Boas vindas

Que todos possam, como estou fazendo, espalharem pingos e respingos de suas memórias.
Passando para as novas gerações o belo que a gente viveu.
(José Milbs, editor)

29.12.10

Ary Luiz Pimental - Arizinho- da Seleção Macaense Campeã Estadual dos anos 70....



Os anos passam e as pessoas deixam sua marca, quando elas, carimbadas pelo sêlo do destino, faz com que se tornem especias nos momentos sublimes de alguns de seus atos e vivência. Foi assim com Aryzinho que, aos 13 anos ingresou no Senai comigo. Nas peladas no "Campinho do Senai", menino magro de canela fina, foi se destacando de todos nós com seus dibles maravilhosos e sua coragem nas bolas divididas. Era o BOM FUTEBOL deste macaense que, quando enfrentava os zaqueiros Nilson, Geraldo Cara Suja, Aroldo Marins, Perinho Veloso, José Manhães e tantos outros colegas nossos e mais velhos, se sobressaia. A gente era Primeiro Ano, Geraldo e Nison eram Terceiro. Mais o destaque era aempre Arysinho que já antevia sua presença nos grandes times de Macaé e da Região de Petróleo.
Nestes anos o Futebol macaense era dos melhores de todo o Estado do Rio de Janeiro e, nos anos 70, lá estava Ary, deslumbrando as platéias de todo o RJ, na companhia de George, Nier, Costinha, Zé Que Não Dança, Helinho Cabral, Renê, Garfante, Nilson, Arley, Didi, Wanderley Teixeira, Elminho, Bibinho e tantos outros que, no encanto de belas jogadas faziam tremer o Secular Estádio Expedicionário" nos áuros tempos DO BOM FUTEBOL...
Hoje a cidade tomou conhecimento que Ary tinha falecido. Nos últimos anos vinha lutando contra uma enfermidade que, aos 71 anos, o levou do convivio de seus familiares.
Durante os últimos anos prestou serviços ao Poder Judiciário e era conhecido como "Seu Ary do Cartório da Barra". Sempre atencioso com as pessoas era muito querido neste distrito de Macaé e estava sempre recordando os bons momentos do Futebol, sua grande paixão.
A sua companheira Licia Pereira Pimentel, seus filhos Carla e Cassinho O REBATE estende os sentimentos que fazem parte de todos que conheceram e admiraram o trabalho de Arysinho ao esporte e a vida judiciária...
Uma das últimas presenças de Ary, no contato com O REBATE, ele me pediu um artigo para falar sobre o SENAI. Eramos uma turma de 36 anos e ai vai um pouco da história deste ensinamentos que aprendemos na Leopoldina. Fomos Ajustadores Torneiros e alunos de Wilson Santos e "seu Antonio Garfante"...

ERAMOS 36...

Do SENAI quem não se lembra? Era mesmo ESCOLA FERROVIÁRIA 8 -1 SENAI. A história conta e, dela participa meia cidade de Macaé, que não havia ensino de melhor qualidade. Eu, particularmente, guardo as melhores e mais felizes recordações.

Minha turma tinha 36 alunos que mais tarde, com a entrada de Telmo no 2° ano, ficou com 37. ÉRAMOS 37 colegas e hoje somos 37 amigos.

Embora tenhamos sido espalhados por toda a sorte de atividades, quando nos encontramos existe uma forte comunicação que leva a um passado de recordações e peripécias infantis.

No SENAI a gente entrava com 13 anos e saia com 15. Até a minha turma, todos eram aproveitados pela Estrada de Ferro Leopoldina. Depois que a Rede não mais abserveu os alunos, todos fomos espalhados por este Brasil a fóra. Alguns foram para São Paulo, muitos para o Rio de Janeiro e a maioria para Arraial do Cabo, mais precisamente na Álcalis.

Até hoje não entendi por que a Leopoldina deixou de absorver-nos. Quando Almir da Silva Lima se casou com Ivânia Ribeiro eu o atual Presidente da República do Brasil, Luiz Inácio da Silva, fomos seus padrinhos no religioso. Era ainda o Lula das alegres histórias, das bicadas alegres numa boa birita e um sorriso matreiro de menino de interior de Pernambuco.

Conversei com aquele Lula, quando de sua estada em Macaé. Estávamos sentado a sós em uma mesa. Falamos da fundação do PT, da presença em Macaé de Antonio Marcus, amigo dele e que me ajudou a fundar no Rio de Janeiro (macaé)o primeiro núcleo do partido, falamos do escritoriozinho debaixo da ponte/viaduto onde se podia ver e ouvir o Airton Soares e as histórias da galera de Diadema, notadamento dos metalúrgicos que me ajudaram a criar o PT em Macaé.

Lula disse também ter sido aluno de um SENAI. Também não entendeu esta perda para Macaé e prometou rever isso se ele fosse eleito Presidente. Naquela época eu era dirigente do partido e acreditava que o Partido dos Trabalhadores iria transformar a sociedade.

No SENAI haviam profissões como Carpinteiro, Ajustador-torneiro, Torneiro, Caldeireiro, Ferreiro, eletricista e Soldador. Eu era Ajustador Torneiro com estágio de primeiro ano cm Torno e Caldeiraria. Ter sido aluno-aprendiz de Seu Rubens (bom cabelo) na Caldeiraria, de Wilson Santos e seu Antonio (Garfante) na Ajustagem, de Seu João (Gordo) na ferraria, de Waldyr (Bicudo) na Carpintaria, Mozart Leão e seu Orlando na Tornearia e ter Higino e Amaral como instrutores chefes foram etapas que marcaram todo o afetivo de minha geração nos anos 50.

Nossa turma era: "Binho" Ramalho Tônico Soutinho - Hélio Caetano "Meu de Fé" - Adilson - Paulinho Loureiro - Vilmar "Pé de Tábua" - Paulo Fernandes - Walmir "Galo" - "Perinho" Assis. "Bebeto"Bacellar - Jorge "Jornaleiro" - Walter "Gordo" - Neri Cezar - José Luiz "Nervosinho" - Hugo - Cemi - Lacy - Wallace "Marujo" - José "Grosso" Manhães- João Batista "Fanhoso" - José Bastos "Ciri" - Joamir - "Amaralzinho" - Hugo- Reinaldo - Edno Barcellos - "Leíca" (Auleir) - Alcenor - Laurely - Maury Vianna - Ivan "Coruja" Drumond - Aroldo Marins - Tinoco - Telmo "Bacurau" - Aryzinho - Jonas Moreira e Roberto Marotti.

Walter Araújo morava nos Cajueiros. Era uma espécie de Xerife do Bairro. Foi ele quem me introduziu lá. Quem não fosse pela sua mão, dificilmente era bem chegado na turma dos Cajueiros. O mesmo na Aroeira com "João Fanhoso," na Barra do Rio Macaé com Nery Cezar Pinto ou no Centro com Hugo, Bacellar e "Perinho".

A turma que vinha do interior como Edno (Quissamã), Alcenor, Marotti, "Meu de Fé" e Laurely era obrigada a curtir as gozações de " Jorge Jornaleiro". Era a porta aberta para que se forjassem grandes amizades.

Gente simples como Lacy tinha trânsito em todas as áreas do nosso mundo. "Fazia parte dos sorrisos que brotavam de Maury, "Alvinho", Joamir e "Amaralzinho" que não entravam nas 'brabas" mas concordavam em tudo. Até torciam para que tudo desse certo.

Cemi, Bacellar, Hugo, Neri, Reinaldo, Telmo e "Pingüin" formavam com "Perinho" e "Jornaleiro" o que seria a "gang" da época. "Desde inventar machucados com martelos para irem aos curativos de dona Olga, passando pela expropriação das braçadeiras de "Zé Grosso" até serem proibidos de freqüentarem a 'Oficina Geral" e tomar banhos nos chuveiros que caiam águas torrenciais e diretas. Muitos destes amigos que sito no textos tiveram que sair antes de terminarem o curso total dos 3 anos.

Esta semana estive com Reinaldo e Roberto Marotti e os mesmos gostariam de marcar um encontro dos ex-alunos. Falavam até cm formar uma Associação dos Ex-alunos do SENAI. Uma boa idéia que passo para todos. Seria até uma maneira de, além das alegrias que o fato iria consolidar, uma hora para homenagear os que partiram como "Marujo",Telmo, "Pé de Tábua", Hugo, Aroldo, "Walter Gordo", Paulo loureiro, Laurely, Auleir e "Binho Ramalho" e hoje, 29 de Dezembro de 2010, Ary Luiz Pimentel...

Seria até uma maneira de incentivar a volta de uma luta pela criação dos SENAIs em nossa E.F. Leopoldina. (José Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com )

4 comentários:

Vânia Moreira Diniz disse...

Milbs
Fico feliz de poder acompanhá-lo aqui também nesse rico blog.
Obrigada
Abraços
Vânia

Wilma Teixeira disse...

Lembro-me muito da Macaé dos anos 60. Tinha, e ainda tenho família nessa cidade. Ia nas férias visitar meu bisavô. Lembro da praia de Imbetiba, que era paradisíaca, com aquele cantinho, perto de um hotel já antigo àquela época. Um mar verde e calmo, perfeito para as crianças. Me lembro da Rua Direita, onde nos fins de tarde o passeio era obrigatório, praticamente. Íamos tomar caldo de cana e comer pasteis. A praça, o clube... Os carnavais tão família!...

Toda a população andava de bicicleta pra lá e pra cá. Até eu, que ao chegar já me apossava de alguma, pertencente a algum membro da família.

Tão boas lembranças... Inesquecíveis.

Voltei a Macaé faz pouco tempo. Não reconheci mais nada. Me engarrafei no trânsito caótico e não acreditei que estivesse na mesma cidade da minha infância/adolescência. Tem gente antiga que evita sair de casa porque fica agoniada, fica confusa, se perde. Foi uma transformação relâmpago. Para pior, muito pior.

Desenvolvimento, sim. Mas com respeito à população, ao lugar onde se instalam. Um pouco de planejamento, não teria sido pedir muito.

Quando saírem dali; e esse dia há de chegar, porque tudo muda nessa vida, e bem mineral acaba, não é recurso infinito, espero que tenham respeito pela história de Macaé e devolvam uma cidade habitável, recuperada, ou pelo menos com o potencial de voltar a ser bonita e agradável de viver.

Anônimo disse...

Ano passado tive em minha cidade Macae ficque espatado com a mudança radical da cidade. Ate o ze mengao acabou.
Como o progresso chega esta na hora de termos um planejamento para a cidade com respeito da todos.

FRANCISCO OTAVIO disse...

Sou macaense hoje moro em outro estado, estive na minha cidade no ano passado, e a cidade não é a mesma como tudo muda.
Tem que haver planejamento e que a cidade creser sem causar dando a ninguém.
Tenho saudades da velha Macaé.