Boas vindas

Que todos possam, como estou fazendo, espalharem pingos e respingos de suas memórias.
Passando para as novas gerações o belo que a gente viveu.
(José Milbs, editor)

28.12.09

DEPOIS DE DÉCADAS DE SERVIR O MELHOR CAFÉ TORRADO E ARTEZANAL, ZÉ MENGÃO FECHA SUAS PORTAS NO LIMIAR DOS ANOS 2010...


(foto de Luiz Cláudio Bitencourt)


Uma notícia que já deixa o sabor das saudades. Durante mais de 40 anos os moradores da Região de Petróleo do RJ estavam acostumados com a delícia do "saboramento" do Café do meu velho amigo José Rangel bem conhecido e admirado como o "nosso Zé Mengão".
Zé, tenho a felicidade de conhecer desde os anos 60. Ainda menino, saído das estradas enlameadas e belas de Carapebus, veio para Macaé. Com a mesma sutileza e maestria que sabia manusear os estrumentos de capina e roçamento de matas, Zé transferiu todo seu encantamento profissional para um relacionamento humano que lhe trouxe centenas de amigos e admiradores.
Meu primeiro contacto com este Mestre no Manejo das Relações Humanas, foi no Bar de Seu Aristotelis Candido. Fomos visinhos. Eu trabalhando do IAPETEC e ele gerenciando o Bar. Grandes Tardes/Noites de uma Macaé Bucólica que se esvia no tunel do esquecimento...
José, ali, no Bar, inciava sua mutação de jovem de interior num grande Mestre no tratar com as pessoas. Muitas noites ele, com sua velha gentileza transportava o meu colega do IAPETEC, Dilson dos Santos, o querido "Dilson Batatinha" das noites Campistas. Dilson era nosso Tesoureiro. Dormia na Agência. Cansado das jogadas noturnas e, em repouso forçado pelo cansaço, nas mesas, era levado, carinhosamente pelo Zé até seu quarto, ao lado da Tesouraria. Após deitar o Velho Batatinha, ele ainda tinha tempo para fechar as portas dos velhos e enferruxados cofres e voltava ao seu trabalho. Era assim, com alegres tratamentos e uma intocável hoestidade, que este menino começou a galpar os pilares da vida comercial de Macaé.
Convidado pelo seu primo Rangel, Zé assumiu a Gerência do "Bar e Restaurante Imperatriz", Neste Bar não haviam portas. Era dia e noite com chegadas e mais chegadas de onibus de todas as regiões do país. Sempre fazendo questão de servir e fazer o Cafezinho, ele era conhecido e admirado por todos os que passavam e tinham que fazer paradas em Macaé.
Assim como, a "Mãe Benta" do velho Petrônio Ramos e seu Café de Chaleira, nos anos 40 e 50 que fizeram histórias na Estação de trens de nossa cidade, o café de Zé Mengão corria mundos nos sabores adocicados de milhares de lábios.
Novos tempos.
Macaé ganha Rodoviária e o nosso Zé Mengão cria seu próprio comércio. Os anos 70, quando Macaé ainda engatinha no Progresso e estava prestes a ver terminada a "Praga do Mota Coqueiro" nos cem anos de sua famosa praga, eis que que ele, Zé, abre suas portas num dos locais mais tradicionais de Macaé. Ali mesmo, onde "Dona Dadá". simbolo de nossa história comercial nos anos 10 e 20, reinou no servimento de nossa velha sociedade. Dona Dadá era onde se podia deliciar os famosos Pão com Manteiga e café em Chicaras Brancas e esquentadas. As mesas eram de mármores e eram sentadas pelas mais famosas bundas da região.
Zé deu seguimento a este trabalho de histórias. Hoje, soube pelo meu colunista e amigo Carlos Augusto Gloria Sardinha, o nosso "Guto da Ampla", que a família, dona do local, pediu para Zé desocupar o imóvel. Que mundo cão este em que a gente vive e vê sua crueldade ser perpetuada. nada contra os proprietários. Me entristece é ver que o Zé, 40 anos de luta, não teve como adqurir o local. Me pergunto: Será que meu pai Da Gama tinha razão quando me disse que QUEM TRABALHA NÃO TEM TEMPO PARA GANHAR DINHEIRO?
Quantas pessoas, com menor índice de tempo no ramo estão ai com Super Mercados, Empresas de Onibus, fazendas abarrotadas de gados, com chifres para todo os lados...
Não creio que Zé tenha sido mal comerciante. creio que ele foi honesto demais com o trato e por isso terá que fechar seu velho BAR DO ZÉ MENGÃO. Tem gente que não aprendeu está famosa técnica de ganhar dinheiro fácil...
Particularmente eu devo muito ao velho Zé Mengão. Não só pelos Cafés que tomava, nas madrugadas e saia de fininho sem pagar até os 50 votos que tive em Rodagem/Carapebus no ano de 1962 quando concorri a vereança pelo PTB de Roberto e Paiva Muniz. Zé foi me cabo eleitoral.
É uma pena que se fecha mais um dos mais belos locais de nossa História. ( José Milbs de Lacerda Gama, memorialista, cronista, jornalista e editor de O REBATE.

Recebi do amigo Luiz Claudio Bittencourt.
Milbs, essa foto tirei em 2007, as 5:18 da manhã - por ocasião de caminhadas fotográficas.
Tento fazer a minha parte e registrar os pedacinhos que ainda restam.
Em breve te mandarei um foto interessante - um feliz 2010 com muita saúde e jovialidade.
Dunga - aquele do tempo dos festivais de música - com muita honra

PRISCILA LACERDA ESCREVE AO EDITOR MILBS DE LACERDA DE CAMPINA GRANDE PERNAMBUCO
Priscila Lacerda deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Lacerda Historia":

Olá, estou aqui também para descobrir algo sobre o meu parentesco. Minha avó contou-me que na época que portugal descobria o Brasil, veio de Portugal Miguel Furtado de Lacerda que coabitou com uma cabocla chamada maria de Jesus(fato acontecido na Paraíba). No qual teve Antônio Furtado de Lacerda que Casou com Maria Barbosa dos Santos. Que gerou 11 Filhos . Maria Lacerda da Silva, Miguel Lacerda da Silva, Rita Lacerda da Silva, José Lacerda da Silva, Antônio Lacerda da Silva, João Lacerda da Silva, Francisco Lacreda da Silva e outro dois que faleceram pouco antes. Então João Lacerda da Silva nascido em 1938 quando seus pais morreram saiu de casa com 18 anos e foi para Minas Gerais e casou-se por lá. E até hoje minha avó Francisca Pereira de Lacerda,tem muita esperança em vê-lo novamente ela diz que se tive-se um desejo era reencontra-lo. Ela diz que acha que ele mora em São Paulo agora, e acha que ele não quer mais saber de sua familia. Hoje parte da familia Mora em Campina Grande e Outra ''minha avó'' moramos em Pernambuco. Isso um é pouco que sei.

Angela NadjaBerg Ceschim Oiticica ESCREVE SOBRE FECHAMENTO DO VERMELINHO
Triste notícia esta! (Aliás já haviam fechado o Vermelhinho e o
Escondidinho em frente a ABI) Locais históricos onde houve grande luta
contra a ditadura, aliás duas ditaduras, a de Getúlio e a dos militares
de 64). Ponto de encontro de grandes jornalistas e literatos, neses
bares passaram a geração 45, o Pasquim, e todos os movimentos de
varguarada até o final dos anos setenta e oitenta. É um absurdo mesmo!

Hare Krishna

Angela Oiticica


Falo desta notícia. Que absurdo!
Especulação Imobiliária termina com o fechamento do Bar do Zé Mengão.
Assim como meu "Amarelinho" na Lapa e o "Bar do Luiz" na Senador Dantas,
no Rio, Macaé é vencida, em suas mais enraizadas tradições. Sejam bem
vindos enquanto a água da Atalaia continuar a abastecer a cidade.
Depois, quem sabe, a gente beba petróleo com "pão de queijo de
plástico". Viva o enriquecimento ilícito que segue no interior o exemplo
que vem de Brasilia...
|José Milbs, editor e historiador


Abrs

Angela NadjaBerg Ceschim Oiticica

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