Boas vindas

Que todos possam, como estou fazendo, espalharem pingos e respingos de suas memórias.
Passando para as novas gerações o belo que a gente viveu.
(José Milbs, editor)

26.9.08

Melancia, Próstata, sua diminuição.Vale a pena fazer isso...


Recebi email de meu amigo Iney Borges Bastos, irmão de Paulinho e Ivair. Ele é pai da jornalista Ivana, ex colaboradora do O REBATE e também pai do competente Ivan
È umemail que fala da cura de algo que assusta as pessoas de minha idade. Assustaemata muitos de nossos contemporâreo.
Transcrevo o email de Iney Borges Bastos que além de competente funciónário BB foi casado com minha doce amiga Leda de saudades mil além de cunhado de Lia de meu velho primo Lélio Almeida...
"

REMÉDIO PARA PRÓSTATA

> Não sou dado a recomendar remédios, mas desta vez não posso

> resistir à divulgação dos resultados milagrosos que venho constatando

> pessoalmente. Por sugestão de um cunhado meu, comecei a

> cerca de um

> mês a tomar diariamente um copo de suco de melancia com os

> caroços,

> visando a diminuir o tamanho da próstata. Já há algum

> tempo venho com

> dificuldade de urinar e fazendo controle periódico do

> estado da

> próstata. Depois do tratamento já melhorei

> substancialmente. No caso

> do cunhado que me recomendou o tratamento, ele já estava

> em preparação

> para uma cirurgia quando recebeu a receita de um médico

> naturalista.

> Em quatro meses de tratamento, o tamanho se sua próstata

> reduziu-se

> bastante, dispensando a cirurgia, para espanto de seu

> médico. Ao que

> se suspeita, os resultados milagrosos devem-se ao alto teor

> de

> Licopeno da melancia. Portanto, não custa nada

> experimentar. No pior

> dos casos vocês estarão tomando um gostoso suco. Na

> expressão latina:

> quod abundat non noscet (o que abunda não prejudica).

> UM abraço.

> Helcio"

23.9.08

ADÃO SAPATEIRO, MODELISTA, POLITICO E GRANDE HISTORIADOR DAS VIVENCIAS CAMPISTAS E MACAENSES


O SAPATEIRO, O ALFAIATE E A NOVA DEMOCRACIA

O sapateiro e o alfaiate da Nova Democracia



Batendo o martelo nas coxas, já calejados pelos anos, o velho Djecyr Nunes da Gama, sorri de lado.

— Sapateiro é porque bate sapato? – pergunto querendo puxar conversa só para ouvir a sua voz gaga, mais que sonorizante de amor fraterno.

— É sim, responde fechando o sorriso –, ciente que eu já sabia a resposta.

Aí eu insisto:

— Pai, aquele pião que o senhor me deu, com a fieira de barbante branco, quando eu rodo ele na calçada as crianças dizem que é um “pião sapateiro”, que fica pulando, igual ao Pica-Pau dos desenhos animados. Acho que agora estou entendendo o que o senhor quer dizer. Esse toc, toc, toc, toc do martelo, no ferro igual a um pé, virado para cima, que o senhor bate na sua coxa, na roupa toda remendada pela vovó, é o motivo do nome sapateiro, não é?

A tarde sempre era assim: na volta do colégio e a sentar-me junto à sua bancada. Batidas de solas, mãos firmes no manejo de um negócio igual uma navalha que, uniforme e lindamente tocada pelos dedos do mestre, ia torneando o couro, dando formas de sapatos. Latas de colas, olhar fixo na arte e a certeza de que o suor que escorria de seu lindo rosto, torneado de um morenar meio aloirado, lhe garantiria o sustendo da família.

Meu pai se orgulhava da sua profissão, como o Paulo Rodrigues Barreto, da de alfaiate. Dois mestres, duas certezas assegurando o belo do artesanato.

Nasceram ambos nos sertões dos Campos dos Goitacáses. Paulo, com seus dedos endurecidos pelos anos da profissão herdada de seu pai, era a excelência no trato. Orgulhava-se ao me contar que havia feito os mais lindos ternos de linho, à mão, em quantidade superior a uma centena de pessoas no norte do Rio de Janeiro.

Djecyr falava de seus trabalhos em cromo alemão que duravam anos para que voltassem às mãos dele ou de outros sapateiros. Era calçado para nunca se acabar — orgulhava-se, também para mim, o velho pai guerreiro e herói.

Estes dois, entre tantos e grandes personagens de minha vida tinham, além de uma linda e harmoniosa arte no manejo das mãos, uma coisa em comum: eram extremamente políticos, por isso humanos em nossa época. Da Gama, meu pai, e Paulo, meu amigo, entendiam o mundo, em sua formatação, com uma clarividência supreendente e que enriquecia minhas concepções do mundo.

Claro, forçoso dizer, talvez, eles tivessem muitos amigos no poder. Porque sapato de “couro alemão” e “linho 120” não eram obras para as massas, para o povo trabalhador. Mas eles também faziam saltinhos, meia-solas, pregavam chapinhas em sapatos que acabavam de um lado, remendavam calças, diminuíam bainhas e faziam toda sorte de “biscates” que os punham frente à frente com a massa sofredora do povo de região onde habitavam. Jamais deixavam de socorrer o povo pobre e nunca negligenciaram na sua arte por isso.

Djecyr Nunes da Gama e Paulo Rodrigues Barreto sabiam que a degeneração capitalista haveria de destruir suas profissões. Anteviam que máquinas possantes prosseguiriam, sempre mais velozmente, fazendo ternos e sapatos em série, mas deformados e que encolheriam na primeira lavagem ou chuva, que se acabariam na primeira tropeçada na calçada e se encheriam de lama até os calcanhares...

E a produção foi se transformando em coisa de baixa qualidade, a princípio baratas, depois caras e quase descartáveis. Sapatos e ternos saídos das grandes fábricas onde a força de trabalho não paga ofertada pelos trabalhadores desempregados animam, ainda mais, a fome destes genocidas. Tudo isso me faz, agora, entender melhor suas falas de uma beleza feita de coragem e convicção, até mesmo frente à certeza do fim de suas profissões.

Da Gama e Paulo Barreto acreditavam na via parlamentar para a chegada do povo ao Poder. Gama, com sua experiência no Sindicato de Curtumes e Derivados de Couros, em Buenos Ayres, onde morou e dirigiu o sindicato no governo Perón, e Paulo como velho petebista/brizolista. Claro que ambos desejavam ardentemente um governo do povo.

Estas duas mãos não mais irão cozer solas e panos. Seus corpos estão enterrados, estrumando com suas essências as terras que os cobrem. Eu lhes empenharia minha palavra, se pudessem ouvir, no entanto, que o menino/filho cresceu e o amigo/filho amadureceu. Não foi em vão a fé de ambos no socialismo, aquela que, incansáveis, transmitiam para quem merecesse ouví-los. Absorvi, desenvolvi e preciso honrar suas memórias, convicções e seus ídolos, que mesmo padecendo de precisão algumas vezes, eram passos honrados para a compreensão da Nova Democracia que vingará as lutas de tantos quanto aqueles dois, que tombaram terra mas nos legaram o ensinamento dos primeiros passos...
A MORTE DE ADÃO

Esra crôncia retrata a presença de Adão na vida cultural de Macaé/Campos. Sapateiro, como meu pai da Gama, Campista como ele e grande observador das transformações da sociedade. Adão sempre esteve ligado a tudo que se dizia respeito a comunidade de Macaé. Politico sem nunca aceitar ser candidato ele navegava nas idas e vindas das belezas macaenses/campistas. Sempre cercado da intelectualidade dos anos 70 e 80 era de Adão que vinha, com sua vóz gaga mais que tinha a sonoridade da autenticida. Às vezes eu catucava ele e dizia: Adão, meu pai Djecyr era também Gago, Campista, Sapateiro e Politico. Não seria isso uma marca da profissão?" Adão ria e desfilava uma enormidades de fatos que colocava a mostra sua capacidade de liderança.
Brizilista, amigo de muitos dos mais autênticos intelectuais de Macaé de Campos ele deixa saudades a todos que se acostumaram com sua trajetória alegre da Rua do Corpo de Bombeiros até o calçadão da Rua Direita. De vez em quando em companhia de seus netos e outras na solitária presença nas ruas de Macaé que ficam mais vazias com sua morte.
Sendo um dos meus mais velhos amigos e conselheiro quero estender, em nome de "O REBATE" aos seu familiares os sentimentos de toda nossa geração. Da última ocasião que soube de sua presença em vida foi de seu belo filho que conheci aqui na "Estância Vista Alegre" onde moro e edito o jornal.
Que seus filhos, netos e familiares saubam que o nosso "Adão Sapateiro e Modelista" influenciou muito na transformação de nossa região.(Jose Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com )

21.9.08

Diomar Salgado morre com o brotar da Primavera que sempre viu florir...


Viúva do Ricardo Salgado que fez histórias no soerguimento da Cooperativa Agropecuária, onde foi por vários anos presidente, Dona Diomar deixa uma história de longos 86 anos. Maioria deles vividos em nossa comunidade. Com seu viver tranquilo, sempre voltado para a criação e o orgulho de seus filhos Ricardo, Rogério e Roberto, ela não gostava de ficar ausente do lar.
Mesmo nos "bons tempo" de uma região de petróleo sem violência, era, no aconchego de sua casa, que procurava sempre ficar.
Dona Diomar dividiu os seus últimos anos de vida se revesando com os seus filhos em longas hospedagens.
Conheci esta senhora quando dirigia o jornal "O REBATE" nos anos de 1970. Levado a sua residência a convite de Ricardo Salgado e Carlos de Freitas Quintela para uma reportagem. Preocupada com as travessuras de crianças, ainda teve tempo para as cortesias naturais a uma presença estranha.
Revi, 40 anos mais tarde, precisamente no ano de 2007, quando de uma visita a Artista Plástica Sônia Rocha. Sentada num confortável sofá, com a mesma tranquilidade que pude ver nos anos de 1967, Dona Diomar não deixou que o tempo lhe turvasse o olhar e, quando da apresentação: - " Dona Diomar, este aqui foi amigo de Seu Ricardo Salgado. È Jose Milbs", me senti jogado no túnel do tempo e pude ter a certeza de que sua memória viajou feliz e sorridente ao encontro de um tempo que ela sabia ser dela; dos seus filhos; do seu saudoso esposo e dos amigos dele...
O que reside de belo na lucidez dos portadores de Alzheiner é o silêncio do entendimento que não temos como penetrar. È como se o mundo, interiorizado por seres privilegidos,fechasse as portas do real escuro e abrisse a claridade. Dona Diomar não perdeu jamais o olhar fixado no horizonte que harmoniza os seres com a criação. Por isso é que partiu com o mesmo carinho familiar que sempre soube ministrar a filhos, netos, sobrinhos e amigos...
O REBATE, nos seus 75 anos de Histórias na Região de Petróleo,perpetua no www.jornalorebate.com o passamento de tão bela senhora e estende a seus filhos os sentimentos. ( José Milbs de Lacerda Gama editor )

13.9.08

ZILDA BENJAMIM AGUIAR, AOS 94 ANOS, LEVA HISTÓRIA DAS NOSSAS ESSÊNCIAS...


No final dos anos 40, quando o Partido Comunistas ainda estava na legalidade, um jovem foi convidado para concorrer a Prefeito de Macaé. Sidney Aguiar aceitou a indicação e pôs seu nome para a escolha popular. Uma vida ecológicamente correta fez com que este homem fosse morar longe dos borburinhos da cidade. Casado com Zilda que, fiel aos desejos do Sidney, manteve o local intocado e cheio de lindas recordações. As Palmeiras, as belas árvores tudo fazia parte do encantamento desta linda senhora, que aos 94 anos, ainda lúcida contava fatos e havidos de sua exisência.
Zilda era uma grande amiga do "O REBATE". Desde os anos de 1932 mantinha uma assinatura que fazia questão de renovar por telefone e sempre conversava comigo sobre as pessoas que lhe eram afetivas. Recordava de Délio, Antonio, Azuil e Carolino seus irmaõs e sorria feliz quando recordava de meu pai Djecyr Nunes da Gama que tiuha sido colega de farda, no Forte Marechal Hermes, de Délio Benjamin a quem meu pai chamava carinhosamente de "Délio Garrafão". Azuil e Antonio fizeram histórias nesta cidade.Antônio foi Prefeito e Azuil modernizou e socializou a relação dos servidores com o Executivo.
Zilda era uma personagem destas presenças macaenses em nosso cotidiano. Sua bisneta Carla,amiga de Lucia é o seguimento de uma relaçao afetiva que rompe gerações e forja a certeza que viver é sempre bom e salutar.Por coincidência foi Lucia quem me fez ciencia da morte de Zilda. Ela sabia do meu afeto por esta linda senhora.
Aprendi a gostar de Zilda. Na minha infância estudei com "Sidiroca" e o revi algum tempo. Caminhos diferentes em nossas vidas. Ele no ramo de Construção e eu teimando em "Bater teclas e fazer histórias". Se não consegui riquezas materiais, devo ter aprendido com Zilda Aguiar a manter o que recebemos. Ela o sítio de seu velho companheiro e eu de minha velha mãe. Estamos distanciados dentro da geografia macaense. Ela, no que se denominou charmar-se de "Bairro da Glária" e eu no que também se chama "Novo Cavaleiro".
Minha Palmeira plantada a 30 anos deverá avistar-se, daqui uns 40 a Palmeira que ela plantou com Sidney nos anos de 1940...
Passamos e fica a história para ser contada. A de Zilda Aguiar Benjamin ousei e peço permissão para contar um pouco. Uma das mais ilustres senhoras de nossa essencia. Mulher guerreira que, do alto de seus quase 100 anos, soube manter altiva a busca dos ensinamentos sociais. Sabia que tudo que a gente faz serviria de exemplo para os que nos cercam. Quando, nas poucas que pude conversar com ela, senti o quanto ela reverenciava a ausência de Sidney e procurava viver o que ele acredita ser o melhor para o mundo.
Arrisco dizer, ao finalizar esta crônica sobre sua morte, que Zilda transmitia, no "silêncio que falava em seu olhar",a verdadeira essência do Socialismo puro e a certeza de uma NOVA DEMOCRACIA.
As seus filhos, netos e bisnetos, os sentimentos da imprensa livre da região de Petróleo na afirmação de que o "O REBATE" cumpre, mais uma vez, sua missaão histórica.
Morre a mais antiga leitora deste jornal de 77 anos de histórias. Minha amiga Zilda Benjamin Aguiar que me ajudou muito, com seu olhar de pura meiguiçe, voltar a escrever.Obrigado Zilda. Descanse. Sua missão foi cumprida.José Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com

11.9.08

MAX MANCEBO, FILHO DO PATRIARCA DOS MANCEBOS, PAI DO MEU AMIGO MAXTONI E TIO DA BELA LUANA MORRE EM MACAÉ


Max fazia parte das ruas empoeiradas de nossa região. Gostava de política, herdada dos Mancebos dos Sertões bravios de minha carapebus. Brisolista dos mais ferrenhos foi suplente de vereador e misturava suas belas alegrias em contador das história de Macaé e sua gente como pequeno comerciante que, na verdade usava a profissão quase como troca. Não visava lucros e sim fazer grande amigos. Ao redor de suas falas todos se encantavam com peripécias que vinham desde as vielas de Carapebús, passando pelas caçadas na propiredade de Zé Paco Mancebo até as terras virgens do velho tio e amigo Diogo Mancebo Reis. Fiel a tradição de sua familia, berço dos valentes jovens como Celso Mancebo, covardemente abatido por trás, a mando de policiais coruptos e medrosos até a meiga presença de Mirian Mancebo que fe e faz histórias na publica de Macaé.
Max Mancebo foi um autêntico Carapebuense/Macaense. tinha orgulho de seu filho e meu amigo Maxtone e se encantava com a simplicidade de Luana Patrocinio, menina inteligente que presta seus serviços no Cetep, aos 16 anos, ao Projeto nova Vida. A tristeza de Luana era a tristeza que brotava em todos, como o autor, que soube de sua morte.
Filho do seu "Chico Paco", velho comerciário que criou a "Formula do Licor Pesseguete" que até é vendido em vários Estados do Brasil. "Seu Chico" nunca ensinou a verdadeira e original fórmula do Licor. Dizem que foi cortejado por grandes quantias e negou a fórmula...
Os anos 60 e 70 foram de grandes amizades nas ruas macaenses, com idas e vindas ao Cine Taboada e Santa izabel. Era ali, nas andanças da Ruy Barbosa que ficava fechada com cavaletes para que "as meninas e os meninos" pudessem se entreolhar de soslaio e começarem seus namoricos, que o vulto belo de olhos esverdeado e olhar timido de Max seu suas primeiras cartadas.
Com seus primos Moacyr Prata Mancebo, Marlécio, Celso Mancebo e uma gama de moradores das periferias de Macaé, Max forjou sua presença e malhou com ferro e fogo, na bigorna da existencia, sua marca registrada de menino simples e bom...
Aos seus familiares os sinceros sentimentos de toda equipe do "O Rebate" que ele sempre gostava de ler as notícias e dava informes das velhos histórias de Macaé e carapebus. ( Jose Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com

2.9.08

Camara Municipal recebe corpor do ex-vereador Antonio Carlos de Assisl


MORRE EM MACAÉ O MINEIRO DE LEOPOLDINA ANTONIO CARLOS DE ASSIS

O mês de março ainda esta começando e me deu vontade de ir à cidade. Rever velhas ruas enfeitadas pela sofisticação e poder abraçar antigos amigos que ainda circulam ou perambulam pelo centro frio de Macaé. As conversas não mudam. Rever estes papos faz parte da existência de qualquer cidade de interior. O mesmo vento ameno que vem do encontro do Rio Macaé com as águas esverdeadas do Oceano trás até meu olfato a sutileza da harmonia natural que o homem ainda não conseguiu destruir nesta cidade de esquecimentos eternos...
Soube da presença de Antonio Carlos de Assis e rumo para uma visita. Anuncio minha chegada e a sua companheira é avisada de minha chegada ao prédio. Imagino um rápido olhar dela e o consentimento de minha ida ao seu aposento. Falavam para mim de sua doença, de sua cadeira empurrada por outros e até do "perigo de salvar-se" dos males que seu corpo tinha sito vitima nos últimos meses.
Em poucos minutos me vejo sentado em sua sala à espera de sua presença. “O “velho” Capitão” vem ao meu encontro. Nada de cadeiras de rodas, nada de pijamas e longe de um abatimento corporal. Um simpático enfermeiro o segue com os braços abertos para evitar o tombamento de seu corpo. Nada acontece. Capitão chega para meu cumprimento com o mesmo olhar que conheço hà mais de 40 anos. Com o mesmo sorriso que faz com que sua beleza não se esvai. "Nada de parecer cambaleante na presença do velho amigo". Deve ser seu pensamento ao sentar-se a minha frente. Estava ali o seu companheiro de grandes jornadas sociais e políticas e este não seria nunca o momento de uma flacidez corpórea. Capitão estava firme, pensamento provocado por minha voz amigo lhe fez falar com a firmeza que sempre torneou sua existência.
Elegantemente estende suas compridas pernas que tanto estonteou mulheres e provocou nos homens por onde passou ciúmes e olhares de desconfianças e, mansamente me fala de sua doença. Está a minha frente o mesmo Antonio Carlos dos anos 60 e 70. Mesmo olhar que tanta alegria e sorrisos amenos foram provocados em Cláudio Moacyr, Cláudio Upiano, Euzébio Mello e Filinho Monteiro. O mesmo semblante que conquistou o coração de minha amiga Marilena e o carinho de Carlos Augusto Tinoco Garcia, Paulo Rodrigues Barreto, Álvaro Paixão Junior e do Desembargador Ronald de Souza.

Este Antonio Carlos de Assis estava ali, vivo tentando balbuciar carinho com a minha presença e falando de seus filhos com o mesmo brilho que sempre fluía nos anos de suas infâncias. Orgulhoso das duas filhas que são famosas no mundo artístico e das inteligências dos dois meninos. Ainda dava cartas e jogava de mão o velho comandante das noites...
Mineiro de Leopoldina Antonio Carlos de Assis ousou desafiar a velha sociedade macaense dos anos 60. Uma sociedade bolorenta e cheia de preconceitos. Uma sociedade onde pobre e negro não podia freqüentar seu clube social e que mulher separada era barrada em suas festas. Uma sociedade porcamente falsa, traiçoeira e fedorenta mais que podia comprar perfumes caros. Capitão veio, e nesta falsa sociedade fez o rebuliço que o Colunista de Acontecèncias nos anos 60. Euzébio Luiz da Costa Mello, chamaria de "avesso do avesso". Como nos personagens de "TEOREMA" ele foi espacejando o preconceito e se firmando como vencedor.
Cercado de todo tipo de gente sempre era manchete no O REBATE nos anos 60 e Responsável por longas e inteligentes crônicas do BOM FUTEBOL que sempre determinava o destino das belas jogadas do futebol arte macaense nestes anos.
Raciocínio rápido e olhar que fala foi temido por políticos que se enriqueceram com o desvio de dinheiro público e que se afastavam dele com receio das descobertas de suas falcatruas. Fui sem amigo e jamais o vi participar de qualquer tipo de deslize com o erário público. Vereador, líder empresarial, sua existência marcou uma época de grandes transformações na cidade. Cercado de ricos e pobres ele, elegantemente sem perder a pose, me disse que iria para o Rio de Janeiro.

No inicio do mês de setembro de 2008, recebo um telefonema que me diz de sua morte na madrugada fria deste meio inverno macaense. Morre aos 74 anos o meu velho companheiro de andanças nas noites do Rio de Janeiro, das indormidas madrugadas do O REBATE nos anos 70 onde ele foi meu diretor de publicidade. Antonio Carlos de Assis fez histórias em Macaé e nela está, queiram ou não queiram os ciumentos que freqüentam a escuridão da cidade mais clara do Brasil. Capitão sai deste palco e vai ficar em cena no teatro sério da dimensão maior. Vai juntar-se a outros valores de nossa cidade que, não sendo entendido por aqui o será por certo onde repousa as mentes avançadas.

Criador do Clube dos Diretores Lojistas teve belas idéias sociais durante sua vida na comunidade. Vereador, líder social, previa o crescimento da Região de Petróleo e queria por que queria que a cidade fizesse mais de 15 mil casas populares. Falava sempre que seu grande objetivo era criar cursos profissionalizantes para as pessoas carentes de nossa cidade.

Fizemos grandes projetos quando ousei ser prefeito de Macaé em 1970. Eu, ele, Cláudio Upiano, Euzébio Mello, Armando Barreto, Ivair Nogueira Itagiba, Fernando Frota, Izaac de Souza e muitos Gráficos de nossa História, imaginamos a Macaé dos nossos sonhos. Neles o meu velho Capitão Antonia Carlos caminhava alegre com novas idéias. Falava e gesticulava na certeza de nossa vitória. Sua perspicácia era a marca registrada de sua personalidade. Penava sempre à frente de uma geração que se acocorou ao poder e a acomodação.

Sua morte deixa uma lacuna de difícil preenchimento na vida da Região de Petróleo. As seus familiares os sentimentos de O REBATE ao velho comandante Antonio Carlos de Assis, (José Milbs de Lacerda Gama editor de O REBATE ·).

Com seu filho Guto Garcia e Antonio Sérgio Assis orgulhos do meu amigo Capitão, aos quais passou a a alegria se ser Fluminense e a sua atual companheira Girslane que o tratou com afeto em seus últimos dias de vida, fica a saudade...
As 16 horas de 02.09.2008 Uma grande multidão de amigos, politicos, pessoas da comunidade pobre de Macaé, vereadores e grande comoção marcou o sepultamento do Antonio Carlos de Assis no Cemintério de Santana. O prefeito Riverton Mussi Ramos e todo o seu secretariado estiverm na Câmara Municipal.

17.8.08


QUANDO AQUI CHEGUEI ERA MATO PURO. HOJE ASFALTO E CAMINHÕES BARULHENTOS ESPANTAM MEUS GANSOS

Durante longo período fiquei afastado do Sítio que minha mãe trocou pelo terreno que minha avó deixou para como herança. O terreno era na Rua do meio onde nasci. As pessoas achavam uma “loucura de Ecila trocar um terreno perto da linda e aconchegante Praia de Imbetiba, com 10 metros de frente com 33ms de fundos por um pedaço de mato com 1 alqueire cheio de árvores velhas, cobras, sem estrada e com um brejo nos fundos”. Naquela época, anos 70, as cabeças eram parecidíssimas com as de hoje. Grana, tudo pela grana, pelo “vamos viver hoje que amanha a gente não sabe”...

O Sitio era na Granja dos Cavaleiros uma antiga fazenda da Família Reid que virou loteamento. A época estava no Movimento Hippie e só falava em deixar a cidade e ir para o campo. “Ter uma casinha branca de varanda. Um quintal e uma janela para ver o sol nascer.” era tudo que eu queria e minha mãe fez minha vontade.

Deixar a cidade e ir morar longe dos burburinhos fazia minha cabeça e aceitei de pronto. Embora continuasse morando na Rua Visconde de Quissamã, numa vila, vinha todos os dias no sitio e vivenciava p encantamento do local com sua mansidão solitária.

Apenas uma picada feita por andar humano e bicicletas formava o caminho de uma estrada feita para vender os lotes que tinham de cinco mil a 10 mil metros quadrados.

Passarinhos expulsos de Macaé, que já começava a se tornar uma metrópole com suas Ruas e Vielas tomadas pelo cheiro de óleo queimado e buzinas, tinham por aqui seu local tranqüilo e firme para a procriação. Bacurau pelo caminho, borboletas de todas as cores, preás, rãs, eram alguns dos componentes que se podíamos admirar nos dois quilômetros que separavam o sitio da estrada.

Rolinhas, papas-capins, tizius, sabiás, andorinhas, pombos selvagens, pombas-rola, anuis, gaviões e, patos que se fizeram selvagens, vindos do Sitio de Lafaiete Cyríaco, que mais tarde também foi expulso de seu belo recanto poético, davam a certeza que ainda existia paraíso para se viver dentro de uma cidade que começava a ter sua historia deteriorada, em sua essência, pela chegada da Petrobrás que criava ganâncias materiais aos menos avisados.

De vês em quando, cavalos e cavaleiros passavam e, nos cumprimentos, se podia notar das purezas, ainda latentes, em seus cavalga mentos sem destino.

Era ainda a virgindade de um local que se conhecia no dia a dia de matinais alegres e tardes preguiçosas e calmas. As manhãs eram sempre maiores e já se podiam notar os verdadeiros moradores do lugar. Seu Flanque (como é conhecido) tinha a beleza nascente da bondade e da presteza. Peroba, Cimar, Natalina, Beto, João seus irmãos e seu pai Pacuçu, Seu Walter se misturavam a novos Baianos como Manoel Vieira que morava do meu lado com dona Lindaura que trouxe e espalhou uma raça de bons meninos. Dona Lindaura nos deixou em plena forma e vigor.

Jorge Barbudo, Moraes, José e Milward Barreto enfim o local começava a se formar com gente que conhecem cada palmo e cada planta. Dona Rola, com sua meiga presença, era uma espécie de abelha Rainha deste paraíso intocado numa Macaé ainda não desbravada. Roberto, seu filho, irmão de Chicão sabe, como eu, o quanto as coisas mudam e se transformam. Nosso Bairro ainda era conhecido como Molambo, nome herdado das longas e intermináveis idas e vindas na Fazenda dos descendentes do Luiz Lawrie Reid.

Morou ainda por aqui Manoel do PU e seus filhos, ele, autor de “Cascudinho Azarento”, música de sua autoria que fala num peixe de seu sertão nordestino. Falava e fazia um apelo para não falar no nome deste peixe que dá azar e não se pesca nada. Cantou no Festival que fizemos no “O REBATE” nos anos 60 e que mereceu aplauso e preferência de José Carlos Oliveira, Jaguar e Olga Savani, embora Piry tenha vencido com o apoio de Egberto Gismonti e Alberto Reis. Manoel era enfermeiro do PU e morou na casa grande do sitio quando ficou uma época sem local.

Era desta gente pura como o ferroviário Marinho e seus filhos, notadamente Stalin, que foi registrado com Estalin, num dos famosos erros cartoriais macaenses, que se iniciou o Bairro Novo Cavaleiro que tinha o alegre e puro nome de Bairro do Molambo.

A presença de Moraes, no sítio, vinha de sua morada com Barreto, irmão de Milward, bem lá onde fica o final do ônibus 80 que faz trajeto Cavaleiro /Aroeira. Nesta época não tinha estrada, e uma picada nos levava ao sítio deste amigo Barreto, que era vizinho de Dodô do Bicho e Roberto Bueno. Dodô saiu da área e Roberto continua morando lá.

Durante muito tempo editei o jornal O REBATE neste Bairro, num galpão construído com a mão de obra local, e suas paredes, por incrível que pareça, feitas de pau a pique.

Ricardo, como Natalina e outros, trabalhavam comigo no jornal que era uma espécie de orgulho do Bairro. Chicão e Peroba, um dos mais antigos moradores daqui, sempre falam com Luís Cláudio, meu filho, que o Molambo já teve um jornal Semanal e um Diário, já que Luís Cláudio, Magrinho, Elton, Ricardo, Natalina, Fraga, editaram o DIARIO MACAENSE que infelizmente não vingou por falta de uma coisa muito comum no jornalismo que é o acocoramento ao poder, que não fizemos e, por isso perdemos o bonde da história, embora este bonde não seja lá um bonde muito digno de se viajar.

Em novembro era tempo de colher Jabuticabas, Acerolas, Pitangas, Amoras. As Mangueiras começam a ter seus frutos caídos com os ventos vindo do Sul e as Jaqueiras nos dando a certeza que teremos doces no mês de dezembro. Aproximar. Muitos Cajus Brancos e Vermelhos e Abricós.

O sitio era um local virgem na Macaé que se prostituiu com o progresso descompassado e feio. O galo ainda canta nas madrugadas e os anus brancos e negros teimam em fazer seus ninhos nas árvores que mantenho ainda em teimosa posição de reação as multinacionais que me cercam por todos os lados. Expulsaram o Lafaiete Ciryaco, o Alfredinho Tanus, filho de Camil, o meu primo Nélio Almeida, o Paulo da Farmácia e encolheram o terreno de dona Rola mãe de Chicão, Roberto e Peroba.

As empresas chegam e compram tudo nesta área, que puseram o nome de expansão urbana. Resisto e continuo preferindo o cantar dos galos, o pio dos passarinhos ao barulho fedorento de guindastes empacotando correntes de ferro e container. A nascente que brota no final do terreno é a maior de todas as riquezas do Sítio. Estou cercado de firmas de apoio.

Aterraram Brejos, Nascentes e Córregos. mantenho minha nascente de Aba de Morro com sua água cristalina que abastece tudo. È a minha herança para meus filhos que tem sua origem na Fazenda Airys que meu avó Mathias Coutinho de Lacerda deixou para minha avó Alice Quintino de Lacerda nos anos l926 e que, trocados daqui e dali veio a dar nesta Estância Vista Alegre onde moro.

Hoje, ano de 2008, edito "O REBATE" on-line que está me dando alegrias e encantamento, Chegamos a um milhão de acessos ao site de www.jornalorebate.com e com isso sinto que nem tudo foi em vão na minha vida. Cercado de árvores filhos e netos caminho para os 80 anos na busca incessante de "Buscar o Dever Cumprido”. (José Milbs de Lacerda Gama editor)

10.8.08

EDELTON BARRETO ANTUNES....


MEU CONTEMPORÃNEO EDELTON BARRETO ANTUNES DE ALEGRES RISADAS NOS BONS TEMPOS DOS ANOS 60/70...

Ser Católico como eu, Espírita como Nier ou mesmo Batista como Armando não fazia diferença nas nossas conversas e brincadeiras de uma Macaé que some no esquecimento de seus valores naturais.

Namoricos, cinemas, jogos de peladas, sinucas, idas e vindas na Rua Direita, onde as meninas iam e os meninos ficavam olhando, nos flertes de belos casamentos futuros.

Edelton fazia parte de nossas alegrias. Ele, Edgar e uma grande quantidade de meninos e meninas eram frutos da união do Pastor Edmundo com Dona Zozó, irmã do Sr. José da Cunha Barreto, um dos grandes contadores de lindas histórias de nossa natividade.

Era no Colégio Estadual Luiz Reid que todos se reuniam para as longas conversas e troca de informações. A filharada do Seu Barreto, do Pastor Edmundo e do Professor Pierre Tavares da Silva Ribeiro, num Ecumenismo Natural e Saudável uniam todos nós. Às vezes nas conversas ao Pé das Mangueiras, no velho casarão da Preça da Luz onde enforcaram o Mota Coqueiro e, outras tantas, nas Peladinhas com bolas de Meia mesmo nas ruas esburacadas e aconchegante de nossa velha Macaé...

Quando não estávamos neste sublime momento das infâncias, estávamos nos Bancos Escolares recebendo os sagrados ensinamentos das Professoras Mirsys, Jacyra, Ilda, Letícia Pessanha, Letícia Carvalho, Pierre, Ronald de Souza, Renato Fernandes, Anita Parada, Thereza Pereira da Silva, Abílio Miranda e Roberto Mourão e outros que a memória deixa escapar aos 68 anos...

Herdeiro, como Edgar seu irmão, dos dotes pastorais de seu pai Edmundo Antunes se destacou como Pregador Evangélico e seu nome soava com carinho e respeito em toda comunidade Batista onde dedicou sua vida e sua palavra. As poucas vezes que revi Edelton foram marcadas por sorrisos e recordações das nossas existências nas ruas empoeiradas de Macaé. Foi também com esta alegria que revi o Edgar e a Edalva.

Admirado pelo olhar orgulhoso de Edilson, mais novo e mais curioso, Edelton cimentou, carinhosamente um afeto que se cristalizou nas "Últimas homenagens que foram prestadas por toda a comunidade da Região de Petróleo e Petrópolis"...

Nos anos 60 O REBATE tinha uma página Evangélica onde o Pastor Edmundo Antunes, Pierre Tavares, Padre Nabais e Euzébio Mello expunham suas idéias. Era o início do objetivo democrático que até hoje é o tom do nosso www.jornalorebate.com e que estamos mantendo até hoje. Coincidencia ou não a morte de meu amigo se deu na presença de Padres e Pastores...

Em Petrópolis Edelton vai fazer falta na comunidade com o mesmo sentimento de ausência que seu pai deixou na Região de Petróleo. Para Macaé ficou a certeza de que “O Bom filho a casa torna”. Veio faleceu na cidade que o viu crescer, fazer travessuras e partir. (José Milbs de Lacerda Gama, editor de O REBATE).

as grandes ausências...

POR QUE NÃO ME 'ENSINASTE' COMO SE VIVE SEM TI...

Como as explicações sem explicação?
Como saber da ausencia quando não se aprendeu a sabe-la ausente?
Erros da criaçao ou guardamento inconsciente de quem ama, de quem ensina sem saber o limite da ausência.
È assim todas as ausências, todas as faltas no mundo de buracos cravados na nossa existência...
Amigos, entes queridos. pais e mães. Filhos e filhas nesta ausência que vem a cada um que nasce e tem que viver...
Por que non me ensinaste? ...
(
José Milbs editor e, vez em quando bate, poéta)... Domingo, 10 de Agosto de 2008)

8.8.08

Bons tempos de meus ancestrais da Tribo dos urutús...

Às horas de encontamento que a gente tinha, nas longas conversas com as Cadeiras nas Calçadas. eram marcadas por etenção e respeito pelas crianças. Os meus bisavós, Emilio Quintino da Silva( Almeida e Tavares) e Adelayde Bastos da Silva (Ribeiro) eram descendentes das Tribos bravias dos Urutús que habitavam os Sertões de Carapebús, Cidadezinha situada ao Norte do Rio de Janeiro. Histórias como a que abaixo transcrevo dá uma dimensão de como eram as coisas nos anos de 1800 quando morava em Macabuzinho o "Ultimo homem condenado a Morte. Mota Coqueiro". Emilio tinha um sitio na Localidade de Capelinha do Amparo e conheceu de perto do enforcado Coqueiro...
Veja como era a Lei 'nos antigamente' aqui no Brasil

SENTENÇA JUDICIAL EM 1833

'Ipsis litteris, ipsis verbis' -

TRATA-SE DE LINGUA PORTUGUESA ARCAICA

PROVÍNCIA DE SERGIPE

O adjunto de promotor público, representando contra o cabra Manoel
Duda, porque no dia 11 do mês de Nossa Senhora Sant'Ana quando a
mulher do Xico Bento ia para a fonte, já perto dela, o supracitado
cabra que estava de em uma moita de mato, sahiu della de supetão e fez
proposta a dita mulher, por quem queria para coisa que não se pode
trazer a lume, e como ella se recuzasse, o dito cabra abrafolou-se
dela, deitou-a no chão, deixando as encomendas della de fora e ao Deus
dará. Elle não conseguiu matrimonio porque ella gritou e veio em
amparo della Nocreto Correia e
Norberto Barbosa, que prenderam o cujo
em flagrante. Dizem as leises que duas testemunhas que assistam a
qualquer naufrágio do sucesso faz prova.

CONSIDERO:

QUE o cabra Manoel Duda agrediu a mulher de Xico Bento para conxambrar
com ela e fazer chumbregâncias, coisas que só marido della competia
conxambrar, porque casados pelo regime da Santa Igreja Cathólica
Romana;

QUE o cabra Manoel Duda é um suplicante deboxado que nunca soube
respeitar as famílias de suas vizinhas, tanto que quiz também fazer
conxambranas com a Quitéria e Clarinha, moças donzellas;

QUE Manoel Duda é um sujeito perigoso e que não tiver uma cousa que
atenue a perigança dele, amanhan está metendo medo até nos homens.

CONDENO:

O cabra Manoel Duda, pelo malifício que fez à mulher do Xico Bento, a
ser CAPADO, capadura que deverá ser feita a MACETE. A execução desta
peça deverá ser feita na cadeia desta Villa.

Nomeio carrasco o carcereiro.

Cumpra-se e apregue-se editais nos lugares públicos.

Manoel Fernandes dos Santos
Juiz de Direito da Vila de Porto da Folha Sergipe, 15 de Outubro de1833.

Fonte: Instituto Histórico de Alagoas. Transcrito por www.jornalorebate.com

2.8.08

ANDRÉ FILIPE PEREIRA REID DOS SANTOS É UM MACAENSE QUE SE DESTACA NA CULTURA NACIONAL

macaense defende tese de doutorado

É com imensa alegria que o jornal "O REBATE", através do blog de seu editor se parabeniza com o jovem André Filipe por esta linda presença na Antropologia e Sociologia brasileira. Nascido na Região de Petróleo e, saido das poeiras de nossas ruas ele, na simplicidade que soube herdar de seus pais se projeta neste mundo maravilhoso que se abre.
Macaé, sua cidade natal e O REBATE que tem 76 anos de Histórias na Região se faz presente, em parceria com o Google internacional neste evento que enche de alegria toda a comunidade.


CONVITE


O Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia do IFCS/UFRJ convida para assistir a defesa de tese de doutorado de André Filipe Pereira Reid dos Santos, intitulada "Direito e profissões jurídicas no Brasil após 1988: expansão, competição, identidades e desigualdades", sob a orientação da Profº Maria Ligia de Oliveira Barbosa, a ser realizada no dia 07 de agosto de 2008, às 10:30h, na sala Evaristo de Moraes Filho, nº 109, andar térreo, neste instituto.



Banca examinadora convidada:


. Prof. Maria Ligia de Oliveira Barbosa, Presidente, IFCS/UFRJ

. Prof. Eliane Botelho Junqueira, PUC/RJ

. Prof. Joaquim Falcão, FGV/RJ

. Prof. Maria Helena M. Castro, IFCS/UFRJ

. Prof. Michel Misse, IFCS/UFRJ


Suplentes:
. Prof. André Botelho, IFCS/UFRJ;

. Prof. Ricardo Nery Falbo, Faculdade de Direito/UERJ.


Contamos com a sua presença.


Coordenação do PPGSA.

Que este feito seja a marca inicial de sua belissima trajetória. (José Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com )

30.7.08

Quando a Região de Petroleo do Rio de Janeiro ainda engatinhava no progresso

UM DOCE PEDAÇO DE MACAÉ QUE SE ESVAI...

(CRONICA ESCRITA REALÇA A SAUDADE DE NOSSAS RUAS EMPOEIRADAS E O GOSTO BOM DOS BOMBOCADOS E CHUVISCO) Leia em José Milbs no texto O DESBRAVADOR DE MACAE NO SÉCULO XX.

O DESBRAVADOR DE MACAÉ NO SÉCULO XX

Macaé ainda não tinha cultura própria no ramo imobiliário nem seus habitantes tinham projeção do que podia acontecer 10 ou 20 anos à frente. Viviam do dia a dia. As vezes na pesca, onde brotava sua maior riqueza, vez outra do comércio, que crescia devagar, devagarinho e estava de bom tamanho para seus membros. A tradicional loja em baixo e a casa do comerciante em cima. Daí que muitas "casas sobrados" ainda existem e são daí que se formou este simbolo de progresso individual tão comum em cidadezinhas do interior do Brasil.

Nos quintais ficavam o terreno para, caso houvesse casamento, as construções se sucederiam. As pessoas estavam e viviam tranquilas nas sonolentas e compassadas horas de Macaé nos anos puros de décadas passadas. A tranquilidade de uma aposentadoria do inps e a certeza de que estavam criando bem a filharada.

Esta Macaé não tinha lá muita preocupação progressista . deixava a coisa acontecer nas idas e vindas de seus filhos na rua principal onde o "point" era cinema nas duas sessões da quinta- feira ou domingo nas matinês.

A Rua Direita, a principal da cidade e que virou Avenida Ruy Barbosa, ao entardecer, quando os milhares de pardais revoavam nas árvores frondosas que reinavam nas ruas periféricas, recebia dois suaves cavaletes. Um na altura do "Bar e Restaurante Belas Artes. Outro em em frente da Casa de Acioli Pena irmão de Dodão e Gó.

As tardes, lá pelas l5 horas, era comum o Bar de Dona Dadá estar cheio de gente tomando média com pão e manteiga. A manteiga era feita na casa de dona Dadá e o pão era da "Padaria e Confeitaria Lima" de "Joãozinho" e Ênio Lima. Padaria que conseguia fazer as melhores bisnagas de toda a regiao litorânea.

Tião, Zé Carlos, Isaura. Conceição, Joãozinho Ramos e, .as vezes a própria dona Dadá, presenteavam, com o servimento do café torrado na hora.

As xícaras brancas e ainda quente, tiradas do lado de uma cafeteira, com um gancho em forma de pegador de macarronada, vinham sempre acompanhadas de torradas, pão e leite. Tipo da média que não será nunca requentada e inspirou Noel Rosa das vielas de Vila Isabel.

Mais tarde tomei estas mesmas médias com pão e manteiga na rua Beneditino, Acre e Leandro Martins nas madrugadas do meu Rio antigo. Este café Tinha o mesmo sabor da média (nâo requentada) de dona Dadá. Igual ao sabor da boa media de Noel, que imagino ter tomado nas encruxas da 28 de Setembro ou Theodoro da Silva nos fins dos anos 20, onde residi um tempo com minha mae Ecila e meus irmâos Djecila e Ivan.

.Media de café pingado com pão e manteiga às l5,30 horas era igual em todo o Brasil afirmo e não aceito contestação. Tomei na Avenida Paulista, esquina com a Brigadeiro em São Paulo e na Avenida Anhanguera em Goiânia.

Vez por outra era ali mesmo que se iniciava as conversas que iam ter seguimento na boca da noite nos "Belas Artes" e fechavam-se no Restaurante Imperatriz, ponto de encontro dos noctívagos e boêmios vindos das Bocadas, do "Quadrado", "Curral das Èguas, Continental ou das Serestas.

O Bar "Imperatriz" não tinha portas. Funcionava dia e noite e, os ônibus que vinham e iam para o Rio ou Norte do Estado, tinham paradas certas e obrigatórias. Do outro lado da rua, onde hoje habita o travestido mundo de humanos assumidos, existia o bar de seu Aristóteles Cândido de Carvalho.

José Rangel, que mais tarde virou "Zé Mengão",dava seus primeiros passos longe de Carapebus, iniciando sua existencia no comércio.

Zé era ainda um jovem inexperiente na vida . Trabalhava à noite no bar de seu Aristóteles, que era uma espécie de primo pobre do "Imperatriz".Sua clientela, uma mistura de pescadores, médios transeuntes e algumas sobras de passageiros que, quando conheciam o café feito por "Zé" e seu Aristóteles, dificilmente deixavam de se transformar em constante freguentador.

José tinha o dom de atender bem a freguesia e paciência era seu forte. Nesta época Trabalhávamos eu, Acy, Jair, Antonino, Manoel Moraes e Dilson José Souto dos Santos, o "Batatinha de Campos, num orgão Público Federal de nome IAPETEC.

'Os doces de dona Zeny, de seu Wanda, os "Pernambucanos", "Bombocados", "Queijadinhas" e "Bolinho de Aipim" só eram igualados com os que faziam a esposa de seu Otávio e as inesquecíveis "Mãe Benta" que Petrônio Ramos vendia na estação de trem que corria mundos em sucessivas idas e vindas dos Expressos, Noturnos e Rápidos nos idos de l950.

O "Olho de Sogra" eram iguais em todos eles. Dizem que vieram de receita única que chegou a cidade pelas mãos de uma Doceira de Campos no inicio do Século. O "Chuvisco" ninguém aprendeu e só as Campistas faziam com maestria.

Os "bombocados" só foram igualados destas mestras por Mariza mãe de Paulinho e Mirna que também são filhos de Jojó.

Mariza mantém a tradição dos mais gostosos doces macaenses. A sua residência, na rua Francisco Portela, está sempre sendo requisitada por quem gosta do sabor de seu Bom-bocado..

Bem pertinho da casa de Petrônio tinha o seu "Zezinho" com um barzinho onde havia de tudo para as crianças. Seu "Zezinho" rompeu gerações com seu modo puro e simples de tratar. Seus filhos Jailton, Juca, Jorge e Maria espalharam por toda a cidade o sangue bom que dele fluiu.

Ainda se avizinhava de Petrônio, onde as crianças gostavam de pegar frutas nos quintais. As saudades de dona Tieta, Lalá e Lilinha, Nicinha, Joãozinho Ramos, Epaminondas, Luiz Macedo, Diamantino e Daniel Alfaiate, fazem parte deste pedaço de uma cidade que se perde no esquecimento rápido que chegaram com as técnicas da comunicação visual...

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Livio Dedeco Campos um gaucho que deixou saudades na região de Petroleo

História dos fatos que levaram a perda do mandato do Prefeito de Macaé nos anos 60 começa com as bicicletas

FILHO DE PEIXE..................JOSE MILBS

O final dos anos 50 e inicio dos 60 foram de convulsão social-política na cidade. De um lado os Estudantes, liderados "pelo locutor que vos fala", como dizia os locutores das famosas rádios rabo quente da época, e no outro lado, um teimoso Prefeito chamado Eduardo Serrano.

Os estudantes querendo de volta mais de 200 bicicletas que não tinham placas (método criado pelo Município) e que foram recolhidas ao depósito da Guarda Municipal. O recolhimento foi feito durante uma sessão de cinema numa 5ª feira onde toda a cidade, como em todo interior do Brasil, fazia, tinha freqüência cheia.

A Federação dos Estudantes de Macaé, bem liderada, modéstia à parte, partiu para o confronto e invadimos o Prédio da Guarda, alguns tentaram resistir, foram dominados, e as 200 bicicletas voltaram a serem pedaladas nas ruas e vielas empoeiradas da velha Macaé dos anos 60.

Serrano chama a polícia, recorre ao judiciário (ele era um abastado funcionário Aposentado do Tribunal de Justiça do RJ), oficializa ao Exército, chama a Câmara dos Vereadores para uma reunião extra e parte para o confronto com a estudantada. " ""Ai a gente, acuado pelos "órgãos de repressão e pelo judiciário que devia" vir de bicho", resolvemos ir para as ruas e fizemos o enterro simbólico do Prefeito", Era a gota d"água que as elites e o Governo do Estado queriam para iniciar o impedimento de governar do Serrano que havia desafiado todos os Poderosos políticos da época, se elegendo Prefeito da cidade, morando e vivendo numa das mais pobres favelas do município. Serrano tinha derrotado o Governador do Estado PTB, o Amaralismo PSD, a UDN e seus conservadores. Tinha sido eleito por um desconhecido PR e a soma dos demais candidatos(6 ao todo) não o alcançou.

Teimoso ele não negociava com a FEM mesmo sabendo de que por trás da reivindicação de não "pegar bicicleta de estudantes e de ferroviários, poderia se desencadear uma briga política mais ampla e de difícil previsão.

Ponderamos, nós estudantes com alguns políticos ligados ao Serrano do perigo da teimosia e que não iríamos abrir mão das passeatas e dos confrontos. Estes senhores vinham a FEM com o intuito de demover a estudantada da luta. Pediam as paralizações do movimento mais o prefeito. A gente ponderava se a Câmara Muncipal ou o Executivo abrissem não da taxa de placas poderia haver um acordo. Luiz Pinheiro, Carlos Eduardo Durval Mota, Mauro Rodrigues, Carlos Augusto Tinoco Garcia, Álvaro Paixão Junior, Abílio de Souza, Joaquim Alberto Brito Pinto, Jorcelino Monteiro e Natálio Salvador Antunes participaram com a gente da reunião tentando remover a teimosia do prefeito. Debalde. Ele queria processar a FEM por danos ao patrimônio, subversão e iria pedir a prisão de alguns dos nossos.

A negativa fez com que a FEM partisse para as ruas, pedradas, tiros, foguetes, quebra-quebra, desligamento de luzes da cidade (a cidade tinha um fraco e pequeno local de abastecimento), enfim, foi neste cenário de reivindicação estudantil e teimosia política que aqui chegou o Repórter fotográfico Livio Campos.

Livio veio a serviço do jornal HJ que tinha ordem do Samuel Vagner para dar cobertura a FEM ai vocês imaginam o trabalho deste bravo repórter. No meio da massa estudantil ele fotografava a pancadaria de seguranças municiais, PM, guardas e estudantes nas ruas escuras de Macaé.

A eminência de a Prefeitura ser ocupada pelos estudantes fez com que o Juiz substituto Benedito Peixoto, requisitasse forças federais. O Exército é acionado. Policia Militar dando tiro pra alto, no escuro, ordenei que alguns estudantes fossem a casa do seu Farias onde se vendia foguetes e tomassem todos que lá tinham. De um lado a PM e nos do outro soltando foguete em cima deles.

Lívio estava lá no meio do fogo e, do alto dos seus quase 2 metros ia fazendo o flagrante e ria dos policiais que corriam no meio do foguetório.

O resto da história, quem tem 60 anos que conte. Apenas revi este episódio para dizer da herança funcional que este lindo amigo deixou. Seus filhos e netos ai estão a fotografar a vida desta cidade que o Gaúcho Livio Campos, escolheu para terminar os seus dias. Sofreu na carne a valentia de sua coragem de repórter e disso toda a cidade se lembra e reverencia.

(José Milbs)
(...texto do livro O Pinguin da Rua do Meio)

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28.7.08

Lembranças e mais lembranças que podem ir para o Pinguin da Rua do meio...

DAS PAREDES ENPOEIRADAS DE MINHA MENTE ALGUMAS LEMBRANÇAS PARA A HISTÓRIA DE MACAE... (Jose Milbs0...

Orlando Tardelly, Osmar Rocha, Eraldo Gomes , Olivier, faziam das noites enluaradas de Macaé o ponto alto das infinitas reminiscências que só o seresteiro encarna e vive...

Ademais, Dona Lindaura do Manel Bahiano, Chica, Peroba, Roberto, Seu Flanque, Moraes, Gilson Correa, Pacuçú, Dona Rola, Seu Joaquim e dona Elvira, Seu Walter, Adilson, Beto de Pacuçú,

”A noite estava assim, enluarada quando a voz”,

Já bem cansada, eu ouvi de um Trovador...

Lua vinha perto à madrugada, quando.

Em ânsias minha amada nos meus braços desmaiou...

...Hoje eu vivo tão sozinho... sem carinho... Na esperança mais atroz...

De que cantando em noites lindas,

”Está ingrata volte ainda, escutando a minha voz”.

Saudades de nossos seresteiros, das Violas Enluaradas...

Meus vizinhos de sítio nos anos 60, minhas poucas galinhas e galos abriam as madrugadas em cânticos e cocoricadas, os galos chamavam as suas parceiras sexuais oferecendo alimento que eram trocados malandramente por aconchegos puros e rápidos, alguns ainda frangotes.

Haviam repiques de cantar com os de dona Lindaura e “Manoel Baiano” com suas galinhas mestiças e galos batedores, outros eram respondidos pelos galos da terra, que coloriam as terras e o terreiro cercado de bambus de dona Rola mãe de “Peroba”, “Chicão” e Roberto, ainda não haviam chegados os ladrões de galinhas e quando elas sumiam, vinham 21 dias depois cheias de pintinhos colorindo ainda mais a harmônica cor do sitio.

Não existia ainda cercas de separação de propriedade. Os meus ---(olhem que possessividade capitalista)--- galos iam até os vizinhos e voltavam sempre com a cabeça pelada e sangrando.

Numa destas noites, onde o entardecer ficava para mais tarde das dezoito horas, sentei na varanda branca do sitio e comecei a observar os desafios entre os galos da região, não havia nenhum barulho de máquinas, o que é comum hoje, e os repiques sonoros iam desde o sitio de Gilson Correa, trançavam pelas casas ribeirinhas onde moravam Pacuçu, e se perdiam nos ecos que findavam no final da casa de Nélio Almeida e dona Rola.

O galinheiro onde Roberto prendia as suas vinham com estampidos maiores já que alguns galos cantavam juntos e estremeciam de beleza os sons que formavam o círculo de cânticos naturais.

Seu Franklin, ainda conserva a pureza humana que Leonídio, seu Joaquim trouxeram dos interiores de suas terras. Seu Joaquim espalhou a família por todo o bairro, ele veio de São Joaquim distrito de São João da Barra e trouxe um lindo, “Galo Macaé”, que também espalhou sua raça... Leonidio era da Serra de Santa Maria Madalena, depois veio seu filho, Bibi casado com Lena e se espalhou também pelo bairro...

Os cumprimentos ainda saiam das raízes do pensamento e se misturavam nas essências criativas herdadas das noites de lua e de estrelas.

Este cumprimento ainda conservava o brilho dos intelectos puros de gente que dificilmente baixam de novo neste mundo cruel.

Os poucos ladrões eram os de galinha e porcos que habitavam as noites na região. A filha de “Bibi” e “Lena”, “Papata”, se casou com o filho de Paulo Fernandes e iniciaram uma vida bonita no bairro onde seu pai sucedeu o avô. “Um dia qualquer nos anos 70 a comunidade tomou ciência que havia sido roubado o galo carijó de seu Franklin, corria a boca pequena que tinha sido o “Peroba”.” “Peroba” tinha fama de gostar de expropriar galináceas que eram comidas em final de noite no bar de “Moraes” e “Beto” que ficava uns 200 metros da casa de seu Franklin e uns 100 do sitio de minha mãe Ecila.

Corre-corre pra lá e pra cá em acusações generalizadas, eu, de minha parte, defendi o “Peroba”, acusando o “Moraes”, já que havia sito expropriado um porco no meu quintal e o Adilson havia deixado transparecer que tinha visto ser comido, no “Bar do Moraes”, uma carne de porco de roça, acusação e descoberta que até hoje não houve provas do fato havido, prometeram me pagar o porco mais até hoje, neca...

Peroba nunca confessou o que não fez e Moraes continuou sem pagar o porco que prometeu arrecadar com quem o comeu.

Adilson era um negro de estatura avantajada, mãos grandes e dentes excessivamente alvos e brilhantes. Era morador do Sitio e mais tarde, após ter sido acusado de crimes contra vidas acabou morto em tocaia policial no “Bairro de Cantagalo”. Sempre alegre e cordial nunca tive motivos para julgá-lo. Era um bom amigo Mara, sua mulher sempre quis que eu batizasse sua filha Alessandra.

Ainda bem que as multinacionais trouxeram para a minha região centenas de Nortistas, Sulistas e gringos latinos que ainda conservam o dom natural de alegres sorrisos e cumprimentos nativos.

De São Paulo o seu Walter chegou e doou terreno onde se fez uma igreja e depois ele mesmo teve o desprazer de se ver fora da entidade assumida pela família de um pastor que lhe tomou as terras. Como bom cristão deixou que a coisa acontecesse e ele mesmo mudou para outra entidade.

Homem puro e bom seu Walter que conquistou a simpatia do bairro pelo seu jeito meigo de ser. Ultimamente vinha sempre aqui no sítio e levava Luís Cláudio para sua congregação. A construção de uma loja e um possível apartamento num pedaço do sítio que minha mãe deixou falado que seria de seu neto Luís Cláudio, fez com que ele conhecesse uma nova profissão.

De ajudante de pedreiro, meia colher e até quase pedreiro ele foi fazendo de um pedaço de terra umas construção bela e imponente, com um rapaz de nome “Edmar Jacaré” que veio de Conceição de Macabú ele aprendeu a fazer radies, montar vigas, foi aprendendo algo que lhe será útil na vida e, o que é muito melhor, esqueceu de jornalismo e oficina de jornal uma coisa que não era legal. Era um mundo onde ele não se adaptaria nunca a subserviência ao poder não é coisa que se pode evitar passar para os filhos.

Luís Cláudio trouxe nova vida ao seu pedaço de terra e muita gente boa foi chegando e, tijolo com tijolo, ele iniciou este milênio com jeito de terminar a obra.

No final do mês de julho de 2001 eu subi na laje da obra de Luís Cláudio. Veio a minha mente, e por isso, entro neste capitulo e falo de uma coisa que o tempo não apaga. Era o ano de l970 e aqui não tinha nada.

O sitio era apenas um local sem luz, sem água de rua, sem nada de progresso. Tinha lindos pássaros, uma nascente que ainda é conservada e nada de rua ou casas, era apenas esta que habito e nada mais. A “Estância Vista Alegre” que tinha escrito na casa, tinha sido uma homenagem do antigo dono de nome Moacyr que era mecânico em Macaé e que foi pracinha da FEB na última guerra. A “Vista Alegre” tinha sua descoberta no deslumbrante e belo cenário que era visto com a Lagoa de Imboassica e o Mar dos Cavaleiros que eram o fundo visual deste lindo lugar. Com a vinda do progresso foram construídas firmas que tiraram a Vista Alegre deste sitio. Não é que Luís Cláudio devolveu a beleza de olhar da Lagoa e do Mar em sua laje? o mesmo azul marinho que existia nos anos 70 estava na distante Lagoa, e o “Velho Azul Esverdeado” da Praia se fez presente.

As mesmas árvores que encontrei quando encontrei e que foram plantadas por Moacyr Amaral, Everaldo Esteves ainda se encontram... Podia falar e vou descrever suas existências embora cercado de firmas de Petróleo e de apoio da Petrobrás que tomaram conta de todo o bairro....

Os “Maracujás do Mato’ de formato oval, amarelo e com sabor silvestre ornam a vegetação do “Brejo” que chamo de “Lago” onde se encontra a nascente que faz jorrar água aqui em cima onde resido”. Ele, o Maracujá nasce e se espalha onde dezenas de passarinhos teimam em viver em sintonia plena com a beleza do lugar...

As Pitangas ainda resistem,seus galhos rasteiros e com formato de que nunca foram podados servem de alimentos também para Sanhaços, “Sabiás do Brejo” e “Biquinhos” que sempre estão no sitio quando a primavera chega e a chuva fina e criadeira vem acariciar o solo...

Enquanto isso, em plena vigorosidade da estação as Acerolas que comprei do Manoel Jatobá dão seus frutos junto as mangueiras que me, trouxe filhotes, o Diomedes Paes e que sombreiam grande parte do lugar... As jaqueiras, com seu formato secular trazem o sabor. Algumas de “Jacas Duras” outras chamadas de “Jaca Mole”. Alimentam galinhas quando caem e os peões de firmas vizinhas que entram no sítio e as deliciam apos seus alimentos de trabalhadores. Fazem suas entradas, pensando que são furtivas mais são observados por mim e Luis Cláudio que autorizamos a “expropriação” num gesto de entendimento e carinho.

Os Cajus, as Goiabeiras, as Jabuticabas, os Araçás, que tanto encantava meu amigo Euzébio estão ainda intocados no seu habitamento primitivo. O pé de Abricó serve de pousada para o casal de Gavião espreitar os pintos e filhotes de rolinhas em ninhos que ficam expostos ao sol e ao vento em tarde de beleza e meditação... Os coqueiros, em sua maioria com 35 ou 40 anos teimam em fornecer cocos com o mesmo sabor dos anos 70 e 80. Privilegiam, em sua copa verde e de balancear divinos os casais de Sanhaços que fazem seu ninho onde a mão faminta do Gavião não alcança... As amoras vermelhas continuam a fornecer alimentos para passarinhos e gente que por seu pé passa e a vê carregadas e lindamente posta perto do pé de Ameixa amarela que orna a parte superior do sitio...O Pé de Limão resiste a seca de um tempo sem chuva e ainda nos fornece frutos. A ausência das Laranjeiras deu lugar ao nascimento de dezenas de pés de Ipês Amarelos que nasceram quando da vinda das mudas a uns l5 anos..O envelhecimento das laranjeiras e sua transformação em “Pé de Limão Galego” abriu espaço para o florescer do Ipês que , paralelo a sua morte, vive em seus mais lindos dias de encantamento dando um colorido diferente ao Sitio...As carambolas, nascidas de uma descoberta de Luis Cláudio quando de suas andanças por entre a nascente e um final de águas ainda pode dar seus frutos em forma nativa e rudemente existencial..Tem o mesmo sabor das Carambolas comuns e se igualam ao dos Cajás que ainda não vieram a nascer na primavera que escrevo estes acontecimentos....

”Cai”... cai balão...

.Cai... Cai balão.

Aqui na minha mão...

”Eu sou pobre, pobre, pobre”.

De marre, marre, marre...

Eu sou rico, rico, rico.

De Marre, Marre, Marre...

Vem cá Bebido... Vem Cá... Bebido...

Vem Cá Bebido vem cá.

Não vou não... não vou não, não vou não, tenho medo de apanhar”....

O DESCOBRIMENTO

Descobrimos que tinha muita galinha chocando no terreno de dona Lindaura, uma mulher maravilhosa, que morava no sítio de “Paulo Careca,” dono de uma farmácia no centro da cidade e que era de uma simplicidade que bem demonstrava suas origens nas serras do Estado do Rio, Paulo pouco falava e sua educação era tanta que não falava, balbuciava.

Hoje tenho com vizinho uma multinacional de petróleo que expulsou também daqui o Lafaiete Ciryaco, Alfredinho Tanus, filho de Camil e Nélinho Almeida. Eu resisto, continuo no meio das multinacionais com seus tratores esporrentos, máquinas diferentes, e gente falando língua trocada, não sei até quando, ou um outro sucumbe... Por mim eu fico até quando viver..Tenho uma nascente no fim do Sítio, cercada de container e galpões..Ela resiste porque está na aba do morro e eu vou ficando também na luta.

Ainda sobre dona Lindaura era uma Baiana que tinha vindo para Macaé com seus filhos e casada Manoel Vieira. Já me referi a esta figura mais sempre que repito me sinto confortável. Ela me disse, “-seu Zé, não se preocupe não, que o seu galo prata vem sempre aqui e tem duas galinhas do senhor pondo aqui no meu quintal, que faço? O senhor quer os ovos ou deixa para chocar”. Era assim a relação neste sitio que eu habitava no meio da década de 70, com que me lembrasse da minha infância na Rua do Meio e de meus vizinhos daquela época.

Via que a beleza do relacionamento afetivo está sempre ligada à simplicidade, quando esta se torna burguesa, a forma de afetivo perde a significação da essência, e se fixa no capital, que é, sem sombra de dúvida, o grande mal da raça humana.

Dona Lindaura morreu ali mesmo onde morava, e muito jovem. Há pouco tempo, quando viajava para o Rio de Janeiro parei num posto um rapaz muito simpático me chamou pelo nome e perguntou sobre Macaé sem ter coragem de perguntar quem era para não magoar sua alegria, esperei que a conversa se desenrolasse para situar-me, ele, desconfiado antecipou, me distraindo falou, Sabe quem sou? Sou filho de dona Lindaura, o senhor me deu uma vez uma porção de gaiola, lembra? Era um dos seus filhos que tinham vindo com ela da Bahia e com sua morte se espalharam por ai. Revi uma outra filha dela que casou com Paulinho sobrinho de Milward.

Na ”viagem" fui revendo este tempo maravilhoso de um bairro que começava a virar cidade...

Quando Vicente Klonoswisk morou, com Gilberto, no sítio, numa casinha que tinha nos fundos conversamos sobre a fundação de um movimento ecológico, Vicente achava que se a gente mudasse os métodos poderia atingir todo o universo que girava em torno e com isso mudar.

”““ ““Fundamos o movimento Ecológico MUTIRÃO que tinha a participação de “Marcelão” Marquinho” “Baixinho do PT”,” Marcus Carola”, “Marcinho”, “Soninha”, “Carlitinho” e algumas meninas que não me lembro. Sônia era a única mulher do grupo e contrabalançava com sua meiga figura, dava sempre suas opiniões que eram aceitas e discutidas.

O imaginário fértil, que embala as noites das maricotas e mariquinhas do disse me disse alheio, via na presença desta menina com a gente algo mais que político. Era fácil tentar minar a ideologia e misturar desejos de sexualidade. Maneira fácil e burguesa de separar as pessoas. acho que correu esta opção na vocação das pessoas da época e, até hoje, paira uma incompreensível presença de coisas que nada tinha a haver e que no ar foi lançado.

Havia um forte respeito até por que elas se faziam respeitar...

Sei que uma das poucas investidas foi pichar o “Farol Velho”, indo com “spray”, dentro da sunga, a nado, rodando as pedras e o “Rodrigo”, e mensageando as pedras no interior da Petrobrás que até hoje deve se perguntar como que entraram lá com toda a parafernália de segurança...

Ser ecologista nesta época era coisa de subversivo e muitas pessoas ficavam de pé atrás. As lutas pela conservação da Lagoa, do Mar do Norte, do Rio Macaé e muitas outras eram comuns a este grupo que se espalhou...

O fato é que o “Mutirão” foi o pioneiro na defesa ecológico/política em Macaé nos meados dos anos 70. As nossas reuniões eram sempre nas praças, rua da Praia e lugares abertos..Na fundação do PT este grupo entrou e fundou o núcleo ecológico.

SOL NASCENTE

Quando o dia começava a receber os primeiros raios de sol e que entravam pelas portas nunca fechadas do “Imperatriz,” e seu Aristeu já caminhava para abrir seu bar na rua principal, era comum ver a moto de Iberê Madureira caminhando em zigue zague em direção ao primeiro que tivesse um cafezinho fresco. Às vezes era mesmo no Bar de seu Aristóteles que, meio sonolento, rendia o plantão de Zé Mengão que ia caminhando a pé até o outro bar, conversava com Itagiba, Flaubert e Frota e ia para mais um dia de descanso de mais uma madrugada das noites macaenses.

Dimas e Flaubert recolhiam seus carrinhos de milho e os restos de carvão para uma nova investida no dia que começava. Dimas foi outro que Campos nos mandou de presente como foram também Ubiratan, “Manduca do SAPS” e Carlos Emir..

A tranqüilidade era reino eterno e os transeuntes, ora Ary Carvalho Charret, ora “Gugu” não nuviava nem balançava com os pensamentos existentes. Faziam parte do quotidiano real e mental e nem sombra era notada quando dos passamentos lentos e cabisbaixos.

Era como que o nascimento de algo já nascido e que não criava a gota d’ água num trasbordamento.

A própria presença de “Felix do Mercado”, Elbo Sodré, “Motinha” ou Álvaro e suas loucuras ébrias não destoava. Não afetava um centésimo de segundos sequer nas energias que haviam em torno das conversas. Fazia parte deste equilíbrio que Macaé tinha com sua gente e suas histórias... Era quase final do século...quase início de um mundo novo que iria abafar as nascentes, destruir praias, matar passarinhos, bitolar habitantes, prostituir pobres indefesas moradoras de bairros periféricos e elevar a cidade ao pedestal de sua auto destruição histórica.. Eram os últimos suspiros ecologicamente puros da cidade que viraria a Capital Brasileira do Petróleo.

Álvaro Paixão ainda caminhava com sua calma franciscana para o “hotel Brasília” que o fogo quis que se perdesse no tempo. As poucas ruas iluminadas não escondiam o medo. Faziam parte do silencio que a claridade podia interromper.

Era como que a meia-luz estivesse ali para anuviar os pensamentos e, com alguns vaga-lumes bailando, pudesse fixar na hora harmônica deste silêncio a beleza estonteante de centenas de mariposas que ao longe podiam se ver nos postes contados a dedo, nas noites que iam e vinham quase iguais mais que se diferenciava no toque alegre dos dias que nasciam.

Antes mesmo das revoadas dos pardais nas árvores que se avizinhavam nas ruas do centro, o “Félix Guarda” já vinha se aproximando do Café e sua velha e bem cuidada bicicleta Monark. Saudado por todos que habitavam a cidade no fim de mais uma tarde. Feliz nos deixou seus filhos Felinho, Amilton e uma menina de nome Therezinha que trabalhava na loja de Nilda ao lado do belas Artes. Ela hoje é proprietária de uma loja no centro da cidade e, se recorda das nossas andanças pelo velho Belas Artes e do próprio Cláudio, de quem conta passagens pitorescas e belas...

Doutor Silveira ainda andava por nossas mesas contando as suas descobertas nas terras de Glicério e as buscas por pedras preciosas que ele descobria a cada dia no distrito...Sempre acompanhado do vereador Manoel Jatobá que a tudo observava. Jociene ainda, elegantemente fardado, era o guarda da Rede Ferroviária e presenteou o nascimento de um bezerro num trem cheio bois que ia para Campos. Para não ser esmagado e morresse o bezerrinho, o velho e bondoso José Cordeiro Peixoto, o “Peixotinho da Estação”, pegou e levou para casa. Deu o nome de "Felicidade" ao bezerrinho que foi criado na mamadeira até ficar grande. Sylvio Roberto dos Reis Peixoto confirma o fato e ainda afirma que, ele mesmo, deu muita mamadeira a este lindo animal salvo pela intuição afetiva e ecologicamente reikiana de seu pai.

Amilcar Quinan Macedo afirmava, quando de suas últimas aparições na Barbeadria do Fanor Monteiro que “Quando Peixotinho ia para estação o bezerrinho o acompanhava...

A cidade era toda cercada de ruas empoeiradas e nitidamente belas.Memórias de José Milbs de Lacerda Gama para o livro "O Pinguin da Rua do Meio. Editoria: www.jornalorebate.com

26.7.08

A singela ingenuidade de Aymar Coelho reflete em seus descendentes...

Estava com um texto pronto para colocar no meu livro " O Pinguin da Rua do Meio" quando recebi um email de um dos filhos do meu saudoso amigo Aymar Coelho. Retratando toda essencia de sua bela formação de menino simples que foi educado sob o manto sagrado que emanava do olhar de seu bondoso pai, Aymarzinho não podia deixar de ter a fluência alegre que herdou seu pai deixou nas ruas da Região de Petróleo.
Coelho foi um dos mais competentes goleiros de nossa região. Tinha a perspicácia nativa que deveria nortear todos que escolhem esta profissão. No amadorismo de nossas peladas ele chegou aos grande s clubes sempre com brilho e dignidade esportiva.
Teve uma existência marcada pelo carinho com todos que o procuravam. Atencioso com seus parentes foi padrinho/tio de Lucia a quem sempre dedicou um afeto especial com palavras de aconselhamento.
Durante o tempo em que a cidade de Macaé, cidadezinha situada ao Norte do Estado do Rio de Janeiro, ainda engatinhava no progresso, Aymar esteve como comerciante na Praça Washington Luiz onde foi riado por sua caridosa mãe que todos chamavam "Mãequinha".
Irmão mais velho de Cinésio e Eduardo Trindade Coelho era dele que todos recebiam os afagos nas horas mais tempestuosas da existência. Sempre que podia, Aymar estava em contato com Elsa sua irmã?companheira que é um dos pilares da verdadeira história da Rua do Meio. Elsa sempre acolhedora dos ensinamentos de Aymar teve o privilégio de hospedá-lo por longo periodo...
Contemporâneo de grandes valores de nosso futebol como Oséias, Padaria, Biriba, Birosca, Elbo, Sinhô, Têca, Alfredinho, Fubeca, Venício, Zé Passarinho, Armandinho, Lulú, Geraldo Cara Suja, Arley e tantos outros que fogem a memória mais que estão gravados na verdadeira e indelével presença de centenas de mentes da região.
Ao publicar o email na integra que recebi de seu filho Aymarzinho desejo deixar para a história de nossa região este vulto alegre e de alta espiritualidade que foi Aymar Trindade Coelho, meu velho amigo e "tio". Posso afirmar, sem sombra de dúvidas: Aymar deixou uma grande saudade na vida de todos que tiveram a alegria de o ter conhecido...
Eis ai a íntegra do email do menino Aymar:
José Milbs,
Gostaria de me identificar, em primeiro lugar, ..sou o filho mais velho de Aymar , "Coelho "como ficou conhecido,
e parabeniza-lo pelo site maravilhoso que espelha a nossa Macaé de ontem e de hoje.
Desejo que vc ao ler este e-mail descreva em seu jornal a pessoa de meu pai , que foi um macaense apaixonado
por sua cidade natal , também Nova Aurora "doente " e torcedor ferrenho do Fluminense F.C.
Mudamos de Macaé em 1982 , para Lorena em São Paulo, e aqui estamos vivemos até hoje.
Papai faleceu em 02 de junho de 2005, aos 86 anos e como vc bem sabe era irmão mais velho de Dudu, seu sogro
e também irmão de Elza (ainda viva ) , Sinésio e Alberto (já falecidos).
Coelho, como era conhecido por todos os antigos em Macaé está sepultado na cidade de Lorena, mas jamais
esqueceu de sua terra natal e também dos amigos que lá ficaram e os que ja partiram deste mundo.
Meu pai foi cabo de Exercito, goleiro do Americano, Portuguesa e Macaé, acabou se aposentando como comerciante,
trabalhando por conta própria e para seu tio Amphilopio Trinadade.
Fiquei muito triste com a morte de Tio " Dudu " ,a qual convivi muito quando crianca, principalmente na Mercearia Garca
na rua Direita e algumas pescarias que participei com ele e com meu pai.
De certa forma acompanhei sua agonia , enfrentando sua doenca, mas fico conformado , pois sei que certamente os irmãos
Trindade estão reunidos no céu , com certeza.
Aproveito para enviar-lhe um abraco e lembrancas da minha mãe , Tereza, que também ficou muito sentida com o falecimento
do tio "Dudu "., assim como todos os meus irmãos também.
Pode ter certeza que sempre estarei lendo suas cronicas on-line, mesmo residindo aqui em São Paulo, capital.
Um abraco fraterno , de seu primo Aymarzinho.
Que a história de nossa região, tão useira e vezeira em esquecer seus verdadeiros filhos, saiba do quanto foi amado e jamais esquecida por um de seus mais simples e carinhoso filho. Mesmo longe de Macaé, residindo na linda Lorena, Aymar Trindade Coelho sempre, no aconchego de suas horas de encantamento, passava para seus filhos o afeto pela cidade que nasceu. (José Milbs de Lacerda Gama, jornalista, cronista, historiador e memorialista. Editor de www.jornalorebate.com )

21.7.08

FELICIDADE É UMA CASINHA PEQUENINA....


FELICIDADE É UMA CASINHA PEQUENINA...
COM VARANDAS EM TORNO DA JANELA...
E UMA REDE DE MALHAS BRANQUINHA...

13.7.08

MORRE ANATALIA RANGEL ASP. A ARTISTA DOS TOQUES DIVINOS...


Quando de uma das muitas exposições, Anatália esteve na PETROBRAS onde seus trabalhos ficaram expostos.
Na foto com Puig, Milbs e Angela Rocha ela dizia-se feliz em poder voltar sempre à Macaé onde tinha belos amigos


MINHA HOMENAGEM A BARONEZA DAS ARTES
Com a aluna e fiel amiga Sonia Rocha onde os últimos anos estiveram juntas na busca da perfeição das Artes. Anatália Asp vai deixar uma lacuna de dificil preenchimento nas belas Artes...(FOTO)

Fica cimentado, nas paredes das memórias de todos que tiveram a honra de conhecer a linda e acolhedoura figura de nossa Anatália Asp, este sem semblante finamente ornado pelo toque maestral da natureza.
Que seu trabalho nas Artes e seu amor a criatividade seja seguido por todos os artistas do Brasil (José Milbs de Lacerda gama)


ANATÁLIA... QUE TAMBÉM É RANGEL E ASP ... Uma vida didicada as Artes...
Poucas vezes a criação fornece ao mundo dos seres vivos determinadas pessoas. Nas artes pláticas, no pincel, no óleo e no amor as artes nos presenteou com a linda presença de Anatália Asp. Sua fragilidade corpórea, sua voz meiga que vinha do fundo do coração fez desta senhora de 70 anos a cópia autêntica do belo humano.
Mestre de muitos mestres, jamais se furtou a fazer do pincel um sacerdócia de amor e paz. Suas mãos, suas telas e o vigor da criatividade jamais serão igualádas.
Vivia simples como simples sempre viveu os Grandes Mestres. Conselheira, amiga e grande alma humana, suas obras eram todos voltados para o exterior da beleza que nasceu em cada toque vindo de seus dedos que tremiam mais faziam nascer as criações que emanavam do pincel.
Sempre que podia, esta figura fortificada pela criação, estava na Região de Petróleo. Vezes expondo seus trabalhos outras ministrando ensinamentos. Tive a felicidade de conhecer a Anatália em muitas de suas pasagens por Macaé, cidadezinha ao norte do Estado do Rio de Janeiro onde ela se hospedava na casa das Amigas Angela e Sonia Rocha.
Era, no encanto de sua voz, que as pessoas ficavam horas e mais horas a deixar entrar nos insconscientes a harmonia que ela deixava no ar. Como pétalas de belas flores Anatália deixava cair os ensinamentos e os aconselhamentos...
Cai uma guerreira das artes do Brasil e do Exterior. Cai um corpo de uma mulher que soube viver e transmitir afeto e carinho. (Jose Milbs de Lacerda Gama, editor de www.jornalorebate.com)