Boas vindas

Que todos possam, como estou fazendo, espalharem pingos e respingos de suas memórias.
Passando para as novas gerações o belo que a gente viveu.
(José Milbs, editor)

11.10.08

meus 70 anos aos 13 de agosto de 2009 - Foto de João Pedro meu neto de 7 anos...


(Leminski

quando eu tiver setenta anos
então vai acabar esta adolescência

vou largar da vida louca
e terminar minha livre docência

vou fazer o que o meu pai quer
começar a vida com passo perfeito

vou fazer o que minha mãe deseja
aproveitar as oportunidades
de virar um pilar da sociedade
e terminar meu curso de direito

então ver tudo em sã consciência
quando acabar esta adolescência

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nunca cometo o mesmo erro
duas vezes
já cometo duas três
quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez

A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!

(Mario Quintana)"Eles passarão. Eu passarinho" ...

2 comentários:

Desnuda disse...

José você conjugou estes poemas de uma forma maravilhosa.

Continue adolescente e até criança na forma de ser. Vendo tudo com consciência, dádiva maior da maturidade. Peça licença aos anjos para errar só mais um pouquinho ( Perplexidade, Flora Figueiredo), para aprender cada vez mais. Encare o mundo,como quem foge de casa e encontrará tantos caminhos e suas curvas... Se cansado, sente-se a beira do caminho e renove-se com a paisagem da Mãe Natureza e prossiga de alma aberta, cantarolando com os sabiás. E quando encontrar as adversidades, lembre-se de Quintana, estufe o peito e diga: Eu passarinho!


Parabéns e um grande beijo acompanhado de um amoroso abraço.

SAM disse...

Deixo para você, um poema lindo de um grande poeta quase esquecido. Versos de grande beleza...

Eu sou aquele menino...

(Paulo Bomfim)


Eu sou aquele menino


Que o tempo foi devorando,


Travessura entardecida,


Pés inquietos silenciando


Na rotina dos sapatos,


Mãos afagando lembranças,


Olhos fitos no horizonte


À espera de outras manhãs


-Ai paletós,ai gravatas,


Ai cansadas cerimônias,


Ai rituais de espera-morte!


Quem me devolve o menino


Sem estes passos solenes,


Sem pensamentos grisalhos,


Sem o sorriso cansado!


Que varandas me convidam


A ser criança de novo,


Que mulheres, só meninas,


Me tentam cabular


As aulas do dia a dia?


Eu sou aquele menino


Que cresceu por distração


Grande beijo!