Boas vindas

Que todos possam, como estou fazendo, espalharem pingos e respingos de suas memórias.
Passando para as novas gerações o belo que a gente viveu.
(José Milbs, editor)

31.3.10

ELCIA DA GAMA SALOMÃO, A ÚLTIMA FILHA DE ALCIDES DA GAMA , AOS 96 ANOS



TUDO PASSA... (Elcia da Gama Salomão)


A última vez que vi minha tia Elcia ela estava sentada em seu descanso matinal na residência de sua bonissima filha Badra Thereza Salomão. Aos 96 anos, com sua memória fugndo do corpo frgilizado pela briga com o tempo, ela mantinha a mesma fala bonita e o mesmo olhar de criança que fazia dela a "menina que seu velho companheiro Salime salomão, gostava de admirar e abrir seu atrante sorisso quando ela falava e brincava. Tia Elcia e Tio Salime marcaram muito a minha juventude. Ela irmã de meu pai Djecyr Nunes da Gama e ele cunhado de minha Tio Enedina da Gama. Gente boa e das tradições dos Campos dos Goitacázes ond se origina a geração dos Gamas em travessão de Campos...
Tia Elcia, quando falava deixava fluir alguma coisa que não tem explicação no mundo material em que a gente vive.
Cercada pelo carinho de sua querida filha Badra e de seus netos, ela reinava alegre na residência em que morava no Parque Tamandaré. Sentado eu estava ao seu lado e do outro minha prima Badra.
Este ai, minha mãe, é seu sobrinho Jose Milbs. Como está a senhora, Tia Elcia? Continua com a mesma beleza e com este olhar fixado na interioridade do ser que és possuida. A senhora lembra de mim?...
A fala era a mesma e a frase veio como um preságio de quem estava caminhando para um paraiso que poucos podem chegar. Sentenciou: "Tudo passa, meu sobrinho"...
Foi a articulação desta pequena verdade que, saído de seus lábios, perpetuava uma certeza do quanto esta existência é fragil e quanto esta linda mulher era forte e autêntica.
Suadades de seu " Velho" Salime, companheiro de décadas, lembrnças de seus pais e irmãos e a preocupação constante com sua fiel filha. Tudo isso pude ver neste olhar marcado pelos 94 anos de existência.
Badra perdeu sua velha amiga. Exemplo de filha que jamais faltou ao compromisso, ela sabe que cumpriu sua missão. Carinhosa, afetuosa, gentil não deixou que faltasse nada a Tia elcia. Exemplo que deveria ser a todos os filhos...
Em nome de todos os descendentes, desejo perpetuar, na internet, através do Google e demais Buscas, o nome da última filha de meu avô Alcides da Gama e reverenciar, com os sentimentos de O REBATE a sua amada Badra Thereza Salomão, exemplo de filha, e amiga.
Que Elcia Da Gama Salomão descanse em Paz e, no mistério que envolve a existência humana, possa se reencontar com Salime para poder rever seu lindo a inesquecivel sorriso...
José Milbs de Lacerda Gama, editor de O Rebate ( www.jornalorebate.com )

26.3.10

ONG E AMBIENTALISTA ex lider estudantil homenageiam os 78 anos de O REBATE





Jornal O REBATE há 78 anos fazendo jornalismo de qualidade, ético e coerente.

1932 a 2010 Jornal O Rebate 78 anos fazendo história no Estado do Rio de Janeiro.

Nós da Associação Sócio Cultural UZINA ECO ARTE – Uma Entidade Sócio Ambientalista, Cultural, Social e Educacional na qual atual há 20 anos nas Cidades do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Niterói, Belford Roxo e São Gonçalo gostaríamos de parabenizar o atuante, histórico e coerente Jornal O REBATE pelos seus 78 anos a ser comemorados no próximo dia 16 de Abril de 1932.

O Jornal O Rebate historicamente vem a quase 8 décadas levando informação de qualidade e prestando ótimos serviços para a Municipio de Macae e as Cidades vizinhas.

O Jornal O Rebate desde a sua fundação sempre foi um incansável defensor da Democracia, da Cidadania e da Liberdade de Opinião e Expressão sempre sendo o porta voz da População de Macae e contribuindo jornalisticamente com o Desenvolvimento e o Progresso dessa Cidade importantíssima do Estado do Rio de Janeiro.

Por toda a bela e rica História do Jornal O REBATE que nos da Ong UZINA ECO ARTE prestamos as devidas e honrosas homenagens a um veiculo de comunicação que fez e vem fazendo História na Imprensa seja do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil.

O Brasil, o Estado do Rio de Janeiro e os 92 Municipios Fluminenses em particular a Cidade de Macaé precisam cada vez mais de Jornais como o Jornal O REBATE comprometidos com a Democracia, com a Justiça Social, com a Cidadania, com a valorização das manifestações culturais e do patrimônio histórico e arquitetônico e com a difusão de valores como a Ética, a Solidariedade, a Fraternidade, a Harmonia e o Respeito a Vida e a Natureza.

Pois temos a certeza que Deus vai a cada dia abençoar cada vez mais a Equipe responsável pela viabilização de cada edição do Jornal O REBATE.

Atenciosamente,

Ambientalista e Ex Lider Estudantil Marcio Luiz

Vice Presidente da Associação Sócio Cultural UZINA ECO ARTE

TEl: 021 8282 2321

e-mail:

uzina-ecoarte@ig.com.br

12.3.10

Algumas Mulheres que fazem parte da História da Região de Petróleo do RJ





Mulheres de Nossa História

SUPER-MULHERES QUE FIZERAM NOSSA HISTORIA DESDE 1830

José Milbs

Se toda cidade tivesse a obrigatoriedade de registrar em sua trajetória histórica as mulheres que deram sua existência em prol da própria existência das cidades, acho eu que tudo seria mais belo em suas memórias. Elas, através dos tempos fizeram com que a sociedade e coisas se presenteassem nas suas lembranças e ações através dos tempos. Bibliografar suas presenças, impor sua lembrança, tentarei, ao nomeá-las.

Nesta crônica, falo em muitas destas figuras e nunca é demais retornar ao assunto porque, afinal se não fossem essas mulheres nenhum de nós estaria aqui para escrever ou ler.

QUE CADA UM FAÇA SUAS BIOGRAFIAS

Sula, Zizinha Moura, Titinha, Nhasinha (Alice Lacerda), Ilda Ramos, Jacyra Durval, Myrsys, Thereza Pereira da Silva, Anita Parada, Lia Koop, Sonia Rocha, Delza, Santa Lobo, Cici Mathias Netto, Honorina, Arlete Pinto, Dioneia, Dinorah, Eleosina, Cirene, Flavinha, dona Senhora, Inês Patrocínio, Etelvina Quinteiro, Dolores Soares, Santinha Marques Monteiro, Carmen Sólon, Inezita Garrido, Consuelo, Julita, dona Afifi e dona Fifi, dona Elisa, Durvalina, Detinha, Amelia Brasil, dona Cota, parteira dos Cajueiros e mãe e Tinho Pedro Muleta, Letícia Peçanha e Letícia Carvalho, Albertina, Ecila Lacerda, Brandina, Pastora, Noca, Lala e Lilinha, dona Ermita. Zilda Aguiar, Angélica, dona Dega, Nilza Mello, Berenice, Elea Tatagiba, Lopelina, Henriquieta Marotti, Iza Franco, dona Delzinha, Maria K, dona Zélia da Bicuda Pequena, dona Oscarina, Santinha Santos, Suraya, Zenita e Zelita, Maria Drumond, Aracy Pareto, Iracy e Erecê, dona Lola, Estelita Lima, dona Maria Castro, Ilda Barreto, Marieta Peixoto, Maria Jose e Emilia Peixoto, dona dada, Wanda Gil e dona Rita, Irene Santos, Dalila Colares Quitete, Anita Franco, Totinha, dona Cota, dona Pequena Almeida, Alvina Prata, Conceição Prata, Carmem Quaresma, dona Concy e dona Duia, Ivone Manhães Coelho, Maday, dona Nefta, Judith Cabeleleira, Maria Lucia Piersant, Izaura e Conceição Ramos, dona Domingas, mãe de vovô, Palmira, Lucia Magalhães, esposa do nosso Lealdino do Morro do Viaduto, Maria Jose Guedes, dona Iracy Quaresma, Zezé, mãe de Ducha da J. Koop, Pepenha Sueiro, Luiza Parteira da Barra, Altina Parteira do Centro, Adelayde Bastos da Silva -a mãe dona- que nasceu em l830, morrendo em l947 sendo raiz dos Silvas, Tavares, Ribeiros e Almeidas que habitaram e formaram as raízes desta cidade.

Dona Carmelinda Mattos, Maria Oliveira, mulher de Constancio que todos os ferroviários dos anos 40 sabem de quem falo, Neuza da Silva França do Miramar, Dona Artemia, Léa Macedo, Zezé Madureira. A busca por tentar tornar eternas as presenças destas mulheres na história de Macaé não tem sido fácil.

Embora suas presenças vivas tenham sido, em sua maioria nos anos onde a cidade tinha poucos habitantes, longe de facilitar a minha busca, se torna uma missão muito desconfortável porque muitas senhoras podem ficar no fundo frias no meu esquecimento. Se algumas não forem citadas que sejam debitadas mesmo ao esquecimento porque não me move nenhum objetivo que não seja contribuir para a história que vivi no convívio com elas ou ouvindo delas por outras pessoas que me foram afetivas.

Tentarei, no entanto, ao invés de nomear com bibliografias estas mulheres históricas, na medida do possível apenas colocar seus nomes na evidência de suas passagens na vida da comunidade macaense.

Se alguma não for descoberta quero que seja entendido como esquecimento do autor, que, afinal, trabalha com sua própria mente e fatos que vivenciou ou que lhe foram passados ao longo de sua vida.

A continuação das nominações futuras e merecedoras das novas mulheres que estão forjando a vida da cidade, nos últimos anos, com a chegada do desenvolvimento(?) fica para outros memorialistas.
As parteiras

Macaé, até final dos anos 60, engatinhava uma vida pacata, com idas e vindas de seus poucos habitantes. Ruas desertas, poeiras, cadeiras nas calcadas, " bom dia, boa tarde e boa noite" faziam parte do cotidiano. Muitas mulheres formavam as nossas raízes. Muitas vindo de cidades e vilas vizinhas como Conceição de Macabu, Carapebus, Quissama, Glicério, Frade, Sana, Trapiche, Cachoeira de Macaé, Bicudas, Airys, iam se juntando as famílias que aqui residiam.

Parentescos eram comuns à grande parte dos habitantes. Além do que as parteiras, em grande número nesta época, recebiam da maioria dos moradores as beijadas nas mãos em forma de benção. Era uma maneira afetiva das crianças cumprirem ordens maternas na identificação de quem os fez chegar ao mundo.

Parteiras da Barra do Rio Macaé, do Centro da cidade, de Imbetiba, da Aroeira e da Boa Vista eram reverenciadas afetivamente, da forma mais linda que uma cidade pode oferecer a quem o fez nascer.

Com o crescimento da cidade e a chegada de enfermeiras e médicos, elas foram se tornando extintas na ação de seu trabalho, mas jamais deixaram de estar presentes nas memórias de todos que tiveram o doce privilégio de conhecê-las. É o caso de dona Durvalina, dona Elisa, dona Altina, dona Luiza e outras tantas que habitaram esta cidade de curta memória.

Usar os ternos de linho branco, passados e lavados por Pepenha, negra esposa de Sueiro, era um orgulho para os senhores comerciantes dos anos 40 e 50. Que os diga seus descendentes. E o orgulho de ser abençoado por alguma das nossas parteiras? Que falem quem tem mais de 50 anos.

'Educando, sorrindo, ensinando, educando....

A luta dos ferroviários por melhores condições de vida e trabalho tinha sempre lado a lado, ombro a ombro, mulheres como Neuza França, Maria de Constâncio, Carmen de Walter Quaresma, e outras que, com a memória aberta, relatarei.

O trabalho árduo de alfabetizar dezenas de homens rudes, saídos das fornalhas e fornos de Imbetiba, depois de um trabalho subumano nas garras do capitalismo inglês era feito pelas professoras que se dedicavam a ensinar a estes homens um pouco de leitura e carinho. E era dona Calmerinda Mattos que abria junto com seus cadernos, lápis e borracha o seu coração informando a todos estes bravos homens rudes dos anos 40 e 50 que havia um mundo também para quem soubesse ler e escrever.

Dona Calmerinda marcava sua existência de uma professora, não formada, na formação de gente que deu origem a várias descendências de Macaé. Como ficar fora da lembrança o trabalho social e humano que dona Zezé, mãe de Ducha, fazia no anônimo de sua vida? Ela, Neuza, Carmem e Maria de Oliveira estavam sempre ombro a ombro com seus companheiros na batalha por melhores condições de trabalho e vida.

O sacerdócio na educação deve ter suas origens no trabalho carinhoso de dezenas de mulheres que cimentaram a vida da comunidade de Macaé. Hilda Ramos, Letícia Carvalho, Dona Madalena de seu Chisto, Jacyra de seu Paulino Durval, Lia Koop, Dionéa, Dolores Soares, Letícia Peçanha, Berenice, Elea Tatagiba, Henriqueita Marotti, Iza, Zélia, Angélica, Santa Lobo de Cacheira de Macaé, Dalila Colares Quitete, Nefla ou Maria José de seu José Carlos formavam, com outras dezenas de mulheres professoras, o áureo cultural que ornavam as mentes de milhares de jovens macaenses nestes anos de alegres encantamentos. Sucessoras de outras mestras como Thereza Pereira da Silva, Anita Parada, Lucia Gama.
Sobre Lucia Maria Coelho de Lacerda Gama desejo abrir um espaço maior e colocar, acessado mundialmente no Google, a sua presença marcante na vida da Educção da Região de petróleo. Mãe de meus 3 filhos, desde os 12 anos e 6 meses conheço sua trajetória neste mundo mágico de ensinar. Mestre em Portugues, ocupu os mais altos postos na Educação do Estado do Rio de Janeiro e é um exemplo de dedicação e amor a maestria do ensino.Incluo, neste histórico das MULHERES DE NOSSA HISTÓRIA, este texto que fiz quando Lucia Gama completou 60 anos: " OS 60 ANOS DE VIDA DE UMA EDUCADORA

Dia 7 de março de 2007 foi comemorado os sessenta anos de existência da Educadora macaense Lucia Maria Coelho de Lacerda Gama. Com a presença de suas amigas, colegas de longas jornadas e cercada pelo carinho de seus filhos e netos, ela foi efusivamente homenageada. Durante sua trajetória de vida pela Educação e pela valorização do Ensino Público, Lúcia a iniciou aos 17 anos. Sempre estudando em Colégios Públicos, onde seus filhos e netos também estudam, ela não pode ingressar, mesmo formada e sendo classficada, na Educação Pública como Professora. Tinha apenas 17 anos.
Ingresssando no Magistério, formando-se em mestre em Pedagogia, percorreu todas as escadas da vida Educacional com maestria e companheirismo. Respeitada pelos seus colegas e amada pelos seus alunos chegou, em eleições diretas a direção do maior Colégio Público da regiâo. No Colégio Estadual Luiz Reid, onde soube dirigir com brilho e sempre voltada para a valorização do Ensino Público, Lucia Gama deixou grandes amigos e seu nome está perpetuado em uma simples, mais inesquecível homenagem, sala que leva seu nome.
Aposentada, ainda jovem, foi convidada para ser a Coordenadora da Região Norte II da Educação e, aceitando, transformou sua gestão numa constante presença de Integração Social entre professores e funcionários de apoio onde sempre conserva amigas e amigos.
O carinho e o respeito que Lúcia mantinha com as pessoas humildes dos setores mais simples da educação, era sempre realçado quando de suas visitas aos estabelecimentos que lhes eram subordinados.
Era na cozinha, nas escadarias onde eram limpos os Colégios que a Coordenadora Lúcia Gama recebia os mais belos afagos. Pessoas que a acompanharam ao longo dos anos em que serviu ao Estado e a educação Publica vinham aos beijos e abraços. Foi assim que esta, hoje senhora de 60 anos, soube manter acesso a chama do Amor ao Ensino Público e o respeito por todos que vivem nas Comunidades Educacionais da Região Norte do Rio de Janeiro...
A tarde ainda recebia os últimos raios de Sol na Estância Vista Alegre, quando a Dra. Ana Cristina Coelho de Lacerda Gama, Farmacêutica ( e por que mais?), junto com suas filhas Mariana 12 , Ana Clara 9 e João Pedro de Lacerda Gama Soares 4, preparavam a surpresa da comemoração.
Telefones para uns, idas e vindas para outros e, as 19 horas as amigas iam chegando, carros se espalhando pelo quintal, braços transportando salgados, doces e bebidas. Estava sendo comemorado os 60 anos de uma das mais festejadas e respeitadas Educadoras do Municipio de Macaé. Não vou citar nomes das pessoas presentes por que isto pode ocasionar algum esquecimento e a memória, aos quase 70 anos, não pode ser clicada como seria aos 19 quando tive a felicidade de conhecer a homenageada e ser parceiro de muitas alegrias e tristezas no decurso da vida. Altos e baixos, alegrias e tristezas cimentam a existência e forma a certeza do passamento e viver...
Lucia Gama pode ter uma certeza que poucas pessoas podem ter em vida: Na plenitude de um cargo de Coordenadora muitos, como ela, recebem homenagens em dias de "niver". Agora, receber o que ela recebeu, com a presença de tantas ex- servidores e tantas amigas é muito dificil e confortante.
Parabéns de "O REBATE", jornal que, nos anos 60 e 70 noticiou nascimentos e gestos trejeitos de seus filhos e amigos e que ela acompanhou nos altos e baixos de uma existência buscando a Verdade, somente a Verdade...
Fazer História, participar dela, poder escrever e ainda as ler, são belezas e riquezas que poucos podem e merecem ter". Acumulei estes bens durante minha vida e será a minha herança aos filhos e netos .

os pilares da educação de nossa cidade sempre estiveram fortalecidos pelos dotes humanos destas mestras que, no esquecimento de algumas, deixo para outros reescreverem fatos não relatados.

Pequenas escolas isoladas, outras em casas das próprias mestras, era o comum nestes anos que precederam o progresso (?). Os acordes do piano de dona Honorina, de Inês Patrocínio, de Carmen Sólon, Maria Jose Borges Guedes ou de Flavinha de seu Manduquinha, ainda devem sonorizar sonhos em muitas cabeças macaenses embranquecidas pelo sereno da vida. Feliz seria toda cidadezinha de interior que pudesse passar para seus filhos as histórias que busco fazer vivas neste meu livro. Era hora de desligar as televisões e sentarem nas saudosas cadeiras nas calcadas e desfilar o cotidiano lindo dos imaginários vividos. Mulheres Raízes que derem uma cidade de quase 200 anos merecem ser imortalizadas e reverenciadas longe das homenagens frias do social. Apenas pelo esquentamento de trabalhos com o social de suas existências.

Delza, Terezinha Loureiro, Noca, Sila, Santinha de doutor Marques Monteiro sobressaiam nas esquinas da vida desta cidade com atendimentos sociais e afetivos que suas presenças faziam fluir. Detinha, a fiel companheira de nosso Tonito, a baiana de Salvador que nas nossas ruas ainda caminha com sua altivez e beleza.

Onde poder deixar de fazer vivas as presenças destes vultos que nunca morrem? Mulheres que fizeram nossa historia como dona Zezé Madureira do Jorge Costa do O REBATE que tive a honra de suceder num tempo em que jornal se fazia letra por letra. Gente anônima. Mulheres felizes e que nos eram apresentadas como antecessoras de outras que fizeram tantas outras vivências. Dona Dega, Delzinha, Oscarina, Pastora, onde se podia ver a estampa da fidelidade e do afeto familiar no transbordamento de seus olhares e cumprimentos.

Gente que passeava em nossos corações e nem sabia que estava formando a essência de uma geração forte e decididamente macaense. Inezita , Amélia, Magda, Etelvina,Zilda Aguiar, Albertina, Brandina, Lala e lilinha, Cici Mathias Netto, Gilda Correia, Arlete Pinto jamais poderiam imaginar-se essência de uma cidade que ficaria pequena nos anos 2000, mas que jamais deixaria que as suas raízes ficassem encobertas no subsolo de uma terra não fértil. Embora regadas com poucas águas, algumas até com o suor ou as lágrimas das saudades, estas senhoras se juntaram a tantas outras na formatação de uma cidade que nunca deveria ter saído de sua pureza e beleza.

Nos acordes da Lyra dos Conspiradores e da Sociedade Musical Nova Aurora, ainda ressoam nas mentes as imagens de mulheres que souberam sobressair-se numa época de puro machismo e paternalidades. Dona Lola, Marietta Peixoto, dona Cota, Alvina e Conceição Prata se juntavam à dona Pquena Almeida, a mãe de Bonga e a esposa de seu Murteira para a formação de novos elos na corrente desta cidade que ainda não tinha chegado ao seu Sesquicentenário. Morgadinha de Benedito Lacerda, Ondina Lacerda, Doca, dona Nefla, Domingas Almeida e Domingas, mãe de Vovô e Arthur faziam o caminhar diário por nossas ruas sem se aperceberem que estavam fazendo história, que estavam espalhando à genética que iria viver e reviver-se no desabrochar do século do progresso. Dona Palmira, Dona Irece Meirellis, Judite Cabeleireira, Sara de seu Selino, pilares de famílias inteiras de descendentes faziam parte deste pequeno grande mundo de uma cidade de pouca lembrança.

Oneida Terra, na busca de entender uma luz maior que vibrava na mente de seu filho, criou uma instituição que honra toda uma comunidade. Usou o nome do consagrado Pestalozzi e presta, com seu trabalho um lindo favorecimento a centenas de pessoas carentes. A década de 80 primou-nos deste belo trabalho de Oneida.

E Beth Neves que transformou o aprendizado do Reik em maneira de levar a doutrina do amor e da fraternidade em seus toques sutis de uma luminosidade que só pessoas dotada destas energias podem irradiar e fazer se presente. Mulheres mães, companheiras como Edith, Alice e Talita, trilogia de uma genética de mulheres que deixam sua marca na presença de atos que dignificam qualquer passado e fazem brotar saudades nas lembranças.
Elas também são artistas

As telas de Sônia Rocha, Anatalia, Rozanea Pimenta, Maria K., Carmen Lygia e Consuelo jamais deixarão de existir no formato de suas representações do belo sem que se possa esquecer que foram feitas no calor das energias que sempre existirão em Macaé desde os primórdios da nossa arte. Aqui repousa as manifestações artísticas de Takaoca, Olive, Waldemar da Costa, Nilton Carlos, Jojo, Renaut e tantos outros que, ao sol de nossos verões e ao vento das ilhas souberam colocar nas telas, como estas senhoras o privilégio que poucas cidades pode oferecer no belo de sua geografia. Feliz o Belegard por ter visto na nossa geografia este singular belo. Raízes, mulheres e senhoras de uma cidade Pura como bem o disse meu amigo Paulinho Mendes Campos, quando de sua vinda atendendo ao chamamento do O REBATE . Paulinho, Jose Carlos Oliveira, Olga Savani, Jaguar, Alberto Reis, Egberto Ginsmont, Geraldinho Carneiro, faziam parte do júri do 1 o .Festival de Música que, no final dos anos 60, o jornal O REBATE realizou.

O ano era mesmo de 68. O olhar de Paulinho foi lhe dando a dimensão da cidade que ele nunca tinha visto. Como todo escritor que se ilumina, mesmo estando na presença de multidões, a mente de Paulo Mendes Campos lhe clicou, quando de seu comentário em jornais do Rio de Janeiro, a visão de Macaé como cidade pura. Esta pureza ele foi vendo ao olhar as ondas mansas de imbetiba, ao contemplar as bravias dos Cavaleiros e, ao fitar com recordações de sua própria infância em Minas Gerais, o caminhar de moças e rapazes no centro da cidade, quando tomava café no Belas Artes com Ary Duboc, seu velho amigo de boemia, nas ruas também calmas de Ipanema. A visão de cidade pura que Paulinho retratava tinha e tem muito a haver com estes relatos de gente dos anos 40, 50 e 60 nesta cidade.

Progenitora

A respeitável presença de dona Ermitã Ferraz nas nossas ruas, seu vulto, alto, caminhando pela rua do meio, indo e vindo no comércio fazia desta senhora o que de mais belo se podia esperar. Responsável pela criação e mãe de outros tantos ela nos deixou o legado de uma vida e uma genética que espalharam por toda a comunidade sua descendência. Macaé nos anos de 60 ate final de 70 se podia mesmo se considerar uma cidade Pura. Mesmo com a destruição de imbetiba, berço de nossas historias e alegrias, vulto de mulheres continuavam a bailar nas mentes de historiadores e amantes do belo. Jane Martins Marialva Neto, Maria Helena Pereló, Lenice Sucena, Dagnar Pereira (Mazinha) se faziam presentes nos desfiles como nossas pirmeiras " Miss Macaé ". Sonia Rocha, miss Bahia, sucessora de Marta Rocha, ainda não tinha chegado em Macaé quando estas senhoras desfilavam. Era mesmo uma cidade pura esta Macaé, hoje capital nacional de petróleo (?).

As praias ainda tinham ondas com cheiro de maresia no Forte e na Imbetiba. Os cocos que boiavam eram de algum mergulhador gozador que defecava enquanto se sentia só no nadar solitário. A defecação multinacional, saída dos navios ancorados em Imbetiba turvou as límpidas ondas e jogaram para o fundo da lembrança o fim triste de uma linda praia. As aulas de dactilogria, muito antes do computador que escrevo, deleto gente e crio imagens, eram ministradas no velho casarão do seu Gastão. Dona Myrss, dona Nancy eram as presenças em nossas horas de aula no asdfg....;lkjh...

Bons tempos da Hemintgon. Enquanto elas iam fiscalizar outros alunos a gente olhava furtivamente, nos enganando, por debaixo da viseira afim de sair logo do asdfg e Passar para outros exercícios. Mulheres vivas em lembranças, como dona Dioneia de Jorginho Itaperuna, seu filho gênio que nos deixou saudades.

Cidade de mulheres à frente de seu tempo. Contadoras, comerciantes, companheiras, mulheres. Nice Moura, Guiomar, Luiana, Conceição, Mary Jacaré, Iolanda França, Estelita Lima ou dona Senhora. Mulheres que iam á luta e voltavam para a luta da casa com filhos e companheiros. Merendeiras, professoras, enfermeiras, comerciantes, vendedoras de sonhos como a meiga e doce Julita, sogra do meu companheiro Waldyr Tavares. Mulher líder como dona Elmira, nossa eterna mãe maior. Enfim, vou rebuscar esta minha cabeça e tentar escrever mulheres de nossa historia, desde Adelaide Bastos da Silva em 1830, passando pelas aulas de Santa Lobo e Alice Lacerda em Cachoeira, até os dias que antecedem a chegada do Petróleo. Alice Lacerda depois iria abrir em sua residência aulas juntamente com Pierre, onde Angélica, Ecila e Moacyr do Carmo dariam os primeiros passos no abc de suas vidas. Beirava o ano de 1920 estes últimos fatos. Os Muros, os Lins e os Francos eram educados, nesta mesma época, em Cachoeira de Macaé, Bicuda e Areia Branca por Santa Lobo.

Mais tarde chegaram Iza, Zélia e outras para dar seguimento a esta linda missão educacional. Ana Benedita, Irene Meirellis, dona Cirene, Déa Coelho, Ivonildes Souza, Leda Marques e Vanilde, pacientemente iam fazendo de suas vidas as histórias de nossa vivência educacional.
Curando chagas

Sula Vieira nestes anos 60 e 70 fazia de suas madrugadas uma profissão de fé e amor ao próximo. Das pernas de homens simples possuidores de chagas incuráveis ela, com o divino manejo de dedos docemente leves iam transformando em amor às horas de descontração de tantos quantos destas chagas eram portadores. Gases, água e uma voz saída de seu interior com preces ajudavam a mais um dia de caminhada pelos que iam, em filas, ao Centro Pedro, em busca de afeto. Sula cantarolava, fazia preces, brincava com estes pobres navegantes humanos, lindos em seus olhares de gratidão por esta santa senhora. Sula não morreu, ela VIVE ainda em todas as mentes que tiveram o privilégio de vê-la neste planeta de sofisticadas loucuras e de poucas caridades reais.
Acolhedoras

Abrigando gente, se fazendo por mãe de todos e com a divisão de seu alimento com tantos quantos iam em sua casa, lá estava dona Santinha Marques Monteiro. Foi ela que presenteou a cidade de Macaé com a queridíssima Waltina, companheira de Cezar Jardim. Waltiva era tão linda em seu interior e tinha um olhar tão meigo que aí por toda a cidade você pode se esbarrar com seus descendentes. Chicão que o diga, não é, meu velho amigo? Macaé deveria mesmo fazer algum histórico de suas mulheres, principalmente de senhoras como Santinha e Waltiva. Abrigou dezenas de jovens solitários por algum período de suas existências como o próprio autor que escreve esta longa crônica. Maria Helena Salles e Ana Maria, para não falar de outros tantos que eram misturados com seus filhos, Geraldo e Alicinha, e abraçados como filhos também. A história de uma cidade se faz com gente deste quilate e não com fantasias ocasionais em matérias pagas em jornais de épocas. A verdadeira história de uma cidade, não se escreve com 30 ou vinte anos de existência. Ela está cimentada na busca de atos e fazeres que romperam os 50 anos e ficaram gravados nas mentes de forma indelével.

Por isso é que mulheres, companheiras e contemporâneas se sobressaem de forma livre, cristalina e doce quando se procurar referir-se a estes vultos femininos da historia de Macaé. Que outros façam suas historias daqui 40 anos. Estas, no entanto é a nossa história.
Jacyra, a guerreira

Sempre alheia ao que lhe pode ocorrer, mulheres se sobressaem em vários setores do mundo macaense. Um dos muitos exemplos foi o de Jacyra Campos. Deixou de lado, casa, visinho, parentes e um grande círculo de amigos em São Gonçalo, RJ. Pegou a filharada, um montão de crianças, colocou tudo debaixo de braço e disse : "Vou começar tudo em Macaé" . Aprendeu bater foto, abrigou uma imensidão de criança, seus e os que criava e veio fazer a cabeça de seu companheiro Lívio, que se empenhava em lutar pelo povo como jornalista e fotógrafo. Guerreira, Jacyra espalhou sua saga de mulher e os frutos ela colheu ainda em vida com netos e bisnetos.
Ajudando aos explorados

Quando o médico Julio Olivier atendia os humildes nos anos 20, ele o seu irmão, também médico, Nelson Olivier, por detrás deles estava uma forte mulher, dona Marietta Olivier, companheira de Julio que dizia aos seus ouvidos: " vai, Julio, atenda a todos . São tão pobrezinhos, nem dinheiro pro remédios eles têm" . Num destes atendimentos à pobreza de Macaé. Nos anos 20, Julio, foi encontrado sentado num banco de jardim da Praça da Igreja Matriz. O padeiro, pensando que ele descansava, tentou acordá-lo. Estava morto o "Medico dos Pobres de Macaé" tentando ser acordado por um simples padeiro de nossas ruas.

Era assim com Maria Aparecida Costa com o Humanista Manoel do Carmo Lozada nos anos 60. E com dona Santinha com o Sanitarista Marques Monteiro nos anos 60. Mulheres macaenses sempre no empurrão das ações sociais de seus companheiros.
Embaixadoras da cidade

Mulher, companheira, amiga mulher. Nicle, esta mulher macaense que impulsionava o escritor Luiz Lawrie Reid em suas beneméritas ações caritativas. Nicle Reid um nome desconhecido na historia de Macaé. Também pudera. Ela nunca quis aparecer. Nem quando seu marido, o macaense Luiz Reid fez doações para a construção de nosso maior estabelecimento, ela quis deixar sua presença. Apenas dizia que em cada mãe que tivesse visto o filho estudar num colégio amplo arejado e, de preferência gratuito, ela estava presente. Dona Nicla participava de nossa história no dia a dia da paulicéia, onde morava. Mesmo depois de Luiz Reid ter deixado este mundo ela mantinha contato com Macaé através de cartas e lembranças desta terra, que ela amava e fazia questão de citar sempre em suas andanças pelo mundo. Nicla Reid, uma mulher de nossas histórias. Uma mulher esquecida por tantos e muitos que deveriam lembrar. As poucas vezes que os Reids vinham em nossa cidade procuravam se deliciar com as belezas de nossa culinária que ela, Nicla, não se fartava de elogiar em São Paulo. Ela e Ecila, minha saudosa mãe, pareciam até representantes da cidade em São Paulo, de tanto que falavam em nossos doces e pessoas. Manjar de pudim com laranja da terra, de goiaba, de carambola, catada no quintal, batatadas de batata doce, Pernambucano, Rocambole, Bombocados, os cristalizados de Abacaxi, morango, abóbora, enfim eram estas belezas que, chegadas em São Paulo eram servidas nas mesas dos amigos e escritores que iam visitá-las em suas casas. Doces de mamão, jaca, caju, amendoim e fruta pão completavam todo o ornamento macaense nas tardes da paulicéia.

Para que não se percam

Nota: Estas mulheres, pinçadas nas memórias do autor, estão presentes na vida da cidade e seus descendentes competem biografá-las para a história. Minha parte estou fazendo e, repito o que escrevi no corpo da matéria: se alguém esqueci e sei de que o fiz com muitas, que sejam debitadas a memória. Que alguém se lembre e faça como eu o fiz...

ESCOLA PRATT. DACTILOGRAFIA. asdfg... SAUDADES. DONA MYRSS GUIOMAR DE SHUELER...




São possoas que jamais ficam esquecidas. Um corpo frágil, um olhar de candura, uma presença alegre e uma voz que entrava dentro do mais puro de todos os recantos de nossa existência. Era muito mais que isso a linda imagem de Dona Myrss Schueller. Foi minha Professora de Geografia, minha mestre nas aulas de Dactilografia e mãe de meu amigo de jogos de Bola de Gude e guerra de coquinhos na Praça Verissimo de Mello. "Cadinho", era mais conhecido pelo apelido do que pelo nome de Ricardo...
Havia, nesta cidade de pouca memória, uma relação muito afetiva entre as pessoas. Ali mesmo, neste belo Solar que "Seu Gastão" deixou para os filhos e netos, era o lugar onde se aprendia, além do afeto e da cortesia de Dona myrss, a profissão de Dactilógrafo. Centenas de pessoas iam alí para aprender o asdfg e o çlkjh que nas velhas máquinas e com uma viseira formavam as pessoas. Ainda tenho guardado o DIPLOMA DA ESCOLA PRATT.
Este SOLAR foi derrubado. Não sei nem porque nem por quem. Imagino que deve ter sido para engordar alguns centevas em alguma conta de quem não devia saber do que existia por detrás da especulação. Bom seria se alguém tivesse a idéia de fazer a desapropiação a exemplo do Solar dos Mellos. Seria um marco de nossa história...
Felizmente o meu bom amigo Luiz Cláudio Bittencort, o querido e amado Dunga, guardou esta relíguia. (José Milbs, editor de O rebate)





"Amigo Milbs, ontem encontrei uma caixa de velhos negativos e, para minha surpresa, a imagem da casa onde funcionou a ESCOLA PRATT DE MACAÉ - Praça Veríssimo de Mello 201 - cuja professora era a Dona Myrss Guiomar de Schueller e Silva - a nossa querida dona MYRSS. Me emocionei profundamente !!!! A quando tempo eu vinha caçando a imagem desta casa onde a música era o telecoteco das teclas das máquinas de escrever. E quantos de nós por ali passamos - e aprendemos !!!! Acredito que você também aprendeu com ela.
Onde quer que ela esteja, que essa nossa homenagem possa alcançá-la e, carinhosamente, emocioná-la. Adoro esse meu coração de criança que não perde uma oportunidade de viajar pelos PATRASMENTE ( Odorico Paraguaçu ) da nossa cidade de Macaé.
Grande abraço. dunga"

Milbs, segue também com muito orgulho o meu diploma, escrito em gótico e a nanquim, que luxo !!!!
Bom ter parceiros de saudade, e como você enriqueceu a minha fotografia com o seu texto. valeu e muito !!!!
Aguarde-me, continuarei mexendo em minha caixa de negativos. dunga abraços.


SARINHA FREITAS, GRANDE AMIGA E MEMORIALISTA, FALA DE DONA MYRSS E ESPALHA CARINHO
Querido amigo José Milbs,
É sempre com enorme prazer que venho ler as suas crônicas que falam de pessoas e casos significativos. Esta é uma em que o tempo passa atropelando como uma máquina demolidora, deixando as antigas casas, que são verdadeiros patrimônios e que contém um baú de histórias e lembranças de muitos que hoje, felizmente, guardam na memória o pó eternizado por elas e revivido como a exemplo da fênix, através da afetividade e do precioso sentimento da gratidão. A gratidão jamais deixa que o pó da modernidade atropele os sentimentos humanos. E, com isso, há sempre os corações a favor das preciosidades da vida, de uma vida, de várias vidas significativas de pessoas que semearam e plantaram afeto, trabalho, amor e dedicação.




Parabéns pela belíssima e comovente crônica sobre dona MYRSS GUIOMAR DE SHUELER, a você e ao amigo Luiz Cláudio Bittencort.



Abraço



Sarinha Freitas
ESCRITOR E AMIGO JADYR ZANARDI FALA ESCREVE:

[iniciar bate-papo] Jadir:

21:13 | spam

Meu caro José Milbs....

Precisamos matar um pouco da saudade dos velhos tempos. Mil parabéns pela lembrança da Da Mirsys Schueller (profesora de datilografia). Quanta gente importante passou por ali.... E em nome do progresso destroem.....

Sobrando um tempinho, divulgue o lançamento em Niterói -Livraria Labyrinto (no Itaipu multicenter) dia 15 de abril - do livro Benedicto Lacerda - E a saudade ficou.

Se precisar envio a capa.

Abraços e esteja com Deus, sempre

6.3.10

Bandoleiro Cadete de Araujo, nos sertões de Carapebus, as histórias havidas e ouvidas nas Cadeiras das Calçadas da Rua do Meio...




Texto extraido do Livro 0n-line Saga de Nhasinha que trago aos meus amigos leitores deste velho e aguerrido O REBATE nos seus 78 anos de vida.

6

CADETE DE ARAUJO O BANDOLEIRO

Havia um cavaleiro temido de nome "Cadete de Araújo" que atormentava famílias inteiras em Carapebus, Quissamã e Conceição de Macabú. Este personagem da história de Macaé, mais tarde vim saber, foi morto tocaiado por um pequeno sitiante que havia tido sua casa invadida por "Cadete de Araújo". Falam que ele era do norte do Brasil e que tinha vindo para cá para administrar uma fazenda em Rodagem perto de Quissamã. Minha bisavó dizia isso, falava "disconjuro" e se benzia encomendando esta má alma a Deus. "Cadete de Araújo" morreu, mas deixou seu nome odiado por tantos quantos tiveram suas casas e mulheres maltratadas.
"Cadete", segundo informes que me foram passados por alguns velhos moradores da região, tinha vindo para a região, não se sabe como. Era dos sertões de Sergipe e falava sempre, nos botecos de Fazendas nos anos de 1900, que tinha vindo pelo mar até Cabo frio e de lá para Macaé. Rozendo Barcelos, Filhinho Esteves, Chico do Açouque, Aristeu Fereira da Silva, Deco Prata, Visconde Prata, Elbe Tavares foram alguns dos que confirmaram a presença deste homem nos sertões de Carapebús, capelinha, Ayris, Conceição do Rio Macabú e Quissamã.
Uma lenda sobre este Cadete de Araújo vigorou até o final dos anos de 1920...

Meu tio Jonas Coelho de Lacerda, filho de uma irmã de meu avó Mathias de nome "Mocinha", foi criança e morou na "Fazenda do Airys" .

Ele me contava sobre "Cadete de Araújo" e disse que ele até tentou uma provocação com meu avô dizendo que iria empinar o cavalo dele na porteira e entrar. Disse isso no fornecimento e chegou ao conhecimento de meu avô que mandou avisar para ele não fazer isso que seria ruim para um dos dois. Era melhor ele continuar lá pelas bandas de Carapebus mesmo.

Disse que ele foi ate a Fazenda mais não teve coragem de cumprir o empinamento do cavalo. Tio Jonas contava isso para dizer que meu lado corajoso em imprensa era uma herança familiar moldada e amalgamada no sangue de Emílio Quintino da Silva, Mathias Coutinho de Lacerda e dos Gamas dos sertões de Campos dos Goitacázes.

Tio Jonas era poeta e tinha grande afeto por Macaé onde nasceu no casarão que faz esquina da rua Presidente Sodré com São João perto do mercado.Era Professor e auto didata.

No "Alto da Boa Vista" foi proprietário de um colégio interno. Viúvo e pai de Oberland da Veiga Lacerda, Rubens da Veiga Lacerda e Estela da Veiga Lacerda ,se casou com uma prima irmã Ondina Lacerda, também viúva de Joaquim Borges, alto comerciante macaense nos anos 30.

Ondina, que tinha apenas um filho Eros de Lacerda Borges Era irmã de minha mãe Ecila... Heros veio a se casar com Geny, filha de dona Affif e Irmã de Tidinha, Lucy e Dezy. Apenas um filho Ronaldo Célem Borges que misturou mais um sangue na fmília quando se casou com uma Esteves. Nunca vi, em toda a minha vida uma pessoa tão docemente educada e paciente como Geny.

Tio Jonas morava no Rio no bairro de Grajaú, rua Araxá, 522, numa linda mansão onde íamos sempre passar dias. A rua Araxá , 522 , nos anos 60 se parecia com qualquer cidadezinha de interior. Da Caruaru até a Conde de Bonfin se podia ver as Cadeiras espalhadas nas Calçadas.

Tio Jonas resolveu mudar-se para Macaé onde fixou-se na chácara ao lado de minha casa na rua do Meio onde, sempre, a casa estava cheia nos finais de ano.

Sempre conversando com seu Pequenino ele voltava as suas origens macaenses. Como homem das letras e muito chegado a curiosidades da vida o velho Jonas descobria nossos valores. Eu, José Mathias, Antonio Fino e outros primos sempre que podia catucava a gente com suas memórias e fluíamos bons conhecimentos. Tio Jonas Lacerda sempre afirmava que Mauricio Lacerda, pai de Carlos Lacerda era primo de nosso avó Mathias. Levy, Flavito Moreira eram alguns dos muitos amigos que habitavam a casa de Tio Jonas nos verões dos anos 60.

A rua do Meio tinha o sabor do belo frescor macaense que se esvai no progresso e no calçamento que lhe tirou o puro cheiro das bostas verdes dos cavalos das carroças que sempre vinham com seu ranger de rodas iguais em todo mundo das puras cidades de interior..

Minha Vida,
Era um palco iluminado.
A Lua furando nosso zinco.
Salpicavam de Estrelas nosso chão"...

De meu bisavô Emílio

Negociante de cavalos, homem rude dos sertões de Carapebus ele foi fiel amigo durante meus primeiros anos de vida. Recordo-me de seus longos braços ossudos, cabeludos fortes e bonitos me enlaçando aos ombros. Agente passeava muito .

Eu tinha uns 7 ou 8 anos e com ele percorria os primeiros passos no conhecimento da geografia do mundo. Ele, velho Cavaleiro dos Sertões de Carapebus, Capelinha do Amparo e Quissamã. me contava as vivências dos cavaleiros, seus antepassados, ciganos. Meu bisavô além de bonito era de uma força espiritual grandiosa. .

Em Capelinha do Amparo e Paciência, onde tinha seu sitio, me contava das histórias de Carapebus, de seus pais e avós. Os Silvas , os Tavares os Ribeiros que se espalhavam por toda região e se reviam nas tardes e noites em cavaladas diárias, por entre matas e praias virgens deste sertão ainda inexplorado e belo.

Tinha um olhar profundo marcado pelo queimar do sol e uso constante de chapéu. Seus cabelos ainda mantinham uma mistura negro branco e o sorriso firme e sincero deixava entreabrir- se em duas covas marcantes e profundamente infantil num rosto de 90 anos. Quando tirava o chapéu ele deixava a mostra a cor branco/moreno de sua testa queimada pelo sol das estradas cavalgadas..

Aristeu Ferreira da Silva, que tinha parentesco próximo com meu bisavô Emílio da Silva Ribeiro sempre contava, nas noites alegres do "Café Belas Artes" onde ia sempre em minha juventude, fatos que marcaram a história e a historicidade de Quissamã, Carapebus, Conceição de Macabú e Macaé.

Aristeu era um homem de pouca conversa mais observava , como uma águia, tudo em seu redor. Homem rudemente belo e com a tez queimada pelo sol como meu bisavô ele sempre estava me olhando e aconselhando em minha meninice.

Getulista ferrenho Aristeu e Ruy Moutinho de Almeida eram os pilares políticos nos anos 60...Aristeu é pai de Aninha e Bibi. Aninha se casou com Marco Vinícius e Benedito é pai de Marcial das gerações de meus filhos mais velhos Aninha e Luís Cláudio. Ruy é pai dentre outros de Jorge Ruy que veio morar neste bairro que eu e Ruy fomos os primeiros moradores. O Bairro se chama MULAMBO mais mudaram para Novo Cavaleiro.

AS HISTÓRIAS DE MOURA TORTA E CHAPEUZINHO

Aos 95 anos, voltando de nossas idas a praia de Imbetiba, meu bisavô tropeçou num tronco de árvore que a gente chamava de "Pé Mija-Mija" porque tinha um pequeno fruto que a gente partia e espirrava um líquido que usávamos em brincadeiras infantis. Depois deste tombo ele nunca mais foi o mesmo.

A viuvez de minha bisavó pude presenciar. Ela era minha companheirinha quando minha avó ia para a Igreja, principalmente nas ladainhas do mês de maio.

Me contava lindas historias de "Moura Torta", de "Chapeuzinho Vermelho", "Baratinha" , "Cinderela". "Príncipe Encantado", "Sapo Pururu"

" O Sapo não lava o Pé
Não lava porque não quer"

Foi dela que aprendi coisas do tempo dos escravos. Um dia perguntei a minha mãe Ecila por que ela , minha bisavó, tinha os olhos azuis.

Ela me disse que devia ser herança do dela que era loiro, embora ela fosse meia cabocla. Sua pele tinha um enrugamento lindo e, quando se machucava com algum arame no quintal ou mexendo em facas na cozinha, cicatrizava muito rapidinho.

Eu pensava que machucado era bom. Que não doía. Coisa de criança mesmo. Via que ela ficava machucada e nem sentia. Colocava "Pó de Café" para estancar o sangue e, em menos de minutos, estava tudo igual. Eu torcia, internamente para me machucar para correr e colocar o Pó de Café.

Adelaide, nascida no começo de l800, vinha com os conhecimentos adquiridos de seus pais. Imaginem como era essa região nos anos de l840, onde eles habitavam e viviam.

Os sertões de Carapebus, Quissamã e Conceição de Macabú eu conhecia quase como se tivesse vivido lá. Ela ia me pondo a par deste belo mundo. Os "Barcelos", os "Rozendos", os "Pratas" os "Almeidas" e os Silvas eram todos citados em nossas noites de historias e encantamentos. Falar destas figuras que foram os pioneiros de uma região,era uma aula de encantamento e de profundo conhecimento. Relatava fatos e havidos de uma forma brilhante e de rara beleza. Como todos os nomes eram de pessoas, familiarmente ligados a meus antepassados, eu tomava pé das raízes de um lugar que fora habitado por desbravadores e índios. As vezes pedia para contar sobre os bisavós dela e ela me dizia serem oriundos dos indios "Urutus" uma tribo que diziam ser antropófagos e que foi dizimada pelos outros índios.Insistia e ela fugia do assunto para não se deixar revelar um pouco de sua forte e predominante origem nativa.

Eu e Djecila, minha irmã, éramos seus mais freqüentes ouvintes. À noite ficávamos em sua cama, e um grupo de amigos, nos deliciando com os relatos que ela fazia . Nesta época as delícias do conhecimento humano brotavam onde fluíam a dissertação das vivencias dos nossos antepassados. Era a cultura que infelizmente está sendo substituída pela monstruosidade e pelo analfabetismo cultural que a televisão nos tenta impor goela a dentro.

Morreu minha bisavó Adelaide, com cem anos e três meses quando eu já me entendia como gente.

Engraçado que quando ela fez 100 anos as "Zeladoras do Apostolado da Oração" fizeram um lindo bolo com cem velinhas, já que minha avó "Nhazinha" era presidente do Apostolado. Em plena comemoração lhe foi perguntado quem ela iria dar o primeiro pedaço de bolo.

Ela, lúcida como uma criança e rápida como uma lebre foi dizendo, em tom risonho e belamente infantil.: -"Vou dar para minha filha Nhazinha, porque se escolher uma de vocês, ficariam enciumadas, uma com as outras. Assim vocês não ficam"-. E, virando se para minha avó, sua filha, foi lhe passando este pedaço de memória em forma de bolo.

José Milbs de Lacerda Gama, editor de www.jornalorebate.com

1.3.10

HISTÓRIA CONTADA DE PAI PRA FILHO E DE AVOS PARA NETOS DIZ QUE MOTA COQUEIRO MATOU FAMILIA EM MACABUZINHO



TEXTO DO LIVRO ECILA QUE ESTÁ NO SITE ON-LINE DO JORNAL O REBATE QUE PODE SER ACESSADO GRATUITAMENTE...



Capitulo XVII do Livro ECILA


Ecila afirmava com convicção que de fato o Motta Coqueiro tinha sido autor das mortes em sua Fazenda e, o que esta sendo escrito por ai, numa citação irônica ao amigo se seu filho José milbs e autor deste livro/cronica, Carlos March que escreveu um livro negando a autoria a Motta Coqueiro, como uma coisa comum.

Um contraponto na história e que tem que existir em qualquer causa jurídica. O sim e o não. Engraçado, e aqui fala o autor, que quando o Carlos March me procurou, nos anos 70/80 em sua busca sobre os dados do seu livro O ULTIMO INFORCADO, eu lhe adverti que haviam pessoas que conviveram com o Motta Coqueiro, inclusive meus bisavós, que afirmavam do delito, Disse ainda que o meu amigo, advogado e historiador Marlon Fabiano Seixas tinham mais informações sobre isso por que a gente sempre conversava sobre o enforcamento de Motta .

Ecila perdia horas falando na Praga de Motta Coqueiro, que segundo lhe passou seus avós Emilio e Adelayde ele praquejou quando subiu as escadas no patamar para ser enforcado. Todas as descencdencias dele, Motta e Coqueiro foram banidas dos Cartórios bem como toda e qualquer escritura de coisa em nome deste falecido. A praga, dizia ela, era que Macaé ficasse sem progredir durante 100 anos. Não é que agora, ria ela e afirmava, a cidade começou a crescer com a descoberta do Petroleo e, justamente uns 100 anos depois? Aos incrédulos e materialista ela concordava e, aos crentes dos disconjuros, ela balançava a cabeça como que dizendo: é, não acredito em duentes, mais que eles existem, existem...

Os anos que Ecila viveu em São Paulo tinham mesmo um parecimento com os de sua infância e juventude em Macaé. Se antes, nos meados dos anos de 1910, com 10 anos, tinha ficado órfã de pai, agora ela podia se sentir consolidada em sua longa existência humana. Tinha conquistado um pequeno mais lindo mundo de pessoas que a amavam. O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro tinha feito jus ao seu trabalho lhe dando uma bela aposentadoria de equivalência de juíza. Seus filhos, netos, e marido lhe dedicavam afeto e vivia cercada de gente boa em todo lugar que ia.

Noras e maridos dos filhos de seu ex esposo Gama lhe faziam corte, visinhos lhe reverenciavam cumprimentos afetivos, porteiros a adoravam por que, quando Síndica lhes deu os direitos a que fazia jus. Enfim, estava mesmo orgulhosa de ver-se chegar aos 80 anos na plenitude de um dever cumprido.

Quando o assunto era seu casamento com Da Gama e pai de seus 3 filhoes, ela dizia que o

ex marido Djecyr Gama tinha deixado o Rio de Janeiro, onde com Motinha um modelista famoso do Rio, tinha modelados sapatos e lançado modas. Ela sempre mantinha contato com ele e este se tornou amigo de seu atual companheiro, o peruano Antero Americo.

Gama foi morar na Argentina onde se tornaria lider dos Trabalhadores em Curtiços e Couros. Sindicato de Sapateiros ligados ao ex presidente Peron. Com a queda do peronismo, Gama voltou ao Brasil, sempre tendo em Ecila seu pilar de entrada. Filhos de sua companheira tinham em Ecila uma segunda mâe como eles mesmos diziam. Djecyra e Djecyr Filho vinham da Argentina e com o apoio de Ecila tinham suas infancias acariciadas pelo seu calor humano.

‘ O coração desta mulher nao tinha espaço para nada que nao tivesse o toque do carinho. Reiniciar uma nova batalha pelo pão de cada dia era o objetivo de seu ex marido que foi ter este início na cidade de Vitória do Espirito Santo. Gama constitui nova familia e desta união 3 lindos filhos chegam ao mundo.

De São Paulo, Ecila mantem contato com esta nova geração de filhos que iriam habitar seu mundo. Da Gama contrai doença terminal. Situação financeira ruim, mulher e 3 filhos. Ecila, sempre de plantão nas horas difíceis de todos que a cercam, abre o seu espaço finaceiro e vai em socorro do velho companheiro de namoro e feliz união nos anos de l937. Ata uma amizade com a companheira de seu ex esposo Djecyr e com seus 3 filhos. Viagens e mais viagens para Vila Velha, Maruibe e Vitória. Sempre com seu canhoto de cheque a postos ela ia realizando os ultimos desejos de seu ex namorado das ruas empoeiradas de uma Macaé distante. Nao é mais o soldado alegre, de olhar firme no horizonte de lindas histórias. Nao é mais o dançarino belo e conquistador dos anos 30. Nem estava ali um homem rico e poderoso. Estava ali o homem que ela amou e que sabia ter sido amada. Seus olhos, brilhando ainda apesar das dores do Cancer terminal ainda tinham forças para dizer o quanto ela tinha importante para a existencia dele.

Da Gama deixou este triste mundo e, numa tarde fria de novembro pude ver um lacrimejar ligeiramente sorridente em seus olhos. Ecila, com a certeza do dever cumprido, estava tento um momento de rara tristeza.Algumas lágrimas brilharam na face desta mulher que era só sorriso.

Devia estar relembrando as horas de encanto nas danças tocada a manivela; divia estar revendo o andar firme e de postura linda de seu namorado nas ruas de sua cidadezinha.
Era, talvez um momento unico nesta mulher de quase 80 anos. Um dia, se nao me falha a informação, ela foi achada rebuscando os seus vários arquivos de fotos e lá ela estava parada numa foto onde ela, o velho Da Gama se postavam, em frente ao obelisco da Praça Verissimo de Mello, em sua cidade. Ele, ainda de farda do Forte Marechal Hermes e ela com o uniforme do então Colégio Macaense que, situa-se nas imediaçoes da Praia dos Beijos, hoje Praia do Forte . Seus olhos estavam, como que espelhando brilho de uma forma que nunca foi visto.Parecia que estava mesmo com a idade da foto. Olhava, fixava os sobrolhos como se estivesse vendo aquela foto pela 1 a vez. Dai foi que ela, como num acordar de um sonho, sussurou, como se nao soubesse ser ouvida: “estranho esta vida. Jamais saberemos de onde viemos e nao sabemos para onde vamos”... Só que ela não sabia que este escritor que vós escreve ouvia atento este lindo momento. Ela, por sua vez, jamais poderia supor que este seu filho mais velho seria um cronista e retrataria para toda a posterida a sua vida simples, pura e humana. Que bom se todos os filhos se tornassem escritores das existências de suas mães e país
"Mulher é mesmo interessante, mesmo brava é linda, mesmo alegre, chora, mesmo timida, comemora, mesmo apaixonada, ignora, mesmo fragil é poderosa!"..

José Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com