Boas vindas

Que todos possam, como estou fazendo, espalharem pingos e respingos de suas memórias.
Passando para as novas gerações o belo que a gente viveu.
(José Milbs, editor)

7.2.11

A Figueira Centenária, na Ponte do Rio Macaé, que não existe mais e faria 200 anos em 2013...




Na cabeceira da Ponte, à esquerda de quem entra para onde se ia em direção a Bicuda Grande, tinha uma linda e frondosa Figueira onde os cavaleiros vindos de rodagem. Imburo, Capelinha, Carapebus, Conceição, Macabuzinho e Virgem Santa apeavam-se dos animais, recolhiam de suas testas brancas pelo vento úmido e frescamente suave de longas cavalgadas e esticavam suas rédeas em enrolamentos que, longe de ferir a bela Figueira, trazia o sustento em estrumes deliciosamente puro e cheirosos para seus futuros frutos.

Havia um colégio onde uma tia dela de nome Cacilda, a Cidoca , a meiga menina que tinha voltado para Macaé depois de um longo período em Campos fazia se professora e educadora. "Santa" Trazia seus pais adotivos já que o seu tinha falecido em Campos e estava em campanha ainda de um irmão Euclides, Naqueles anos de belezas naturais os percursos eram todos em lombo de cavalos.

Um dia veio um comerciante da Bicuda Grande e convidou a jovem professorinha de l7 anos para lecionar num colégio naquele distrito. Aceitava se pudesse levar o casal de velhos seus pais adotivos, os Moreiras/Lourenço. Concordado, ela foi para lá e instalou se no outro lado do riacho que corta o ameno e puro distrito de Bicuda Grande.

Um dia o fazendeiro Chico Lobo manda um emissário a casa dos velhos pedir a mão desta menina em casamento. Casaram se e deste enlace nasceram l3 filhos Dácio, Mires, Penha, Joca, Zilma. Zelma. Zé Carlos(pitico), Carlos Alberto(pingo). Sendo que morreram Alvacyr, Sonia, Alpheu e Thalis.

Assim como sua prima irmã Nhásinha, Santa tem sua vida ligada a bicuda grande, Capelinha e Carapebus.

Nhasinha se casou com Mathias Coutinho de Lacerda e ela com Francisco Nogueira Lobo que eram sócios na fazenda nesta localidade. Mathias e Chico Lobo herdaram a fazenda na bicuda na parte que tocou a Mathias por morte de sua 1ª esposa que era irmã de Chico Lobo.

Creio que foi deste troco dos Tavares da Silva, de Emílio e Bernardo, que se originou todos os Silvas e Tavares espalhados por esta rica região macaense. Santa nasceu em l893 e Nhasinha em l899.

Gostaria de citar a titulo de história que nesta época, anos l900 mais ou menos tinha dois grandes fornecedores na Bicuda Grande e na Pequena. Eram os senhores Pedro Lins vindo do norte do país e Joaquim Borges desta mesma região.

OS LINS

Os Lins vierem para Macaé, como Sátiro e João que se estabeleceram no comércio. Os Borges, Abílio idem no comércio local e outro que foi para Minas Gerais, em uma cidadezinha de nome Passa Quatro onde teve filhos e uma das mais famosas foi dona Maria José Borges Guedes que era e pianista.

Interessante frisar que uma das alunas de tia Santa na Bicuda Grande foi dona Arlete Pinto que, nesta época ainda menina e já apreendendo os dotes de seus deliciosos petiscos, veio a ser uma da senhoras mais respeitadas e queridas de nossa sociedade.

A história da Bicuda Grande passa também pelos Francos um dos primeiros a habitar o lugar. O primeiro Franco, chegou de Portugal, desembarcou em Cabo Frio e lá chegou com escravos. De lá nasceu o nosso Jayme Franco que deu origem ao amigo do autor Geraldo Aza Branca que junto com Marcioney deixou saudades nas noites macaenses.

Geraldo era dos poucos que lembravam das grandes figuras das nossas ruas. Falava de António Broa, de Mica, de Baeca e de muitos das nossas esquinas mal iluminadas.

Sempre que vinha à Macaé, pois está em São Paulo, vem me aporrinhar nas madrugadas. Chega qualquer hora com Samuel e me acorda alegre com suas histórias macaenses. Gosto de seu jeito meigo de me aparecer no Sítio onde moro.
Jose Milbs de Lacerda Gama, texto do livro on-line SAGA DE NHAZINHA

Nenhum comentário: