ADRIANO – DIDI - AGOSTINHO. SUA VIDA E MORTE NAS RUAS EMPOEIRADAS NA REGIÃO DE PETRÓLEO...
Das muitas vezes que conversei com Catia e Didi, seus filhos mais velhos, extraídeles que guardavam de Abelardo belas recordações. c Uma delas, chegava a casa, abraçava sua companheira Célia e pegava Didi e Kátia no colo e os colocavam em cima de um guarda-roupa. Riam e ficavam ali, sob o olhar de uma menina menor que aguardava ser “grande” para também ser elevada ao local de seus irmãos Catia e Didi...
Didi veio morar em Macaé com sua mãe e irmãos. Simples, como Abelardo, ele não procurou o social para viver. Como neto de ex prefeito e, como sobrinho de Bueno e Ferdinando que objetivaram herdar o legado de Elias, eu o convidei para ser candidato a vereador nos anos 80 quando fundei o PT. Aceitou e levou a sério sua candidatura e teve votos de vários amigos que o chamavam “olá vereador” até pouco tempo. Era um ser desprovido dos bens materiais. Preferia viver com os desprovidos de terras a ocupar as que herdou de seu avô na Aroeira.
Vivia com os “chamados sem terra” e desafiava os que se enganavam no social como se isto fosse o real das grandes amizades. Didi nunca ligou para a saúde e esta, ao faltar, o levou para outra dimensão do planeta.
Contemporâneo de Euzébio, Juarito, Luciano, Marco Aurélio, Thomé, Sandra Lennon, Marcioney, Dill, Samuel, Marquinho Brochado, Robertoso, Jorginho, Eliane, Anselmo Colombina, Victor, Os Motas, Chicão da Boa Vista, Frotinha e tantos outros anjos do bem que se foram, não fazem parte das mídias burguesas, mais são lembrados em nossas reminicências, Didi vai deixar saudades a tantos como eu, tive a felicidade de vê-lo chamar pelo nome em suas andanças pelo centro de Macaé...
Sua saudação de: "Meu deputado" está fixado nas paredes de minha memória em honra de nossa presença num partido que não honrou seus compromissos com o POVO...
Em nome de toda a geração dos anos 70 que ousaram desafiar os covardes que se acocoraram ao poder e dele, travestidos de juizes, julgaram os que lutavam por uma verdadeira sociedade, expondo seus corpos e mentes a sanha dos paramilitares, estendo meus sentimentos a seus familiares.
Didi, nosso Adriano Agostinho, viveu como sempre quis e morreu como desejou: na simplicidade de quem sabia de sua missão com os humildes...
( José Milbs de Lacerda Gama, editor de www.jornalorebate.com )
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