e que a confusão começou dentro da boate, depois que um amigo de Daniel foi expulso do local após esbarrar num segurança. Ao sair da Baronetti, o grupo de Daniel teria sido atacado por uns dez rapazes. “Se eu tivesse no lugar dessa promotora, a primeira coisa que faria, como mãe e representante de um cargo público tão importante, era pegar o segurança e meu filho e levá-los para a delegacia”, afirmou Daniela.”

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