Boas vindas

Que todos possam, como estou fazendo, espalharem pingos e respingos de suas memórias.
Passando para as novas gerações o belo que a gente viveu.
(José Milbs, editor)

25.10.08

Os canalhas tambem envelhecem e, o pior, em cargos públicos eleitos com votos comprados...

HOMENS ENGRAVATADOS E POSUDOS ENVERGONHAM O BRASIL E ENTRISTECEM AS CRIANÇAS DOS COLÉGIOS PÚBLICOS



O velinho de 70 anos não conseguia mais ver TVs. Vulgaridade, venda de bebidas que são oferecidas, sexo frio, exposição de corpos sem que respeita as crianças e velhos, negros explorados pelo império e homenageando os torturadores nos troncos em exposição explícitca de um carnaval e futebol longe de seus valores. O autor é tomado pelos jornais. O USA querendo impor, guela a dentro ao povo latino, sua eleição farjuta que só tem capitalista rico que não estão nem ai para o POVO...

Tudo isso e ainda a noticia de que o Govêrno de Lula está se auto-destruindo no que resta de moral. Pessoas que deveriam dar exemplo de dignidade nos cargos, esbanjam o dinheiro em Cartões de Créditos. Negros e Negras embranquecidas pela subida ao poder central. Que vergonha para quem, como o autor, fundou este PT nos anos de 1978. "Tijolo com Tijolo era a camisa branca que usava. Risos irônicos da borguesia que dizia, com seus sorrisos vindos de reluzentes e caras dentaduras: "Olha lá o Milbs. Saiu da loucura (para eles) do Movimento Hippie e agora está fundando este partidinho que veio de São Paulo. Sabe quando eles farão algum vereador? nunca."




Seus pensamentos vagueiam. Seria sua idade, 70 anos, que o estava transformando num purista? Será que caduca e se transforma num sensor? Pensava e observava o vôo de 4 Bentevis que procuram pouso nos Coqueiros de sua morada. Coqueiros Imperiais que resistem há 60 anos à destruição do Bairro do Novo Cavaleiro em Macaé, cidadezinha que se acocorou ao progresso e está com suas nascentes e rios destruídos pela sanha avassaladora do ganho de grana fácil dos especuladores imobiliários.

Enquanto observa o pousar feliz das 4 aves, se volta para atender sua neta Mariana, Volta a pensar,num milésimo de segundo antes de se virar na velha cadeira:
-Lá vem esta menina com mais um de seus trabalhos de colégio buscando dissertação e idéias".
A menina se aproxima e tira de vez a sua observação nos passarinhos.
- Diga lá, minha grande neta.
Mariana estava mais séria do que das vezes anteriores. Vai direto ao assunto:
- Vô, Político é tudo ladrão mesmo? Eles têm filhos e netos? Antes das novelas, continua a menina sob o olhar pasmo de seu velho avô, eu escuto no Rádio e na TV que os senadores, os deputados, os vereadores e uma porção de juizes e desembargadores estão roubando todo o dinheiro do POVO brasileiro. Tem até a voz deles falando no telefone. Eu fiquei triste por que eles deveriam respeitar os seus filhos e netos. Já pensou, vô, se o senhor fosse político e eu visse o senhor algemado na TV?
Enquanto acompanha o Avô que volta a olhar para os passarinhos, que, agora canta e pular na alegria de uma fina chuva de começo de verão, Mariana retruca:
- A professora do meu colégio estadual que um trabalho sobre o que a gente, crianças, achamos dos Políticos Brasileiros. Será que o semhor pode me ajudar?
As mãos do autor/avô, chegam até a cabeça. Seus cabelos estão totalmente embranquecidos. Metade, pensa, pelo sereno da vida e a outra é mesmo pela genética. Seus pais e avós ficaram grisalhos aos 18 anos.
O velho não deixa que sua neta, 11 anos, veja uma lagrima de ódio que brota em seus olhos. Olha sua neta que, na sua inocência acha que pode obter justiça neste sistema que vivemos. Justiça num país de injustiças.
Volta-se e, como se já tivesse na mente tudo que seria dito e escrito pela menina em seu trabalho escolar e sentencia:
- Quem sabe, um dia, quando este sistema que si está agonizando e que fez muita crueldade, acabar a gente não pega toda esta gente que roubou, matou trabalhadores, explorou as pessoas, discriminou velhos e crianças, escreveu novelas para desviar a beleza e a pureza de milhares de jovens, políticos que se enriqueceram com dinheiro do POVO, juizes e desembargadores que venderam sentenças, enfim toda esta gentalha imunda e crual e os confinemos numa CIDADE PRESIDIO?
- Como assim, vô? Cidade Presídio?
-Sim. Uma cidade presídio. Mariana vamos imaginar uma cidade quando você tiver 20 anos. Uma grande cidade, com estrutura bem reforçada em muros altos e eletrificada (iguais às casas dos políticos e dos juizes e desembargadores que estão sendo descobertos, presos e soltos), Cidade com um forte esquema de segurança externa. É uma idéia que tive quando vc falava quando aqui chegou.
- Sim, agora já estou entendendo, reforça Mariana.
-Otimo. Bom que você entenda por que na sala de aula você terá que, quem sabe, ler o texto para seus colegas e para isso terá que saber esta minha idéia que, a partir de agora, será sua também.
-Só uma coisa, interrempe a menina que se aconchega ao lado do avô: Seria uma cidade presídio imaginária? Não dá para a gente colocar também as pessoas que roubam nas Prefeituras e ficam snobando e maltratando as crianças pobres que os pais trabalham de verdade?
O avô/autor sempre se orgulhou de seus filhos e netos. Todos estudando, como ele, em Colégios Públicos. Mais esta sua neta estava ali, a sua frente, sem nunca ter lidos os livros que ele absorve e lhe dá substância odeológica. Estava ali, dando subsídios para a transformação desta socidade... Antes mesmo que seus pensamentos possam desviar–se para um galo vermelho que canta no jardim, fala:
- Sim minha doce menina, esta Cidade Presidio, além de abrigar os milhares de políticos, assessores, delegados, policiais, enfim, enfim, todos estes senhores que estão comprometidos com desvios de dinheiro publico, envolvidos em comissões de empreiteiras, vai abrigar os que, por omissão, sabiam e permitiram que estes fatos acontecessem. E foi falando, como se estivesse num confessionário:
- Pode também colocar nesta cidade, juizes, advogados, empreiteiros, milhares de vereadores que levam propinas de empresas de ônibus, de firmas multinacionais e centenas de secretários de Estado, Ministros e ex Ministros. Marina interrompe:
- Vô, crianças e velhos vão para esta cidade presídio?
- Criança não. Velhos safados, que deram mal exemplo para os netos e para os filhos vão sim.
- Crianças vão sempre olhar esta cidade, pensei aqui, seria colocado um grande painel de televisão, onde irá passar a vida destes homens corruptos, ladrões de gravatas. Será um filme, tipo: "Olhe o que eles fizeram e por que eles estão lá"...Como se estivesse dizendo as crianças."Viu como eles foram cruéis? "Estes exemplos não podem ser seguidos"...
- Você está entendendo, Mariana?
-Estou sim...
-Quer dizer vô, que os velhos que deram maus exemplos, vão ficar na cidade presidio?
- Sim, minha lindinha, os canalhas também envelhecem...
- Vamos voltar a falar na nossa cidade presídio, catuca o autor/avô.

- Seria uma cidade presídio. Aproveitando para por nesta cidade-presídio, centenas de Sindicalistas safados, presidentes de ONGs. corruptas e alguns ex Governadores. Minha preocupação, minha doce neta, é não deixar esta camarilha de Homens Públicos, que envergonham seus filhos e amigos, ficarem misturados com presos comuns. A presença destes corruptos poderia contaminar os presos comuns.



-Tava penando nisso, alerta a menina: tem muita gente que rouba pão, manteiga, comida e eu fiquei pensando em pedir ao senhor isso que o senhor falou. Não deixar estas pessoas juntar com esta gente ruim.

- Não se preocupe, minha neta. Para essas pessoas que você fala, existe leis que protegem quem comete estes pequenos atos. Só que alguns magistrados e delegados de polícia, preferem prende-los e deixam soltos quem lhes dão propinas. Você não está vendo nas Tvs o que eles fazem?

-Vendem sentenças para a jogatina, ganham carros do ano, vultosas quantias em dinheiros e ainda "prendem e arrebentam" quem pega, num super-mercado uma margarina. Lembra daquela jovem que ficou presa em SP por um delegado por ter expropiado uma manteiga para seu filho?

-Sim, continue que eu estou entendendo tudo que o senhor fala. Acho que vou fazer um lindo trabalho, diz Mariana, orgulhosa do avô que fala com euforia. Parecendo até que já estamos numa nova democracia...

O Autor/avô aumenta o potencial de sua fala, quando alguma carreta ou buzinar de carros tentam cortar seu raciocínio. E, contunua:
- Como esta gentalha está totalmente viciada na corrupção, só consegue o desejo sexual com uma nota de cem nas mãos e não sabe viver sem levar uma comissãozinha de 20 ou 30 por cento, esta cidade teria em circulação notas de dólares falsos e de reais. Para eles não ficarem em depressão por falta do "ópio deles" que é roubar dinheiro do contribuinte.
- Os bens destes canalhas, homens ate velhos de cabelos brancos, que nem respeitaram seus filhos e netos, seriam todos confiscados para manter a cidade. Eles mesmos podem eleger seus dirigentes nesta cidade. Como este presídio vai ter muitos portadores de títulos de faculdades não haveria necessidade de celas especiais. Semanalmente as crianças seriam convidadas para aulas onde esses canalhas seriam mostrados em fotos como "exemplo a não serem seguidos"...
- Legal, vô, maneiro mesmo. Já entendi tudo. As crianças iriam lá na cidade presídio igual no Zoológico. Olhar a vida destes homens e mulheres que, durante anos, décadas fizeram maldades com os pobres e roubaram o dinheiro dos impostos, né isso, vô:
- è isso mesmo. Como eles não conseguem mudar "o vicio" de roubar, etc. etc. arremata Generino:
-Nesta cidade/presídio, haveria eleições entre eles de Vereadores a Presidente.Que você acha, minha neta, desta cidade do futuro?
Mariana, como que adivinhando o pensar do avô Generino, complementa:
- Que o senhor acha de por nesta cidade as pessoas que fazem os programas de televisão? Os donos das fabricas de bebidas, cigarros e os escritores que se vendem para fazer as novelas horríveis dos horários nobres?
Generino, que teve seus pensamentos captados, pensa, ao sorrir a sua neta que corre para o colégio levando as suas mãos o texto sobre os POLITICOS BRASILEIROS...
II
A cidade ainda dorme com suas ruas com poucos transeuntes. Colégio Público começa cedinho e as ruas estão enfeitadas com centenas de crianças que tomam ônibus, se aconchegam uns aos outros e rumam para os educandários. São coleguinhas de Mariana, meninas e meninos. Pelo vidro do ônibus ela nota que passam luxuosos carros importados com outras crianças indo para muitos dos colégios particulares que existem na cidade. Pensa em seu vò Generino que, um dia, falou com ela: - "Mariana, criança que estuda em colégio daqueles que as crianças são levadas, são iguais estas galinhas criadas em granjas. Não pegam Sol, não brincam na chuva igual você e seus amigos. Eles são criados como se fossem feitos em cativeiros. E, lembra do arrematamento do avô, ao tempo que retorna o olhar pelo vidro do Ônibus e vê alguns meninos soltando pipas no redor de uma praia. - "A culpa não é das crianças não. São de seus pais e deste sistema cruel que vem a muito matando as coisas belas do mundo.
O colégio se aproxima do parar do veiculo. A porta do estabelecimento já está com centenas de seus colegas. Pensa: será que a professora irá entender seu trabalho e sua idéia de uma Penitencia/cidade? Sei, lá, matuta: apesar do colégio ser público e ser frequentado por crianças simples os valores são parecidos com tudo que passa na TV e nas ruas. Prefeitos. Vereadores, gente da sociedade, alguns deles até acusados de maldades com o POVO pobre, que se enriqueceram desviando coisas da comunidade são vistos nos dias de festas. Será que a professora não vai brigar com ele ou lhe dar nota baixa?
Dona Matilde tem sempre um olhar diferente das demais mestres do Colégio Estadual Luiz Reid. Não gosta de dar notas a quem tem erros de gramática ou de pontuação. Pior de tudo é que seu trabalho deve estar todo cheio de erros. Seu Vô não se formou em nada, ele mesmo diz que se orgulha e ser "apenas formado em dactilografia" e que, a muito custo só foi até o segundo semestre numa Faculdade de Direito. Seu trabalho não deverá atingir nota mais que 5.
Chamadas por nome e eis que ela chega ao mesa. Mariana, seu trabalho está muito bom. Você tirou 10, diz em voz alta Dona Matilde que, com 40 copias de seu trabalho começa a distribui los com os demais alunos pedindo que eles falem o que acham da cidade/presídio e que eles, as crianças, levassem a idéia para seus pais e que eles também participassem do trabalho...

Avô/autor volta a meditar em sua rede na varanda: É final de tarde de uma quinta depois do carnaval de brancos omde negros deviam ser donos. Em brasilia, cartões de crédito de autoridades são esbanjados pelos poderes da Nação. Nas c idades pequenas, vereadores, vice prefeitos e prefeitos riem de um lado a outros das bocas tratadas com dinheiros público. Riem por que sabem que, até que a "coisa" estoure nas cidadezinhas eles já foram reeleitos, gastaram com festas, churrascos e putarias em prostibulos. Não serão pegos e debocham dos "scribas" que teimam em catuca-los em suas crônicas.

O sol volta a reinar no Bairro do Novo Cavaleiros e outras noticias irão abafar a antiga corrupção de ontem e esta de hoje será abafada pela que virá amanha. Até que seja, de fato, criado uma CIDADE PENITENCIÁRIA e esta gentalha seja colocada dentro dela... José Milbs de Lacerda Gama, avô autor, editor e jornalista)

20.10.08

LUIZ CÉZAR -CEZINHA-MENDONÇA MORRE PREMATURAMENTE EM MACAÉ

FICA A SAUDADE DE UM DOS MAIS BELOS EXEMPLOS DE FÉ NA TRANSFORMAÇÃO, PELA PAZ E PELO AMOR DE NOSSA SOCIEDADE (Milbs 2008)
Foi uma segunda-feira de grande comoção e tristeza para quantos, como eu, tive a alegre e feliz convivência do este amigo. Cèzinha faz parte das grandes vivencias de Macaé, cidade que o viu nascer, crescer, brincar em suas ruas e vielas e ser um dos mais eminentes e corretos defensores do Meio ambiente.
Esta foto, tirada por Wanderley Gil, no ano de 1978, num baile de carnaval no Tenys Club, retrata seu belo sorriso de menino que o acompanhava sempre em seus tímidos e afetivos abraços. Ao lado do velho amigo Phydias Barbosa, num arquivo que nos deixou o saudoso Euzébio Luiz da Costa Mello, a gente pode guardar, nas nossas paredes memoriais, a presença vida deste velho amigo e companheiro nas saudosas lutas pela "transformação da sociedade nos anos de chumbo".
Luiz Cézar Mendonça foi criado ali mesmo na Rua AlfredoBakcer onde seus pais, na simplicade de uma Macaé Pura o fez caminhar nas suas empoeiradas ruas periféricas. Ele e Paulinho eram como dois anjos saidos dos altares de uma familia extremamente alicerçado no amor e no servir ao próximo. Herdou deles a certeza de que estava nas coisas simples e na natureza o grande valor desta vida passageira e curta.
Com Phidias, Euzébio, Wanderley, Ricardo, Claudio Santos, Nato, Manel, Armando Barreto e Rozário, Izaac, Sandra, Dodora, Mary, Marco Aurelio, Juarito, Fernando , Fred, Marquinho Brochado, Marilu, Eliane Gil,Tania Castro, Lucia Helena Souto, Alessandro Barreto, o querido Barretinho, Alvacyr Angela Lopes, Samuel, Frota, Fernando Marcelo, Nilton Carlos, o bom Niltinho, Ruy Jorge, o nosso Jojó, e outros que fogem a memória que já começa a "gaguejar no velho autor que vus fala", como a gagueira oral que herdei de meu pai, , refundamos o velho O SECULO dos anos de 1860.
Era de Luiz Cézar Mendonça que saiam os fluídos, como numa materialização, para nortear a todos nós na busca de um Mundo Maravilhosamente Puro e Ecológico. Com Euzébio ele criou um local de flores e ares novos na Praça Veríssimo de Mello. Flores, Cáctos, Bromélias, salvas das enchentes capitalistas na destruição do Lagomar ele catava, junto as lâminas cruéis dos tratores e lhes davam vidas nas exposição que fazia no Velho Casarão dos Mellos da Praça Verissimo de Mello.
Talvés tenha sido de Cèzinha a 1a. idéia de lutar pela conservação do Lagomar. As noites de Lua que a gente costumava ver nascer neste local, ainda intocado pela destruição, despertava nele o sentimento de fazer renascer as espécies que. moribundas, ficavam estiradas nas picadas. Eram bromélias que os olhos puros e lacrimejantes de Luiz Cézar olhavam e logo em seguida recebiam o calor de uma nova vida e que ele levava para a cidade.
Como professor prestou seus serviços em Educandários e foi um dos mais dedicados membros da Secretaria do Meio Ambiente,
Com Phydias, na ultima sexta-feira, depois de uma longa conversa telefonica, se mostrava esperançoso de um transpante de figado e que estava muito feliz por que iria ser avô em janeiro.
Em nome de minha geração e das gerações que conheceram o sorriso timido e afetivo de Luiz Cezar Mendonça, quero enviar aos seus familiares, especialmente Cici que junto com o Mendonça foram os responsáveis pela criação linda de seus filhos, os sentimentos de toda a equipe de O REBATE que, nos anos 70 teve o privilégio de ter o Luiz Cézar como colaborador. Jose Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com 77 anos de Histórias...

11.10.08

meus 70 anos aos 13 de agosto de 2009 - Foto de João Pedro meu neto de 7 anos...


(Leminski

quando eu tiver setenta anos
então vai acabar esta adolescência

vou largar da vida louca
e terminar minha livre docência

vou fazer o que o meu pai quer
começar a vida com passo perfeito

vou fazer o que minha mãe deseja
aproveitar as oportunidades
de virar um pilar da sociedade
e terminar meu curso de direito

então ver tudo em sã consciência
quando acabar esta adolescência

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nunca cometo o mesmo erro
duas vezes
já cometo duas três
quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez

A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!

(Mario Quintana)"Eles passarão. Eu passarinho" ...

7.10.08

Geni Célem de Lacerda Borges uma vida de encantamento e beleza...


Quando era criança, nos anos de 1940, numa cidadezinha ao norte do Estado do Rio de Janeiro de nome Macaé, aprendi a ser observador das vózes harmoniosas que saiam dos lábios de meus amtepassados. Coisas que eram vistas nas longas conversas nas "Cadeiras nas Calçadas" estendidas e felizes nas ruas empoeiradas da futura capital do petróleo. Era na Rua Doutor Bueno, velha Rua do Meio onde as ondas bravias do Mar de Imbetiba http://www.jornalorebate.com/luar_de_imbetiba/ vinham até as nossas beiradas das soleiras. Era o encontro alegre de conchas, estrelas do mar e restos de espinhas de peixes que a criançada aproveitava para confeccionar barquinhos de papel.
Foi num destes encontros das Verdadeiras Histórias de minha cidade nativa que ouvi falar de Geni. Casada com meu primo Heros Lacerda Borges sua presença no labial das pessoas tomava de encantamento todo o ambiente das "Cadeiras Estendidas nas Calçadas". Quem seria, pensava eu, menino de 8 anos e já conhecido nas rodas infantis de Macaé como o "Pinguin da Rua do Meio", esta figura que, quando citada criava uma auréola de encanto e transformava os olhares de todos em febril momento de prazer?
Geni não morava na Cidadezinha de Macaé. Embora nascida da união de Afif com seu Abid Célém, morava em Niteroi com suas belas irmães Lucy, Dezi, Tidinha e meu amigo Renato.
Pensava então: " Por que minha Mãe Ecila, minha inesquecivel avó Alice (Nhasinha) de Lacerda, minhas tias Leonor (Doca)de Lacerda Santos, Ondina de Lacerda Borges e outras pessoas presentes nas "Cadeiras nas Calçadas" se serviam do encanto para falar em Geni"?
Outras pessoas se faziam presentes a estes momentos encantados na Rua do Meio. Therezinha Maria de Lacerda Santos, Maria Clyce de Lacerda Santos, Djecila Maria de Lacerda Gama, Ivan Sérgio de Lacerda Gama, Maria Eduarda Santos da Costa e Oliveira, Maria Clara de Lacerda Santos da Costa, Nelson e Eliete de Lacerda Santos eram alguns dos muitos que, como eu, conheceram as histórias e tomaram ciência da existência de Geni Célem de Lacerda Borges.
Quando cresci e pude conhecer Geni na Rua Castilhos França em Niteroi quando, vitima de um grave acidente estive internado no "Hospital Antonio Pedro" pude testemunhar, ao vivo, os motivos de todos os meus familiares e antepassados, reverenciarem sua figura humanamente pura.
Minha mãe Ecila, guestionada por mim sobre a beleza interior que Geni punha à mostra na fala e no olhar, ria e sentenciava: "meu filho, você precisava conhecer dona Afif. Ela que espalhou esta beleza que estão na genética de todas os seus filhos. Encontrada em Tidinha, Lucy ou Dezi.
Geni faleceu em niteroi. Cercada pelo afeto e amor de seu filho Ronaldo Celem Borges,de sua nora e netos. Aos 88 anos, as cidades de Macaé, São Gonçalo e Niteroi perdem a presença jovem de uma menina de 92 anos que pisou suas ruas empoeiradas e honrou a vida.
De minha parte fica a saudade. A uns 15 dias estive com Paulo Barbosa Barreto e perguntei por Geni. Não pude revê-la em vida mais fica minha saudade e meus sentimentos a todos os seus familiares e amigos.Liguei para minha querida amiga Alice Barreto Maia e pedi a que comunicasse a todos a tristeza de toda equipe de O REBATE que, durante seus 77 anos de existência sempre foi lido por todos os familiares de Geni.
José Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com

2.10.08

Cândida Maria da Silva Vieira. Educadora que fez história do tradicional Mathias Netto...


Quando um livro, uma salá, uma mesa e todos os utensílios que são usados na educação de jovens e crianças, são colocados, na tábua fria dos "deveres de casa" ou das subidas e descidas nas escadarias dos educandários seculares da região de petróleo, a gente fica pensando na perda de uma educadora. Cândida era a representação vivencial do nome que carregou para o que os "deistas chamam de eternidade". Fez jús a esta Candura. Que o digam seus milhares de alunos que tiveram o privilégio de te-la como mestre, educadora, amiga e, acima de tudo, companheira e conselheira.
Sua vida, levada aos 70 anos, foi todo dedicado a Educação Pública do Estado do Rio de Janeiro e, em particular, ao Colégio Estadual Mathias Netto. Nascida no municipio de Conceição de Macabú, ainda jovem e esperançosa de um ensino público sério e decente, fez do Magistério uma profissão de fé. Querida por toda a comunidade Docente e Discente seu nome perpetuará o carinho que sua vida sempre soube espalhar por todos que a cercavam em busca de aconselhamento e afeto.
Em Macaé criou seus filhos e acariciava os netos transmitindo a eles toda a verdadeira obra de uma educadora correta e voltada para o bem.
Prima de minha eterna sogra Ivone Manhães Coelho e aparentada com meu contemporâneo Geraldinho, tive a felicidade, mos anos 70 de conhecer toda a sua familia em Conceição de Macabú e guardo, nas paredes enfumaçadas de minha memória, as pessoas que deram início a genética existencial de Cândida que ela soube pasar para seus filhos, netos e amigos.
Candida Maria da Silva, que depois se tornou Vieira ao se casar com Manoel, trouxe da cidade que nasceu o verdadeiro sentido de Mãe, esposa, amiga e companheira, herdado de seus belos pais que lá ficaram e que receberam de volta seu corpo para sepultamento.
Cândida volta a sua cidade que tanto amou e honrou. Sepultada no jazigo da Familia descansa com a certeza do dever cumprido.
Durante muitos anos anos fui seu visinho na Rua Francisco Portela. Era salutar sua jovem presença no dia a dia de uma passagem rumo ao Colégio. Bom Dia, Boa Tarde, Boa Noite que sumirsm das ruas asfaltadas de nosso região, eram saudações que saiam de seus lábios nas idas e vindas. Ultimamente quem recebi estes cumprimentos eram o velho Dudú Trindade e a própria Dona Ivone sua prima e amiga. muitas pessoas desta Rua, se aqui ainda estivessem, poderiam testemunhar como Cândida soube honrar seu nome de batismo.
A região do Colégio Mathias Netto sente a saudade que a própria Natureza expôe nestes dias tristes de uma Primavera chorona...
Que seus familiares fiquem confortados por que Cândida morreu como sempre viveu na simplicidade das Grandes Educadoras de nossa Região de Petróleo.
Em nome do "O REBATE" que faz histórias em nossa região a 76 anos, quero transmitir a toda comunidade educacional e aos familiares,os sentimentos da imprensa livre e democrática que representamos. José Milbs de Lacerda Gama editor, cronista e escritor...